Capítulo 8:                            Movimentações noturnas

Música: Send Me An Angel - Scorpions

Gina teve que esperar até bem tarde para tentar falar com Draco. Quase foi surpreendida quando Harry saiu para ver a filha (não queria dar explicações sobre o que estaria fazendo na escada para o sótão.). Somente depois que Timoth voltou para o quarto ao lado ela resolveu arriscar.

"Preciso saber!", repetia para si mesma, enquanto subia cautelosa as escadas, "Não pude estar enganada todo esse tempo!"

- Ótimo! – exclamou em voz baixa ao perceber que a porta estava enfeitiçada. – Pense, Virgínia. Pense... É um feitiço de trancamento usado por aurores... Hum... Talvez se eu... – ela tocou a porta com a varinha.

Letras roxas se formaram na superfície de madeira:

"Virgínia Weasley. Auror da Federação Européia. Consta na lista de interrogadores. Boa noite, Srta. Weasley."

Ouviu um clique.

- Obrigada. – disse educadamente, empurrando a porta.

Draco Malfoy estava de pé, junto à janela que era a única fonte de luz no ambiente. A princípio assustou-se com o clique, mas conseguiu permanecer impassível quando Virgínia surgiu. Viu-a piscar seguidamente para se acostumar à penumbra e finalmente enxergá-lo. Os dois encararam-se. Ela tinha um olhar interrogativo ao aproximar-se até estar bem próxima a ele.

O jeito frio e distante de Draco a enervava.

"Como ele pode estar tão calmo depois de ter feito o que fez?"

- Olá, Virgínia. – a voz dele era um sussurro, pois ele sabia que, se fosse mais alta, Gina perceberia que estava tremendo.

- Por que? – já a voz dela denotava uma irritação incontida. – Como você conseguiu me enganar, Malfoy?

Draco suspirou e deu de ombros, voltando a olhar a lua cheia.

- Potter havia me informado que o interrogatório seria pela manhã. – conseguiu controlar o tremor. - O que houve? Resolveram começar antes para pegar o dia de descanso?

- Caso você não tenha notado, não tem mais ninguém comigo, Malfoy. Não é um interrogatório.

- Então não preciso responder nada. – "Como é difícil tratá-la mal!" – A não ser que você me 'force', é claro. – acrescentou, no tom arrastado habitual. – Estou à sua mercê, auror.

- Você é nojento quando quer! – Gina cuspiu. – Eu não deveria ter vindo. – virou-se para sair. Draco adiantou-se, segurando-a pelo braço e fazendo-a encará-lo.

- Eu não enganei você. – o olhar dele era tão intenso que Gina assustou-se.

- O que você estava fazendo? – Draco largou-a.

- Desculpe. – disse, baixando os olhos. – Eu não quer...

- Duvido que você não quisesse me machucar, Malfoy. – ela devolveu, ressentida. "Pare de se fazer de vítima, droga! Eu fui a ludibriada aqui!" – Sei que usou a lareira da minha casa para espionar Elenna e Harry! Foi você quem informou seu pai, não foi?

- Agora voltamos com os sobrenomes? – um sorriso triste formou-se no rosto dele.

- Suspeito que nunca deveríamos ter saído deles! – Gina estava furiosa. – Pare de fingir, Malfoy! Você me usou. Como eu pude ser tão idiota?

- Você não deveria se dar nomes, Virgínia. Não é muito inteligente. – Draco viu que ela tentava conter as lágrimas. Segurou-se para não abraçá-la. – Eu não usei você.

O corpo de Gina tremia por não chorar. Ela abriu e fechou a boca, as palavras tentando passar pela garganta.

"Rught(isso é um rugido, ok?)! Por que ele mexe assim comigo? Ele é um traidor, um falso, horroroso! Por que não consigo enfrentá-lo?"

Ela não protestou ao sentir o calor que vinha do corpo do rapaz quando ele a abraçou. Delicadamente, Draco pousou a mão na cabeça dela, ajeitando-a de encontro a ele. Virgínia passou os braços em volta de seu pescoço, soluçando alto.

- Eu sinto tanto. – murmurou. – Tudo poderia ter sido diferente para nós. O destino é inexorável. – então ele parou de falar. Havia mais uma coisa que ele queria fazer. Que estava planejando dizer desde que descobrira que a amava. Desde que vira esperança para ele. "Tudo está perdido agora." Respirou fundo, jogando para o alto orgulho, receio ou razão. – Desculpe, meu amor.

Gina pareceu reconhecer o esforço que ele fizera. Lentamente, os soluços diminuíram. Soltou-se dele e suspirou.

- Você não vai me contar por que?

- Não. Não me peça nada agora. – Draco lançou-lhe um olhar suplicante.

- Amanhã talvez eu não esteja aqui. - "Não posso participar do interrogatório de quem amo."

- Você tem esse direito.

- Você pode me dar alguma informação. Aliviaria sua pena.

- Eu ainda não fui julgado, Virgínia. Só preciso que você acredite que eu não a usei.

- Acredito, mas isso não muda o que você fez.

- A sua confiança é tudo que preciso... Por favor, saia.

- Você não confia em mim? – ela parecia magoada.

- Durante esses meses, Virgínia, eu não confiei em outra pessoa. "Por que é tão difícil entender?" – Não me pressione. É melhor que você não saiba.

- Se eu estiver aqui amanhã, nada me impedirá de ouvir a verdade. – era ameaça que ele percebia na voz de Gina?

- Mas aí haverá testemunhas, não será uma conversa íntima... Não será uma confidência. – Draco permanecia irredutível. – Vá.

Mas havia uma última coisa a ser dita naquela noite. A ruiva não se arriscaria à toa e sairia dali sem saber. Se ele queria continuar com a palhaçada, tudo bem. Palavras podiam mentir, já gestos...

Gina aproximou-se novamente de Draco, perto o bastante para pegá-lo desprevenido, beijando-o loucamente.

Surpreso, o bruxo não teve reação imediata, e ela até cogitou desistir.

Draco não soube jamais precisar o que o fez abraçá-la. "Pode ter sido as mãos dela pelo meu cabelo.", conjeturava, deitado muito depois dela ir, "Ou a boca dela abrindo a minha... Hum", um sorriso malicioso instalava-se em seus lábios com a lembrança, "Gosto de morango... ela sempre tem esse gosto... Merlin, ela consegue me arrepiar!... E me enganou direitinho..."

Quando o loiro envolveu-a, apertando-a contra seu corpo, a bruxa cantou vitória mentalmente. Minutos se passaram e eles não se largavam. Já trêmula do contato com Draco, Gina afastou-o e viu o mesmo brilho de paixão de sempre nos olhos cinzentos dele.

- Aguarde-nos após o café, Draco Malfoy. – ela sorriu, deixando-o sozinho e com ótimo humor.

N/A: Olá! Bem, primeiro peço mil desculpas pela demora, mas é que tive uns probleminhas "básicos" com a linha telefônica... rsrs!! E então, o que acharam? Aliás, vocês leitores estão muito quietos, quase não dizem nada... rsrs!!

         Este capítulo vai para a Sabrina Malfoy (Sa, valeu a espera?!) e para a Yellowred, que anda meio sumida (cadê você, menina?).

         E escrevam, hein?! Beijos.