IV

A festa de cha

            A festa na varandinha ainda não havia começado. Ao menos não parecia empolgante...

            Três rapazes, Jake, Tim e Phil, do internato para garotos mais próximo – o R.A.B –, andavam de bicicleta pelo jardim em volta da varandinha onde estavam Tori e as outras garotas.

            - Ei, meninas, será que nós poderíamos participar da festa de chá? – gritou Tim, sorridente, estacionando.

            - Vão embora! – respondeu Victoria, virando-se para a colega Cordelia e sorrindo – Ai, esse meu irmão é um saco!

            - Pode até ser, mas é um gato...

            Cordelia era uma moça simpática, assim como Tori. Parecia engraçada; tinha cabelos escuros em um corte particularmente estranho cuja franja ocupava metade da testa, e usava óculos de armadura um tanto chamativa.

            Paulie e Mouse apareceram na festa. Mary primeiramente se surpreendeu com o lugar... todas pareciam bastante receptivas.

            - Vocês não leram as regras? – gritou Paulie para os garotos – É proibida a entrada de babacas!

            - Uh, ela é demais, não? – comentou Jake para os amigos, que não saíram dali.

            A moça seguiu rapidamente até a mesa onde estava o ponche e jogou todo o conteúdo da garrafa de álcool dentro, sem antes verificar se mais alguém observava seu ato – além de Mary e os garotos. Disfarçadamente, colocou a garrafa vazia dentro de uma cuba de gelo prateada, ao lado do ponche. Mary ficou impressionada com tamanha agilidade!

            - Agora eu realmente quero tomar um pouco de chá... – riu Jake.

            - É! Os babacas aqui podem tomar um pouco de chá, por favor?! – juntou-se Phil, o garoto loiro, e os três caíram na risada.

            Paulie encheu de chá duas canecas de vidro; pegou uma para si e deu a outra a Mary, que tinha os olhinhos claros brilhando. Fez um brinde e de um só gole tomou a bebida, enxugando o canto da boca com a mão... Mary apenas sorriu, entretida com aquilo tudo, sentindo o cheiro forte de álcool. De primeira vista, achara a jovem Oster atrevida, extrovertida e fanfarrona, que conseguia divertir qualquer um.

            Paulie enfiou a fita dentro do rádio que trouxera consigo e virou-se até as demais meninas. Uma música contagiante do Violent Femmes num estilo rock'n roll começou a tocar, interrompendo a suave melodia das flautas, fazendo praticamente todos do imenso jardim voltarem sua atenção para a varanda – por ao menos uns instantes.

            Paulie aproximou-se da melhor amiga e sussurrou em seu ouvido:

            - Você é a minha glória da manhã, Tori! – então puxou-a para o centro da varandinha, fazendo-a sorrir – Estão preparadas para curtir?

            Todas as moças começaram a aclamar, enquanto Ms. Vaughn aparecia para expulsar os rapazes do pátio-jardim, que não demoraram muito em dar o fora com as bicicletas.

            Todas já estavam dançando, em casais ou sozinhas, inclusive Mary. Ms. Bannet, a professora de matemática (que geralmente tinha uma expressão de razoável seriedade), e Ms. Vaughn chegaram até a varanda e permaneceram ao lado da mesa, observando a animação da festa. A diretora ficou notavelmente surpresa quando tomou um gole da bebida.

            - Ohh... Paulie! – exclamou.

            Pauline mostrou a língua graciosamente, como uma menina levada, e permaneceu dançando junto de Victoria, achando tudo divertido.

            - Paulie, Paulie...

            - O que foi? – perguntou Ms. Bannet.

            - Parece que a Paulie pôs bebida no ponche.

            - Hum... vamos fingir que não vimos nada? – disse, tomando um pouco do "chá".

            - "tima idéia, adorei! E sei que você também gostou... – respondeu a diretora, rindo – Mas não podemos dar mau exemplo, não é mesmo, Ms. Bannetska?

            Ela assentiu, e as duas então viraram a tigela de chá e jogaram todo o ponche na grama.

            - Eu não sei dançar isso...

            Até aquele dia, eu nunca soube do verdadeiro significado de diversão, pensava Mary Mouse, enquanto ia sendo rodada por uma das meninas. Eu era como uma espécie de Dr. Spock... 'e o que é isso, diversão? Eu não sei.'

Notas da autora: na verdade, não tenho mesmo nada a dizer quanto ao fanfic "... Afinal, ainda é só o começo. Um recadinho especial para o Charles: "Obrigada pelo review, tio Kei! Você é tão generoso que me faz chorar! Eu mendiguei por um review tão rapidinho e você me atendeu ÇÇ". Agora espero que leia isso!

Não demorarei muito a colocar o cap.5. Aliás, quando alguém ler isso, eu vou estar no 10º já... uu"