~Toxic~
Avisos:- Duo Pov, AU, tentativa de humor, NC-17 por conta de limes e lemons espalhados pelo fic inteiro...*Misao-chan para pra contar quantas pessoas exatamente pularam ao ler isso ^.^"*
Casais:-1x2x1, possível 3x4 (mas não prometo nada...)
Spoilers:- Nada! Esse fic é spoiler-free.
Disclaimer:- Ontem, todos os pilotos vieram à minha casa para um jogo amigável de strip poker. Estávamos comendo sorvete e não deu boa coisa... Tive de vender meus direitos autorais para comprar uma câmera e filmar tudo, ...portanto, por mais que eu tenha me divertido *^.^*, eu ainda não sou dona dos Garotos Gundam e nem nada relacionado sobre a série. Isso aqui é um trabalho de ficção sem fins lucrativos (infelizmente T_T)
Quanto ao fic:- Um monte de gente vai simplesmente ter vontade de me enforcar por que além de eu repetir meu formato "música + fic" (eu não tenho culpa se essa é a maneira com a qual trabalho melhor ^.^"), neste daqui eu me aventuro novamente nas terras da Duo POV. Ok, em caráter de esclarecimento, a idéia original da fic nasceu como uma PWP, mas como eu não consigo escrever nada que não tenha um mínimo de conteúdo...não rolou! -.-" Por outro lado, ele virou essa pecinha de cerca de 8 capítulos, com limes e lemons periódicos espalhados por toda a fic...hehehe. Meu intuito principal é que não fique um fic vulgar, e sim, sensual. Caso eu cometa o erro de cair na vulgaridade, chances são de que *eu* venha a me enforcar...
Oh sim, e a música é de autoria de Britney Spears, ou seja, nada de direitos sobre as letras também! ^.^=
***Agradecimentos a Lien Li por ser uma beta na velocidade da luz e pelos ótimos comentários***
"There's no escape
I can't wait
I need a hit
Baby give me it
You're dangerous
I'm loving it..."
Acordo com o toque de um som agudo e irritante, que só pode pertencer ao meu despertador, e um dos primeiros pensamentos que passam por minha cabeça – junto com alguns palavrões – é a certeza do fato incontestável de que, não adianta em absoluto a quantidade de dinheiro que você possua, você nunca conseguirá comprar um despertador com um toque que seja agradável. Simplesmente porque eles não existem. Provavelmente são lendas urbanas, como lobisomens e filhotes de pomba.[1]
Espreguiço-me longamente ouvindo o som de minhas próprias juntas estralando, em pelo menos cinco pontos distintos de meu corpo. Sinto o cansaço dos músculos praticamente estacionado sobre os ombros, junto a vaga sensação de que havia dormido apenas algumas poucas horas.
Claro, eu havia de fato dormido pouquíssimas horas. Duas, para ser bastante exato.
Meus pijamas não deixavam que eu mentisse, já que nesse momento eu vestia a mesma roupa que estivera usando na noite anterior, inclusive as botas, que ainda calçavam meus pés sobre os lençóis.
Eu havia chegado em um estado de esgotamento muito forte, só tive forças para cair no sono. Isso era estranho. E não me culpe por não lembrar de todos os fatos imediatamente. Ninguém possui a capacidade para fazer tal coisa logo pela manhã, pelo menos não sem a presença de um copo gigantesco de café ao lado.
Sentei-me na beirada da cama espreguiçando-me novamente e aos poucos as memórias da noite passada foram retornando a seu local de origem.
A primeira cena que retornou à minha consciência, que na realidade era uma que não havia abandonado minha mente nem por um segundo sequer, mesmo durante o sono, fora a imagem de meu primeiro encontro – minha primeira troca de olhares, na verdade – com Heero.
Analisando a situação agora, à luz do dia, apenas aquele primeiro olhar já havia sido o suficiente para hipnotizar-me de certa forma. A minha fraqueza fora tanta, que eu acabara aceitando dançar com ele – e provavelmente acabaria aceitando qualquer outra ação que ele iniciasse - sem nem mesmo receber um convite formal.
Claro que nada sairia desse pensamento, então, colocando-o de lado, deixei que os outros fatos da noite voltassem em seu próprio tempo. Decidi que definitivamente precisava de um banho e uma bela xícara de café, para realmente começar o dia, e ser considerado um jogador no time dos vivos.
Tomei um banho rápido, aproveitando para lavar com cuidado meu cabelo, que agora possuía um cheiro que era uma mistura de cigarro, bebida e suor, típico resultado de uma noite em uma danceteria. Eu simplesmente odiava que meu cabelo tivesse um cheiro ruim, por isso levei um tempo extra na tarefa, passando xampu duas vezes, como dizia no rótulo do produto. E não é que os resultados eram realmente melhores?
Trancei toda a extensão das mechas, ainda molhadas, com eficiência, enquanto esperava que a cafeteira terminasse de preparar o café. Só o cheiro do líquido escuro já era o suficiente para acordar mais da metade de minhas células cerebrais. E assim, ao tempo em que cheguei a minha sala no edifício da Corporação, com três xícaras da substância já depositadas em meu estomago, já me sentia como um ser humano novamente.
Felizmente, as manhãs de sábado eram consideravelmente tranqüilas no escritório, porque definitivamente hoje não seria um dia muito produtivo em minha sala. Depois de algumas poucas horas sentado à frente de minha máquina, simplesmente olhando para os gráficos na tela sem realmente ver nada que se passava diante de meus olhos, resolvi abandonar a encenação, e admitir de uma vez para mim mesmo que estava pensando em Heero.
A esta altura do dia, eu já estava em estado de plena consciência, o que em outras palavras significava que, absolutamente, todas as memórias da noite passada agora giravam em minha mente formando um filme agradável, que eu parecia não me cansar de ver e rever uma vez atrás da outra.
Claro que, analisando a situação, nem tudo em meu comportamento durante aqueles acontecimentos me agradava... de forma alguma. Eu ainda sentia uma forte indignação por parte do que eu mesmo tinha feito. Mas no fundo, era como...colocar uma colher diretamente da boca dentro de um pote de sorvete – errado, mas incrivelmente prazeroso.
Quem inventou o ditado que diz que "mente vazia é a oficina do diabo", provavelmente esqueceu de citar que as mãos faziam parte do processo. Digo isso por que, sem que eu tivesse consciência completa do que estava fazendo, uma de minhas mãos havia escorregado para a parte de frente de minha calça, esfregando com alguma insistência, impulsionada pela memória do toque que eu recebera de Heero a apenas algumas horas atrás.
Eu teria um belo episódio de fetiche, realizado em meu próprio escritório, se Quatre não tivesse escolhido aquele exato momento para entrar em minha sala. Sem bater.
Praticamente pulei da cadeira em susto, e disfarcei da melhor maneira possível, colocando a minha outra mão sobre a mesa, enquanto a mão previamente ocupada, agora preenchia-se com a tarefa de fechar meu zíper. Dei um amplo sorriso. Não há porque desconfiar de um cara sorridente com uma das mãos em cima de sua mesa , certo?
'Bom dia Duo, estou interrompendo alguma coisa?', Quatre perguntou, sorrindo em minha direção enquanto fechava a porta atrás de si.
'Não, não está interrompendo nada', respondi casualmente, agora juntando a minha outra mão a sua companheira em cima de mesa. 'Então, quais são as novidades que você me traz nessa linda manhã de sábado, Quatre?', perguntei com o melhor de meus sorrisos descarados, daqueles típicos de quem tem, obviamente, algo para contar, mas quer que a outra pessoa pergunte antes.
'Eu é que pergunto. Como você voltou pra casa ontem?', meu amigo perguntou.
'De táxi.', respondi enquanto fechava algumas planilhas do computador. Eu não ia fazer nada com essa droga de qualquer forma.
'Hmmm...', foi a resposta que recebi, e isso fez com que eu olhasse para meu sócio, por que essa resposta não era algo normal, vindo dele, em absoluto. Vendo minha expressão confusa, ele continuou o que havia começado. 'E eu aqui pensando que você tinha voltado para casa acompanhado...'
'Não!!!', falei, com mais ênfase do que o necessário, e podia até mesmo sentir o vermelho que provavelmente cobria toda minha face no momento. Olhei para o rosto de Quatre e ele sorria maliciosamente em minha direção. Eu sabia que não poderia esconder nada dele, então, com um longo suspiro de resignação, resolvi colocar as cartas na mesa de uma vez. 'O que você viu?'
'Ora, eu? Não vi nada...', ele falou com um tom de desinteresse falso, 'Nada que o resto da danceteria também não tenha visto, junto comigo!'
Eu afundei na cadeira. Literalmente. Imaginei se o vão embaixo da mesa teria espaço o suficiente para eu me esconder, mas descartei a idéia rapidamente, raciocinando que Quatre provavelmente colocaria a cabeça debaixo da mesa apenas para ter o prazer de rir na minha cara.
'Certo, certo', resolvi tentar mudar de assunto, 'mas você veio aqui só pra me dizer isso?'
'Não, na verdade eu vim aqui para te avisar que o prédio vai estar sendo detetizado hoje, então todos sairão mais cedo', ele respondeu, olhando para o relógio de pulso, 'e também que hoje, é o seu dia de decidir aonde iremos a noite, então eu espero que você tenha planos...excitantes para nós.'
Ele havia feito alguma insinuação ou era apenas minha imaginação? 'O que você quer dizer com "excitantes"?', resolvi me certificar.
'Oh nada', ele respondeu casualmente, enquanto dirigia-se a porta de meu escritório, 'apenas planeje algo divertido certo?'. E ao sinal de positivo que dei com a cabeça, ele abriu a porta e saiu no corredor. 'E Duo', ele voltou-se, deixando apenas a cabeça visível atrás da porta. 'Sim?', respondi. 'Aliviar as tensões do trabalho, NO ambiente de trabalho... não é muito ético.'
E com isso meu sócio desapareceu atrás da porta, rindo em alto e bom som, e deixando-me para trás com uma cor que faria muita inveja a um tomate.
Depois as pessoas dizem não entender porque cadáveres aparecem misteriosamente em lixeiras de grandes empresas.
Agora, eu possuía um novo problema em mãos. O que fazer com meu dia inesperadamente livre? Decidido a não gastar um dia de verão simplesmente vendo tv, resolvi que poderia correr no parque. Corridas, eram meu esporte favorito e eu ainda conseguia praticá-lo com alguma freqüência. Além do mais, correr ainda era ótimo para...aliviar as tensões.
Hoje eu teria de correr muito.
Passei por meu apartamento apenas para trocar de roupa e pegar uma garrafa de água. Quinze minutos depois, abandonei minha vizinhança, vestindo um shorts de lycra preto e uma camiseta regata verde [2], roupas confortáveis para que eu pudesse correr durante a tarde toda, se fosse meu desejo.
Deixei meu veículo seguro no estacionamento do parque, e pus-me a correr na pista, indo na direção na qual eu sabia que haveria uma quantidade menor de pessoas. Era sempre bom ter mais espaço para correr no seu próprio ritmo.
Não sei exatamente explicar qual parte da prática da corrida é a mais satisfatória. Talvez seja o vento no seu rosto, talvez seja a velocidade, talvez sejam as tais endorfinas ou uma mistura de todos esses elementos. O fato é que, após meia hora de exercício, eu já me sentia como uma pessoa renovada, os problemas do emprego e de noites mal dormidas completamente esquecidos.
Parei para dar ao meu corpo a água que ele tanto necessitava naquele momento, quando fui puxado na direção de uma moita alta que forrava um dos lados da pista de corrida. O susto do movimento inesperado fez com que eu perdesse o equilíbrio e caísse de costas no chão.
Olhei para cima pronto para assaltar, verbalmente, quem quer que tivesse sido idiota o suficiente para me puxar daquela forma, e foi quando vi o rosto inconfundível de Heero, olhando para mim.
Ele usava calças cargo de uma cor khaki, uma camiseta regata branca, e óculos escuros. O único comentário solitário que passou por minha mente, foi que óculos escuros que deixassem uma pessoa sexy daquela forma, deveriam ser proibidos pelo bem da nação.
Ele então retirou os óculos do rosto e fitou-me por completo.
E eu corrigi meus pensamentos prévios, porque os óculos, neste caso, eram apenas um atrativo a mais. Heero era quem deveria ser proibido de sair na rua.
Levantei meu corpo apenas o suficiente para me arrastar até uma arvore próxima e apoiar minhas costas em seu tronco, porque eu sinceramente não confiava na habilidade de minhas pernas, para me sustentarem naquele instante. Em nenhum momento eu tirei os olhos da direção de Heero, afinal, poderia ser apenas um sonho, pronto para sumir assim que eu me atrevesse a piscar.
'Duo', ele falou, naquele tom grave de voz que já continha em si o poder de me arrepiar por completo, 'que coincidência encontrar você por aqui.' Ele continuou, caminhando lentamente até o pé da arvore, aonde eu me encontrava, e abaixando-se nas duas pernas, próximo a mim.
'Ah, mesmo?', respondi. Certo, não uma de minhas melhores frases. Mas ele estava se aproximando mais e mais, e a situação era – para dizer o mínimo – enervante.
'Na verdade não', ele respondeu ajoelhando-se ao meu lado, e antes que eu pudesse perguntar qual era o significado dessas palavras, ele colocou um dedo na parte de cima de meu peito, na parte que não era coberta pela camiseta. Seu dedo foi descendo lentamente, enquanto ele continuava. 'Eu já sabia que cedo ou tarde, nos encontraríamos novamente'.
'Um bocado cedo, eu diria', respondi, mas não tive sequer tempo de rir de minha própria piada, e nem mesmo de me perguntar qual seria a intenção daquele dedo, porque em seguida, a mão de Heero havia alcançado o meio de minhas pernas, e ali pousou mais do que decididamente. Soltei um pequeno som de surpresa, que fez com que ele também desse um pequeno riso breve.
'Não tão cedo quanto eu gostaria', ele respondeu ao meu comentário, mexendo a mão com firmeza entre minhas coxas, enquanto eu voltava toda a minha concentração em tomar fôlego com a maior rapidez possível, ação que eu esperava que fosse capaz de conter o gemido que estava prestes a me escapar.
'Sabe Duo', ele continuou, olhando diretamente em meus olhos, falando e mexendo sua mão sem piedade em movimentos para cima e para baixo - aparentemente inconsciente do fato de que estávamos fazendo aquilo a vista de qualquer um que passasse pelo local - 'ontem, foi uma noite muito interessante'. Ele parou para sorrir e deixar que sua mão descendesse mais alguns centímetros, indo agora para território ainda mais "perigoso".
E dessa vez eu não pude conter o gemido, que realmente escapou meus lábios. Como poderia? Talvez se fosse apenas a mão, ou apenas o sorriso. Os dois juntos, era mais do que minha mente conseguia suportar.
'Eu espero que possamos continuar o que começamos ontem', ele falou, ainda esfregando sua mão, agora em um ritmo ainda mais rápido, pela frente de meu shorts.
'Aaahhh..a-agora?', respondi, olhos praticamente virando nas órbitas.
Ele parou por um momento, e sua mão livre pegou alguma coisa próxima, que eu não consegui identificar. Heero fitou-me por inteiro novamente, e então respondeu, 'Não agora. Tudo tem sua hora, portanto tenha calma'. E antes que eu tivesse tempo de dizer qualquer coisa, o objeto que ele tinha em sua mão revelou-se como minha garrafa de água, que felizmente não era gelada, porque seu conteúdo foi completamente despejado sobre meu rosto.
Imediatamente bati em sua mão, jogando a garrafa longe e, dessa vez, consegui reunir indignação a tempo para dizer alguma coisa. 'Mas que diabos você pensa que esta fazendo?', gritei.
Heero levantou-se, com a maior naturalidade do mundo, e respondeu. 'Eu só estava pensando em dar a mim mesmo uma prévia do quão incrivelmente sexy você ficaria, quando molhado.' E com isso ele colocou seu par de óculos escuros de volta no rosto, e sorriu novamente olhando para mim, um ser completamente sem reação. E molhado, ainda por cima.
Abri a boca para falar alguma coisa, e mais uma vez, antes que meu próprio cérebro assimilasse a pergunta, Heero saiu-se com a resposta, enquanto dava as costas para mim, e saia caminhando. 'Em breve', foram suas únicas palavras.
Passei uma de minhas mãos para afastar os cabelos colados ao rosto com a água, e o pouco tempo que esse movimento levou, foi o suficiente para que ele sumisse de meu plano de visão.
Fiquei durante pelo menos trinta minutos sentado na grama, as costas apoiadas na árvore. Primeiro porque lycra é um tecido extremamente revelador, e levantar-me da maneira que eu me encontrava, logo após a saída de Heero, poderia até fazer com que eu fosse parar na delegacia, sem contar o embaraço total e completo. Mas esse não fora o único motivo pelo qual eu havia permanecido imóvel naquele local.
Eu queria pensar. Pensar de que forma exatamente eu tinha chegado ao estado no qual encontrava-me naquele exato momento: reduzido a um punhado de nervos em frangalhos e tensão sexual mal resolvida.
Tentei raciocinar, tentei lembrar, chegar a alguma conclusão sobre como, literalmente de um dia para o outro, eu havia passado de um executivo correto com uma vidinha que ultrapassava o pacato, para algum tipo de pervertido que aceita favores sexuais no meio de um parque público.
Logicamente eu não cheguei a qualquer resposta. A não ser uma.
Eu precisava ver Heero novamente.
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Fim do Capitulo II
[1] Teoria totalmente by Misao-chan. Filhotes de pomba não existem! Elas já
devem nascer adultas e feiosas. E só acredito no contrario se alguém me
provar...hehehe XD. Me mostre um filhote de pomba e te darei os créditos.
[2] Eu não pude resistir, e tive que colocar a roupa tradicional do Heero em alguma lugar dessa fic. Por um golpe do meu senso de humor transviado aplicado a enredos, foi o Duo que vestiu a camisa – e o shorts também! XD
