Capitulo 2

Reviravoltas


Sentiu uma grande pressão no peito, para além das dores nas costas e no pescoço. Abriu os olhos e deparou-se com uma cabeça loirinha. No primeiro momento estranhou mas depois ficou tudo claro, não havia sido um sonho ou qualquer outro tipo de alucinação, era mesmo verdade.
Assim que Draco se moveu o loirinho despertou e "abriu o berreiro". Draco ergueu-se segurando o bebé tentando fazer com que ele parasse de chorar.

-Já sei, já sei, queres comida.

Por sorte havia trazido alguns dos boiões da empresa. Caminhou com o bebé para a cozinha e sentou-o em cima da mesa. Convocou a comida e começou a árdua tarefa de alimentar o pestinha. Depois de meia hora de "luta" constante Draco deu por terminada a refeição e nesse mesmo instante Zabini aparatou-se na cozinha.

-Ainda bem que chegaste.
-Não sei porque mas não gostei desse tom de voz, vai sobrar para mim.
-Ainda bem que és tão perspicaz, poupas-me metade do trabalho.
-O que é que me vais pedir?
-Nada que não possas fazer.
-Diz logo Malfoy!
-Preciso que fiques com ele enquanto vou á empresa.
-Nem pensar!
-Blaise, só por hoje, esta manhã apenas.
-Não sei porquê mas a minha consciência diz-me para não aceitar.
-Tu não tens consciência – Disse o loiro calmamente.
-Não precisas ofender, eu fico com a peste mas só de manhã e não me responsabilizo pelos meus actos.
-Eu não me demoro.

Draco arranjou-se e materializou-se na empresa.

Zabini continuava com o pequeno na cozinha.

-Tu deves ter um nome, certo? – O bebé olhava para o rapaz com curiosidade – Tens de ter .... Não te posso chamar de coisinha ou pirralho ... - O loirinho sorria para Blaise, tentando alcançar a cara do rapaz com as mãozinhas completamente babadas.
-Nem penses coisinha.... – Avisou Zabini.

O aviso do Blaise não serviu de muito pois logo o loirinho alcançou a cara do rapaz. Ele tentou faze-lo parar mas o bebé começou a fazer beicinho, ameaçando chorar a qualquer momento.

-Pronto, pronto, não chores – Balise deixou que o loirinho tornasse a alcançar a sua cara – Que nojo! – Acrescentou baixo.

- - - - -

-Eu não acredito que a porcaria do arquivo desapareceu! Andava a trabalhar nesta campanha à meses! – Draco estava realmente exaltado, desde que chegara ao escritório não tinha feito outra coisa se não gritar.
Um dos arquivos das campanhas tinha desaparecido e não havia meio do encontrar. Chamou a secretária, talvez ela soubesse de algo.

-Nicolle! – Exclamou assim que a rapariga entrou no escritório – Sabes onde está o arquivo da campanha em que estava a trabalhar?
-Não Sr. Malfoy – Disse um tanto nervosa.

Draco estranhou a atitude da rapariga.

-Tens a certeza que não estás a esconder nada?
-Não Sr. Malfoy....

Não pode continuar a frase pois Nick entrou no escritório, completamente esbaforido.

-O que é que tu queres Nick? – Perguntou o loiro irritado.
-Pensei que gostasses de saber do paradeiro do teu arquivo.
-O que é que tu sabes sobre esse assunto?

Antes que o rapaz pudesse responder Lavander invadiu o escritório

-Vocês os dois, saiam! – Disse a Nick e Nicolle – Draco, precisamos de falar!

- - - - -

Por mais insensível que uma pessoa fosse, era impossível resistir ao loirinho. Depois de duas horas de convivência com o pequeno, Blaise já se tinha rendido aos seus encantos.

-Nós não podemos deixar que o Draco te entregue pois não? E se ele for mesmo o teu pai?

O bebé apenas gargalhava em resposta ao rapaz.

-Pois, tomo isso como um sim... temos de arranjar uma maneira de ele não te entregar à secção de pessoas desaparecidas.... Nem que para isso eu tenha de te esconder.....

- - - - -

-O que foi Lavander?
-Já resolveste o problema do pirralho?
-Não o trates assim!
-Sem sentimentalismos Draco.
-Não são sentimentalismos, ele é só uma criança.
-Exactamente e já sabes que enquanto houver criança não há casamento.
-Eu resolvo isto hoje.... Vou até à secção de pessoas desaparecidas do ministério e entrego o miúdo.
-Disseste isso ontem! Eu quero isso resolvido já! Agora! Neste instante!
-Já ouvi Lavander, tenho muita pena mas não posso continuar na tua agradável companhia.

Saiu do escritório sem dar tempo de resposta à rapariga. Aparatou-se no seu apartamento e deu de caras com Zabini, aparentemente preocupado.

-O que aconteceu Blaise?
-Eu não sei o que te diga....
-Onde está o bebé?
-Esse é exactamente o problema.
-Como assim, o problema?
-Ele não está.
-Não está?!?
-Não, desapareceu.
-Desapareceu?!?
-Desapareceu.
-Mas como?!? – Draco começava a ficar desesperado.
-Eu fui á casa de banho por dois minutos, deixei-o no teu quarto e quando lá voltei já não estava mais lá.
-Não estava mais lá?!?!?
-Não Draco, não estava.
-E agora?!?
-E eu é que sei? O filho é teu!
-Ele... ele não é meu filho... além do mais deve ter sido a mãe que o levou de volta.
-E como é que ela entrava sem eu dar conta?
-Da mesma forma que da primeira vez.
-Eu não sei... não me parece...
-Não te parece... olha, eu é que já não sei... se queres que te diga já estava a ficar apegado ao miúdo...
-Assim tão apegado?
-Eu gostava dele... mas se o levaram de volta é melhor assim....
-Eras capaz de fazer um teste de paternidade se ele aparecesse de novo?
-Que raio de pergunta é essa? – Perguntou desconfiado.
-Nada, nada, era só uma hipótese...
-Não sei, acho que sim... mas de qualquer maneira ele não vai voltar, certo?
-Certo – Respondeu – Não vais voltar à empresa?
-Pois, acho melhor voltar....
-Então eu vou indo, não estou aqui a fazer nada.

Saiu deixando Draco para trás, entregue aos seus próprios pensamentos. Ele estava realmente a ficar apegado ao loirinho, duma forma que não sabia explicar.

Tinham passado três dias desde o "desaparecimento" do loirinho, Draco ainda sentia falta do bebé, principalmente quando acordava de manhã.

Como de costume acordou cedo, encaminhou-se à casa de banho onde demorou cerca de uma hora para toda a "produção matinal". Dirigiu-se para o escritório onde ficou até tarde, muito depois do termino do expediente. Quando reparou nisso já o sol se tinha posto à muito. Reuniu uma série de pastas e aparatou-se no seu apartamento. Ordenou ao elfo que lhe preparasse o jantar, enquanto se dirigia ao seu escritório. Era uma sala ampla, sem janelas, totalmente rodeada de estantes repletas de livros, uma secretária ocupava o centro do espaço e por detrás desta uma enorme poltrona onde se costumava sentar a ler um bom livro.
Sentou-se na poltrona e espalhou as pastas, que tinha trazido consigo, na secretária à sua frente. Começou a trabalhar e alguns minutos depois foi interrompido por um dos elfos que anunciava o jantar.
Depois da refeição retomou a trabalho mas foi interrompido uma vez mais.

-Blaise? Por aqui a estas horas?
-Porquê? Não posso?
-Fica à vontade.

Zabini conjurou uma cadeira e sentou-se na frente do loiro.
-Muito trabalho?
-Imenso... Aqueles dias sem trabalhar por causa do.... Bem, tu sabes, o trabalho acumulou-se na secretária e agora estou a compensar...
-Bem vejo, mas pareces cansado...
-Eu estou bem... - Draco aguçou os ouvidos, algo fazia um barulho do outro lado da casa.
-Ouviste? – Perguntou a Blaise.
-O quê?

O loiro fez um sinal para que o rapaz se calasse e franziu o sobrolho para ganhar concentração.

-Era capaz de jurar que ouvi um choro – Disse o loiro alguns segundos depois.
-Pois eu não ouvi nada, acho melhor descansares, o trabalho deu-te a volta à cabeça.
-Não, não ,não, escuta – Realmente ouvia-se algo, mas só Draco associou o som a um choro.
-Draco isso é tudo menos um choro de criança.
-Pois então vem comigo.

Saiu do escritório e seguiu o som, parando à porta do seu quarto.

-É daqui – Declarou Draco mas o som já havia cessado.

Afastou a porta e lá estava ele, o loirinho deitado na sua cama, avançou até ele e tomou-o nos braços. Foi incapaz de conter um sorriso ao segurar no bebé.

Blaise estava encostado ao batente da porta, observando a cena e o sucesso do seu plano.

-E que tal um teste de paternidade?!? – Exclamou fazendo Draco voltar- se bruscamente.
-O que é que tu disseste?
-Porque não fazeres um teste de paternidade?
-Não achas que esta não é uma boa altura... acabei de o "achar"...
-Por isso mesmo, fazes o teste e encerras logo está história...
-Vistas bem as coisas, és capaz de ter razão...
-Então, vamos a isto?

Draco caminhou de volta ao escritório com o loirinho nos braços.

Deve estar num destes livros...

Passou o loirinho para o colo do outro rapaz e começou as suas buscas. Depois de vinte minutos e muitos livros espalhados encontrou finalmente o que procurava. Na realidade era uma poção fácil, Draco reuniu todos os ingredientes, provenientes da sua dispensa pessoal e dirigiu-se para a cozinha, seguido por Blaise.
Vigiou o cozimento lento da poção durante meia hora, depois de pronta distribuiu-a por dois recipientes como dizia no livro. Num deles colocou um fio de cabelo seu e no outro, um fio de cabelo do bebé. Juntou as duas e aguardou o resultado. Se fosse positivo a poção tomava uma cor azulada, se não continuaria com a mesma cor acastanhada.
Mas o resultado não deixou margem para dúvidas.

-Eu disse! Ele é teu filho! – Exclamou Blaise entusiasmado.

- - - - - Fim do 2º Capitulo - - - - -



N/A: Só 3 comentários?!?!? Não tem mal..... os que foram, foram bons ....

Rute Riddle: Pois é Rutinha.... Se não fosses tu, o que seria desta fic? .... vChrisv : Ainda bem que gostaste, é sempre bom saber isso. O que achaste deste capitulo?

Carol Malfoy Potter: Como eu disse no e-mail .... Sobre a Gina não posso adiantar nada .... Mas espero que continues a ler ....

Bem vou deixar aqui um trechinho:

"Tão semelhante a algo que já tinha visto, a forma de andar, de sorrir, mas no entanto tão diferente. Sabia que já a tinha visto em algum local, num tempo distante mas depois reconsiderou, algo tão belo não poderia ser esquecido com o simples passar do tempo."

Bjx e até ao próximo capitulo ..... FUI!!!!