~Toxic~
Avisos:- Duo Pov, AU, tentativa de humor, NC-17 por conta de limes e lemons espalhados pelo fic inteiro...*Misao-chan para pra contar quantas pessoas exatamente pularam ao ler isso ^.^"*
Casais:-1x2x1, possível 3x4 (mas não prometo nada...)
Spoilers:- Nada! Esse fic é spoiler-free.
Disclaimer:- Ontem, todos os pilotos vieram à minha casa para um jogo amigável de strip poker. Estávamos comendo sorvete e não deu boa coisa... Tive de vender meus direitos autorais para comprar uma câmera e filmar tudo, ...portanto, por mais que eu tenha me divertido *^.^*, eu ainda não sou dona dos Garotos Gundam e nem nada relacionado sobre a série. Isso aqui é um trabalho de ficção sem fins lucrativos (infelizmente T_T)
Quanto ao fic:- Um monte de gente vai simplesmente ter vontade de me enforcar por que além de eu repetir meu formato "música + fic" (eu não tenho culpa se essa é a maneira com a qual trabalho melhor ^.^"), neste daqui eu me aventuro novamente nas terras da Duo POV. Ok, em caráter de esclarecimento, a idéia original da fic nasceu como uma PWP, mas como eu não consigo escrever nada que não tenha um mínimo de conteúdo...não rolou! -.-" Por outro lado, ele virou essa pecinha de cerca de 8 capítulos, com limes e lemons periódicos espalhados por toda a fic...hehehe. Meu intuito principal é que não fique um fic vulgar, e sim, sensual. Caso eu cometa o erro de cair na vulgaridade, chances são de que *eu* venha a me enforcar...
Oh sim, e a música é de autoria de Britney Spears, ou seja, nada de direitos sobre as letras também! ^.^=
***Agradecimentos a Lien Li por ser uma beta na velocidade da luz e pelos ótimos comentários***
"Too High
Can't come down
Losing my head
Spinning round and round
Do you feel me now?..."
Sábado a noite. Diz-se que esta é a melhor noite de toda a semana. As ruas ficam iluminadas de uma forma completamente diferente do jeito que isto acontece durante o dia. À noite, até as luzes parecem coisas misteriosas e convidativas. Música parece ecoar por toda a parte. Até o cheiro da cidade torna-se diferente, depois que o sol se põe no horizonte.
A muito tempo nada disso parecia ter qualquer tipo de efeito sobre mim. Por que então, hoje, entre todas as noites, eu sentia todas essas mudanças no ambiente, como se eu fosse algum tipo de... "virgem da noite"?
É simples. Tudo isso resume-se ao fato de que hoje sinto-me como alguém que está realmente saindo na noite. Para a noite. Como eu já não fazia a alguns anos. Trata-se muito mais de um estado de espírito do que uma atitude, na verdade.
De certa forma, eu tenho me concentrado tão completamente em meu trabalho e obrigações, que acabei por me fechar para todas as demais coisas, incluindo meu próprio entretenimento e diversão.
Havia um bom tempo que eu já não fazia nada pelo simples e puro prazer de fazê-lo. E hoje, seria uma noite para esse tipo de comportamento.
Convidei Quatre para que fossemos novamente à "SPY". Usei a desculpa de estar convidando-o, porque hoje era a minha vez de bolar o programa, e eu estava me sentindo sem criatividade para pensar em qualquer outro lugar. Obviamente meu amigo não engoliu tal conversa. O risinho nos lábios, e olhos, dele me diziam que ele sabia exatamente a razão pela qual eu queria ir aquele lugar especificamente. Estaria assim tão óbvio?
Quase sucumbi a vontade de cancelar a idéia toda. De ligar para Quatre na última hora e dizer-lhe que tinha comido algo que havia me feito mal, ou simplesmente deixá-lo buzinando como um idiota na porta do meu prédio, sem nunca descer para atender a seu chamado. Oras, ele havia me feito passar muita vergonha nos últimos dois dias. Quem pode me culpar por planejar uma pequena vingancinha?
Mas eu não cancelei a idéia. Primeiro, porque Quatre era meu amigo, e eu, por mais divertido que a idéia pudesse parecer, não podia estragar sua noite. Não seria justo da minha parte. E em segundo, eu também tinha um compromisso ao qual não poderia faltar. Certo, não era um compromisso marcado formalmente... por todos os diabos, não era sequer um encontro certo... não era nada... mas eu sentia como se fosse ver Heero, e não podia deixar a oportunidade passar.
Seguir suas emoções certo? Alguém me disse isso uma vez... e apesar de não me lembrar a quem exatamente essa frase pertencia, eu sentia que ela caía como uma luva na atual situação. E assim decidi levar o plano adiante.
Quatre, como sempre, me pegou exatamente no horário combinado. Não sem antes fazer um pequeno (grande) escândalo, com a ajuda da buzina, na porta de meu prédio. Eu acho que meus vizinhos nem sequer se importavam mais. Eu, por outro lado, poderia viver muito bem sem mais essa vergonha sendo creditada em minha ficha.
De qualquer forma, pude perdoá-lo com facilidade, porque chegando ao local, meu sócio tirou alegremente dois convites do bolso. Convites para a área VIP do estabelecimento, idênticos aos que tínhamos utilizado na noite anterior. 'De onde surgiu isso? Eu pensei que você tinha apenas dois' , perguntei, enquanto examinava os ingressos com os olhos, enquanto estes balançavam na mão de meu amigo.
'É...eu acho que contei errado, e ainda tinha esses sobrando na minha gaveta...', ele me respondeu, com um sorrisinho estampado na cara que praticamente gritava que aquilo era uma mentira, e me desafiando a investigar mais a fundo. Não lhe dei o prazer, e simplesmente arranquei os ingressos de sua mão, descendo do carro ao mesmo tempo.
'Hey, volte aqui!', ele gritou, e logo estava atrás de mim, para que juntos pudéssemos entrar na danceteria. Hoje, o local parecia ainda mais lotado do que na noite anterior, e, considerando que sábado é a noite de maior movimento em casas do tipo, esse fato não era realmente uma surpresa.
Quatre não esperou que eu recusasse seu pedido para dançar, e separou-se de mim antes mesmo de fazer a pergunta. Ele sabia qual era o meu real objetivo vindo aqui. Como disse antes, grandes amigos tem essa capacidade irritante de adivinhar seus passos, e o risinho que eu havia recebido anteriormente, no momento em que sugeri a "SPY" como programa, me dizia que eu não poderia enganá-lo nem que quisesse.
Para minha surpresa , meu sócio parecia ter planos próprios para concretizar pelo local. Mais do que rapidamente, ele encontrou para si um par, que eu reconheci como sendo o cara com quem ele havia dançado na noite anterior, quando nos separamos, antes que eu, por minha vez, encontrasse Heero.
Mas que belo amigo o meu... eu aqui, me envolvendo com um sujeito perigosamente escorregadio, me comportando de uma maneira, pra dizer o mínimo, anormal, e ele se importando com seus próprios problemas... bom, melhor que fosse assim. Quanto menos comentários sarcásticos eu tivesse que agüentar, melhor. E quem sabe eu mesmo não tivesse alguns comentários maldosos para fazer no outro dia?
Outra das vantagens que só uma amizade velha pode te proporcionar: tiração de sarro mútua!
Esquecendo meu sócio, passei pelo procedimento de checar toda a pista de dança e o bar com os olhos, esperando encontrar um certo indivíduo. Eu sabia que conseguiria avistá-lo, independentemente da distância que houvesse entre nós. Heero é o tipo de pessoa que se sobressai numa multidão com uma facilidade incrível. Pelo menos aos meus olhos, isto é.
Refiz a rotina cerca de três vezes, e com algum desapontamento percebi que, definitivamente, Heero não estava em nenhum lugar visível. Resolvi então que seria melhor que eu me colocasse em um local visível.
Com a sorte ao meu lado, consegui ocupar exatamente o lugar do bar no qual havia estado na noite anterior. Isso era perfeito. Agora, caso Heero quisesse me encontrar, não haveria qualquer dificuldade. Por um momento pensei que minha atitude era extremamente idiota, ainda mais considerando que nas vezes anteriores, na qual ele havia me encontrado, nenhum esforço aparente da parte dele havia sido envolvido no processo. Era como se ele soubesse aonde eu estaria, a que horas e como, com uma precisão praticamente britânica.
Seria isso verdade? Afinal, que tipo de pessoa Heero teria de ser para saber exatamente hora e local exatos do meu aparecimento? Raciocinei que essa era a real situação na qual me encontrava: eu estava esperando por alguém que sabia aonde eu estaria, sem que o contrario fosse verdade.
A impossibilidade do fato me deixou um tanto assustado, e resolvi que por hora seria melhor descartar tal pensamento. Uma bebida ajudaria nesse caso.
Chamei pelo barman, e notei que não tratava-se do rapaz da noite anterior. Definitivamente não. O barman de hoje era um rapaz alto, de olhos profundamente azuis e cabelos loiros como os primeiros raios de sol da manhã. Era uma visão e tanto. Ele me olhou, e sorriu. Realmente, uma visão privilegiada.
'No que eu posso ajudá-lo?', falou o rapaz.
'Você pode me servir o que tiver de mais forte embaixo do seu balcão.', respondi com um sorriso de minha parte.
Ele eficientemente colocou um pequeno copo a minha frente. O suficiente para uma dose. Em seguida, passou-me uma fatia de limão e um pequeno pote de sal.
'Tequila?', perguntei um pouco incrédulo. 'Desculpe amigo, mas isso não pode ser a coisa mais forte que você tem aí.'
'Não fale sem antes provar', ele respondeu, ainda sorrindo, e despejando a dose da bebida em meu copo. Uma vez cheio, ele empurrou o objeto em minha direção, e então falou, 'Vamos, prove.'
Olhei para o barman a minha frente com um olhar sarcástico. Oras, se isso era um desafio, ele tinha acabado de desafiar a pessoa errada. Puxei o copo para mais perto e coloquei um pouco de sal na parte de trás de minha mão. Rapidamente, lambi o sal, chupei o limão, e virei com velocidade o conteúdo do copo.
E com certeza eu havia acabado de beber ácido. Por que o líquido passou deixando um rastro quente por toda a garganta, provavelmente porque não tinha restado nada pelos locais aonde ele havia passado. Surpreendentemente, passada a queimação inicial, eu me sentia estranhamente...melhor.
'O que tem nessa coisa?', perguntei.
'É minha receita secreta', o rapaz me respondeu com uma piscadela, 'mas não se preocupe, não tem nada nocivo ou ilegal na mistura', ele concluiu enquanto virava-se para atender a outros clientes.
Com a alma lavada a base de tequila, voltei a meu trabalho de busca. E novamente sai-me com um resultado nulo. Eu havia procurado por todo o local, e nem um sinal da presença de Heero podia ser detectado. Devo ter me dedicado a esta tarefa por horas, porque depois de um tempo, ao invés de ver a presença pela qual esperava, vi Quatre, vindo em minha direção, e acompanhado.
'Hey Duo', ele falou, voz alegre como a de um carneirinho solto no campo.
'Hey Quat, está se divertindo?', respondi, notando que seu acompanhante agora estava exatamente a seu lado. Dei uma avaliada rápida no rapaz. Carneirinho definitivamente gostam de lobos, é tudo o que posso dizer.
'Sim, muito.', meu amigo respondeu, olhando para seu parceiro. Este, não havia falado uma palavra sequer.
'E você é...?', resolvi quebrar o gelo de uma vez, e perguntar.
'Eu sou Trowa', ele respondeu, e chegou para mais perto de mim, com a mão a frente, para que eu pudesse cumprimentá-lo. Com a ajuda da luz que emanava do bar, agora eu podia ver a s feições do acompanhante de meu sócio com mais clareza.
Trowa era alto, mais alto do que eu ou Quatre, e, pelo que era possível ver através de sua roupa – uma calça jeans preta, bem cortada e uma camisa de seda chumbo – possuía um físico admirável também. Ele tinha cabelos castanhos, jogados para frente do rosto, no mais estranho dos penteados que, apesar disso, lhe ficava muito bem. E tinha, pelo menos um dos olhos verdes. O outro provavelmente era da mesma cor, mas eu não podia afirmar com certeza, já que o cabelo impossibilitava tal constatação.
O que posso dizer? Meu amigo tem um tremendo bom gosto.
'Trowa, este é meu melhor amigo e sócio, Duo', Quatre interveio, enquanto eu e o garoto da franja trocávamos cumprimentos. 'Muito prazer', ele respondeu, no que eu assenti com a cabeça.
'Eu vim te avisar que já vou embora. Está tarde e o dia foi cansativo', Quatre falou, 'você quer que eu te deixe em casa?'
'Não', respondi, com um certo tom de desapontamento em minha voz, 'eu vou ficar mais um pouco.'
Meu amigo provavelmente sentiu que eu não estava em um humor bom para brincadeiras, e deixou qualquer comentário, que pudesse querer escapar de sua boca, para um outro momento.
'Está bem', ele respondeu com um olhar compreensivo, 'mas deixe um recado na minha secretaria eletrônica, quando você chegar em sua casa, para eu saber que você chegou bem, ok?'
'Claro', respondi com um sorriso.
Antes que eles pudessem se retirar porém, Trowa aproximou-se um pouco de mim, o suficiente para que eu pudesse ver o outro olho , por trás de sua franja, e falou, 'Tem certeza de que não quer ir junto com a gente, Duo?', e o tom na voz dele sugeriu que aquilo era uma brincadeira com um pequeno fundo de verdade, 'pode ser divertido.'
Quatre corou até as pontas dos fios de seus cabelos, e eu não pude evitar a gargalhada que escapou meus lábios. Eu teria muito com o que sacanear meu melhor amigo assim que o final de semana acabasse. Esse cara, o Trowa, era definitivamente um dos meus.
'Não obrigado', respondi, ainda rindo. Então aproximei-me dele, e cochichei em seu ouvido, fora do alcance de audição de meu sócio, 'mas faça bom proveito por mim, sim?'
Foi a vez de Trowa soltar uma gargalhada sonora, que trouxe um sorriso a meus lábios, e uma cor ainda mais intensa a face de Quatre. Ah sim, eu teria muito o que falar para ele depois disso.
Ambos despediram-se, e eu deixei que partissem, desejando ver Trowa em breve. Esse cara provavelmente ainda iria nos trazer algumas boas surpresas, eu tinha certeza disso.
Após a saída de meus amigos, refiz a rotina de checagem, e mais uma vez não encontrei nada. Isso estava tornando-se realmente incômodo. Virei-me em minha cadeira, agora de frente para o bar, para encontrar o barman novamente próximo a mim.
'Mais uma dose?', ele falou, e eu só pude imaginar que talvez para se estar naquele local uma das características necessárias era que você fosse capaz de ler mentes.
'Claro', respondi. Em seguida, vi o rapaz colocar não um, mas dois copos sobre o balcão, que foram preenchidos rapidamente com bebida. Em seguida, ele me passou um pedaço de limão, e pegou um para si mesmo.
O barman me olhou com um pequeno sorriso, e batemos nossos copos, virando os conteúdos em sincronia. [1] Ambos soltamos um pequeno som por conta da queimação do líquido, e em seguida olhamo-nos e rimos. Eu havia simpatizado com ele.
'Eu sou Milliardo, mas todos por aqui me chamam de Zechs', ele estendeu sua mão em cumprimento.
'Prazer Zechs, eu sou Duo.', respondi, apertando a mão oferecida.
'Duo?', ele falou, parecendo espantado por um momento, 'Duo Maxwell?'
'Nós já nos conhecemos?', foi minha vez de ficar espantado, já que eu sinceramente não conseguia me recordar de ter visto esse homem em qualquer outro lugar.
'Não, na verdade não', ele respondeu, enquanto olhava em baixo de seu balcão aparentemente a procura de algo. 'Mas eu tenho uma coisa aqui para você.' E antes que eu pudesse perguntar exatamente o que seria aquilo, e outras milhões de duvidas que dançavam por minha mente naquele exato momento, Zechs me passou um pequeno pedaço de papel dobrado.
Olhei para o papel, como se fosse uma bomba prestes a explodir. E então, resolvi abri-lo para ler seu conteúdo. Dentro haviam duas palavras apenas, em uma letra de mão firme e nítida.
"Em breve."
Tive vontade de picar o papel em milhares de pedacinhos e jogá-los para cima. Mas, por consideração ao rapaz a minha frente resolvi não fazê-lo, afinal, ele não tinha culpa de que eu fosse estúpido o suficiente para me deixar ser manipulado por um cara que achava divertido brincar com minha consciência.
'Obrigado', respondi. 'Não há de que', ele devolveu com um pequeno sorriso.
Resolvi que era melhor fechar a noite daquele jeito e despedi-me de meu novo colega, deixando o dinheiro da bebida sobre o balcão, junto a uma gorjeta generosa. Decidi ainda, voltar para casa andando, já que eu precisava esfriar minha cabeça com urgência. Aquela noite havia sido um grande punhado de frustrações.
*****
O restante da semana, que se seguiu não foi muito diferente.
No meio da quinta-feira, parei para respirar por um momento, saindo debaixo de um mar de contratos para ler e assinar, e aproveitei para contabilizar o saldo daqueles últimos sete dias, que parecia estar sendo o pior e mais longo período de toda a minha vida.
Na segunda-feira eu havia chego no trabalho, ainda em processo de cura pela minha decepção no sábado a noite. Para completar esse quadro desfavorável, um dos softwares, produzidos para um de nossos clientes, havia apresentado um erro que necessitava ser corrigido com urgência. O resultado disso foi eu ter de ficar na empresa até as três da manhã, procurando pelo possível erro do programa.
A terça-feira havia sido semelhante, com o adicional de que o veneno, utilizado na detetização do prédio, fez com que eu espirasse durante, praticamente, o dia todo.
A quarta-feira me presenteou com uma reunião de diretoria da empresa, com uma duração suposta de duas horas, que acabou por durar seis horas inteiras.
O único ponto bom dessa semana inteira, consistia no fato de que, talvez sentindo que levariam a pior, as pessoas não estavam sequer tentando me ajudar com meu estado, agora constante, de irritação. Nem mesmo Quatre havia feito um comentário sequer sobre a fatídica noite, que tinha iniciado essa semana dos horrores.
Eu ainda não sabia exatamente se essa discrição toda dele era um favor para mim, ou simples receio de que eu respondesse com alguns comentários de minha parte também. Obrigado Trowa, fico te devendo essa.
Para piorar ainda mais a situação, minha mente havia resolvido me premiar com sonhos de conteúdo censurado, praticamente em todas as noites. Aparentemente, meu cérebro estava descarregando toda a sua frustração, quanto a meus últimos dias, na forma de sonhos molhados. O que só gerava mais frustração ainda.
E hoje, no quinto dia da semana, aqui estava eu em minha sala, pensando que a situação era toda culpa de Heero. Sim, culpa dele, porque ele é quem havia me enchido de esperanças de vê-lo, para depois pisar em cima dessas.
Ao mesmo tempo, eu não conseguia ter raiva dele, porque em nenhum momento havia sido estabelecido que nos veríamos naquela noite. Maldito Heero!!!
Parei de pensar sobre o caso para voltar ao trabalho, mas cheguei a conclusão de que, talvez, estivesse pensando demais no assunto. Afinal, essa era a única explicação coerente para explicar o fato de que Heero estava agora, no meio de minha sala, olhando para mim com aquela expressão, que começo a suspeitar que seja reservada apenas e unicamente para estes momentos, nos quais ele me pega de surpresa.
Mas, a supostamente imaginária imagem de Heero andou até mim, e pos a mão em meu rosto. E a mão era quente demais para pertencer a uma alucinação.
Merda! Eu não estava imaginando!
Afastei a cadeira, tentando fugir daquele toque, e quase caindo no processo. 'O que você está fazendo aqui?', foi a única coisa que consegui dizer.
Heero usava uma calça jeans com uma camiseta branca e uma jaqueta de couro preta por cima. De dentro de um dos bolsos da jaqueta, ele retirou um tipo de encharpe creme, de seda, e começou a desdobrar o tecido , enquanto respondia calmamente a minha pergunta. 'Eu pensei que você ficaria feliz em me ver...'
'Feliz?', eu respondi, e podia praticamente gargalhar diante do quão ridícula era a situação. 'Quando eu pensei que você queria me ver, você simplesmente desapareceu. Eu pensei que tínhamos...sei lá...um tipo de trato.. uma ligação. Qualquer coisa. Você pensa que é divertido brincar comigo, Heero? Pois eu vou acabar com isso agora. Ponha-se daqui pra fora!'
Para minha surpresa, Heero mudou por completo sua postura. Ele baixou levemente seu rosto, e quando o levantou novamente, eu pude ver algo com um certo brilho de arrependimento em seus olhos azuis. E o sorriso também não estava no lugar de sempre.
'Me desculpe Duo. Não era minha intenção fazer com que você pensasse isso.', ele falou.
E com essas palavras, me vi, imediatamente, na posição do completo idiota. Aquele, que tira conclusões precipitadas...
'Eu espero que você possa me perdoar de alguma forma...', ele continuou, 'e é por isso que venho aqui hoje, lhe fazer um convite formal.'
'Um convite?'. Isso era uma novidade.
'Sim', ele continuou, aproximando-se ainda mais, e ficando ao lado de minha cadeira, com o pedaço de tecido enrolado em uma das mãos. 'Haverá uma festa amanhã a noite, na Mansão Romefeller. Eu ficarei muito feliz se você aceitar comparecer.' Um pequeno envelope foi derrubado em meu colo.
Antes que eu tivesse tempo para abrir o envelope e avaliar seu conteúdo, senti algo em meu pescoço. Heero estava agora a minha frente, passando a encharpe por meu pescoço, e enfim colocando as mãos sobre meus ombros enquanto falava, olhando diretamente em meus olhos.
'Se você decidir ir, por favor, use isso.' E com isso, Heero saiu de minha sala, com aquele sorriso, apesar de amenizado, já devidamente de volta a seu belo rosto, seu local de origem.
Permaneci imóvel em minha cadeira por muito tempo, não saberia dizer exatamente quanto. Um milhão de pensamentos passaram por minha mente, sendo que nenhum deles passava sequer perto de alguma conclusão concreta ou coerente.
Instintivamente, retirei a encharpe do pescoço e inalei o perfume, que levemente impregnava o tecido. Era um cheiro...um cheiro que caso me pedissem para nomear, eu provavelmente chamaria de...Heero. Porque o aroma era uma mistura que praticamente fazia com que eu pudesse sentir a presença dele novamente, por toda a parte.
O perfume era uma mistura de notas cítricas, menta e lavanda [2]. E tudo o que eu sabia naquele momento, era que não adiantaria eu tentar me enganar.
Eu seguiria aquele odor aonde quer que ele fosse. Ou me pedisse para ir.
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Fim do Capitulo 3
[1] Tomar tequila com o Zechs é um sonho que eu tenho, e o Duo realizou por mim! ^.^= Essa é a pequena participação do Zechs em minha fic. Eu o adoro , mas não tinha como colocá-lo como uma das peças chaves no enredo, portanto...rola uma participação especial pra ele!
[2] Acreditem ou não, existe pesquisa por trás disso. Eu peguei um cheiro que , na minha cabeça obviamente, complementaria essa personalidade sexy do Heero e aqui está ele. Caso vocês queiram sentir melhor, dirijam-se a qualquer loja Boticário da vida, e peçam pra sentir o cheiro do Carpe Diem masculino. Esse perfume tem as notas descritas na fic, ou seja, é o cheirinho do Heero. ^.^=
*Misao-chan desvia as centenas de frutas que são jogadas em sua direção* Calma, calma gente. Eu sei que muitos são os que querem me matar por conta da falta de lemons e limes nesse capítulo. Mas nada temam meu amigos. Lembrem-se que nada que é dado de mão beijada é tão legal assim...criar expectativa é bacana. E a culpa disso é da Lien, que fica me dando idéias de fazer um capítulo sem lemon e lime... se quiserem jogar alguma coisa, joguem nela...
No próximo eu compenso todo mundo com um lemon tá? Ou não.....XD *desvia de mais frutas*
Beijos, abraços e meu amor eterno aos reviwers: Hi-chan, Ti-kun, Yoru (não se desespere moça! E por favor, não me mate .), Hina Minamino, Nana, Athena Sagara, e aos que me mandaram e-mails como Naomi,Bra e Goddes. Eu adoro vocês gente, mesmo! \^_^/
Sim, claro, quase me esqueci ^.^" ! Agora a tia Misao-chan aqui tem um site só pra ela, com os fics arquivados. Por favor visitem: . E deixem seus comentários okie? Obrigada ^.^=
