Mais um capitulo e meu teclado persiste em não por acentos. Me desculpem de novo, sim? Qualquer outro problema de gramática é culpa minha mesmo e não do computador.

Capitulo 6:

O dia seguinte estava passando bastante calmo ate. Legolas e Estel estavam mais apreensivos e a toda hora olhavam para os lados como se esperando sair de detrás de uma arvore um monstro ou outro bicho parecido. O homem, porem, que os atacara na noite anterior não era nenhuma criatura horrenda. Era sim, um homem bastante inteligente e perigoso.

Como se dando conta de que não adiantaria ficar o dia inteiro irrequieto esperando o pior, Estel levou Legolas ate um pequeno lago que o grande rio formava na floresta e se deixou apreciar a bela vista que a floresta lhe oferecia tão gentilmente. Legolas, que ainda saltitava como uma criança feliz quando ganha o presente que queria, se dirigiu ate a beira do lago, tirou os tênis e as meias, levantou a calça e se sentou na borda do lago com os pés dentro d'água.

Estel pegou a mochila do amigo que ficara esquecida perto de uma das muitas arvores que tinham ali e a trouxe para perto da sua. Feito isso, se recostou num tronco de arvore e ficou olhando seu novo amigo brincando com os peixes do lago. Logo, ele estava com seus olhos fechados apenas sentindo a natureza a sua volta.

Foi quando ele começou a ouvir uma melodia baixa e maravilhosa vinda da sua frente. Estel sorriu. A musica o fazia lembrar de seu pai e seus irmãos. Eles também cantavam musicas com esse mesmo tom delicado e encantador. Ele sempre se perguntara o porque de eles conseguirem fazer isso e ele nem chegar perto. Era fato que ele era adotado, mas nunca ele ouvira vozes tão belas quando as das deles. E agora, Estel podia claramente ouvir uma voz que rivalizava com aquelas que ele achava serem as mais bonitas.

A canção continuou. Ela falava da floresta, das arvores e do medo de elas se acabarem. Ela falava também de tempos distantes onde homem e natureza conviviam harmoniosamente. E falava, principalmente de saudade, de uma saudade inexplicável. De uma saudade tão grande que faria contorcer o coração mais gelado. Ela porem, não afetou Estel do mesmo jeito que afetaria uma pessoa normal. Estel não tinha um coração gelado, mas a saudade de que a musica falava também havia se estalado em seu coração havia muito, por isso, ele acabara se acostumando com ela e não sentiu tanto o desespero de seu entonador.

Legolas balançava os pés na água enquanto cantarolava o que lhe vinha a mente. Era bom que Estel estivesse vendo suas costas e não seus olhos,pensou Legolas, porque eles, naquele momento, tinham lagrimas cheias de tristeza. Era uma tristeza eu ele não conseguia entender, já que nunca prestara atenção nela. O que ele sabia era que as arvores estavam tristes com o rumo que o mundo estava tomando e que talvez elas não estivessem mais ali pela eternidade, como elas antes pensavam. Ele também sabia que faltava alguma parte da sua memória que era bem capaz de suprir todas as duvidas que ele tinha e ele queria lembrar. Ele queria poder ser parecido com os outros. E as lagrimas continuaram.

Estel abriu os olhos e encontrou as costas de seu amigo viradas para ele. Ele viu quando seu amigo levantou, ainda de costas, tirou a blusa e a calça e pulou dentro do lago. Estel se levantou e caminhou ate a borda aonde seu amigo estivera a poucos segundos atrás. Olhou para dentro d'água mas não viu Legolas em lugar nenhum. Esperou mais um pouco e Legolas não apareceu de volta. Estel começou a ficar um pouco preocupado e tirou a blusa para pular dentro da piscina. Quando a blusa passou na frente de seus olhos enquanto ele a puxava para cima, um par de mãos agarrou seu pe e o puxou para dentro da água, fazendo Estel dar um pequeno grito antes de saber o que tinha acontecido.

Quando Estel colocou a cabeça para fora da água, ele pode ouvir o riso melodioso de Legolas enquanto revia a cara de espanto de seu amigo quando se viu debaixo d'água.

- Não teve graça! – falou Estel tentando manter uma aparência séria enquanto via Legolas sentado de novo com os pés no lago.

- Teve MUITA graça, Estel! A sua cara foi impagável! Espera até eu contar para o Elladan e para o Elrohir como eu consegui puxar você para dentro d'água! Eles não vão deixar você esquecer dessa! Assim como eles até hoje não deixam você esquecer de seu pequeno problema com precipícios! – e Legolas continuou a rir ate Estel desistir e tentar manter a cara fechada e acabar rindo também.

- Pode rir, elfo, eu ainda pego você por isso... – falou Estel saindo da água – e eu não tenho problemas nenhum com precipícios! – a ultima tirada fez Legolas rir ainda mais.

Estranhamente, Legolas não notou quando Estel o chamou de elfo. Talvez por já ser um ato natural. Nem Estel notou quando Legolas falou de seus irmãos como se fossem amigos de longa data.

No entanto, enquanto os dois riam do caldo que Estel levou, um homem continuava os observando. Bleque percebeu antes dos dois jovens o quão ligados eles eram e, para que seu plano desse certo, era preciso que ele observasse mais um pouco aqueles dois amigos. Por isso, ele se encostou no tronco da arvore que escalara para ter uma vista melhor e tratou de observar o que tinha a volta deles e aonde estavam seus pertences. Não muito tempo depois, enquanto Legolas e Estel se divertiam na água, Bleque tramara a sua nova investida e, dessa vez, não havia porque achar que não daria certo.

Já era noite quando os dois amigos resolveram dormir. A ameaça da noite anterior ainda pairava sobre as cabeças deles e os dois não a haviam esquecido, tinham apenas a posto de lado. Porém, à noite tudo era mais perigoso e, por isso, eles resolveram de novo montar guarda e houve uma certa discussão para ver quem ficaria primeiro. Legolas parecia insistir em ser o primeiro de novo, mas Estel não estava disposto a aceitar isso.

- Estel! Vai dormir! Eu já falei que eu fico de guarda, não vai acontecer nada. – Estel suspirou.

- Legolas, ontem você ficou primeiro, nada mais justo do que agora eu ficar. Deixa de ser teimoso e vai dormir você!

E a pequena discussão continuou por um tempo, ate Estel dizer que legolas podia fazer o que quisesse, mas ele ficaria acordado. Frustrado, Legolas olhou o amigo com olhos inexpressivos. Por que Estel simplesmente não ia dormir? Era mais fácil para os dois. Estel não veria seus olhos vagos enquanto o loiro dormia e ele podia descansar depois, quando Estel estivesse mais preocupado com o amanhecer. Mas Estel não iria ceder de jeito nenhum.

Quando Legolas lhe dirigiu aquele olhar inexpressivo que carregava tantos fardos e não deixava transparecer nenhum, Estel pensou seriamente se não estava fazendo algo errado. Mas não achou nada que pudesse ter feito que tivesse chateado Legolas, por isso, achou que o que quer que fosse, não era com ele. "Vai ver", pensou ele, "ele esta com sono e quer dormir.".

- Legolas, vá descansar, você parecer estar exausto. – os olhos de Legolas trocaram de inexpressivos para como se dissessem "O que?? Aonde que eu pareço cansado para você??" e Estel teve de rir. – Tudo bem, então você não esta cansado... – Legolas balançou a cabeça pensando seriamente se seu amigo era tão são quanto parecia.

- Estel, desiste, eu não estou cansado, como você sabiamente comprovou, e não vou dormir agora. Você bem podia fazer útil esse tempo indo VOCE dormir, não? – Estel balançou a cabeça exageradamente, claramente negando a sugestão do outro.

- Noite passada você só dormiu quando já estava quase amanhecendo. Por isso, eu prefiro que você descanse mais hoje. – falou Estel em um tom sensato. Legolas se espantou.

- Como sabe que eu só foi dormir quase de manha? – Legolas começou a suar. Não, ele não poderia ter visto o loiro dormindo... Estel deu de ombros.

- Eu estava do seu lado, teria de ser cego para não ver que você ainda estava acordado. – novamente aquele tom que constatava o obvio. O que Legolas falaria sobre isso foi cortado quando Estel continuou.- Ada e meus irmãos também dormem de olhos abertos e eu já estou acostumado a ver quando estão dormindo e quando estão acordados. Como você também não foi difícil – Estel riu e continuou sem notar a cara que o loiro fazia – Eu sabia que não podia ser só eles que dormiam com os olhos abertos!

- O que? – foi a frase que Legolas conseguiu formar depois de alguns minutos quieto.

- O que o que? – perguntou de volta Estel, agora realmente preocupado com seu amigo – Legolas? – Legolas permaneceu mudo durante mais alguns minutos ate começar de novo:

- Sua família dorme de olhos abertos? – Estel fez que sim com a cabeça – E você não acha isso estranho?

- Depois de quinze anos, é de se esperar que você acabe se acostumando com isso, não?

- Mas... mas, Estel! NINGUEM dorme de olhos abertos! Isso deveria ser impossível.

- Correção: - cortou Estel – VOCE e MINHA FAMILIA dormem de olhos abertos, o que prova que isso É POSSIVEL, e talvez outros também durmam. Qual o grande problema com isso? – Estel usava agora um tom mais leve, tentando entender o nervosismo de Legolas.

- Então você não se espantou? – perguntou Legolas ainda cauteloso e Estel teve de refrear uma resposta sarcástica do tipo "Ah, claro que eu me assustei!! Você acha que pode chegar por ai e sair dormindo de olhos abertos e achar que qualquer um é capaz de fazer isso??" mas ele apenas sorriu.

- Legolas, vai dormir, eu prometo que nada vai acontecer, esta bem? E pare de se preocupar se você dorme de olhos fechados ou de olhos abertos, isso não tem realmente muita importância! – Legolas sorriu e se dirigiu ao seu saco de dormir.

Os últimos pensamentos de Legolas foi como outros também poderiam dormir de olhos abertos. Lhe fora dito que isso era um mal sinal e que ele não deveria deixar que as pessoas o vissem dormindo. No entanto, ali estava um rapaz lhe dizendo que não tinha nada demais no que ele fazia... Ah, se todos os problemas dele acabassem assim.

Estel acompanhou Legolas com o olhar ate o loiro se deitar. Depois, deixou seus olhos vagarem por entre as arvores. Ele não viu quando um pedaço de pau o acertou na nuca, o fazendo cair para frente inconsciente. Atrás de Estel, se encontrava Bleque com o pedaço de pau na mão e a face demonstrando triunfo sobre o premio que ganharia de resgate por Estel.