Um caso complicado de se resolver

Desembarcaram e pegaram sua bagagem rapidamente. Havia um carro esperando-os, que os levou para suas respectivas casas.

– Finalmente em casa! – exclamou a jovem de olhos verdes, entrando na pequena casa em que morava.

– É mesmo... Gosto muito da casa de meu pai, mas aqui com certeza é bem mais aconchegante... E não tem aquele bando de repórteres e velhos chatos me importunando.

– Exagerado... – ela riu, indo para a sala abrir as janelas para arejar. – Esse lugar realmente está com bastante poeira... Acho que é melhor arrumarmos isso antes que eles cheguem.

– Sim... Quando eles vêm mesmo? – Shaoran perguntou, ajudando-a na tarefa.

– Em dois dias. – ela suspirou. – Podemos arrumar a sala e a cozinha antes do almoço... Depois passamos lá para cima, o que acha?

– Está bem... Mas o que teremos de almoço? – ele perguntou, curioso. – Não me lembro de termos deixado muita coisa aqui.

– É verdade... Teríamos que comer fora, mas, depois das compras de natal, estou zerada. – comentou, desanimada.

– Eu ainda tenho um pouco de dinheiro, meu pai deu-me algum antes de embarcarmos. Só precisamos trocá-lo e acho que dá para comermos em um restaurante e comprar algo para passarmos os próximos dias. – o rapaz disse, apalpando os bolsos à procura de sua carteira.

– Eu não gosto disso... Sempre estou dando despesas a você.

– Não é problema algum, minha flor. – ele abraçou-a carinhosamente. – Além do que, podemos ser considerados irmãos... Qual o mal em dividir as coisas em família? – beijou-a suavemente.

– Está bem... – sorriu, assim que os lábios se separaram. – Então vamos levar as malas lá para cima e separar as roupas que precisamos lavar... Depois começamos limpando a cozinha, está bem?

– Como quiser.

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– Tem certeza mesmo de que não quer almoçar em casa? – perguntou a morena, afastando seus lábios dos do namorado.

– Não, querida, eu preciso arrumar minhas coisas em casa. – sentiu o carro parar e viu sua casa pela janela.

– Então o que acha de jantar lá? – insistiu.

– Tomoyo... – fitou os orbes violáceos da amada, suspirando em seguida. – Está bem, que horas?

– Sete e meia está bom para você? – perguntou, radiante.

– Sim, está. – sorriu, dando um último selinho nela e saindo do carro. – Até mais tarde e obrigado pela carona. – pegou as malas que o chofer lhe entregava e entrou em casa.

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Estavam terminando de limpar a sala, ouvindo um CD antigo de Shaoran, quando o telefone tocou. Sakura foi atender enquanto Shaoran diminuía o volume.

– Alô? Oi Yukito, tudo bem? Ah sim, chegamos hoje cedo, por quê? Eu disse a você que viríamos hoje, não se lembra? Bem, de qualquer forma, para que ligou? Ah sim... Bem, podemos ver isso, mas hoje não dá, temos que dar uma limpeza geral aqui em casa e vai demorar. OK, combine com todos e depois me avise, está bem? Legal, até mais. – desligou. – Você lembra de me ouvir dizer ao Yukito que voltávamos hoje, não lembra?

– Lembro sim, você disse a ele quando ele ligou para desejar feliz Natal. – respondeu Shaoran calmamente. – O que ele queria?

– Ah, quer combinar de sairmos, os três casais, sabe?

– Ah sim. Pode ser. – deu de ombros, arrastando o sofá para varrer.

– Certo, então vamos terminar logo aqui que eu estou com fome.

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Estavam no mercado, Shaoran carregava as coisas enquanto observava Sakura escolhendo o que precisavam. Ela estava procurando algo na prateleira, tão absorta que nem notava os olhares gulosos que eram lançados para si.

– Ah, ali! – disse, esticando a mão para pegar um pacote de macarrão na prateleira mais alta. – Droga...

– Deixe que eu pegue... – Shaoran se aproximou rindo. Esticou o braço que estava com a mão livre e pegou o pacote. – Esse era o último? – perguntou, vendo-a ficar emburrada. – O que foi?

– Tá legal, eu sei que não sou alta nem nada, mas não precisa humilhar, viu? – comentou, tentando parecer ofendida, mas sem conseguir e deixar um sorriso escapar nos lábios.

– Eu só quis ajudar, desculpe... – pediu, entrando na brincadeira e devolvendo o pacote para o lugar onde pegara. – Pode ficar tentando pegar então. – riu, assim como ela.

– Esse é o último sim... – disse quando ele pegou novamente o pacote. – Agora podemos voltar para casa e limpar os quartos.

– Pois é... pelo menos terminamos tudo o que tínhamos que fazer, não é? – andavam em direção ao caixa enquanto conversavam.

– Sim... E temos o resto do tempo só para ficarmos juntos. – sorriu docemente, vendo-o abrir um sorriso.

– Ainda temos duas noites. – comentou, com um brilho malicioso nos olhos.

– Shaoran, eu não sei se devemos... – começou, tentando escolher as melhores palavras. – Não que eu não queira, mas me sentiria melhor se esperássemos...

– Esperássemos a aprovação de seu pai? – ele riu. – Desculpe, não quis zombar de você... – acrescentou, vendo-a ficar brava. – Só que é meio tarde para isso, não acha?

– Bom, vamos conversar sobre isso em outro lugar, sim? – pediu, tendo assentimento dele enquanto passavam as coisas pelo caixa e Shaoran pagava. – Olhe, eu sei que parece estupidez, depois de tudo o que passamos e fizemos, eu querer a aprovação dele... Mas não é exatamente a aprovação que eu quero. – suspirou. – Você sabe que menti muito para meu pai nesses anos todos, omiti coisas de suma importância que aconteceram comigo... Também sei que meu pai não me repreenderia por simplesmente seguir o que sinto, mas não acho justo que façamos isso em casa sem que ele tenha consciência, entende? (cara, isso que é uma garota obediente e responsável, hein?)

– Eu sei, Sakura...  Entendo seus sentimentos, acredite. – suspirou. – Faremos como quiser, não a forçarei a nada.

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Estavam no aeroporto esperando pelo vôo que estava atrasado. Logo ouviram a chegada dele ser anunciada e várias pessoas começarem a sair. Logo ela avistou o pai e correu para abraçá-lo.

– Papai, que saudades! – exclamou, tendo o abraço retribuído carinhosamente.

– Também tive saudades, Sakura. – sorriu ternamente. – Como foi a viagem de vocês?

– Muito boa, e como foi a lua-de-mel? – Shaoran indagou, dando um beijo no rosto da mãe.

– "tima, a França é linda! – exclamou Yelan.

– Vocês devem estar cansados, vamos pegar a bagagem e ir para casa. – disse Sakura.

– A senhorita não vai pegar nada. – disse Shaoran, andando mais rápido e alcançando a namorada. – Pode deixar que eu pegue as malas.

– Falou o senhor Todo-Poderoso... Ah, Shaoran, dá um tempo! – cruzou os braços, encarando-o.

– Aconteceu algo de que eu precise ficar sabendo? – perguntou Fuyutaka.

– Nada aconteceu... É só que ontem eu senti uma dor no braço, mas já estou melhor. Agora Shaoran fica com frescuras! – explicou Sakura.

– Não é frescura, só estou cuidando de você. – rebateu ele.

– Eu mereço... – ela rolou os olhos enquanto Fuyutaka e Yelan riam.

– Vocês dois não têm jeito mesmo... – disse Yelan. – Vamos pegar as malas, todos teremos que ajudar.

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Chegaram em casa e levaram as malas para o quarto dos recém-casados. Deixaram que eles tomassem banho e descansassem enquanto preparavam o jantar para todos.

– Shaoran, você pode me passar aquela concha? – Sakura pediu, enquanto ele colocava a mesa.

– Claro. – entregou a ela e parou bastante próximo, observando-a misturar a sopa.

– O que foi? – perguntou, virando-se e dando de cara com ele.

– Oras, não posso mais admirar minha namorada? – replicou o jovem, divertido, abraçando-a pela cintura.

– Claro que pode, bobinho. – ela sorriu, admirando o sorriso que mantinha nos lábios. – Você fica lindo assim, sabia?

– E você é linda de qualquer jeito... – aproximou-se do rosto dela e beijou-a com paixão.

Ficaram envolvidos naquele momento que era só deles, emendando um beijo em outro, somente com pequenas pausas para recuperarem o fôlego. Subitamente, Sakura interrompeu o beijo e olhou para a porta, onde seu pai se encontrava.

– Shaoran, será que podíamos conversar um pouco? – pediu o professor, indo para a sala e sendo seguido pelo rapaz.

Yelan entrou na cozinha e fitou Sakura, antes de terminar de colocar a mesa, já que seu filho não terminara o serviço.

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Subia vagarosamente as escadas, sentindo um cansaço inexplicável engolfar seus sentidos. Estava abrindo a porta de seu quarto quando sentiu dois braços fortes a envolverem e lábios acariciarem seu pescoço, subindo para o rosto lentamente.

– Shaoran... Achei que iria ajudar meu pai com a louça.

– Eu vou... só quis desejar boa noite para a mulher mais bela do mundo... – virou-a, encarando os orbes esmeralda que brilhavam intensamente.

– O que meu pai conversou com você antes do jantar? – perguntou, apoiando-se nele e sentindo o aroma relaxante que era emanado.

– Exatamente sobre o que você disse que iria falar com ele dois dias atrás... – ele pegou-a no colo e entrou no quarto. – Não preciso entrar em detalhes, sabe que seu pai entende o assunto, portanto pode ficar tranqüila... – depositou-a na cama e deu-lhe um selinho. – Durma, já está ficando tarde.

– Sim... Boa noite, Shaoran. – ela fechou os olhos.

– Boa noite, meu anjo. – acariciou o rosto dela e saiu do quarto.

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Estavam todos na mansão Daidouji, era quase meia-noite, todos esperavam ansiosos pela virada do ano.

Os mais jovens estavam separados, formando uma rodinha para contar como fora o natal, já que não se encontravam já há quase um mês.

– Bem, eu tenho uma notícia a dar a vocês... – disse Yukito. – Assim que me formar, vou mudar para Tóquio, morar com meus pais.

– Como é? – Sakura ficou pasma. – Mas... E...

– Pensei muito sobre isso depois de tudo o que aconteceu e a verdade é que meus pais já estão querendo que eu volte a morar com eles faz tempo... E, se pensarmos bem, não precisam mais de mim por aqui.

– Não seja bobo, Yukito. – replicou Tomoyo.

– Mas como ficará a gangue? – perguntou Sakura, preocupada.

– Não existe mais. Não há mais motivos para continuarmos com isso, depois do incidente com os Allstars, não houve mais nenhuma atividade estranha por aqui. E também todos nós resolvemos que teríamos muito que arrumar para a formatura. Obviamente que tudo não sumirá, sempre haverá pessoas que nos lembrarão o que fomos e fizemos.

– E... – Shaoran olhou para Sakuya, que estava calma ao lado de Yukito.

– Bem, Sakuya foi um dos motivos de minha decisão de mudar...

– Estarei mudando para Tóquio também... – disse ela. – Meu pai vai ser transferido para lá, o salário e a localização são muito melhores.

– Vamos sentir falta de vocês. – Eriol sorriu.

– Isso não significa que não nos veremos mais, ouviram bem? – entoou Sakuya, em tom de riso. – Não se livrarão de nós tão facilmente assim.

– E também, só vamos depois da formatura, então ainda temos algum tempo. – disse Yukito.

– Falta um minuto! – ouviu-se uma exclamação.

– Bem, nós vamos para um outro lugar, com licença. – disse Eriol, afastando-se com Tomoyo.

– É o aniversário de namoro deles, não é? – perguntou Sakuya.

– É sim... Eriol a pediu em namoro imediatamente após o relógio bater meia-noite. – disse Sakura.

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Estavam abraçados, afastados das outras pessoas, encarando-se enquanto ouviam a contagem regressiva para a virada do ano. Os fogos estouraram no céu, fazendo um show de luzes maravilhoso, mas ambos estavam perdidos da imensidão dos orbes da pessoa amada.

– Eu desejo... – começou ele, sem interromper o contato visual. – Que esse ano seja o mais feliz de sua vida, que seus planos dêem certo e, acima de tudo, que sempre esteja com esse belo sorriso, que eu amo tanto.

– Eu só desejo a você uma coisa: paciência para me agüentar. – os dois sorriram. – Prometo fazer tudo o que eu puder para fazê-lo o homem mais feliz de toda a face da Terra.

– Você sabe exatamente o que fazer para conseguir isso, Sakura... Além de estar ao meu lado... – beijou-a ardentemente, demonstrando todo o desejo que reprimira durante toda a semana.

– Eu sei... – abriu um sorriso maroto. – Tomoyo convidou-nos a dormir aqui e disse que poderia mandar arrumarem um quarto mais afastado dos outros.

– E você não me disse nada... – fingiu estar bravo.

– Mereço um castigo? – perguntou, sedutora.

– O pior deles... Algo que nunca irá esquecer... – essas palavras arrepiaram-na, enquanto os braços dele envolviam-na e ele tomava seus lábios novamente, devorando-os lentamente.

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Rolou levemente sobre a cama, sentindo o espaço vazio ao seu lado. Abriu os olhos espreguiçando-se silenciosamente e sentou sobre a cama, observando a figura do namorado na frente da janela, olhando para fora de forma absorta. Ele usava somente short, apesar do frio que estava pela época do ano. Levantou-se, enrolando-se no cobertor e aproximou-se dele, abraçando-o.

– Bom dia. – ouviu-o dizer, enquanto sentia-o abraçar sua cintura, mesmo de costas.

– Bom dia, meu amor. – respondeu, aspirando o aroma masculino que ele emanava. – O que foi?

– Nada... Estava esperando que acordasse, só isso. – virou-se para ela, fitando os orbes esmeralda.

– Ah é? Então por que não ficou deitado? – perguntou, manhosa. – Está frio...

– Levantei há pouco... Já ia voltar para a cama... – disse, começando a andar em direção a cama, levando-a na mesma direção no processo.

– Shaoran, eu vou cair! – segurou-se nele, enquanto sentia seu próprio corpo mais pressionado ao dele, pelas mãos do mesmo.

– Eu te seguro, não se preocupe... – os dois caíram na cama, rindo.

– Amo você, Shaoran. – disse, serenamente, enquanto se encaravam fixamente.

– Também amo você. – beijou-a apaixonadamente, enquanto rolavam pela cama.

– Acho... Acho que é melhor levantarmos... – disse Sakura, sem fôlego, após separarem-se.

– É verdade... Tomoyo disse algo sobre irmos ao templo. – comentou ele.

– Sim! Vamos lá tirar nossa sorte... Ah, ela deve ter feito um kimono para você também... Ela faz um novo para mim todo ano...

– Sério? – levantou uma sobrancelha. – Bem, então vamos colocar uma roupa e ir tomar café para podermos ir. – beijou-a novamente antes de levantar-se da cama, imitado por ela.

– Você é impossível... – riu Sakura, vendo-o entrar no banheiro enquanto pegava suas roupas.

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N/A:

Oi, gente!!!

Gente, mil perdões pela demora, eu tive alguns problemas e não conseguia escrever de jeito nenhum...

Tenho duas pessoinhas para agradecer imensamente...

Yoruki, filhinha, valeu pela força...

Felipe, valeu pela revisão e por me ouvir...

Também queria agradecer à todas as pessoinhas fofas que me mandaram reviews, vocês fazem uma criança feliz ^_^

Eu não sei quando vou postar de novo... machuquei meu dedo e tá difícil de digitar...

Bem, é só...

Beijinhos!!