...Há muito, mas muito tempo atrás, quando o mundo ainda era um lugar de mistérios e, magia e, castelos gigantescos; em algum lugar, existia uma faísca de calor, uma esperança no olhar, um suspiro, de uma vida...
Harry Potter & A Árvore Da Vida
Por: Thiaggo Potter
Capítulo 4: Visita No Banho
Instantes depois, o guarda-caça Hagrid, veio de sua cabana afoito, correndo, louco para chegar ao seu encontro, parecia desesperado de curioso e preocupado. Com Edwiges em seu ombro, dormindo; ele pegou Harry e o levou para dentro da sua cabana. Ainda desacordado. Hagrid precisava cuidar dele já que não fora para o Bosque de Drust-Glifoj na excursão realizada por Hogwarts, afinal ele estava de férias e tinha que descansar.Assim que acordou tomou seu café da manhã na cabana, trazido por um estranho ser mágico, amordaçado e com uma plaqueta onde estava escrito o seu nome, Yakow, um Elfo-da-Bavária, que tão logo se foi para dentro do castelo, não deixando nem rastro de lembrança em Harry.
Hagrid, assim que terminou de fazer Harry tomar todo o café da manhã, o encheu de perguntas sobre o ocorrido durante a noite e a madrugada anteriores.
Harry, que estava tão desorientado quanto Hagrid, quem só queria saber o porquê de ele estar desacordado no chão ao lado de fora da escola, não acreditava numa só palavra que ele próprio inventava, e muito menos Hagrid.
'...Mas o que vou fazer?...', Perguntava-se Harry.
E uma voz em seus pensamentos o respondeu imediatamente.
'Venha até mim! Eu sou o que procura, tem que me ajudar pequeno Harry Potter, muitos já tentaram, mas não conseguiram. Acredito em você e sei do que é capaz, sei que conseguirá. A minha segunda forma já lhe visitou e protegeu do inimigo, eu até tentei me incorporar para não ter que fazer você ver mais uma das minhas formas alternativas, mas o que consegui foi só ser como um espírito. Não estou morta, mas se você, que é realmente a minha última chance de sobrevivência, não vier a mim aí sim estarei e toda Hogwarts infelizmente também estará...'.
Quando terminou de ouvir aquilo, uma gota de suor que lhe escorregava a face misturou-se com uma insignificante lágrima compassiva que lhe escorria pelo canto dos olhos, e caiu no chão, penetrando-o.
Isso lembrou a Harry de uma coisa: o que vira na masmorra onde assistiam às aulas de Poções, com o Professor Snape, '...Excessos de magia, acumulados de forma incorreta podem resultar em uma fera que nem todos os bruxos unidos poderão acalmar...'.
Pálido, Harry estava após a mensagem lhe surgir a mente e Hagrid preocupado o olhava com um ar de você-deve-ir-agora-mesmo-para-a-enfermaria. Só que Harry não estava com a mínima vontade de ir até lá, desconversou logo.
A cabana era, como quase sempre, um antro da imundice... Roupas desarrumadas soltas, e restos de comida, a panela ardendo no fogo, e alguns vestígios de que Hagrid teria consertado umas goteiras... O grande amigo percebeu os olhos inquisidores de Harry tentou diminuir a má impressão.
'Não se preocupe Harry estas roupas estão sujas, más er... Que elas já estão para serem pegas, olhe... Já é dia de lavanderia... Os pequeninos vêm buscá-las, hoje ainda. Amanhã todas deverão estar limpinhas...', A sua cara era de um descontentamento, mas nada ele poderia fazer, era assim em Hogwarts, e Harry já deveria saber disso, afinal quem é que lavava as roupas dele?
Harry agradeceu ao desjejum, e saiu da casa do amigo, o ar da manhã estava límpido como nunca antes, claro, era verão e o céu estava azul e sem nuvens, só algumas que pareciam se aproximar vindas do horizonte.
Foi embora a caminhar. Afinal não tinha nada a fazer e estava de férias. Foi então que teve a idéia de mandar cartas para Hermione e Rony.
Pensava ele que seus apelos seriam respondidos, não imaginava ele, que essas cartas não chegariam a seus respectivos destinatários.
Seus pés descalços roçavam na grama orvalhada do caminho até a entrada do castelo. Foi quando Harry escutou o que seriam vozes de duas mulheres, conversando... Uma voz que não ouvira há muito tempo, e outra que nunca nem se quer tinha idéia de que existia. Essa outra era uma voz daquelas que faz pensar ser de uma senhora gordinha e engraçada... A conversa dizia assim:
'Oh! Querida, eu sei que não nos vemos há muito, e também sei que você deve estar cansada de sua viagem, mas é claro...', Ela estava envolta em uma capa amora, e suas vestes eram de uma cor turquesa que fazia arder os olhos, Harry já estava as vendo.
'Não se preocupe comigo, querida, é só um pequeno sono, por causa dos fusos... Sabe, lá seriam umas cinco da manhã ainda...', Disse uma mulher de meia-idade, bem aparentada, e um corpo jovial e atlético. Vestia uma manta entre o violeta e o vinho, com sapatos brancos ornamentados de flores rosas.
'Ah! É mesmo, eu quase me havia esquecido. Vamos, vamos tomar um chazinho junto com nosso querido Dumbledore, ele está fazendo um grande trabalho por essa escola, todos nós sabemos disso...', É! Agora Harry havia lembrado, ela era a Madame Malkin. A senhora da loja de roupas no mercado bruxo londrino.
Harry e todos os alunos de Hogwarts deveriam comprar seu material para o início do ano letivo em um local chamado de Beco Diagonal. Para os trouxas ele simplesmente não-estava-lá. Claro, ele era enfeitiçado para que seres não-mágicos não conseguissem enxergar.
'É, e tal como aqui, vai bem a nossa escola. Aquela família é uma sumidade. E eu não entendo como eles conseguiram se manter ainda entre os mais procurados de todo o meu país. Afinal o Brasil é imenso, você sabe querida...'.
'Cassie, minha jovem, eu sei, e também sei que os Undine fazem o melhor, afinal eles são muito nobres, têm honra sabe... E mantêm o negócio da família, como você bem diz, maravilhosamente.'.
'É e sempre temos convênio, afinal quem é que faz as melhores roupas dos Trópicos?'.
'É mesmo, e você aprendeu com a melhor, não?'.
'Isso não está óbvio demais? A melhor aluna aprende com a melhor professora! Quem poderia ter ensinado melhor a Madame Cassílda, aqui, do que a própria Madame Malkin?', Disse como se estivesse falando com a própria mãe.
'Oh! Não seja tão modesta minha querida. Muito obrigado por me considerar tanto.'.
'Não há de quê. Afinal, vamos ou não vamos tomar nosso cafézinho?'.
'Café?!? Eu pensei que tivesse dito chá?'.
'Se tiver café eu aceito.'.
E as duas se foram pelos corredores conversando sobre seus passados e uma vez ou outra olhando em uma sala de cada lado tentando encontrar Dumbledore para o chá-fé que ele não tinha nem idéia de que tinha sido convidado...
Harry com a maior cara de eu-sou-curioso-mesmo-e-da se foi pelo corredor que o levaria a Torre do Corujal.
A manhã estava a passar rápida e o sol estava começando a esquentar. Mas mesmo assim, a pobre Edwiges ainda estava dentro da sua gaiolinha dormindo, feito um anjo-de-penas, e se pudesse sonhar também estaria.
Harry a olhava como se olhasse para alguém muito especial, ela sempre estivera com ele desde o dia em que chegaram a Hogwarts no primeiro de setembro. Ela sempre fora meio fútil, e por muito tempo ele também pensara que ela só servisse para ser um pombo-correio.
Mas ela lhe salvara a vida.
Harry ainda estava imaginando como um pequeno animal poderia carregá-lo, e tão rapidamente, como fora na noite anterior.
Ele a pegou no colo, e a nanou como se fosse um bebê. Harry nunca tivera bonecas, sempre ficaram com os restos de brinquedos quebrados ou inutilizados do primo Duda, e eram sempre: carrinhos-sem-rodas, tabuleiros-sem-peças, quebra-cabecas-pela-metade... Entre outras bizarrices.
A coruja estava se sentindo tão bem naquele peito quente. E o rosto de Harry olhava o dela. Mais próximo e incisivo.
De repente ela acordou.
Só os óculos de Harry não sofreram.
Ela voltou para a sua gaiola, e Harry com penas nos lugares menos esperados. Teve que implorar um pouco.
'Eddy, corujinha...', Harry estava de joelhos.
'Wiges, menina, vá lá! Por favor...', Ele já estava com as mãos juntas.
'Se você for eu dou um chocolate...', Apelou para o suborno...
E a coruja nem um pio...
'Você não gostaria de ficar fora por um tempinho não é?', Disse sabendo que ela aceitaria, pois amava voar e se sentir livre.
E assim, um dos olhos cerrados da coruja olhou com desdém em semi-abertura para Harry quase se arrastando na palha ao chão.
Ela voou para o seu ombro, como se perguntasse 'Cadê as cartas? Vamos passa logo! Eu não tenho o dia todo.'
E assim Harry viu os olhos amarelões dela, e suas pupilas negras olhando para ele com uma certa quantidade de sono ainda pendente.
Harry escreveu as cartas o mais rápido que pôde, com seus garranchos característicos que faziam Hermione enfurecer de raiva, e Rony sentir inveja, pois os dele eram piores...
Edwiges pegou-as e antes de se ir virou-se a Harry e lhe deu uma bicada-amorosa de despedida. Seus olhos estavam mais claros do que o habitual; só levemente mais esbranquiçados.
A coruja alçou vôo. E Harry ficara ali parado olhando para o seu azul e ela o único pontinho branco naquela imensidão.
Entretanto infelizmente Harry não viu o que estava fora da torre, uma formação de chuva, chuva braba.
Tempestades.
Edwiges não teria chances. Ela seria pega.
Após mandar uma sonolenta Edwiges entregar as duas correspondências. Decidira ir a biblioteca, para pesquisar sobre o assunto que mais ocupara sua cabeça mesmo antes de ter chegado a Hogwarts.
Foi até lá, pegou todos os livros que precisava, inclusive os que não foram permitidos de serem levados, usou sua magnífica capa da invisibilidade, e foi em direção ao grande salão principal. Decidindo que os estudaria perto à grande lula no lago, e isto foi o que fez.
Quando terminou, ou achou que já era suficiente, pois Hermione teria dito 'Você acha que s cinco livros é muito?!?', sentiu como se nada tivesse mudado. Uma sensação de fracasso, e teve muita vontade de se desesperar, mas percebeu que não estivera sozinho durante aquele tempo pesquisando.
O Lago parecia calmo e tranqüilo. O mundo parecia que estava a parar para que tudo ali ficasse naquela plenitude de paz. O vento cálido, e a água tépida, e aquela grama sob todo o seu corpo fazendo sentir que estava em contato com a natureza. O céu azul e a luz do sol forte, mas gentil, sobre a árvore em que estava recostado. A luz fazia sombra sobre Harry, que via o espectro mover-se de cima, e via ninhos de pássaros, e marcas de extrações de madeira, mas que já estava em âmbar, cicatrizando, a árvore sofrera muito, e esse sentimento de indefesa fez de Harry um pouco mais humano naqueles momentos, e sua compaixão pelos seres que pensava ser inanimados cresceu. Seus olhos estavam caídos sobre as capas dos livros em seu colo e não olhavam mais para eles, pois ali, de fronte a ele estava um ser místico, uma cavalo-do-lago, sob a forma mais característica, somente a cabeça eqüina para fora da água. E era possível de ser visto, mesmo todos os livros parecendo contar que era invisível.
Ele se aproximou tentando ver se o animal era dócil... No instante em que fez isso ele se elevou sobre as águas e parecia caminhar sobre a superfície, sem tocá-la. Seus cascos com sargaço e lama, típicos do fundo do lago, e de repente sua forma pareceu confundir-se com a da água, e seu corpo todo se modificou a uma bolha d'água, enorme que flutuava sobre o lago. Uma voz disse:
'Harry, sou eu, não me reconhece? Eu sei, vou mostrar-me... Perceba que esta ocasião lhe dirá muito do que está a por vir... Sei que não compreende, mas logo irá, logo irá...'.
No lago junto à lula gigante estava espreitando-o, mais uma das formas alternativas do espírito, mais uma entidade parada ali estava, como se estivesse esperando-o para conversar.
Harry que já não sentia tanto medo, naquele momento só sentia um pouco de receio, se dirigiu a ela, reparando nos olhos, eles eram parecidos a jóias, cintilavam feito cristal, e ela era tão tépida, que era como se respingasse tranqüilidade. Ela convidou-o a subir na lula, onde se encontrava, e Harry, sem pensar duas vezes, a agradou.
Passaram-se alguns instantes e eles não emitiam um som, mas quando Harry ameaçou falar, ela o beijou a testa. Harry a deixou que continuasse por uns momentos depois, pois se sentia protegido; protegido de tal forma como se estivesse sendo por sua mãe.
Quando ela terminou de beijar, era como se tivesse dito por meio de telepatia.
'...Muito obrigado por tudo, eu realmente te amo meu querido...', e de seu corpo caíram lágrimas quando isso foi dito.
Continuou, '...Por favor, ajude-a, ajude-me, ajude-nos, não nos deixe morrer em vão Harry! Não seja cruel, você não morrerá, estaremos lá para lhe proteger, quando e sempre que precisar acredite em mim meu... Querido'.
E ela foi-se pelo fundo do lago em um mergulho excepcional, dissipou-se em forma de bolhas, e, se fora então.
Assim que Harry tomou o controle de seus sentidos de volta encheu-se de coragem, e disse a si mesmo, '...Amanhã, mesmo que não me deixem, irei até você...', e voltou-se para a direção de onde ficava a biblioteca, pensando: '...Hum, eu terei de devolver estes livros, farei isso hoje, agora mesmo...', decididamente andou para o castelo também a espera de respostas por suas cartas.
Em seguida a tudo isso, um ser que o vira, por detrás de uma árvore, gargalhou e penetrou na parte mais densa da Floresta Proibida, mais precisamente à parte que seguia para o Bosque de Drust-Glifoj!
Alguns dias antes daqueles que se estavam seguindo, na Floresta Proibida, mais precisamente nos domínios dos Centauros, a jovem senhora Napoli vivia a sua vida normal, sem crer que poderia ser algo mais, mesmo sendo uma das mais importantes representantes da sua raça.
Naquele dia fatídico do fim do ano letivo em Hogwarts a centauro estava em sua casa, de barro, madeira, palha e pedras. Agachada e tendo um momento intimo com o que os centauros chamavam de astros, estrelas, ou melhor, em seu próprio linguajar, Mourn-Diuss.
O seu transe era tal que ninguém poderia chegar mais próximo do que dois metros de raio da sua morada.
'Poderia ser perigoso.', Os mais velhos diziam.
Entretanto havia alguém, que a pedido da Bela Dama estava a acompanhar na sua viagem pelo mundo incorpóreo.
Era seu escudeiro Aswell, um centauro jovem, mais jovem do que ela própria. E muito esperto, muito inteligente, mas fraco fisicamente, adoecia mais do que todos os outros, e não era bom guerreiro, nem arco e flecha sabia usar... Ele era um estorvo para os mais velhos.
Na verdade ele era um estrangeiro entre aqueles centauros. Ele não era da aldeia. Ele fora um presente, de uma tribo aliada. No entanto esta tribo se mostrou inimiga, anos depois de Aswell chegar. E desde então o pobrezinho vem sido tratado com desprezo e ignorância. Mas a piedade daquela jovem era tanta, afinal estavam quase que em uma mesma situação...
Dizem entre os mais velhos centauros, 'Eles, que possuem laços mais fortes que o sangue, estão ligados por não prazer ou gostar, ou semelhanças, mas pelas circunstâncias das suas vidas infelizes. Afinal eles podem não saber, não saber do passado, mas sabem de quase tudo o que mais há. Afinal eles têm incríveis semelhanças, mesmo que não percebam. Mesmo que não percebam...'...
Aswell era um jovem centauro de pele clara, cabelos ruivos. Sua contraparte eqüina era negra como a noite, e sua crina e cauda eram brancas como a neve.
E na oca estavam eles dois, deitados juntos. Lado a lado, e de mãos dadas, olhos cerrados e agachados. Como se estivessem mortos. E de certa forma estavam.
Nunca eles conseguiriam descobrir tudo o que lhe fora apagado quando acordaram daquele sonho.
Pois naquele mundo dos incorpóreos quem manda são eles.
'Você tem lido as estrelas, não é Napoli?', Perguntou o garoto de quatro patas.
'Não tenho lido... São elas quem têm me dito.'.
'Como assim?'.
'Eu não tenho feito esforço algum. E as mensagens surgem à minha mente.'.
'É estranho...', Disse o menino.
'É... Devo concordar.'.
Napoli; nome feminino da raça centaurea, que muitos habitam a Floresta Proibida ao redor dos domínios de Hogwarts; tinha omitido grande parte da história para seu companheiro Aswell, já que, pensara, não acreditaria em nada do que dissesse.
Aswell era um dos mais céticos centauros, um dos poucos que nunca leram ou leriam nada nas estrelas...
Por não serem capazes?
Por não gostarem?
Por terem sido amaldiçoados?
Para todas as perguntas erradas, qualquer resposta seria incompleta.
A pergunta certa era: 'Por que não acreditavam?'.
A resposta: 'Sim.'.
Para muitos o mais fácil de se ver é aquilo que é verdadeiro porque está envolto em luz, entretanto o que é sinistro, porque se envolve em trevas, seria o falso?
Os valores mudariam...
As circunstâncias já haviam começado a se formar...
Napoli como poucos centauros usava indumentária, mas nem por isso, ou por carregar humanos no dorso, era de uma casta inferior.
Ela era considerada uma nobre, porque podia conversar com os espíritos e os chamar se necessário.
Napoli era uma Itako e também a noiva de Firenze.
Ela era a prometida.
E, é claro, não lhe agradava em nada tudo isso.
Por eras casamentos entre tribos de centauros diferentes foi algo como uma grande honra, todavia hoje é um grande tabu, e uma grande desonra.
No entanto hoje, tem-se feito vários desses casamentos, pois eles mantinham a paz entre as tribos, que se tornavam parentes desde então.
Havia ainda muitos que achavam de o casal ser amaldiçoado com pesares que ninguém ousaria se quer imaginar. E infelizmente tais casais sofriam muito por isso.
Desde que nasciam.
Pois nasciam para esse propósito.
Para fazer a paz.
Essa era a única coisa em comum entre Firenze e Napoli.
Serem Prometidos.
Enquanto caminhava pelo castelo, o calor de verão estava assolando o ar calmo e sereno da manhã de Hogwarts. A idéia de entregar aqueles livros inúteis naquele momento foi infeliz.
Harry descobriria logo a seguir.
A bibliotecária Pince, que ainda estava tomando conta dos livros mesmo nas férias, estava a passear pelos corredores do colégio. Sua face despreocupada e um pouco que mais feliz, pela significativa diminuição de alunos dentro da sua querida biblioteca. Sua roupa estava um tanto mais informal do que a de costume, Harry poderia notar, pois acabara de passar por um corredor que lhe era transversal e pelo qual ela seguia. A economia de tempo que Harry estimava foi-se em vão. Porque sua cara de felicidade quebrou-se ao encontrar dentre todas as portas, de onde estava, justamente a da biblioteca fechada, trancada, e em outras palavras, impossibilitada de permitir que acessem o local, todavia entre tentativas de conseguir abri-la, Harry descobriu que não poderia.
Havia percebido que ela estava com grandes cadeados que não se abriam com chaves e sim com senhas, e deu meia volta, pensando '...de manhã ela estava aberta, como pode ser fechada para almoço? Isso nunca aconteceu antes!...'.
E uma voz pequena e miúda, começou a pensar dentro dos confins de informações na sua memória:
'...Não se preocupe garoto Harry Potter, você se acostumará com os fatos que não aconteciam antes, porque eles se tornarão cotidianos, muito mais rápido do que imagina... E eu poderei dizer finalmente o real motivo pelo qual está aqui...'.
Harry se afastava saindo dali, pois sabia, Filch, o zelador, ainda espreitava por detrás de cada parede a procura de alunos remanescentes no colégio, isso significava, a sua procura.
À medida que seus passos o guiavam para mais longe ainda, um ser se aproximava da entrada da biblioteca, entretanto, de repente se escondeu no momento em que uma grande figura atravessou a porta trancafiada. Parecia um morto-vivo, e a figura seguiu seu caminho para uma passagem subterrânea que se fez a sua frente.
Assim que o morto-vivo se foi, o ser voltou a se aproximar e à proporção que sussurrava umas palavras esquisitas, enquanto a porta trancafiada desaparecia e no seu lugar surgia uma outra normal aberta a qualquer um. Esse ser dera um sorriso de trabalho realizado, mas permanecera onde estava durante toda à tarde que se seguia.
Esperando calma e silenciosamente, para que depois que o sol se pusesse fosse encontrar quem deveria.
Harry então deixou tais livros sobre a sua cama four-poster, e se virou olhando no relógio que era o horário do almoço. E saindo pelo quadro-porta da Mulher Gorda ele se foi até o Salão Principal.
O castelo se encontrava mais claro do que durante a manha do dia anterior quando Harry teve aquela ilusão de fronte à porta de entrada do salão.
Lá estava vazio exceto por três pessoas.
Três pessoas tomando um chá-fézinho.
Elas se viraram para Harry como se estivesse com uma vontade imensa de abraçá-lo e o levar para casa. Uma talvez.
Soube realmente que Malkin havia sido professora de Têxtilidades e de Moda da Magia, em varias escolas em vários paises, até que após os seus quinze minutos de fama, ela se estabeleceu com a loja já conhecida no Beco Diagonal.
A jovem, Cassandra Cassílda, 'Pode me chamar de Cassie!', era uma das ex-alunas de Malkin, na verdade uma aluna estilo Hermione, só mais puxa-saco. Ela era realmente, a aluna preferida. Brasileira e muito viajada. Superior a Malkin em tudo, ou quase tudo, afinal que outro objetivo têm os professores do que formar pessoas superiores a eles?
Cassie era dona de uma loja, que estava começando a se expandir. Eram já três lojas, e ela também patrocinava vários concursos e desfiles por toda a América do Sul. Estava ali para tentar fazer um convênio sobre uma festa chamada de Tropical-Sulista, se daria no Brasil, com representantes de todo o mundo da moda, e é claro, Malkin não faltaria.
Ele já percebera que ela adorava convênios...
E olhou para a terceira pessoa tomando o chá-fézinho.
Era Dumbledore, com uma cara de tire-me daqui, por favor! Harry riu, e foi sentar-se ao seu lado, esperando o almoço pular sobre a mesa, como sempre as comidas faziam em Hogwarts...
Durante a plena tarde, Harry Potter, começou a aprontar suas coisas para sair a procura da entidade que lhe forneceu tais mensagens estanhas, e também foi procurar as cartas que Edwiges traria consigo no corujal, mas não as encontrou, não havia sinal algum da presença de Edwiges no corujal, nem de cartas.
A grande chuva já estava chegando, quando, então Harry decidira ir tomar um banho quente, para enfrentar a noite chuvosa que viria.
O banheiro era grande, com azulejos brancos com detalhes vermelhos e dourados, cores da grifinória. A água do chuveiro estava pelando, mas Harry gostava assim. E a fumaça do banho embaçava mais ainda todas as placas de vidro fumê que separavam os boxes individuais. Não havia banheiras, hidromassagens, jacuzzi ou ofurôs. Não para aqueles alunos do até então primeiro ano.
A água estava limpando todo o seu corpo das impurezas do dia, e sua mente não estava ali, estava indo onde não imaginava, levava-o para a imensidão da tempestade, e para o estado de Edwiges.
O banho foi bastante demorado, afinal Harry estava de férias, e não estava na casa dos Dursley, poderia dar-se o luxo de tomar um banho de meia-hora.
Sua toalha tinha os emblemas de Hogwarts e da casa. Era vermelha e os bordados em fios dourados. Harry chegou a pensar que fossem de ouro, mas não tinha certeza.
Foi se secar sentado em um banquinho de madeira-negra, individual.
Mas quando foi pegar as suas roupas, que estavam estendidas para não ter que voltar até seu dormitório enrolado na toalha, Harry não as achou.
Entretanto Harry viu uma trouxa de roupas sujas sair andando pela porta afora do banheiro.
E pensou:
'Uma trouxa de roupa suja andando? Devo estar ficando lelé.'.
E seguiu a trouxinha, enrolado na toalha, semi-seco. Criando poças d'água pelo caminho todo.
Até que a cercou entre paredes do banheiro, no entanto ela virou-se, ou Harry achou que ela tinha se virado. E pronunciou o que Harry achou ser um feitiço, mas na verdade era uma senha para sair dali e seguir seu caminho, para onde quer que fosse:
'Anscillacca Purtusga Ferrluer Vestchrest!'.
