Capítulo II – A Primavera da esperança e o Inverno do desespero
Novembro tinha finalmente chegado. E com ele veio a neve, a chuva e o vento. Já se tinham passado dois meses desde o início das aulas, dois longos e árduos meses, e os Gryffindor já estavam fartos dos Slytherin!... Era sempre assim quando o Inverno chegava. Hermione detestava esta estação fria e sentia-se deprimida... Era como se a esperança desse lugar ao desespero. E isto, dizia ela, em relação aos estudos e ao amor... O pior (ou talvez o melhor), é que este ano, ela enganava-se redondamente...
- Quinta-feira... Vamos ter poções! Não era melhor irmos andando para a sala de aula? – Perguntou Hermione que já acabara o pequeno-almoço.
- Sim. É melhor irmos porque o Snape não descansa enquanto não nos tirar, pelo menos, cem pontos!
- Não te preocupes Harry. – Disse Ron que metia o último pedaço da torrada na boca. – Se ele tira pontos aos Gryffindor, também tira aos Slytherin! Afinal, somos toda uma equipa! – Finalizou em tom irónico.
- Sabes Ron, tu às vezes demonstras a pouca inteligência que tens! – Disse Hermione começando a rir.
Riram até chegarem à porta da sala de poções. Respiraram fundo, entraram, e o pesadelo daquela aula começava, outra vez, e como muitas mais naquele ano.
- Depois de juntarem os três pêlos de Thestral, deixem a poção repousar durante cinco minutos, e têm a poção da invisibilidade pronta. Embora ninguém prestasse atenção a Snape, ele falava e escrevia os ingredientes no quadro. – Agora, por favor, façam a vossa poção.
As poções de Hermione e Harry ficaram perfeitas! A de Ron só fez desaparecer a sua cabeça, o que foi bastante engraçado. Snape não tirou pontos a Gryffindor por este incidente, nem pelo de Neville que espalhou a sua poção pela sala.
- Eu disse-vos! Aquele Snape é demasiado previsível para a mente evoluída de Ronald Weasley! – E dito isto, deu uma gargalhada tão aguda, que fez com que todos os que estavam no mesmo corredor que eles, os olhassem com cara de troll!
- Que é que vocês vão fazer na tarde livre? – Perguntou Harry. – Eu vou passar a tarde com a Cho. Alguém quer vir?
- Não! – Responderam Hermione e Ron ao mesmo tempo.
- Eu vou ficar na sala comum a fazer os tpc's todos que tenho em atraso! – Disse Hermione.
- E eu vou ficar com a Hermione na sala comum. Também tenho tpc's por fazer! – Ron estava a mentir, claro! Mas a única coisa que ele não queria, era passar a tarde a servir de velinha!
Já passava das dez horas quando Harry entrou na sala comum. Hermione e Ron não tinham descido para jantar de tão obcecados que estavam pelos tpc's (pelo menos no caso da Hermione). O tempo passou... Da última vez que Hermione olhara para o relógio, era meia-noite e dez minutos e, ainda havia pelo menos sete pessoas na sala comum. Nos cinco minutos que se seguiram, o silêncio quase tomou conta da sala, mas, antes de este ter tempo para se refugiar naquele compartimento, alguém se dirigiu a Hermione.
- Ui... A ratinha de biblioteca ainda está acordada...
Hermione tentou não ligar... Mas era impossível! Aqueles olhos azuis e o cabelo loiro tiravam-na do sério... Hermione suspirou e muito lentamente fechou o livro que estava a ler e levantou-se.
- Responde-me sua Sangue-de-lama miserável!
Hermione teve que responder. – Que é que disseste Malfoy?
- Sinceramente, não sei como podem existir pessoas tão miseráveis e nojentas como tu, Sangue-de-lama asquerosa! – Draco tinha atingido o limite, e ele sabia-o...
E, foi naquele momento que, os olhos castanhos não aguentaram mais e ficaram vermelhos! Hermione deu um passo atrás, mas não era capaz de ficar ali! Deu por si a correr o máximo que as suas pernas aguentavam, e na sua face, escorriam lágrimas de ódio que morriam na sua boca. Não queria saber para onde estava a correr. Queria apenas que os seus pés a levassem para um sítio onde se sentisse bem (se é que isso ainda era possível). Eles ouviram as suas preces pois levaram-na até ao lago, onde a lula gigante brincava com a água. Ainda a chorar, olhou a lua que brilhava mais que nunca, e sussurrou "eu só queria ser feliz...". Não obteve resposta (pelo menos da lua), e fechou os olhos.
- E porque é que não és feliz? Hermione conhecia aquela voz... O seu príncipe, o seu sonho, mas que naquele momento, não era mais que um pesadelo...
- Porque pessoas como tu transformam a minha vida num inferno. – E dizendo isto, olhou penetrantemente o infinito dos olhos do seu amado.
- Hermione... Eu queria... Bem... – Draco baixou a cabeça e olhou o chão. Para ele, um Malfoy, não era fácil pedir desculpa. – Eu... Queria... Quer dizer, quero...
- Diz de uma vez Malfoy! – Disse Hermione enervada.
Draco respirou fundo. – Eu quero pedir desculpa pelo que disse lá em cima! – Ele falou depressa, mas Hermione percebeu o que ele dissera. E os olhos castanhos tornaram-se novamente vermelhos. – Hermione, eu disse alguma coisa de m...
Hermione nem o deixou acabar a frase e abraçou-se a ele. Ela estava gelada, pois esquecera-se do manto, então Malfoy, sem saber bem o que estava a fazer, pôs o manto à volta de ambos e agarrou as duas partes dele, na cintura dela. Naquele momento deu-se um choque. Entre o ódio e o amor, entre eles, entre a natureza, e entre o mundo. A lua que dantes brilhava como uma chama que nunca se apaga, foi tapada por nuvens gélidas, que deixaram cair pequenos flocos de neve. Flocos, esses que, segundo Dumbledore, a única testemunha daquela cena, eram lágrimas de um céu que chora por um amor impossível. Eles nem pareciam ter notado na neve que lhes caía em cima das cabeças. Ali abraçados, estavam num mundo só deles. Para Hermione aquele momento era perfeito, mas Draco, achou que havia silêncio a mais e decidiu quebrá-lo.
- Acho que o meu coração vai explodir.
E, pela primeira vez, Hermione viu um sorriso sincero naquele rosto lindo que ela amava! Sim, agora ali com ele, ela já não tinha duvidas. Ela amava- o e não tinha medo de o dizer, para si, por enquanto.
Hermione retribuiu o sorriso. Ele passou o seu nariz por toda a cara dela, como que a dar-lhe beijos. Segundos depois, o seu nariz parou junto do dela e as suas bocas ficaram próximas... Hermione pôs os braços à volta do pescoço dele. Estiveram assim num beijo apaixonado, vários minutos até que Hermione o largou e lhe disse quatro simples palavras, mas que magoaram o complexo coração de Malfoy.
- Eu... Não posso! Desculpa. – E como que aterrorizada com o que acabara de fazer, correu para o castelo. Chegou exausta, ao retrato de uma senhora que parecia uma deusa de tão bonita que era.
- Hermione, querida, que tens? – Perguntou Strawberry, um pouco preocupada.
- Não tenho nada... Rolevute!
O retrato desviou-se para deixar passar a menina. Hermione deitou-se na cama e fixou o tecto escuro do seu quarto... Aquele silêncio absorvia os seus pensamentos, e então, decidiu meter-se debaixo do chuveiro... A água quente espetava-se no seu corpo gelado e não tardou muito, até a água se misturar com as lágrimas que caíam dos seus olhos. Aquilo tudo era confuso demais para a cabeça dela. Ela gostava, mas também odiava! Ela queria, mas ao mesmo tempo não podia! Porque tinha de acontecer com ela?! Hermione tentava encontrar resposta a esta pergunta quando entrou novamente no seu quarto, e viu que Malfoy estava sentado na sua cama. Ele rapidamente se levantou...
– Hermione, – começou – Porque fugiste daquela maneira?
- Por favor Malfoy, sai do meu quarto!
- Não Hermione! Não vou sair enquanto não ouvir uma explicação! – Neste mesmo momento, Draco percebeu o que se passava com ele... Draco Malfoy estava apaixonado...
Hermione começou a gritar – Aquilo foi um erro Malfoy! Eu odeio-te!!
- Não odeias nada! – Draco também começara a gritar...
- Odeio sim! Isto é um pesadelo... – Deu um passo em frente. – Por favor, esquece-me! Malfoy baixou de novo a voz. - Não posso... Tu já estás aqui! – E dito isto, levou a mão ao peito, no sítio onde se encontra o coração.
Hermione nem acreditava no que tinha acabado de ouvir... Malfoy não deixou que ela respondesse. Abraçou-a e ambos caíram no chão.
Deixem mensagens pa minh!! =D
