- Capítulo Quatro -
Eu Vou Estar
Eu Vou Estar - Capital Inicial
Eu não vou pro inferno
Eu não iria tão longe por voc
Mas vai ser impossível não lembrar
Vou estar em tudo que você v
Nos seus livros
Nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar
Eu vou estar
Eu não vou pro céu também
Eu não sou tão bom assim
Mesmo quando encontrar alguém
Você ainda vai ver a mim
Nos seus livros
Nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar
Embaixo da cama
Nos carros passando
No verde da grama
Na chuva chegando eu voltar
Nos seus livros
Nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar
Ao sair do campo de quadribol, Harry não estava nem um pouco feliz - Como a Angelina podia ser tão injusta? - pensava - Eu não tenho culpa de estar chovendo e o pomo ter levado a melhor sobre mim. Se bem que, se eu estivesse com a cabeça no treino, talvez tivesse me saído melhor.
Porém seus pensamentos encontravam-se concentrados em torno de uma única pessoa: Hermione Granger, e as muitas perguntas que ela deixara para trás ao desaparecer. Ninguém sabia dizer como é que ela saíra do castelo, pois Harry presumia que ela tivesse saído. Provavelmente fora passar o Natal com os pais, pensara Harry tentando se convencer de que tudo estava bem. O que realmente o preocupava era como é que ela havia saído. Verificara entre os alunos que iam passar o Natal em casa, no dia da partida e ela não estava lá. Fora então conversar com a professora McGonagall, expor suas preocupações. A professora sorriu com um ar divertido enquanto o ouvia. Depois, educadamente, mandou que ele se preocupasse com a própria vida e não se metesse nos assuntos que não lhe diziam respeito. Muito educadamente.
Desde então Harry encontrava-se tentando achar um meio de explicar o sumiço dela. Ela não desaparatou.Não tinha idade para isso e mesmo que tivesse não poderia fazer isso. Como ela mesma dizia: "Não se pode simplesmente aparatar ou desaparatar em Hogwarts".
Perdido em pensamentos, Harry começou a subir as escadas quando viu alguém sentado no último degrau. - Mione? - murmurou. Sim, era ela, que parecia ter saído dos seus pensamentos. Terminou de subir as escadas correndo.
- Mione? - perguntou ainda sem acreditar.
A garota que, pra variar, estava lendo, sem nem sequer se dar o trabalho de interromper a leitura respondeu - Sim?
Harry, estava tão feliz de ver a amiga, que nem notou a indiferença da resposta.
- Mione, onde você estava? Está tudo bem com você? Você tá legal?
Hermione fechou o livro, marcando a página com o dedo e só então, olhou para Harry.
- Calma garoto! Uma pergunta por vez, sim? Bem, mas de qualquer forma... Vejamos... - disse olhando-se de cima a baixo com uma expressão avaliativa - Sim, sim. É, acho que eu estou bem. Muito bem, obrigada. E quanto a "onde eu estava", bem... Mistéééééééério! - falou com um ar de conspiração terrorista - Brincadeirinha! Eu estava... bem... Aonde eu estava não é da sua conta Potter. - e com um sorriso malicioso - E nem pense em perguntar com quem eu estava nem o que eu estava fazendo!
- Ahn?
- Harry, o que você andou fazendo com o seu cérebro enquanto eu estive fora? Eu fui passar o Natal com meus pais como eu sempre faço, oras! - disse a menina rindo do garoto.
- Ah bom... Por um instante eu fiquei imaginando coisas. - disse com um olhar que traduzia bem o que ele pensou.
Mione, que já voltara a leitura, apenas riu e balançou a cabeça.
Harry ainda não havia desistido do inquérito, continuou:
- Mas diz aí, Mione. Você tá bem mesmo?
Hermione suspirou impaciente e o olhou.
- Sim, Harry. Eu estou ótima! Melhor impossível! - E voltou ao livro.
- Tem certeza? Sabe, eu estive preocupado com você estes últimos dias, Você sumiu e agente nem conversou direito.
- Uhm hum. - respondeu a outra interessadíssima... na leitura.
- Pois é. - continuou, inabalável - na última vez que nos vimos você não estava muito bem, então eu realmente fiquei preocupado...
- Uhm hum. - disse Hermione mudando de posição e cruzando as pernas. Harry, que a observava, instintivamente acompanhou o movimento com o olhar. Só aí que ele notou que ela parecia estar usando o uniforme do primeiro ano. Então ele viu uma manchinha na coxa dela. Meio boquiaberto e totalmente apalermado com o comprimento da saia o garoto apenas comentou:
- Uia, Mione! Nunca notei que você tem uma pinta na coxa - disse levando a mão a saia e a olhando como se pedisse permissão. A garota deu mais um suspiro de impaciência e o olhou com indiferença.Harry subiu a barra da saia alguns centímetros e percebeu que a "manchinha" tinha uma forma definida. "Parece com uma ponta de uma meia lua e um pedaço...
- de uma estrela!?" - pensou alto.
Hermione num movimento brusco, descruzou as pernas, consertou a saia e emburrando a cara voltou a atenção ao livro.
Harry sem saber ao certo se queria ter certeza do que era aquilo, num impulso subiu novamente a barra da saia dela, dessa vez vários centímetros. E fazendo uma cara que mesclava assombro, incredulidade e indignação, esbravejou:
- O que é isso? - apontando o local com uma mão, enquanto a outra, que havia levantado a barra da saia, continuava no mesmo lugar.
Hermione suspirou pela terceira vez, dessa vez conformada.
- Eh! Já vi que não vai dar pra ler mesmo, né? - disse dobrando a ponta da página e jogando o livro de lado. Olhou para ele, que continuava paralisado com as mãos no mesmo lugar, e disse com uma expressão de quem faz um grande esforço para pensar. - Bem, vejamos - e olhou para baixo - isso me parece... hum... - e numa voz tediosa de quem dizia a coisa mais óbvia do mundo. - Saia. Tatuagem. Perna. Mão. Minha perna. Sua mão, na minha perna. De qual desse "isso" você está falando?
Harry assustado com a constatação da garota, retirou as mãos rápido. Mas nem por isso desistiu.
- Ah, Mione! Você entendeu. Eu tô falando disso! - e apontou para a perna dela tomando o cuida de não encostar dessa vez.
Hermione o olhou como se duvidasse da própria resposta e disse num voz hesitante: - Uma... tatuagem?!
Harry a olha como se só agora tivesse confirmado suas suspeitas e com um olhar acusador disse: Mione, você tá doida? Como é que você fez isso?
- Bem, na verdade não fui eu, foi um taduador. - e com cara de professor Binns continuou - É um processo bem simples, sabe? Consiste em...
- Não, Hermione! Não me interessa saber se o processo é simples ou não. Eu não dou a mínima pra isso. O que eu quero saber é porque, diabos, você fez isso? - interrompeu Harry, irritado.
- Oras! E vai continuar querendo. Eu não te devo satisfações. O corpo é meu. Portanto... Não se envolva.
- O corpo pode até ser seu, sim. Mas isso não impede que eu me preocupe com você. Por isso desembucha logo. O que esta acontecendo com você, Hermione?
Com um olhar sonso e um sorriso no melhor estilo Malfoy, Hermione debochou - Blá, blá, blá, blá! Blá, blá, blá, blá! Blá, blá, blá, blá... - e dando um sorriso doce, com se ele tivesse dois anos, disse - Harry, querido. - e com uma expressão de burro amarrado continuou - Eu já te disse. Eu não te devo satisfação. Então... "Me erra", garoto!
Harry sentiu a impaciência e a irritação crescerem no peito. "O que deu na Hermione pra ela agir assim?"
- Mione, isso tudo é pelo que aconteceu com o Rony... Ahn... e também com agente? - perguntou hesitante.
- Vá se danar, Harry Potter!
- O QUE?!?!
- Ah, não entendeu não, é? Pois muito bem, eu repito: VÁ SE DANAR!!
Se Harry tinha alguma dúvida, agora tinha certeza absoluta. Havia algo muito errado ali. Hermione, praguejando, onde já se viu?! Se ele contasse ninguém acreditaria.
Hermione fez um gesto de impaciência e Harry prevendo-lhe a intenção apenas colocou a mão sobre o ombro dela forçado-a a sentar novamente.
Balançando a cabeça negativamente, disse num tom decisivo que não admitia réplica - Nem pense nisso. Você não sai daqui enquanto não me explicar o que está acontecendo.
Hermione o olhou de um modo impertinente.
- Ah, é? E quem vai me impedir?
- Eu. - respondeu simplesmente
- Duvideo-dó - provocou-o
- Experimente, - ele disse num ameaçador - e verá!
Hermione riu com deboche.
- Rá! - desdenhou - Até parece, Potter.
- Já disse, Mione. Ou fala, ou fica mofando aqui.
- É, a biba tá nervosa, gente! Sabe, isso é falta de mulher...
- HERMIONE! Fala logo, caramba!
- Eu já disse. Não é da sua conta!
- Claro que é!
- Não, não é. E agora me solta. - falou entre dentes.
- Só te solto depois que você me explicar o que é que está acontecendo com você.
Hermione bufou irritada. Já tinha perdido a paciência com essa discussão. Mas então teve uma idéia. Essa última semana ela havia pesquisado sobre um assunto... interessante, pra dizer o mínimo. Resolvendo mudar de tática e aproveitando pra testar seus novos conhecimentos, sorriu. E de um modo hesitante, não tinha muita certeza se aquilo era o certo a fazer, disse:
- Harry, tudo bem, você venceu.
O brilho triunfante que surgiu nos olhos do garoto deu a Hermione a certeza pra continuar:
Dando um sorriso sedutor, segurou o queixo do garoto que estava em pé na escada alguns degraus abaixo de onde ela estava sentada. Olhando-a nos olhos, fez com que lentamente ele aproximasse o rosto do seu.
Harry, aturdido, pensou que ela fosse o beijar. Porém no último instante ela desviou a boca da sua, aproximando-se de seu ouvido. Quando ela sussurrou em seu ouvido, Harry sentiu como se uma descarga elétrica percorresse sua espinha.
- Eu sou crescida e vacinada. Além do mais... - o sorriso aumentou ao sentir que Harry estremecia de leve - Não te devo satisfações. E... - voltando a ficar de frente para ele, com os olhos cravados nos dele e as bocas a milímetros de distância continuou - ... Vá se danar, Harry Potter.
Dando um sorriso travesso ela o soltou, pegou o livro, se pôs de pé e olhou pra ele. Soprou-lhe um beijo e saiu dali correndo.
Harry, perplexo com tudo aquilo, demorou a reagir. Assim que seu cérebro assimilou tudo, saiu a toda atrás dela.
Ele a viu virar à direita e se pôs a correr mais rápido para não perde-la de vista. Porém, antes que conseguisse fazer a curva deu de cara com alguém que vinha em direção contrária. Na velocidade em que estava, Harry só conseguiu parar em cima da pessoa. Resultado: os dois foram parar, literalmente, à dois metros dali.
Harry, que caiu de mau jeito e ainda estava zonzo, foi ajudado a se levantar pelo outro.
- Você está bem? - perguntou Rony solícito.
- Ahn... Rony? Foi mal. Eu nem vi que era você. - disse Harry, ainda meio lerdinho da pancada - Acho que eu estou bem. E você?
- Tô legal também. Aonde você tava indo com tanta pressa, cara?
- Ahn... Ah, é! Hermione! - exclamou Harry.
- O que tem a Mione? - questionou Rony sem entender.
- Ela... Ela... Ela fez... A Mione... Ela...
- Ela o que, Harry? Fala logo, cara! Você tá me deixando preocupado.
Harry balançou a cabeça caindo na real. Olhou para Rony que ainda esperava uma resposta.
- Ah... Não é da sua conta, Weasley!! - disse impaciente voltando a correr em direção ao quarto da Hermione.
Rony ainda permaneceu por alguns instantes no mesmo lugar tentando entender aquilo. Por fim desistiu e saiu murmurando algo como "esse povo é doido... Bebe, só pode!".
N.B.1: Esse capítulo é doido! Eles discutindo igual criança... "Vai!" "Não, não vou!" Ha ha!
E a Mione começa a botar as asinhas de fora!!!! Agora o bicho pega!
N.B.2: Ah! No próximo cap: Como o Harry reparou que uma certa garota não era mais a dentuça de cabelo "puf" mandona... "Tudo Mudar"
