Toxic
Avisos:- Duo Pov, AU, tentativa de humor, NC-17 por conta de limes e lemons espalhados pelo fic inteiro...Misao-chan para pra contar quantas pessoas exatamente pularam ao ler isso ."
Casais:-1x2x1, possível 3x4 (mas não prometo nada...)
Spoilers:- Nada! Esse fic é spoiler-free.
Disclaimer:- Ontem, todos os pilotos vieram à minha casa para um jogo amigável de strip poker. Estávamos comendo sorvete e não deu boa coisa... Tive de vender meus direitos autorais para comprar uma câmera e filmar tudo, ...portanto, por mais que eu tenha me divertido ., eu ainda não sou dona dos Garotos Gundam e nem nada relacionado sobre a série. Isso aqui é um trabalho de ficção sem fins lucrativos (infelizmente TT)
Quanto ao fic:- Um monte de gente vai simplesmente ter vontade de me enforcar por que além de eu repetir meu formato "música fic" (eu não tenho culpa se essa é a maneira com a qual trabalho melhor ."), neste daqui eu me aventuro novamente nas terras da Duo POV. Ok, em caráter de esclarecimento, a idéia original da fic nasceu como uma PWP, mas como eu não consigo escrever nada que não tenha um mínimo de conteúdo...não rolou! -.-" Por outro lado, ele virou essa pecinha de cerca de 8 capítulos, com limes e lemons periódicos espalhados por toda a fic...hehehe. Meu intuito principal é que não fique um fic vulgar, e sim, sensual. Caso eu cometa o erro de cair na vulgaridade, chances são de que eu venha a me enforcar...
Oh sim, e a música é de autoria de Britney Spears, ou seja, nada de direitos sobre as letras também! .=
Agradecimentos a Lien Li por ser uma beta na velocidade da luz e pelos ótimos comentários
"Too High
Can´t come down
It´s in the air
And it´s all around
Can you fell me now?"
Se milagres realmente existem, posso dizer que havia acabado de presenciar um. Depois de uma manhã consideravelmente "agitada" e de quase esquecer por completo de uma reunião importantíssima, com um dos maiores e mais importantes clientes de minha companhia, consegui não apenas chegar na reunião a tempo, como também participar efetivamente das discussões que se deram durante o encontro. Tal fato exige uma recapitulação de minha afirmação anterior: foram dois milagres.
Heero não havia mentido quando disse que haveria uma limusine a minha espera do lado de fora da mansão Romefeller. Por conta disso, cheguei ao prédio da empresa no horário estabelecido, sem dar muitos sinais de que não havia saído de meu próprio apartamento com pelo menos meia hora de antecedência para dita reunião, como seria de se esperar de mim. Eu teria de agradecer minha aparência decente e meu estado de quase-total-consciência, respectivamente as roupas e ao café que Heero havia me dado.
Oh sim, eu tinha uma ou duas boas idéias de como agradecê-lo o suficiente...
Mas, afastando esse pensamento completamente inapropriado para o momento, entrei confiante na sala de reuniões, disposto a dar o melhor de mim. E depois de descartar mais esse trocadilho impróprio, que minha mente fez o favor de colorir com imagens dolorosamente reais de mim e Heero numa cama coberta de pétalas de rosas, respirei fundo, e tomei meu lugar na grande mesa retangular no meio do cômodo.
Se soubesse que ficaria tanto tempo em dita posição, talvez não tivesse tido tanta pressa para entrar naquela sala, afinal de contas.
Tudo o que posso dizer é que, reuniões que duram um dia inteiro – ainda mais em pleno o sábado - deveriam ser terminantemente proibidas por lei. Quem sabe até punidas com a pena de morte para os realizadores e participantes.
Que diferença faria afinal? Quando finalmente pude deixar a sala de reuniões, nada mais, nada menos do que oito horas depois de ter entrado nela, eu tinha a impressão mais do que vaga de que tinha acabado de passar a tarde no mais completo e puro inferno.
Quatre e eu havíamos acabado de fechar um contrato pelo qual vínhamos lutando a cerca de nove meses. Depois de muita persistência , finalmente fomos capazes de assumir um serviço de desenvolvimento de um novo software de rede para uma das maiores empresas farmacêuticas de todo o país.
As perspectivas eram enormes, e o mesmo valia para o trabalho que teria de ser feito. Oito horas ininterruptas de reunião provavelmente dão a dica de que este era um projeto no qual toda a empresa estaria envolvida. A quantidade de pesquisa, avaliação e trabalho, praticamente braçal, envolvidos no desenvolvimento desse novo sistema era gigantesca.
Nosso prazo: cinco dias.
Amaldiçoei todas as gerações dos cretinos cidadãos do século vinte e um, que haviam criado o estúpido conceito de agilidade, aliado a qualidade, que praticamente toda empresa seguia nos dias de hoje.
Assim que a reunião teve seu fim, e meu cérebro finalmente assimilou por completo a noção de que eu teria muito trabalho pela próxima semana, me despedi educadamente e de maneira breve de meus mais novos clientes e de meu sócio, e peguei um táxi mais do que rapidamente em direção a meu apartamento. Eu simplesmente não queria ter que lidar com mais nenhuma situação que exigisse a minha capacidade de fala, ou qualquer outro ato que não fosse o de comer ou dormir.
Cheguei em meu lar automaticamente, fechando a porta e em seguida fazendo com que minha roupa tornasse-se parte da decoração. Os sapatos ficaram em cantos completamente opostos da sala, as meias tornaram-se objetos decorativos na pequena mesa no centro do mesmo cômodo, enquanto o cinto pendurou-se na pia.
Abri a geladeira – provavelmente o local mais próximo aonde possivelmente poderia encontrar comida – mas esta estava praticamente vazia. A não ser que você considere molho de tomate, pó de café e calda para sorvete [1] como parte de uma alimentação saudável e reforçada. Me ocorreu brevemente o pensamento de que aquelas caldas eram seres aliens, uma vez que eu não tinha nenhum sorvete em casa. Mas, estando cansado demais para ligar, esqueci do fato um segundo após fechar a porta do eletrodoméstico em questão.
Não encontrar comida em minha própria casa entrou como o número três na lista dos milagres do dia. Eu fazia questão de abastecer meu lar com compras praticamente todos os finais de semana – não tendo tempo suficiente para fazê-lo durante a semana – mas, aparentemente, meus últimos finais de semana haviam sido preenchidos com outras atividades. Isso sendo levado em consideração, ninguém pode realmente me culpar por ter negligenciado as compras, certo?
E por incrível que pareça até pra mim, eu não conseguia me importar demais com isso. Eu estava exausto, faminto, com uma geladeira vazia, na iminência de mais uma semana de estadia no inferno dos bytes e gigabytes e com roupas espalhadas por toda a casa... e mesmo assim, sentia-me de certa forma... leve.
Era algo extremamente estranho, e resolvi que não me faria nenhum bem pensar nisso naquele momento.
Sem energia sequer para ligar para um serviço qualquer de entrega de comida, resignei-me a dormir sem comer nada. Quando acordasse, provavelmente já seria domingo e eu podia muito bem aproveitá-lo para abastecer meu lar.
A tarefa das compras , a arrumação do apartamento e a elaboração de um gigantesco plano de ações, que eu teria de levar para a empresa no dia seguinte, foram responsáveis por preencher o restante de meu final de semana.
Quando a segunda-feira chegou, praticamente varrendo a mim e a toda minha equipe para dentro de um verdadeiro tufão de atividades e correria, eu estava descansado e completamente preparado para enfrentar qualquer tipo de dificuldades pelas quais tivesse de passar para completar aquele serviço.
Foram quatro dias que passaram como um tipo de borrão fora de foco em minha mente. Tudo que me lembro com alguma clareza são as folhas de cálculos absurdos nas quais trabalhei durante horas consecutivas, e também a presença de Quatre, oferecendo-se para levar-me para a casa à noite todos os dias.
Na tarde da quinta-feira, finalmente terminamos o desenvolvimento do software e revisamos os procedimentos de instalação, assim como possíveis problemas. Estava finalmente pronto. O trabalho havia sido completado com perfeição, um dia antes do prazo estabelecido para a entrega.
Quatre havia formulado um memorando rápido que foi encaminhado para toda a empresa, avisando que no dia seguinte todos os funcionários estavam dispensados do serviço, como uma forma de compensar todo o seu esforço e cooperação com o projeto. A carta dizia ainda que haveria uma festa logo após o expediente , sediada na Spy, e que todos poderiam entrar gratuitamente.
Ao ler essa última parte, um sorriso estampou meu rosto e não pude deixar de imaginar quantos convites exatamente Quatre tinha ganho para aquela danceteria.
Coloquei o memorando sobre minha mesa e suspirei longamente, ao mesmo tempo colocando a cabeça sobre o encosto da cadeira e olhando para a pintura branca do teto de minha sala.
Os últimos dias haviam sido muito melhores do que eu esperava.
Depois de ter passado a semana anterior trabalhando até horas inimagináveis da noite ao mesmo tempo em que enfrentava um pequeno turbilhão pessoal de dúvidas e desejos, eu não podia realmente imaginar uma boa razão para que minha situação mudasse.
Mas de alguma forma, ela havia mudado. E muito.
Os últimos meses vinham sendo extremamente complicados. Tudo o que havíamos feito nos últimos tempos eram serviços inacabáveis de manutenção e reparos, e diante de tal situação, me deixei afundar, de forma a praticamente apagar tudo mais o que existia a minha volta. Quase me deixei esquecer do prazer que costumava sentir ao executar meu trabalho.
Esse serviço porém, fez com que eu renovasse minha fé em minhas escolhas. A algum tempo eu já não me sentia tão bem executando aquilo que tinha escolhido fazer para a vida. Agora eu sabia, mais do que nunca, que sem sombras de dúvidas eu amava meu emprego. E era extremamente bom nele também. Penso que talvez não exista prazer maior do que o sucesso profissional pleno.
Mas então lembrei de Heero e mudei de idéia.
Fechei meu olhos para que pudesse trazer a imagem de sua face a minha mente com mais claridade, e mais uma vez, meu rosto foi invadido por um sorriso involuntário.
Notei, com uma certa quantidade de surpresa, que essa havia sido a primeira vez, durante toda aquela semana, na qual eu havia pensado em Heero. Claro, isso seria facilmente explicado pelo fato de que haviam sido quatro dias de muita concentração, mas isso sozinho, não justificava a questão por completo.
Eu me lembrava muito bem que a semana anterior havia sido infernal – e "infernal", nesse caso, é um termo muito leve para descrever o dito conjunto de dias – e mesmo assim, a memória daqueles olhos azuis havia me assombrado durante diversas horas, diversas vezes.
Tentei analisar melhor o que possivelmente teria sido responsável pela mudança no padrão dos acontecimentos.
Certo, Heero parecia possuir a estranha capacidade de saber exatamente quando e como aparecer, e, sendo que eu não tinha sequer uma vaga idéia de como ele fazia isso, resolvi considerar como possibilidade que ele soubesse que sua presença seria uma distração desnecessária durante aquela semana em particular. Porém, admitir que ele soubesse disso por algum tipo de poder sobrenatural, seria a mesma coisa que contar com o fato de que ele pudesse aparecer, aqui e agora, na minha frente, em meu escritório, pressentindo que era isso que eu desejava que ele fizesse no momento.
Abri um de meus olhos, passando-o cuidadosamente por meus arredores. Não, nada de Heero por aqui.
Descartei então a possibilidade de ter ido pra cama com um paranormal para pensar em soluções menos incríveis.
E a lembrança da noite que havia passado com Heero a apenas cinco dias atrás foi o que trouxe alguma claridade as minhas idéias.
Eu certamente seria a primeira pessoa a admitir que desejava aquele homem com praticamente todas as fibras de meu corpo, porém, analisando os fatos por essa nova perspectiva, não podia deixar de notar que alguma coisa entre nosso primeiro e último encontro, definitivamente tinha mudado.
Era uma idéia quase insana mas... eu já não sentia aquela necessidade quase dolorosa de tê-lo por perto, de vê-lo, de tocá-lo. Já não sentia uma sensação completamente amarga de frustração a cada momento em que lembrava de seus bilhetes evasivos e saídas repentinas.
Não me leve a mal, eu ainda o desejava, e muito. Mais do que tudo, na verdade. Mas de certa forma, a urgência, a sensação de leve desespero, havia me deixado. Era como se eu soubesse de alguma maneira que cedo ou tarde eu conseguiria tudo o que queria com ele, e ainda mais.
Como eu possivelmente poderia saber de algo assim? Não me pergunte. Meu cérebro é como uma entidade separada do corpo, que por vezes trabalha de forma completamente independente de todo o resto.
Rolei as informações em minha mente por mais algum tempo e não pude evitar um tipo de calor agradável que me invadiu por completo diante da memória dos olhos de Heero sobre os meus, na manhã de sábado, em que havíamos acordado juntos, e do brilho quase possessivo que passou por suas pupilas enquanto ele declarava – com geléia – que eu pertencia a ele.
Suspirei novamente. Estaria eu desenvolvendo sentimentos mais profundos por esse semi-desconhecido?
Eu não acreditava em besteiras como amor a primeira vista, mas esse não era o caso. De certa forma, sentia como se os olhos de Heero tivessem me dito muito sobre ele... não o suficiente para que todas as minhas dúvidas fossem sanadas, longe disso, mas talvez o suficiente para despertar... alguma coisa dentro de mim. Desejo, certamente. Mas alguma coisa a mais... algo mais profundo.
Por hora, resolvi parar de cavar a questão.
Respirei fundo uma última vez antes de levantar de minha cadeira, puxando a jaqueta de meu paletó em um movimento fluído e colocando-a em seguida sobre meu ombro. Aqui terminava minha semana, e agora, me encontrava ansioso pelo que o final de semana provavelmente poderia proporcionar. Ansioso, esperançoso e confiante, tudo ao mesmo tempo.
Não posso descrever a dimensão do quão realmente boa a sensação era.
Dirigi-me ao escritório de meu sócio para convidar-lhe para um café. Ainda era cedo, e pensei que poderíamos nos reunir para conversar um pouco, antes de irmos para a Spy. Não tivemos a oportunidade de nos reunir de fato durante toda a semana – uma vez que ele estivera tão ocupado quanto eu, senão mais – e sinceramente, eu sentia um bocado de falta da companhia sempre apreciada de meu melhor amigo.
Coloquei minha mão sobre a maçaneta da porta e entrei sem bater.
Felizmente, momentos antes de fazê-lo, eu havia descartado a idéia de pegar um copo de café na máquina que ficava no corredor. Caso eu tivesse feito isso, o chão do escritório de Quatre estaria positivamente manchado com o líquido, porque não havia uma única chance no mundo que alguma coisa ficasse presa em minha mão diante do choque que sofri ao entrar naquela sala.
Meu sócio estava sentado em sua cadeira. Até aí, a situação era completamente normal.
Anormal era o estado em que ele estava. Cabeça completamente jogada para trás fazendo com que seu pescoço ficasse em um ângulo irregular, bochechas levemente rosadas, boca aberta em um grito silencioso, enquanto suas duas mãos pareciam segurar alguma coisa com uma certa urgência, na direção de seu colo.
Havia ainda, completando a cena, alguma coisa que parecia com um braço, passando por seu peito por debaixo da camisa que ele usava, agora completamente amassada, e com três botões da parte de cima abertos.
Se eu já não soubesse o que estava acontecendo diante de meus olhos, o que aconteceu em seguida provavelmente teria respondido todas as dúvidas restantes.
Um punhado de cabelo castanho surgiu de detrás da mesa e diante de Quatre, revelando em seguida um pescoço, seguido de um ombro que eu podia ver que estava claramente ligado ao braço – sim, agora tinha certeza absoluta de que era um braço – que explorava o peitoral de meu sócio.
Então o corpo virou-se em minha direção, e juntei todas as minhas forças para ignorar o vermelho que eu tinha certeza que tingia meu rosto, ao mesmo tempo em que fazia uma bela imitação de um peixe fora da água - boca abrindo e fechando, olhos esbugalhados em choque e tudo mais.
Quatre fechou sua própria boca e piscou algumas vezes, como que para ter certeza de que eu realmente estava ali, diante dele, naquela situação. Trowa pareceu chocado, por um momento infinitamente curto, e em seguida me olhou com aquele mesmo sorrisinho satisfeito que ele havia exibido da última vez que eu o havia visto. Aquele que ele usou quando me convidou a juntar-me a ele e meu amigo.
Não consegui evitar meu próprio sorrisinho diante da cena que nós três compúnhamos. Quatre agora havia assumido o papel do peixe, e abria e fechava a boca sem dizer nada, talvez tentando pensar em algo que justifica-se o que eu via a minha frente. Trowa, parecendo completamente confortável com a situação toda, e eu, em algum lugar entre o choque e o entretenimento.
Consegui me recompor antes de meu sócio e resolvi repentinamente que talvez já tivesse interrompido o momento durante tempo o suficiente. Em seguida, limpando minha garganta como que para fazê-los me notarem – como se eu já não estivesse parecido com alguém carregando um letreiro brilhante no meio da mais completa escuridão – desculpei-me e me retirei da sala, deixando que ambos vissem meu sorriso malicioso diante de sua escolha de cenário para realizar o que eu havia interrompido.
Uma vez sozinho no corredor, finalmente consegui reunir células cerebrais o suficiente para reavaliar a situação da qual tinha acabado de participar e rir longamente do fato. O acontecimento havia sido divertido, eu tinha de admitir.
Enquanto me dirigia ao elevador, ouvi uma risada grave partindo do escritório que havia acabado de deixar para trás. Trowa certamente tinha pensamentos semelhantes aos meus. Agora eu tinha ainda mais certeza de que me daria bem com esse cara.
Deixei o edifício de minha empresa ainda rindo suavemente, e ao perceber que o clima da noite que se aproximava era extremamente agradável, resolvi andar até meu apartamento ao invés de pegar um táxi – o que seria comum, uma vez que eu sabia que meu sócio CERTAMENTE não estava em condições de me dar uma carona.
Soltei um pouco o nó em minha gravata, deixando-a um tanto quanto larga sobre a camisa branca que usava. Fui andando pela calçada, observando pessoas e vitrines, olhando tudo, sem realmente ver a maioria das coisas.
Notei que tanto mulheres, quanto rapazes, me dirigiam olhares longos e sugestivos, mas não me dei ao trabalho de responder a nenhum deles. Fossem outros tempos, eu não hesitaria em aproveitar a chance que se apresentava tão claramente diante dos meus olhos, mas atualmente... eu realmente já não ligava.
Um dos olhares dirigidos a mim porém, chamou minha atenção e pensei vagamente que não me era um olhar estranho. Estreitei meus olhos tentando enxergar melhor a pessoa que dirigia-se a mim, e que estava a uma certa distância, e levei apenas cerca de um ou dois momentos para reconhecer a figura loira, alta e atraente de Zechs, o barman do Spy que eu havia conhecido na semana anterior.
Junto a ele, andando a seu lado, havia um outro homem. Igualmente alto, igualmente belo, mas esse possuía cabelos um pouco mais escuros e muito mais curtos. Ao ver que eu havia reconhecido-o, Zechs abriu um sorriso e prostrou-se diante de mim, estendendo uma mão, que automaticamente apertei.
'Hey, olá Duo. Que surpresa te encontrar por aqui.' , ele falou.
'Hey Zechs. Bem, não posso dizer o mesmo sobre você...' falei, gesticulando para uma esquina a apenas alguns metros da onde estávamos parados. A Spy estava logo adiante, e não era realmente difícil concluir que ele estivesse indo trabalhar.
Ele sorriu em resposta. 'É, acho que realmente não é uma surpresa que eu esteja aqui a essa hora...', ele começou a falar, mas antes que ele terminasse, o homem a seu lado, fez um pequeno som, como que solicitando sua entrada na conversa que se passava a sua frente.
'Ah claro' , Zechs falou , virando-se na direção do estranho e em seguida voltando-se para mim, ' Duo, este é Treize Kushrenada [2]. Treize, este é Duo Maxwell'
O homem olhou para mim com um olhar que praticamente gritava "charme" e sorri em resposta, esticando uma mão que ele apertou em retorno.
'Encantado' o homem falou, e eu realmente estava. Eu nem sequer sabia que ainda se usava esse tipo de palavra como cumprimento.
Zechs continuou, olhando novamente para Treize, 'Duo, Treize é um dos donos da Spy'
'Ah é?' , respondi em surpresa, 'Um dos donos? Quer dizer que existe mais do que um?'. Perguntei em seguida, levemente curioso.
'Sim, na verdade somos uma sociedade. Eu sou apenas um dos sócios, existem outros dois' ele respondeu enquanto suavemente olhava para uma das mãos de Zechs, pegando nesta em seguida, em um movimento suave.
'Duo é um freqüentador', o homem loiro falou, aceitando o gesto com normalidade e lançando um rápido olhar afetuoso na direção de Treize.
'Ora, então eu ficarei mais do que satisfeito em permitir que você entre junto a nós na área VIP, como meu convidado pessoal', o outro homem dirigiu-se a mim, com um sorriso em seu rosto.
Pensei em responder-lhe que eu já tinha acesso a área VIP da danceteria. Pensei em aceitar, dizendo-lhe que seria um prazer. Pensei em dizer que voltaria mais tarde. E por fim, minha mente chegou a uma resposta ainda melhor.
'Eu agradeço o convite imensamente, mas infelizmente já tenho outros planos para a noite', foi o que deixou meus lábios. Eu não tinha planos para a noite, pelo menos nenhum do qual tivesse conhecimento. Mas naquela hora, depois da seqüência de dias pelos quais havia passado, tudo o que eu queria era voltar para o conforto de minha casa. Nenhum lugar, nem mesmo a Spy - que tantas boas memórias me trazia – podia representar um lugar melhor para se estar no momento.
Talvez só houvesse um local melhor para se estar, mas eu precisaria dos braços de uma certa pessoa para transformar esse desejo em realidade, e na falta desses, meu próprio apartamento me soava como a próxima melhor escolha.
'Oh, não há problema', Treize respondeu elegantemente, 'eu deixarei seu nome na lista dos convidados, e você poderá entrar mais tarde, caso mude de idéia'.
'Eu agradeço', respondi com um sorriso, que Zechs praticamente imitou.
'Bom, se você nos da licença agora', ele continuou, movendo seu braço da mão para apoiar-se nos ombros do homem loiro ao seu lado, 'nós realmente temos que ir. O lugar não vai abrir sozinho, certo?', ele terminou, com uma pequena piscadela em minha direção.
'Eu suponho que não', respondi, mais uma vez apertando a mão de ambos e despedindo-me.
'Tenham uma boa noite, e obrigado pelo convite novamente', falei enquanto acenava e continuava a andar na direção oposta a danceteria, na direção do prédio aonde morava, ao que eles acenaram de volta.
Quando finalmente cheguei em meu apartamento, entrei sem acender as luzes do local, fechando a porta atrás de mim.
Antes que eu pudesse fechá-la por completo porém, uma mão parou meu movimento, impedindo a porta de chegar ao batedor.
Não posso dizer que fiquei realmente surpreso ao abri-la novamente e ver a silhueta de Heero, iluminada somente pela luz que vinha do corredor. De alguma forma, eu sabia que inevitavelmente veria-o hoje. Não me pergunte como eu sabia. Talvez – apesar de aceitar que ele não fosse nenhum paranormal - eu estivesse contando com a capacidade dele de saber de minhas necessidades, melhor do que mim mesmo, desde o começo.
'Eu senti sua falta', foi tudo o que ele falou, e eu podia ver aquele brilho em seus olhos azuis, mesmo com a falta de luz. Era como se aquele olhar pudesse atravessar a mais profunda das trevas e me alcançar onde quer que eu estivesse.
'Eu estou bem aqui', respondi sinceramente, sem tirar meus olhos dos dele. 'Eu esperava que você aparecesse'
'Não era necessário' ele respondeu, sorrindo suavemente, e o sorriso era completamente diferente daquele que eu estava acostumado a ver naquela face maravilhosa. E então, ele começou a vir em minha direção, a entrar no apartamento.
'Eu viria de QUALQUER maneira' [3]
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Fim do Capítulo 6
[1] Já notaram que quando você está com fome e tudo o que você mais precisa é uma comida qualquer, tudo o que você encontra na sua geladeira é esse tipo de coisa? E por que quase todo mundo tem calda de sorvete na geladeira, mesmo que a casa não tenha sorvete? Mistérios, mistérios..."
[2] Treize Kushrenada. A terceira participação especial do meu fic /. Opa, se você contar que a Hilde é a secretária do Duo ele é a quarta. E ele é mais importante para a trama do que pode parecer...por hora...
[3] Quem não adora um belo gancho? Tipo, quando o fic acaba no clímax dos acontecimentos? XD Eu odeio...mas dessa vez, era inevitável. Por favor não me matem .
Olá pessoas. Não fiquem tristes pela falta de lemon nesse capítulo okie? Eu sei que muita gente ficou esperançosa por conta do modo como as coisas caminharam até chegar aqui, mas nesse capítulo, eu PRECISAVA por um pouco de enredo, coisas que vão guiar o final do fic e tal.
Não se desesperem, tudo finalmente chegará aonde todos querem no próximo capítulo!
Até lá /"
Misao desvia das pedras que são jogadas nela
Ei, parem e jogar pedras na minha irmãzinha... Se ela não colocou lemon nesse capítulo, é certo que no próximo vai ter um, e vai ser dos melhores!!!! Bjs Lien
Agradecimentos aos sempre alegres, felizes e bacanas reviewers: Daphne Peçanha, Yoru no Yami, K-chan (linda! =), Dani Kamya, Kagome Higurashi, Mudoh Belial e Karin Kamya. Apoio é uma coisa linda mesmo..Misao chorando emocionada
Queria aproveitar o espaço para agradecer a uma lista de pessoas que comentaram em "Walking After You" e "Sete Dias", meus fics já previamente completos! Non pensem que me esqueci de vocês: Daphne Peçanha, Anônimo, Kagome Higurashi, WW, Maika, Serennity Le Fay, Nana, Kagome e Mariana! -Misao abraxa a todos- Vocês são demais =
