Título: A poção do amor
Autora: Bélier
E-mail: belier.aries@bol.com.br
Categoria: Romance
Retratação: Eu não possuo Saint Seiya/Cavaleiros do Zodíaco. Infelizmente (ou felizmente) eu não os possuo, pois do contrário eles teriam namorado mais do que lutado... De qualquer forma, eles são propriedade de Kurumada, Toei e Bandai.
Resumo: Afrodite inventa uma poderosa poção do amor! Mas muitos copos serão trocados até ele conseguir acertar o do seu amado cavaleiro de Câncer!
Capítulo 6 – Shura e Shina!
- Saiam da frente que lá vou eu!!! – Aldebaran correu para a piscina e deu uma senhora bomba, espirrando água em todas as direções. E não foi pouca, diga-se de passagem.
- Droga! Quem foi..?! – Mu, que estava tomando sol perto dali, sentou-se na cadeira, danado da vida quando seu bem cuidado cabelo ficou totalmente encharcado e colado ao seu rosto.
- Ora, ora, o que temos aqui... Um monte de cabelos falante... – Shaka chegou, afastando com os dedos a franja molhada de Mu, descobrindo o rosto do cavaleiro, vermelho de raiva. – Ah, não! É só o carneiro mais esperto do Santuário... – Riu com deboche. Sentando-se na cadeira ao lado da de Mu, Virgem cruzou as pernas e observou displicentemente a agitação na piscina, ignorando solenemente o cavaleiro de Áries.
Ajeitando os cabelos atrás da orelha, Mu resolveu tirar aquilo a limpo. – Escute aqui, Shaka... Desde que retornamos do Inferno você está me tratando desse jeito, posso saber o que foi que eu fiz?! Acho que eu tenho o direito de saber porque é que o senhor está zangado comigo...
O loiro tirou os óculos pela primeira vez na viagem, abriu os olhos e encarou fixamente o cavaleiro a sua frente. – Nada. Você não fez na-da. Você nunca faz NA-DA! – Levantou-se e foi embora, deixando Mu com os olhos arregalados.
O tibetano vinha travando uma guerra inexplicável com o cavaleiro de Virgem, desde que o passeio começara. Shaka procurava evita-lo, mas sempre que se cruzavam, o loiro não perdia uma chance de provocá-lo. Aquilo o estava deixando intrigado, além de furioso com as farpas vindas daquele que sempre fora seu melhor amigo!
Mu recostou-se na cadeira novamente. Definitivamente, isso era um mistério, a não ser que...
O rosto do ariano ficou vermelho. Será que Shaka estava irritado por que havia percebido? "Essa não, e agora?" Mu pensou aflito.
Sua aflição foi substituída por um estado de alerta, que se instaurou assim que Afrodite apareceu, todo vaporoso, no convés.
Peixes deu um encontrão em Shaka, que passou por ele irritadíssimo. Tentou pedir desculpas, mas o indiano o empurrou, impaciente, e continuou seu caminho.
- Eu hein?! O que é que essa biba tem?! Que estresse!!! – Afrodite não teve como fugir do olhar inquisitivo de Mu. Sorrindo, irritou mais ainda Áries com seu comentário. – Eu acho que "alguém" tinha que dar um jeito nesse monge UR-GEN-TE! Ele está precisando mesmo é de uma boa trep...
- AFRODITE! – Mu gritou, trincando os dentes de raiva. – Olha como fala do Shaka!
- Oh, sim, eu sei que ele é Virgem, e puro, e toda aquela história de Buda, mas... – Afrodite revirou os olhos, impaciente. – Isso não é vida!
Tentando segurar sua raiva, Áries respirou fundo, e procurou falar com calma. - Eu estava mesmo querendo falar com você, sobre o que aconteceu com Ikki e June ontem...
Afrodite deu um passo atrás, pensando em fugir do interrogatório, mas achou melhor não demonstrar que devia alguma coisa. – Ah, sim... fiquei sabendo vagamente da história... Parece que eles se acertaram, não é? Se você quer saber, foi bom para os dois, o Ikki já estava irritado com o fato do irmão ter ...
- Chega! – Mu o interrompeu, impaciente. – Como você ficou sabendo "vagamente", se o Shura e a Shina me disseram que você estava lá, quando tudo aconteceu?
Peixes torceu o tecido da sua bela saída de praia verde-água entre as mãos, nervoso. – Bem, na verdade eu não vi nada, eu só passei por ali por um instante, vi que tinha acontecido um acidente enquanto eles jogavam, e me ofereci para pegar uns sais para ajudar a pobrezinha, mas quando voltei, ela já estava bem!
- Sais, hum? – Mu olhou desconfiado para ele. Nesse momento, Afrodite foi salvo por Saori, que estava na piscina com Seiya, que o chamou para perguntar algo. Peixes deu um aceno breve para Áries, e saiu rapidamente.
"Isso não vai ficar assim..." O tibetano mordeu o lábio, irritado.
* * *
No final da tarde, Saori convocou todos os cavaleiros e amazonas para avisar-lhes que jantariam em terra firme. Todos se animaram com a expectativa de um passeio diferente, e foram se arrumar com suas melhores roupas.
Ao desembarcarem, viram que Atena havia programado outra surpresa. Seus funcionários da Fundação em terra haviam providenciado três limusines para levá-los onde quisessem. Como a cidade era uma das mais animadas do passeio, todos decidiram ir a uma boate após o jantar, para terminar a noite.
O restaurante era maravilhoso, bem como a comida, típica. Todos se sentaram numa grande mesa, e a conversa foi animada. Os casais pareciam extremamente felizes, até Ikki parecia ter esquecido da rixa com Hyoga por causa de Shun, tão encantado estava com June.
Afrodite olhou curioso para a amazona de Camaleão. Ele achou estranho que a moça ainda estivesse com Fênix, mesmo depois do efeito da poção ter passado. Ele imaginara que ela não estava nem um pouco interessada no cavaleiro de bronze, mas aparentemente, Ikki havia provado à loira que tinha muita coisa para oferecer.
Depois, Peixes observou seu amado italiano, sentado do lado oposto da mesa. Observou seus cabelos azuis, seus olhos do mesmo tom, seu sorriso branco que se destacava em sua pele bronzeada, e suspirou tristemente. Aquilo já estava levando mais tempo do que ele tinha planejado.
Não que estivesse de todo ruim. No fundo, ele se sentia orgulhoso por ter unido aqueles casais. Não via maldade naquilo, pelo contrário, achava até muito saudável. A vida deles naquele Santuário era tão solitária...
Depois de comerem, todos saíram nos carros, atacando as garrafas de champanhe que estavam no frigobar. Foram para a boate, onde entraram com convites que Saori também já havia providenciado. O ambiente era agradável, e as músicas, agitadas. Alguns cavaleiros, como Kamus, Shiryu, Mu e Shaka, ficaram sentados a noite toda, só conversando e observando o movimento. Já os casais trataram logo de ir para a pista de dança, onde se divertiram muito. Já outros, como Aldebaran, Miro e Máscara, tiraram a noite para beber e contar piadas. Kanon e Saga davam umas sumidas de vez em quando, o que deixava todo mundo preocupado, porque ninguém sabia ao certo o que os dois gêmeos poderiam aprontar. Shina, depois de ter se dado tão bem com Shura no jogo, gastava boa parte do tempo com ele, uma vez que agora era a única mulher desacompanhada do passeio.
Afrodite estava sentado só no bar, observando tudo e tentando se conformar que, ali dentro, era arriscado demais usar sua poção.
* * *
Os últimos a saírem da boate foram Máscara, Shura, Miro, Kamus, Shina e Afrodite. Os homens estavam se divertindo muito, e decidiram ficar mais um pouco. Já Shina acabou ficando com os rapazes, uma vez que as amigas já tinham ido. Os casais foram embora logo na primeira limusine que partira. A segunda tinha levado Saga, Kanon, Mu, Aldebaran, Shiryu e um irritadíssimo Shaka, que não via a hora de voltar para a tranqüilidade do seu quarto.
Afrodite estava cansado, e só tinha ficado mesmo na esperança de ainda ter alguma chance de colocar a poção no copo de Máscara ainda essa noite, o que estava começando a parecer impossível.
Ao saírem, Miro, que já estava um tanto quanto alcoolizado, começou a tatear os bolsos, achando que tinha perdido a carteira, e os outros pararam para ajudá-lo. Impaciente, Afrodite foi para o carro, batendo no vidro de leve para que o motorista abrisse a porta.
Mas, ao entrar na limusine, Peixes teve uma idéia genial. Abrindo o frigobar do carro, encontrou uma garrafa de champanhe que restara. Rápido, tratou de estourar a bebida. Ao ouvir o estampido, Máscara colocou a cabeça dentro do carro. - Ei! Ainda tem champanhe?
- Claro! – Afrodite sorriu docemente. – Chame o pessoal, enquanto eu vou servindo. – Tratou de servir uma taça generosa do líquido, e despejou outra quantia igualmente farta da poção. O champanhe fervilhou mais do que o normal.
O primeiro a entrar no carro foi Miro, dando risada e sendo empurrado por Kamus.
- Seu cabeçudo! – Aquário reclamou. – Olha bem da próxima vez onde você coloca essa carteira!
- Mas Kamus... – Miro soluçou, enquanto se sentava de frente para Afrodite. – Ela estava bem guardada!
- Na sua cueca!? – Kamus gritou, inconformado, sentando-se ao lado de Afrodite.
Peixes deu risada. – Isso explica o volume na frente das calças dele!
Logo em seguida, Shina entrou. A amazona, que também já estava um pouco alegre devido à bebida, ao ver a taça de champanhe estendida convidativamente na mão do cavaleiro de Peixes, foi logo tomando-a da mão do coitado. – Oba! Champanhe!!! – Mas Shura, que entrou logo atrás dela, tirou a taça da moça antes que ela pudesse tomar um gole do líquido.
- Ei, chega! – Capricórnio exclamou, divertido, sentando-se ao lado de Shina, que ficou entre ele e o Escorpião. – Além do mais, você não vai poder beber isso, a não ser que se disponha a tirar essa máscara aqui na frente de todo mundo. – Havia uma leve insinuação na frase do espanhol, habilmente disfarçada pelo seu tom divertido.
Cobra fez beicinho, mas não reclamou. Afinal, Shura estava certo. Durante a noite, todas as vezes que ele quis tomar alguma coisa, teve que se refugiar em alguma lugar onde ninguém pudesse vê-la, geralmente, o banheiro.
Já Afrodite olhou espantado sua poção passar de mão em mão. Quando se recuperou do susto, tentou recupera-la, avançando na direção de Shura. – Ei, isso é meu!!! Me dá...
Tarde demais. Capricórnio tomou mais da metade do conteúdo da taça. Passou a língua pelos lábios. – Já era.
- NÃO! SEU... – Afrodite estava rubro de ódio, suas narinas dilatadas deixando escapar sua respiração raivosa, seus punhos tão fechados que as unhas machucavam a palma de suas mãos. Viu Shura terminar de sorver o líquido borbulhante. – Isso era meu!
Nesse momento, Máscara da Morte entrou na limusine. – Ei, você está com a garrafa quase cheia aí contigo, porque o escândalo?! Serve outro copo!
Peixes olhou desolado para o seu objeto de desejo e, sem que pudesse evitar, seus olhos encheram-se de lágrimas, que não chegaram a escorrer.
- Ei, que foi? – Máscara abrandou o tom de voz, ao ver o semblante do amigo. – Aconteceu alguma coisa?
A preocupação na voz do italiano só fez com que Afrodite ficasse mais chateado, mas não abriu a boca para reclamar. Serviu duas taças, uma para ele e outra para Câncer, e ficou esperando pelo pior, que não demoraria a acontecer. E ele seria obrigado a presenciar novamente.
O motorista embrenhou-se pelas ruas não muito movimentadas, devido ao horário, e logo pegaram o rumo da orla.
Kamus havia fechado os olhos, impassível, talvez esperando que assim ninguém o incomodasse. Já Miro havia finalmente sossegado, e encostou a testa no vidro do carro, olhando as luzes lá fora. Shina sentava-se ereta entre o cavaleiro de Escorpião e o de Capricórnio, pensativa.
De repente, Shura desabotoou os primeiros botões da camisa preta que usava, afastando a gola de seu pescoço. – Caras, que calor insuportável!
"Vai começar a palhaçada!" Afrodite pensou, triste.
- Quê isso, Shura, o ar condicionado está ligado no último! – Máscara comentou, surpreso.
- O ar dessa droga está quebrado, sou eu que estou esfriando o lugar! – Kamus resmungou.
- Olha, Kamus, você vai me desculpar, mas o seu poder já não está lá grande coisa... – Shura se abanou com a mão. Olhando para Shina ao seu lado, viu que a moça se encolhia de frio, como que para confirmar o comentário de Kamus. Será que ele estava doente? – Ou então estou com febre... – Comentou e desviou os olhos da amazona, mas, não resistindo, voltou a observá-la, notando como o seu colo, que o generoso decote deixava a mostra, estava todo arrepiado. Tomado por um impulso inexplicável, ergueu o braço, passando-o sobre os ombros de Shina.
Cobra assustou-se ligeiramente com o gesto do moreno, mas não fez menção de se afastar nem de comentar nada. Ficou corada, o que felizmente foi escondido pela máscara, e deixou passar.
Mas a coisa não parou por aí. Shura começou a acariciar a pele macia do braço de Shina com um dedo, distraidamente, a princípio, para depois começar a massagear seu ombro, como se fosse a coisa mais normal do mundo. A italiana ia protestar, mas a mão do cavaleiro estava tão quente quanto ele dizia estar se sentindo, e o toque dele em sua pele estava provocando arrepios deliciosos por seu corpo. Shina suspirou, relaxando um pouco o corpo tenso.
O efeito da poção já estava começando a chegar no seu auge, e Shura, sem aviso, puxou-a de encontro ao seu corpo, sem muita delicadeza, envolvendo-a com o outro braço também. Shina protestou, dessa vez, mas o abraço estava tão apertado que ela estava até sem fôlego. – Ei! O que pensa que está fazendo?! – Sussurrou, evitando falar alto para não chamar a atenção dos outros.
Shura não respondeu. Apenas depositou um beijo breve sobre os lábios da máscara gelada da amazona. Depois, sem desviar o olhar do metal frio, mais afirmou do que perguntou. – Vou tirar isso... Tudo bem?
A italiana apenas balançou a cabeça, assentindo, mas antes que terminasse, Capricórnio já havia retirado a máscara. Shura só não a beijou naquele momento porque ficou observando o belo rosto que estava diante dele. Mas quando Shina fechou os olhos e seus lábios tremeram ligeiramente, o espanhol não resistiu e pousou seus lábios sobre os dela, acariciando-os gentilmente e sentindo a respiração quente da moça se misturar à sua.
Logo o toque delicado virou um beijo ardente, digno do temperamento dos dois. Shina entreabriu os lábios e Shura deslizou sua língua dentro da boca da amazona, provando-a, vasculhando cada recanto com paixão, mas a moça não permitiu por muito tempo. Logo sua língua estava se empurrando contra a do espanhol, brigando agora por espaço dentro da boca dele.
Afrodite baixou os olhos, revoltado. Já Máscara deixou escapar uma exclamação de surpresa, que fez com que Kamus abrisse os olhos e Miro desviasse a atenção da janela. Tanto Aquário quanto Escorpião ficaram sem palavras diante da cena.
- EH! – Miro finalmente comentou, depois de um tempo observando o casal. – Isso é que é fogo!
Shura trouxe uma das mãos até a nuca de Shina, seus dedos passeando pelos cabelos verdes exóticos da moça. Já a amazona puxava um tanto quanto rudemente as costeletas longas e negras do espanhol, trazendo o rosto dele para mais perto do seu, aprofundando mais ainda o beijo. Cada um parecia querer devorar o outro.
Capricórnio deslizou a outra mão até a cintura esbelta da Cobra, encontrando pele descoberta entre a barra da blusa justa que ela usava e o cós baixo da calça jeans. Erguendo a blusa mais um pouco, passou a acariciar a barriga lisa de Shina, sentindo os músculos definidos por muito treinamento. "Céus, essa mulher está me deixando louco!" Shura pensou, completamente excitado. "Por que demoramos tanto?!"
Shina empurrou Shura, fazendo com que ele escorregasse um pouco no couro liso do banco. O cavaleiro de Ouro puxou a amazona sobre seu corpo, ajeitando-a entre suas pernas, e logo ambos estavam quase deitados sobre o banco espaçoso da limusine. Ao pobre Miro, só restou se espremer contra a lateral do carro, olhando tudo curioso, mas o Escorpião estava tão bêbado que não conseguiu fazer as piadinhas costumeiras, apenas se preocupava em afastar os pés de Shina, quando estes vinham em sua direção.
A amazona finalmente desviou sua atenção da boca do espanhol, passando a beijar seu pescoço, descendo até onde Shura tinha aberto a camisa, em seu ataque de calor. Shina beijou a pele bronzeada, deslizando seus dedos pela abertura da camisa preta e sentindo os pêlos macios do peito do cavaleiro fazerem cócegas na palma de sua mão.
- Hu-hum... Shura, Shina.... Será que vocês poderiam parar com isso? – Kamus perguntou, educadamente. - Vocês estão constrangendo todo mundo, aqui.
Capricórnio apenas afastou sua mão ligeiramente da cintura de Shina, e mostrou o dedo do meio para o cavaleiro de Aquário.
- Ora, seu... – Kamus desceu do pedestal. - Que pouca vergonha! Isso não se faz, é um desrespeito para conosco, seu mal educado... – Shura nem estava escutando, pois Shina tinha voltado a beijá-lo na boca, e ele aproveitou para subir sua mão um pouco mais para cima...
Nesse momento, Capricórnio esqueceu que tinha mais alguém sentado no banco, e acabou acertando um chute em Miro, que finalmente perdeu a paciência. Escorpião levantou-se, cambaleante, xingando com a voz mole. – PQP! Vocês querem namorar... tudo bem... mas me deixem... em paz! – O carro fez uma curva, e o Escorpião acabou perdendo o equilíbrio. – ÔÔÔÔÔAAAAAA!!! – Miro caiu sentado bem no colo de Kamus.
O Cavaleiro de Aquário soltou um gemido, quando Miro veio com tudo por cima dele, o cotovelo do grego quase acertando seu rosto perfeito. Máscara da Morte explodiu numa sonora gargalhada, e Afrodite continuava observando tudo com lágrimas nos olhos.
- Seu desajeitado! – Kamus reclamou, tentando empurrar o amigo para longe de si, mas Miro não conseguia se levantar, e para piorar o mau humor do francês recatado, começou a rir de novo.
- Sabe de uma coisa? – Escorpião passou um braço pelo pescoço de Aquário, enquanto encostava o indicador da outra mão bem no nariz do cavaleiro de gelo. – Você. É. Um. Chato.
- EU?! CHATO?! – Kamus ficou colérico, e tentou derrubar Miro de seus joelhos, mas quanto mais ele balançava o grego, mas este ria. Aquário chegou a se erguer do banco, mas o amigo estava tão largado que acabou tendo que se sentar de novo, com Miro esborrachado sobre ele.
- Quem é que está com pouca vergonha, agora, hein?! – Máscara perguntou, gargalhando novamente.
"Que baixaria..." Afrodite pensou infeliz. Olhando para fora do carro, viu que felizmente já haviam chegado ao cais. Assim que o carro parou, foi o primeiro a se levantar, abrindo a porta com violência e descendo do carro. Máscara da Morte pensou em segui-lo, para perguntar o que estava acontecendo, mas Kamus implorou para que ele o ajudasse a tirar Miro de cima dele.
Enquanto isso, Shura e Shina haviam dado um tempo, se recompondo, enquanto observavam os outros saírem do carro. Cobra ajeitou a blusa, nervosa. – Acho que realmente exageramos...
- É, talvez... – O espanhol parou novamente para observar o rosto bonito da amazona. – Você não vai mais usar aquilo, vai? – Shura apontou para a máscara, que agora jazia no chão do carro.
- Ah... não, acho que não... – Shina olhou o objeto, pensativa. Voltou seu olhar então para Shura, observando os olhos pequenos e violetas, tão diferentes, e os cabelos negros, revoltos. Sem dúvida, ele era um belo homem. E bem quente, também.
- Sabe de uma coisa? – A italiana perguntou, sorrindo maliciosamente. – Acho que vamos nos dar bem... – Shina abraçou-o novamente, e recomeçaram o beijo há pouco interrompido.
Kamus, que foi o último a sair, fechou a porta com um estrondo, e, contornando o carro até alcançar o motorista, perguntou, impaciente.
- O senhor está pago para trabalhar a noite toda? – O homem respondeu que sim. – Então, me faça um favor, dá mais uma volta aí pela cidade, pode gastar bem umas duas horas, tudo bem? – Aquário já ia saindo, mas lembrou- se de algo importante. – E nada de baixar o vidro, OK?
A limusine saiu devagar, levando o casal para dar um "passeio". Kamus observou o carro sumir na noite, aliviado. Como só iam partir pela manhã, não seria preciso avisar ninguém. Voltou então sua atenção para Máscara da Morte, que arrastava Miro para o navio. Correu para ajudar o amigo. Ajudar Máscara, porque se dependesse dele, Miro poderia ficar ali mesmo!
Continua
Capítulo 7 – Mu e Shaka!
Comentários da autora:
Apesar do casal desse capítulo ser Capricórnio e Cobra, não pude resistir, e acabei dando uma palhinha de Miro e Kamus. Essa sentada no colo também vai entrar para as cenas inconcebíveis...
Espero que o pessoal que estava aguardando esse capítulo tenha gostado, principalmente a Amélia. Sua fic com esse casal está ótima, atualiza logo, viu? Estou curiosa sobre quem vai ganhar a aposta.
Obrigada a todas que enviaram comentários! Eles são muito importantes.
Será que na Grécia tem limusine? Acho que não... Bem, elas eram necessárias. (risos)
Uhuuuuu! Até que enfim, no próximo capítulo, uma coisa que eu realmente amo fazer!!! (Bélier dá pulinhos de alegria)
Um abraço a todas vocês!
Bélier
Autora: Bélier
E-mail: belier.aries@bol.com.br
Categoria: Romance
Retratação: Eu não possuo Saint Seiya/Cavaleiros do Zodíaco. Infelizmente (ou felizmente) eu não os possuo, pois do contrário eles teriam namorado mais do que lutado... De qualquer forma, eles são propriedade de Kurumada, Toei e Bandai.
Resumo: Afrodite inventa uma poderosa poção do amor! Mas muitos copos serão trocados até ele conseguir acertar o do seu amado cavaleiro de Câncer!
Capítulo 6 – Shura e Shina!
- Saiam da frente que lá vou eu!!! – Aldebaran correu para a piscina e deu uma senhora bomba, espirrando água em todas as direções. E não foi pouca, diga-se de passagem.
- Droga! Quem foi..?! – Mu, que estava tomando sol perto dali, sentou-se na cadeira, danado da vida quando seu bem cuidado cabelo ficou totalmente encharcado e colado ao seu rosto.
- Ora, ora, o que temos aqui... Um monte de cabelos falante... – Shaka chegou, afastando com os dedos a franja molhada de Mu, descobrindo o rosto do cavaleiro, vermelho de raiva. – Ah, não! É só o carneiro mais esperto do Santuário... – Riu com deboche. Sentando-se na cadeira ao lado da de Mu, Virgem cruzou as pernas e observou displicentemente a agitação na piscina, ignorando solenemente o cavaleiro de Áries.
Ajeitando os cabelos atrás da orelha, Mu resolveu tirar aquilo a limpo. – Escute aqui, Shaka... Desde que retornamos do Inferno você está me tratando desse jeito, posso saber o que foi que eu fiz?! Acho que eu tenho o direito de saber porque é que o senhor está zangado comigo...
O loiro tirou os óculos pela primeira vez na viagem, abriu os olhos e encarou fixamente o cavaleiro a sua frente. – Nada. Você não fez na-da. Você nunca faz NA-DA! – Levantou-se e foi embora, deixando Mu com os olhos arregalados.
O tibetano vinha travando uma guerra inexplicável com o cavaleiro de Virgem, desde que o passeio começara. Shaka procurava evita-lo, mas sempre que se cruzavam, o loiro não perdia uma chance de provocá-lo. Aquilo o estava deixando intrigado, além de furioso com as farpas vindas daquele que sempre fora seu melhor amigo!
Mu recostou-se na cadeira novamente. Definitivamente, isso era um mistério, a não ser que...
O rosto do ariano ficou vermelho. Será que Shaka estava irritado por que havia percebido? "Essa não, e agora?" Mu pensou aflito.
Sua aflição foi substituída por um estado de alerta, que se instaurou assim que Afrodite apareceu, todo vaporoso, no convés.
Peixes deu um encontrão em Shaka, que passou por ele irritadíssimo. Tentou pedir desculpas, mas o indiano o empurrou, impaciente, e continuou seu caminho.
- Eu hein?! O que é que essa biba tem?! Que estresse!!! – Afrodite não teve como fugir do olhar inquisitivo de Mu. Sorrindo, irritou mais ainda Áries com seu comentário. – Eu acho que "alguém" tinha que dar um jeito nesse monge UR-GEN-TE! Ele está precisando mesmo é de uma boa trep...
- AFRODITE! – Mu gritou, trincando os dentes de raiva. – Olha como fala do Shaka!
- Oh, sim, eu sei que ele é Virgem, e puro, e toda aquela história de Buda, mas... – Afrodite revirou os olhos, impaciente. – Isso não é vida!
Tentando segurar sua raiva, Áries respirou fundo, e procurou falar com calma. - Eu estava mesmo querendo falar com você, sobre o que aconteceu com Ikki e June ontem...
Afrodite deu um passo atrás, pensando em fugir do interrogatório, mas achou melhor não demonstrar que devia alguma coisa. – Ah, sim... fiquei sabendo vagamente da história... Parece que eles se acertaram, não é? Se você quer saber, foi bom para os dois, o Ikki já estava irritado com o fato do irmão ter ...
- Chega! – Mu o interrompeu, impaciente. – Como você ficou sabendo "vagamente", se o Shura e a Shina me disseram que você estava lá, quando tudo aconteceu?
Peixes torceu o tecido da sua bela saída de praia verde-água entre as mãos, nervoso. – Bem, na verdade eu não vi nada, eu só passei por ali por um instante, vi que tinha acontecido um acidente enquanto eles jogavam, e me ofereci para pegar uns sais para ajudar a pobrezinha, mas quando voltei, ela já estava bem!
- Sais, hum? – Mu olhou desconfiado para ele. Nesse momento, Afrodite foi salvo por Saori, que estava na piscina com Seiya, que o chamou para perguntar algo. Peixes deu um aceno breve para Áries, e saiu rapidamente.
"Isso não vai ficar assim..." O tibetano mordeu o lábio, irritado.
* * *
No final da tarde, Saori convocou todos os cavaleiros e amazonas para avisar-lhes que jantariam em terra firme. Todos se animaram com a expectativa de um passeio diferente, e foram se arrumar com suas melhores roupas.
Ao desembarcarem, viram que Atena havia programado outra surpresa. Seus funcionários da Fundação em terra haviam providenciado três limusines para levá-los onde quisessem. Como a cidade era uma das mais animadas do passeio, todos decidiram ir a uma boate após o jantar, para terminar a noite.
O restaurante era maravilhoso, bem como a comida, típica. Todos se sentaram numa grande mesa, e a conversa foi animada. Os casais pareciam extremamente felizes, até Ikki parecia ter esquecido da rixa com Hyoga por causa de Shun, tão encantado estava com June.
Afrodite olhou curioso para a amazona de Camaleão. Ele achou estranho que a moça ainda estivesse com Fênix, mesmo depois do efeito da poção ter passado. Ele imaginara que ela não estava nem um pouco interessada no cavaleiro de bronze, mas aparentemente, Ikki havia provado à loira que tinha muita coisa para oferecer.
Depois, Peixes observou seu amado italiano, sentado do lado oposto da mesa. Observou seus cabelos azuis, seus olhos do mesmo tom, seu sorriso branco que se destacava em sua pele bronzeada, e suspirou tristemente. Aquilo já estava levando mais tempo do que ele tinha planejado.
Não que estivesse de todo ruim. No fundo, ele se sentia orgulhoso por ter unido aqueles casais. Não via maldade naquilo, pelo contrário, achava até muito saudável. A vida deles naquele Santuário era tão solitária...
Depois de comerem, todos saíram nos carros, atacando as garrafas de champanhe que estavam no frigobar. Foram para a boate, onde entraram com convites que Saori também já havia providenciado. O ambiente era agradável, e as músicas, agitadas. Alguns cavaleiros, como Kamus, Shiryu, Mu e Shaka, ficaram sentados a noite toda, só conversando e observando o movimento. Já os casais trataram logo de ir para a pista de dança, onde se divertiram muito. Já outros, como Aldebaran, Miro e Máscara, tiraram a noite para beber e contar piadas. Kanon e Saga davam umas sumidas de vez em quando, o que deixava todo mundo preocupado, porque ninguém sabia ao certo o que os dois gêmeos poderiam aprontar. Shina, depois de ter se dado tão bem com Shura no jogo, gastava boa parte do tempo com ele, uma vez que agora era a única mulher desacompanhada do passeio.
Afrodite estava sentado só no bar, observando tudo e tentando se conformar que, ali dentro, era arriscado demais usar sua poção.
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Os últimos a saírem da boate foram Máscara, Shura, Miro, Kamus, Shina e Afrodite. Os homens estavam se divertindo muito, e decidiram ficar mais um pouco. Já Shina acabou ficando com os rapazes, uma vez que as amigas já tinham ido. Os casais foram embora logo na primeira limusine que partira. A segunda tinha levado Saga, Kanon, Mu, Aldebaran, Shiryu e um irritadíssimo Shaka, que não via a hora de voltar para a tranqüilidade do seu quarto.
Afrodite estava cansado, e só tinha ficado mesmo na esperança de ainda ter alguma chance de colocar a poção no copo de Máscara ainda essa noite, o que estava começando a parecer impossível.
Ao saírem, Miro, que já estava um tanto quanto alcoolizado, começou a tatear os bolsos, achando que tinha perdido a carteira, e os outros pararam para ajudá-lo. Impaciente, Afrodite foi para o carro, batendo no vidro de leve para que o motorista abrisse a porta.
Mas, ao entrar na limusine, Peixes teve uma idéia genial. Abrindo o frigobar do carro, encontrou uma garrafa de champanhe que restara. Rápido, tratou de estourar a bebida. Ao ouvir o estampido, Máscara colocou a cabeça dentro do carro. - Ei! Ainda tem champanhe?
- Claro! – Afrodite sorriu docemente. – Chame o pessoal, enquanto eu vou servindo. – Tratou de servir uma taça generosa do líquido, e despejou outra quantia igualmente farta da poção. O champanhe fervilhou mais do que o normal.
O primeiro a entrar no carro foi Miro, dando risada e sendo empurrado por Kamus.
- Seu cabeçudo! – Aquário reclamou. – Olha bem da próxima vez onde você coloca essa carteira!
- Mas Kamus... – Miro soluçou, enquanto se sentava de frente para Afrodite. – Ela estava bem guardada!
- Na sua cueca!? – Kamus gritou, inconformado, sentando-se ao lado de Afrodite.
Peixes deu risada. – Isso explica o volume na frente das calças dele!
Logo em seguida, Shina entrou. A amazona, que também já estava um pouco alegre devido à bebida, ao ver a taça de champanhe estendida convidativamente na mão do cavaleiro de Peixes, foi logo tomando-a da mão do coitado. – Oba! Champanhe!!! – Mas Shura, que entrou logo atrás dela, tirou a taça da moça antes que ela pudesse tomar um gole do líquido.
- Ei, chega! – Capricórnio exclamou, divertido, sentando-se ao lado de Shina, que ficou entre ele e o Escorpião. – Além do mais, você não vai poder beber isso, a não ser que se disponha a tirar essa máscara aqui na frente de todo mundo. – Havia uma leve insinuação na frase do espanhol, habilmente disfarçada pelo seu tom divertido.
Cobra fez beicinho, mas não reclamou. Afinal, Shura estava certo. Durante a noite, todas as vezes que ele quis tomar alguma coisa, teve que se refugiar em alguma lugar onde ninguém pudesse vê-la, geralmente, o banheiro.
Já Afrodite olhou espantado sua poção passar de mão em mão. Quando se recuperou do susto, tentou recupera-la, avançando na direção de Shura. – Ei, isso é meu!!! Me dá...
Tarde demais. Capricórnio tomou mais da metade do conteúdo da taça. Passou a língua pelos lábios. – Já era.
- NÃO! SEU... – Afrodite estava rubro de ódio, suas narinas dilatadas deixando escapar sua respiração raivosa, seus punhos tão fechados que as unhas machucavam a palma de suas mãos. Viu Shura terminar de sorver o líquido borbulhante. – Isso era meu!
Nesse momento, Máscara da Morte entrou na limusine. – Ei, você está com a garrafa quase cheia aí contigo, porque o escândalo?! Serve outro copo!
Peixes olhou desolado para o seu objeto de desejo e, sem que pudesse evitar, seus olhos encheram-se de lágrimas, que não chegaram a escorrer.
- Ei, que foi? – Máscara abrandou o tom de voz, ao ver o semblante do amigo. – Aconteceu alguma coisa?
A preocupação na voz do italiano só fez com que Afrodite ficasse mais chateado, mas não abriu a boca para reclamar. Serviu duas taças, uma para ele e outra para Câncer, e ficou esperando pelo pior, que não demoraria a acontecer. E ele seria obrigado a presenciar novamente.
O motorista embrenhou-se pelas ruas não muito movimentadas, devido ao horário, e logo pegaram o rumo da orla.
Kamus havia fechado os olhos, impassível, talvez esperando que assim ninguém o incomodasse. Já Miro havia finalmente sossegado, e encostou a testa no vidro do carro, olhando as luzes lá fora. Shina sentava-se ereta entre o cavaleiro de Escorpião e o de Capricórnio, pensativa.
De repente, Shura desabotoou os primeiros botões da camisa preta que usava, afastando a gola de seu pescoço. – Caras, que calor insuportável!
"Vai começar a palhaçada!" Afrodite pensou, triste.
- Quê isso, Shura, o ar condicionado está ligado no último! – Máscara comentou, surpreso.
- O ar dessa droga está quebrado, sou eu que estou esfriando o lugar! – Kamus resmungou.
- Olha, Kamus, você vai me desculpar, mas o seu poder já não está lá grande coisa... – Shura se abanou com a mão. Olhando para Shina ao seu lado, viu que a moça se encolhia de frio, como que para confirmar o comentário de Kamus. Será que ele estava doente? – Ou então estou com febre... – Comentou e desviou os olhos da amazona, mas, não resistindo, voltou a observá-la, notando como o seu colo, que o generoso decote deixava a mostra, estava todo arrepiado. Tomado por um impulso inexplicável, ergueu o braço, passando-o sobre os ombros de Shina.
Cobra assustou-se ligeiramente com o gesto do moreno, mas não fez menção de se afastar nem de comentar nada. Ficou corada, o que felizmente foi escondido pela máscara, e deixou passar.
Mas a coisa não parou por aí. Shura começou a acariciar a pele macia do braço de Shina com um dedo, distraidamente, a princípio, para depois começar a massagear seu ombro, como se fosse a coisa mais normal do mundo. A italiana ia protestar, mas a mão do cavaleiro estava tão quente quanto ele dizia estar se sentindo, e o toque dele em sua pele estava provocando arrepios deliciosos por seu corpo. Shina suspirou, relaxando um pouco o corpo tenso.
O efeito da poção já estava começando a chegar no seu auge, e Shura, sem aviso, puxou-a de encontro ao seu corpo, sem muita delicadeza, envolvendo-a com o outro braço também. Shina protestou, dessa vez, mas o abraço estava tão apertado que ela estava até sem fôlego. – Ei! O que pensa que está fazendo?! – Sussurrou, evitando falar alto para não chamar a atenção dos outros.
Shura não respondeu. Apenas depositou um beijo breve sobre os lábios da máscara gelada da amazona. Depois, sem desviar o olhar do metal frio, mais afirmou do que perguntou. – Vou tirar isso... Tudo bem?
A italiana apenas balançou a cabeça, assentindo, mas antes que terminasse, Capricórnio já havia retirado a máscara. Shura só não a beijou naquele momento porque ficou observando o belo rosto que estava diante dele. Mas quando Shina fechou os olhos e seus lábios tremeram ligeiramente, o espanhol não resistiu e pousou seus lábios sobre os dela, acariciando-os gentilmente e sentindo a respiração quente da moça se misturar à sua.
Logo o toque delicado virou um beijo ardente, digno do temperamento dos dois. Shina entreabriu os lábios e Shura deslizou sua língua dentro da boca da amazona, provando-a, vasculhando cada recanto com paixão, mas a moça não permitiu por muito tempo. Logo sua língua estava se empurrando contra a do espanhol, brigando agora por espaço dentro da boca dele.
Afrodite baixou os olhos, revoltado. Já Máscara deixou escapar uma exclamação de surpresa, que fez com que Kamus abrisse os olhos e Miro desviasse a atenção da janela. Tanto Aquário quanto Escorpião ficaram sem palavras diante da cena.
- EH! – Miro finalmente comentou, depois de um tempo observando o casal. – Isso é que é fogo!
Shura trouxe uma das mãos até a nuca de Shina, seus dedos passeando pelos cabelos verdes exóticos da moça. Já a amazona puxava um tanto quanto rudemente as costeletas longas e negras do espanhol, trazendo o rosto dele para mais perto do seu, aprofundando mais ainda o beijo. Cada um parecia querer devorar o outro.
Capricórnio deslizou a outra mão até a cintura esbelta da Cobra, encontrando pele descoberta entre a barra da blusa justa que ela usava e o cós baixo da calça jeans. Erguendo a blusa mais um pouco, passou a acariciar a barriga lisa de Shina, sentindo os músculos definidos por muito treinamento. "Céus, essa mulher está me deixando louco!" Shura pensou, completamente excitado. "Por que demoramos tanto?!"
Shina empurrou Shura, fazendo com que ele escorregasse um pouco no couro liso do banco. O cavaleiro de Ouro puxou a amazona sobre seu corpo, ajeitando-a entre suas pernas, e logo ambos estavam quase deitados sobre o banco espaçoso da limusine. Ao pobre Miro, só restou se espremer contra a lateral do carro, olhando tudo curioso, mas o Escorpião estava tão bêbado que não conseguiu fazer as piadinhas costumeiras, apenas se preocupava em afastar os pés de Shina, quando estes vinham em sua direção.
A amazona finalmente desviou sua atenção da boca do espanhol, passando a beijar seu pescoço, descendo até onde Shura tinha aberto a camisa, em seu ataque de calor. Shina beijou a pele bronzeada, deslizando seus dedos pela abertura da camisa preta e sentindo os pêlos macios do peito do cavaleiro fazerem cócegas na palma de sua mão.
- Hu-hum... Shura, Shina.... Será que vocês poderiam parar com isso? – Kamus perguntou, educadamente. - Vocês estão constrangendo todo mundo, aqui.
Capricórnio apenas afastou sua mão ligeiramente da cintura de Shina, e mostrou o dedo do meio para o cavaleiro de Aquário.
- Ora, seu... – Kamus desceu do pedestal. - Que pouca vergonha! Isso não se faz, é um desrespeito para conosco, seu mal educado... – Shura nem estava escutando, pois Shina tinha voltado a beijá-lo na boca, e ele aproveitou para subir sua mão um pouco mais para cima...
Nesse momento, Capricórnio esqueceu que tinha mais alguém sentado no banco, e acabou acertando um chute em Miro, que finalmente perdeu a paciência. Escorpião levantou-se, cambaleante, xingando com a voz mole. – PQP! Vocês querem namorar... tudo bem... mas me deixem... em paz! – O carro fez uma curva, e o Escorpião acabou perdendo o equilíbrio. – ÔÔÔÔÔAAAAAA!!! – Miro caiu sentado bem no colo de Kamus.
O Cavaleiro de Aquário soltou um gemido, quando Miro veio com tudo por cima dele, o cotovelo do grego quase acertando seu rosto perfeito. Máscara da Morte explodiu numa sonora gargalhada, e Afrodite continuava observando tudo com lágrimas nos olhos.
- Seu desajeitado! – Kamus reclamou, tentando empurrar o amigo para longe de si, mas Miro não conseguia se levantar, e para piorar o mau humor do francês recatado, começou a rir de novo.
- Sabe de uma coisa? – Escorpião passou um braço pelo pescoço de Aquário, enquanto encostava o indicador da outra mão bem no nariz do cavaleiro de gelo. – Você. É. Um. Chato.
- EU?! CHATO?! – Kamus ficou colérico, e tentou derrubar Miro de seus joelhos, mas quanto mais ele balançava o grego, mas este ria. Aquário chegou a se erguer do banco, mas o amigo estava tão largado que acabou tendo que se sentar de novo, com Miro esborrachado sobre ele.
- Quem é que está com pouca vergonha, agora, hein?! – Máscara perguntou, gargalhando novamente.
"Que baixaria..." Afrodite pensou infeliz. Olhando para fora do carro, viu que felizmente já haviam chegado ao cais. Assim que o carro parou, foi o primeiro a se levantar, abrindo a porta com violência e descendo do carro. Máscara da Morte pensou em segui-lo, para perguntar o que estava acontecendo, mas Kamus implorou para que ele o ajudasse a tirar Miro de cima dele.
Enquanto isso, Shura e Shina haviam dado um tempo, se recompondo, enquanto observavam os outros saírem do carro. Cobra ajeitou a blusa, nervosa. – Acho que realmente exageramos...
- É, talvez... – O espanhol parou novamente para observar o rosto bonito da amazona. – Você não vai mais usar aquilo, vai? – Shura apontou para a máscara, que agora jazia no chão do carro.
- Ah... não, acho que não... – Shina olhou o objeto, pensativa. Voltou seu olhar então para Shura, observando os olhos pequenos e violetas, tão diferentes, e os cabelos negros, revoltos. Sem dúvida, ele era um belo homem. E bem quente, também.
- Sabe de uma coisa? – A italiana perguntou, sorrindo maliciosamente. – Acho que vamos nos dar bem... – Shina abraçou-o novamente, e recomeçaram o beijo há pouco interrompido.
Kamus, que foi o último a sair, fechou a porta com um estrondo, e, contornando o carro até alcançar o motorista, perguntou, impaciente.
- O senhor está pago para trabalhar a noite toda? – O homem respondeu que sim. – Então, me faça um favor, dá mais uma volta aí pela cidade, pode gastar bem umas duas horas, tudo bem? – Aquário já ia saindo, mas lembrou- se de algo importante. – E nada de baixar o vidro, OK?
A limusine saiu devagar, levando o casal para dar um "passeio". Kamus observou o carro sumir na noite, aliviado. Como só iam partir pela manhã, não seria preciso avisar ninguém. Voltou então sua atenção para Máscara da Morte, que arrastava Miro para o navio. Correu para ajudar o amigo. Ajudar Máscara, porque se dependesse dele, Miro poderia ficar ali mesmo!
Continua
Capítulo 7 – Mu e Shaka!
Comentários da autora:
Apesar do casal desse capítulo ser Capricórnio e Cobra, não pude resistir, e acabei dando uma palhinha de Miro e Kamus. Essa sentada no colo também vai entrar para as cenas inconcebíveis...
Espero que o pessoal que estava aguardando esse capítulo tenha gostado, principalmente a Amélia. Sua fic com esse casal está ótima, atualiza logo, viu? Estou curiosa sobre quem vai ganhar a aposta.
Obrigada a todas que enviaram comentários! Eles são muito importantes.
Será que na Grécia tem limusine? Acho que não... Bem, elas eram necessárias. (risos)
Uhuuuuu! Até que enfim, no próximo capítulo, uma coisa que eu realmente amo fazer!!! (Bélier dá pulinhos de alegria)
Um abraço a todas vocês!
Bélier
