Capítulo 05

- Espero que você não tenha ficado constrangido com o que a minha irmã disse. – é claro que ele havia ficado. – Às vezes ela fala coisas sem pensar.

- Eu entendo. – o sorriso angelical deu lugar a um sorriso triste, forçado.

- Mas tudo o que ela disse é verdade. – eu disse tudo de uma vez, para não ter tempo de mudar de idéia.

O sorriso angelical voltou, dessa vez maior e mais radiante.

- Você fica muito bonito quando sorri assim, Quatre. – o loiro enrubesceu.

- Obrigado.

- De nada.

- Você também é muito bonito, Trowa.

Mesmo eu tendo ouvido isso de várias pessoas, nada se comparava a Quatre dizendo isso pra mim. Era totalmente diferente.

- Obrigado. Sei que provavelmente você vai me achar precipitado, até abusado, eu diria, mas eu preciso falar. Eu gosto muito de você, desde a primeira vez que eu te vi no hospital.

Quatre não conseguiu achar uma resposta. Seus olhos apresentavam um brilho diferente do normal.

- A verdade é que eu acho que estou… apaixonado por você, e espero que você não me evite por isso. Mas se você não quiser mais me ver, eu vou entender, mesmo que eu fique triste.

- Eu também gosto muito de você, Trowa. – Quatre parecia estar se esforçando muito pra dizer aquilo. – E eu nunca vou te evitar. Não conseguiria ficar sem te ver.

Nesse momento o garçom chegou, trazendo a comida. Maldito seja! Como ele OUSA interromper um momento desses??? O rosto de Quatre ainda estava bastante vermelho, deixando-o mais lindo do que já era. Ainda tinha as luzes baixas do restaurante, dando um tom dourado à pele do anjo que estava sentado à minha frente. Eu me sentia a pessoa mais sortuda do mundo.

Nenhum de nós teve coragem de voltar ao assunto durante o jantar. Quatre parecia mergulhado em seus próprios pensamentos, provavelmente sobre o que havíamos conversado. Após eu pagar a conta, nós saímos do restaurante e eu me ofereci a acompanhá-lo até a sua casa.

- Bem, aqui estamos. – eu disse, ao chegar em frente ao prédio em que o anjo morava.

- Você quer subir? – Quatre perguntou, ficando vermelho novamente.

- A sua mãe deve estar dormindo, não quero atrapalhar.

- Eu moro sozinho. – que mancada que eu dei agora.

- Ah é? Então nesse caso, se você não se incomodar, eu subo sim.

O árabe sorriu, e abriu a porta do prédio. Meu coração parecia que arrebentar as minhas costelas de tanto que ele batia. O caminho do elevador até o apartamento dele pareceu demorar dois anos, mas finalmente a gente chegou. Era um apartamento simples, mas aconchegante. Combinava perfeitamente com o dono.

- O seu apartamento é muito bonito, Quatre. Igual a você.

- Obrigado. – o loiro sorriu timidamente. – Entre, por favor.

Eu entrei e Quatre fechou a porta. O mesmo mencionou para que eu me sentasse no sofá e andou até a cozinha para pegar alguma bebida. Eu sentei-me e fiquei observando a graça com que ele andava. Parecia flutuar.

Desse jeito eu não iria agüentar por muito tempo. A minha excitação já estava ficando visível, e isso não era nada bom. Principalmente quando ele voltou com as bebidas e sentou-se ao meu lado. Eu definitivamente estava perdido.

Peguei o copo que Quatre me deu. Minha mão estava suando frio, nunca havia me sentido desse jeito. Eu nem lembrava mais dos meus problemas, apenas uma coisa habitava os meus pensamentos: a vontade que eu tinha de sentir o corpo do loiro junto ao meu. E essa vontade estava me devorando.

- Trowa, você está bem? – Quatre perguntou.

- Pra falar a verdade, não. Eu estou me corroendo por dentro com vontade de…

- Vontade de quê?

- De te beijar.

Quatre hesitou um pouco, mas acabou respondendo.

- Então o que está esperando?

Essa foi a minha deixa. Sem pensar em mais nada, eu coloquei meu copo em cima da mesa e lentamente aproximei meu rosto do dele, só parando quando senti seus lábios de anjo encostados no meu. A sensação era maravilhosa. Eu tive certeza de que havia morrido e ido pro céu, quando ele abriu os lábios, me dando passagem. Perdi o resto de auto-controle que me restava e coloquei meus braços em volta do corpo delicado dele, o puxando para mais perto.

Ele já não oferecia nenhuma resistência. Seus braços enlaçavam o meu pescoço, aprofundando o beijo. Sua boca tinha um gosto doce, suave, único. Eu nunca havia provado nada parecido. Quatre era o paraíso. O mesmo sentou em meu colo, colocando uma perna de cada lado. Nesse momento as nossas ereções roçaram uma na outra. O loiro gemeu dentro do beijo, me deixando ainda mais excitado.

- Trowa… - Quatre interrompeu o beijo em busca de fôlego.

- Sim, meu anjo?

- Eu… quero você. Agora.

- Tem certeza? – não queria fazer nada que não fosse a vontade do meu anjo.

- Nunca estive tão certo na minha vida.

- Você não se esqueceu do meu pequeno problema, esqueceu?

- Claro que não. E não me importa, tenho bastante preservativos na gaveta do meu quarto. Eu sou um médico, lembra?

- Lembro sim. – eu sorri.

- Então venha comigo. – Quatre se levantou, me puxando pela mão em direção ao seu quarto.

Paramos em frente à cama, que era de casal. O árabe se aproximou novamente de mim, me puxando para outro beijo, ao qual eu retribuí prontamente. O peguei no colo e o deitei na cama, ficando por cima dele. Meus lábios abandonaram a boca deliciosa dele e iniciaram uma trilha de fogo descendo pelo pescoço. Calmamente eu desabotoei a camisa, sempre beijando aquele corpo divino.

Quatre arqueava a coluna pedindo mais. Logo a camisa já estava em um canto do quarto, esquecida, sendo seguida pela calça e, logo depois, por minhas roupas. Os olhos azuis apresentavam um brilho febril, que eu conhecia muito bem. O brilho do desejo.

- Você é perfeito. – ele sussurrou, entre suspiros.

- Você também, meu anjo.

Voltei a minha atenção a um dos mamilos do loiro. Este gemia baixinho, mas o suficiente para me excitar ainda mais, se é que isso era possível. Eu estava torturando a ele e a mim mesmo com essa demora.

- Trowa… anda logo… eu não agüento mais.

- O que você quer?

- Quero que me possua agora! Já!!!

- Com o maior prazer!

Eu me levantei, peguei o preservativo na tal gaveta e voltei para a cama.

- Quer ajuda para colocar? – Quatre perguntou, sorrindo maliciosamente.

- Por favor.

As mãos delicadas do loirinho fogoso abriram o pequeno envelope, tirando o preservativo de dentro, e desenrolando o mesmo. Minha ereção latejava só de imaginar o contato com aquelas mãos. Quando terminou de preparar o preservativo, Quatre começou a colocar o mesmo em mim. Eu sentia o meu membro rígido deslizar dentro daquela capa de proteção, me controlando para não explodir ali mesmo.

Ao terminar com o "processo", eu deitei o árabe novamente, dessa vez abrindo as pernas do mesmo, para prepará-lo para o próximo ato. Quatre gemeu mais alto, em antecipação do que estava para acontecer. Eu deslizei um dedo na entrada apertada do loirinho, fazendo-o arquear as costas novamente e pedir mais. Inseri mais um dedo, depois um terceiro, até atingir o ponto certo, que fez Quatre gritar.

- Agora, Trowa. Eu quero você dentro de mim neste exato momento!

Mais do que feliz em obedecer, eu retirei os dedos para dar lugar a algo maior. Minha ereção parecia sufocada ao entrar naquela abertura apertadinha, causando uma fricção deliciosa. Quatre enlaçou a minha cintura com as pernas, me fazendo entrar de uma vez nele e arrancando um gemido da minha garganta. Eu esperei um pouco para que ele se acostumasse, mas não demorou muito.

- Eu estou pronto, Trowa.

Meu membro saiu quase por completo, para depois entrar novamente com mais força. Quatre gemia a cada investida, assim como eu. Quando o anjo fogoso imaginava estar sentindo o prazer máximo, eu envolvi a sua rigidez com uma mão e comecei a bombeá-la no mesmo ritmo que eu investia contra o seu corpo de paraíso.

Eu estava quase lá, mas me recusava a ceder antes de Quatre. Mais algumas investidas e Quatre não resistiu, seu sêmen jorrou como água de fonte. Os músculos apertaram o meu membro, querendo sufocá-lo, e eu também atingi o ponto máximo de prazer, caindo exausto ao lado do meu anjo. Sim, agora ele era meu por completo.

Eu saí de dentro dele e o abracei carinhosamente, sorrindo. Quatre sorriu de volta. Ele parecia satisfeito e muito feliz, assim como eu.

- Você foi maravilhoso, Trowa.

- E você é delicioso.

- Eu te amo.

- Também te amo, meu anjo fogoso. Também te amo.

I won't leave you lonely tonight

I want you to hold me all night

It's gonna be alright

I won't leave you lonely tonight

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Eu não lhe deixarei sozinho esta noite

Eu quero que você me abraçe a noite inteira

Vai ficar tudo bem

Eu não lhe deixarei sozinho esta noite