Capítulo III

Começa a ficar escuro, Sakura olha no relógio, eram 6:35, ela e Seiji precisavam tomar um banho, e se aprontarem para o jantar. Seiji fugia pela casa brincando com a mãe, que corria desesperada atrás do menino para que pudesse vestí-lo. Já era 7:30 e o menino correndo de cuequinha, uma camiseta colocada com um dos braços para dentro e meinhas, e sua mãe descabelada com um camisão correndo atrás. Sua distração era tanta, que não viu as horas, e muito menos que a campanhia tocou várias vezes. De repente, a porta se abre, e o menino pára quando estava correndo da mãe, diante daquele estranho que estava na porta.
- Agora te peguei menino levado! – grita Sakura ao agarrar o menino que estava parado assustado em frente à porta de entrada do apartamento.
Sakura sentiu um perfume maravilhoso no ar, pensou estar delirando, mas olhou para o chão e viu um par de tênis, e foi subindo devagar e viu uma bermuda verde musgo, uma camisa pólo branca até chegar ao rosto do dono de tudo isso.
- Boa noite Sakura, vejo que não está pronta... – diz Shaoran sorrindo, segurando o riso de ver a situação.
- Shaoran!!!!!! –deu um pulo para trás com Seiji no colo controlado.
- Desculpe ter entrado assim, toquei a campainha algumas vezes, mas ninguém atendeu, como escutei vozes, pensei que estaria em problemas... e realmente estava...
- Ah!... Ele é sempre assim, brinca o tempo todo... vamos menininho... – disse Sakura ao filho.
- Quem é ele? – perguntou Seiji.
- É um colega de trabalho da mamãe. – disse Sakura.

Sakura veste um vestido rosa de alcinhas com renda na bainha e no decote, o forro era de renda também, não havia percebido o quanto era sensual, apenas o vestiu porque era novo, e conseguia se movimentar facilmente com ele, já que previa que teria que correr atrás do filho no jantar.

- Vamos? – perguntou Sakura a Shaoran, que a fitava com a boca seca.
- Vamos. E você garoto? Como se chama? – perguntava Shaoran a Seiji, tentando quebrar o silêncio do menino.
- Seiji Kinomoto. – disse o menino olhando para baixo agarrando mais a perna da mãe.
Nesse momento Shaoran queria ser aquele menino.

Chegando ao carro, Shaoran abre a porta de trás para o seu passageiro mirim, colocando o cinto de segurança.
- Está meio apertado, mas, é para não acontecer nada com você, okay! – diz o moço sorrindo, zelando pela segurança do menino.
Aquela atitude fez Sakura olhar diferente para Shaoran.
Então, ele abriu a porta para a sua flor e a ajudou a entrar no carro.
- Onde vamos? – perguntou Sakura.
- Hmmm... é surpresa! – disse Shaoran – Você gosta de surpresas, Seiji?
Seiji acenou com a cabeça indicando que sim, e pela primeira vez sorriu para Shaoran que o observava pelo espelho.
- Ele é um menino muito bonitinho. – disse Shaoran para Sakura. – Um dia quero ter um menino assim...
Sakura adorou ter escutado aquilo, estava se convencendo que Shaoran era diferente.
Andaram de carro mais alguns minutos, até chegarem a uma estrada que os levaria ao porto. No porto, Shaoran pára o carro.
-Chegamos. – disse ele. – Vamos jantar nesse barco.
Sakura sorri encantada com a surpresa.
- Vamos Seiji? – diz Shaoran pegando o menino no colo.
- Mamãe! – chamou Seiji meio assustado, mas confortável com o colo, que era maior e que poderia ser mais confortável que o de sua mãe.
- Eu o levo... – disse Sakura a Shaoran.
- É mais seguro eu o levar... – indaga Shaoran apontando a ponte por onde teriam que passar.
Eles vão andando até chegar a ponte e a atravessam até entrarem no barco que balançava muito suavemente pelas ondas, as ondas pareciam acariciar o casco do barco.
Shaoran coloca um colete salva vidas no menino, caso ele caia, o que seria um tanto difícil, pois havia grades de segurança em torno do barco.
Sakura olhou ao seu redor, havia uma mesa com cadeiras, luzes que foram provisoriamente amarradas acima de todo o local.
Shaoran desceu uma escada para entrar na cabine, e voltou com os pratos que havia encomendado.
- Como não sabia o gosto do seu filho, tem um pouco de cada coisa... – disse Shaoran tentando agradar.
Sakura sorriu agradecendo, estava cada vez mais convencida que Tomoyo havia razão em falar sobre a "Chave de seu Coração".
Após o jantar, todos satisfeitos, Seiji foi explorar o barco, Sakura o observava, Shaoran mostrava onde ele poderia ir e o pegou no colo para que pudesse ver a lua que refletia no mar, e mostrar que havia algas que brilhavam no escuro e só poderiam ser vistas naquela hora. Era uma visão magnifica.
- Como você chama? – perguntou o menino.
- Shaoran.
- Você é meu amigo? – pergunta o menino desconfiado.
- Sim, eu sou o seu mais novo amigo. – responde o moço sorrindo.
Seiji sorri feliz, tinha aprendido com o seu avô Fujitaka que era importante ter amigos.
- Então vou deixar você brincar com os meus carrinhos quando for em casa! – disse Seiji feliz e sorrindo. – E também vou te ensinar a jogar vídeo-game e também como desenhar.
- Legal! Você me ensina mesmo? – sorriu Shaoran ao ver que conquistou a confiança do menino, que cada vez mais o cativava.
Ficaram conversando até que o menino começou a ficar sonolento, e com o colinho gostoso e aconchegante, dormiu.
- Vou levá-lo para a cabine, tem uma cama lá. – disse Shaoran bem baixinho para Sakura.
Ela acenou com a cabeça, agradecendo.
Sakura olhava o mar, e estava definitivamente convencida que ele era um moço diferente, e que seria um grande amigo.
Nesse momento, as lembranças vieram a sua mente, momentos que vivera. Sentiu a amargura tomar conta de novo de seu coração.
- "É só um amigo... não preciso me sentir insegura, não preciso me preocupar..." – tentava se justificar.
Nesse momento, Shaoran aparece e nota o olhar melancólico da garota.
- Algum problema? – pergunta olhando para a moça que tinha a luz da lua refletida em seu belo rosto de cabelo, enquanto mergulhava dentro daqueles lindos olhos.
- Não, só pensando um pouquinho... – respondeu Sakura sorrindo.
- No que pensava? – perguntou Shaoran nem um pouco curioso, apenas com pretexto para chegar mais perto da moça.
- No meu passado... – respondeu Sakura, e tentando consertar o que disse indaga – Mas, como eu disse, é passado...
Eles estavam em pé, apoiados em uma grade do barco, olhando para o mar que tinha lua refletida, e por uma pequena travessura uma onda um pouco maior fez o barco balançar um pouco mais, fazendo com que Sakura perdesse o equilíbrio e se apoiasse no braço de Shaoran.
-Desculpe! – disse Sakura sorrindo – Perdi o equil...
Nesse momento, Shaoran tocou seus lábios nos lábios dela.
Sakura arregala os olhos, assustados. Não esperava esse toque de lábios. Tenta se livrar daqueles braços que a envolviam e dos lábios que a possuiam.
- Me solt... – gritou.
Novamente, os lábios dele selavam aquela boca que resistia, os braços em volta do corpo a tomou com mais força fazendo com que os corpos se juntassem totalmente um ao outro. Sakura não conseguia mais resistir, suas pernas estavam moles, o toque daqueles lábios macios, o perfume agradável, quando o pensamento de que estava nos braços de Shaoran Li passou pela sua cabeça novamente, sua mente parou de funcionar, dando espaço para a emoção. Correspondeu ao beijo, enlaçou o pescoço do homem que estava tão próximo. Abriu um pouco os lábios quando percebeu que ele queria aprofundar um pouco mais, o que era antes um toque de lábios. Ele começou a explorar a boca da moça, que timidamente começou a corresponder. Ela estava sem pratica alguma em se relacionar com um homem, não sabia mais como beijar...
- Shaoran... – sussurrou a bela moça que abria os olhos lentamente.
- Sim?... – sussurrou ele ao ouvido dela, enquanto beijava esta região.
- Eu... eu... – Sakura não conseguia falar.
Shaoran percebendo que sua linda flor não conseguia falar, parou de beijá-la, a fitou com muito amor, e se sentaram nas laterais do barco.
Ele a abraçou, acariciou uma mexa de seus cabelos e a beijou. Logo beijou a testa de Sakura, em sinal de respeito.
- Sabe... – ela disse.
Ele a fitava com muito carinho, esperando que ela falasse.
- Eu tenho um filho para cuidar sozinha, é muita responsabilidade. Tenho um emprego, que você sabe qual é, um pai e um irmão mais velho que é muito ciumento... – fazendo uma pausa e respirando fundo – e com isso que tenho, vou tocando minha vida.
Os pensamentos de Sakura eram confusos, seu lado lógico brigava com o seu lado emocional, sempre aguardou uma pessoa especial, mas, já não acreditava que poderia aparecer alguém.
Após dizer essas palavras e pensar, se levantou.
- Vou ver o Seiji... – foi a cabine checar o filho.
Shaoran sem entender o que houve, vai atrás dela, queria entender o que ela queria dizer. Isso seria um fora? O que ela queria dizer com isso?
Sakura pegava o pequeno filho no colo, viu Shaoran chegar, e pediu para levá-la para casa.
Sem nada o que ser falado no momento, viu aquela mãe carregar seu filho em seus pequenos braços de maneira desajeitada, mas com muito amor, viu seus olhos brilharem ao olhar para o filho.
O pedido foi prontamente aceito, a levaria para casa. Tentou pegar o menino adormecido dos braços da mãe, mas esta não permitiu. Queria levá-lo.
Foi no banco de trás do carro com o pequeno no colo em silêncio mortal. No ar paerava uma tristeza gigante emanada daquela linda moça que tinha os olhos mais brilhantes do que nunca, brilho que cada vez mais mostrava as lágrimas querendo correr por aquele lindo rosto que sorria. Shaoran olhava pelo espelho o rosto da moça, via os seus olhos que estavam cada vez mais vermelhos e brilhantes, não via nenhuma lágrima ser derramada e aquele sorriso, apesar dele estar lá, poderia ser notado um semblante de tristeza naqueles lábios. Não sabia o que falar, e o melhor que pode fazer para não deixar a situação mais fria foi manter o silêncio.
O caminho parecia mais longo. Sakura percebendo que o moço ficara sem entender direito o que ela queria dizer, respirou fundo, acariciou o rostinho do filho que dormia tranquilamente em seus braços, em seguida olhou para a janela e disse:
- Obrigada pelo jantar, estava muito gostosa a comida...
- Foi um prazer. – disse o moço com a voz, sem saber ao certo se poderia perguntar alguma coisa, então, apenas concordou.
Chegando ao apartamento, agradeceu novamente. Este desceu do carro para abrir a porta, e novamente perguntou se não queria que carregasse a criança para o apartamento.
- Obrigada pela gentileza, mas não precisa. Seria insensível você ir ao meu apartamento a esta hora.
Sem entender nada do que houve, foi embora sem ao menos conseguir dar um beijinho de boa noite.
Chegando ao 10º andar, ela abre a porta do apartamento com um pouco de dificuldade, Sakura coloca o seu filhinho na cama, e vai respirar um arzinho. Olhou para baixo da sacada, e viu Shaoran olhando para cima, certificando que ela havia chegado bem junto do filho. Ele acena cordialmente com a mão, entra no carro e vai embora.
"Não posso..." – era a frase que passava na cabeça da moça, que estava mais lúcida e racional do que nunca. Sua luta interna da razão com a emoção estava no auge, e sua única reação foram lágrimas que caiam.

No dia seguinte, a noite mal dormida fez Shaoran sair da cama apenas com o barulho do interfone. Era Eriol que gostaria de almoçar com o amigo e saber das novidades, é claro.

Em outro lugar, Sakura havia levantado há horas, havia colocado a casa em ordem, já havia almoçado com o pequeno filho, e se preparavam para brincar no parquinho do prédio. Seiji perguntou se seu novo amigo viria para brincarem juntos, Sakura sem entender quem era esse amigo, disse que os seus amigos estariam no parquinho.

- E então? – perguntou Eriol a um Shaoran sonolento.
- Então o quê? – perguntou um Shaoran que estava com o cabelo meio desalinhado, que o deixava atraente da mesma maneira.
- Pelo visto, não deu certo, não é mesmo?
- É engraçado falar isso, mas, não sei o que houve...
- Entendo.
- Você sabe que não tenho muita experiência com garotas, mas, dessa vez... Fiquei a noite praticamente em claro pensando no fora estranho que levei...
- Bom, o que você quer da Sakura? – perguntou Eriol firmemente.
- Ainda não sei ao certo... tenho muita atração por ela.
- Apenas isso?
- Acho que sim.
- Okay. – disse um suspirante Eriol. – Me desculpe cara, mas, acho que é melhor não chegar perto dela de novo se sente apenas desejo por ela. Sou seu amigo, mas também trabalho para você, e você sabe o trabalho dela e qual o papel dela nessa empresa, não é mesmo?
- Sim, eu sei.
- Por mais forte que ela seja, uma ferida é um machucado...
- ...

Em outro lugar, um menino impaciente cobrava a mãe:
- Meu novo amigo não está aqui!
- Mas, ele já deve chegar...
Quase todas as crianças do prédio estavam lá, Sakura sem entender realmente, perguntou ao filho:
- Quem é o seu novo amigo?
- Shaoran – respondeu o pequeno – eu tenho que ensinar ele como desenhar!!
Sakura sentiu uma coisa amarga voltando do estômago ao ouvir o nome do moço.
- Ah, esse era o seu amigo novo! – disse a mãe sorrindo, escondendo o que realmente sentia – mas, não posso substituir o Shaoran?
Seiji olhou para baixo e respondeu:
- Pode... mas é que ontem tava tão legal...
Sakura e Seiji se sentaram no chão e começaram a fazer túneis de terra para os carrinhos passarem por dentro, e as outras crianças começaram a ajudar a fazer a estrada, por fim, todos se divertiam.
- Ela é uma moça tão boa e dedicada ao filho... – dizia uma vizinha para outra.
- E também é forte o suficiente para sustentá-lo sozinha... parece que o pai do Seiji os abandonou quando o menino tinha uns 5 meses... não sei ao certo.
Olharam as crianças e Sakura que brincava no meio deles, e sorriram ao ver que ela sorria.

Na realidade, o coração de Sakura estava pequenininho, a briga interna estava em labaredas.

Mais tarde, Seiji ficou cansado, a mãe percebendo que o menino iria dormir lá mesmo, o levou para o apartamento, deu um banho refrescante, deu o jantar e ele adormeceu em seguida.

Quando Sakura pensava em descansar, o telefone tocou, era Tomoyo.
- Oi Sakura!
- Oi Tomoyo! Como está?
- Estou bem... estou quase na frente daí, posso dar uma passadinha?
- Er... claro!!

5 minutos depois, Tomoyo já estava na porta do apartamento, com uma torta de morangos.
Estavam na cozinha pegando pratinhos para comerem a torta, quando Tomoyo exclama:
- Vai me contar tudinho Sakura! Deve ter sido emocionante!!!
Sakura sorri para Tomoyo e pergunta:
- O que deve ter sido emocionante?
- Ora Sakura! Eu sei que é lentinha para perceber as coisas, o que é encantador, mas, já sabe que o Shaoran gosta de você, não é?
Sakura pára de cortar o pedaço da torta, respira e continua a cortar.
- Sabe... acho que ele quer a mesma coisa que os outros queriam, Tomoyo...
- Não pode ser, Sakura...

Sakura se lembra o quanto já tinha sido humilhada e pisoteada por idiotas, se sentia mal.
- Mas, ele sabe do Seiji, não sabe?
- Sim...
Sempre que Sakura mencionava aos seus admiradores que tinha um filho, estes desapareciam, aqueles que tentavam um pouco mais, só queriam tê-la como amante e nada mais. O fato é que ela tinha responsabilidade demais, deveria escolher uma pessoa que pudesse ser seu marido e também que amasse o seu filho e pudesse ser bom para ambos e vice-versa. E ainda mais havia o fato de ter sofrido muito no casamento horrível que teve.

Estes acontecimentos fecharam o seu coração que nunca amou um homem de verdade. Seu ex-marido a forçou para se casarem, não havia amor por parte dela, e ela duvidava que ele a amou algum dia. Não tinha contato físico, nem mesmo um beijinho há anos, Shaoran foi o primeiro depois de quase 5 anos, e mesmo assim, ele praticamente a forçou beijá-lo.

Sentiu o corpo queimar quando se lembrou daquele beijo, de poder sentir o corpo dele junto ao seu, dos braços que a envolveu.

Corou ao perceber que desejou aquele corpo. Tomoyo assistia ao festival de feições que Sakura fazia.

- Tomoyo... – murmurou Sakura levantando a cabeça.
- Sim? – respondeu a amiga, tirando o garfo da boca.
- Será que... ele gosta de mim? Será que ele é a pessoa que eu vejo em meus sonhos?
Tomoyo apenas sorriu, mastigou e engoliu a torta.
- Você quer que seja ele?
- Se for para me machucar de novo, não...

Domingo nuvens de chuva se formam no céu, demoraria um pouco para chover. Sem o sol escaldante, Sakura e Seiji vão passear em um parque, e na hora do almoço fariam um piquenique debaixo de uma árvore grande que oferecia uma boa sombra.

O grande azar de Sakura e sorte de Seiji apareceu caminhando por ali.
- Shaoran! – gritou Seiji
Shaoran olhou quem o chamava, e viu o pequeno olhando com muita esperança e olhos doces.
- Oi! Quem está com você? – perguntou Shaoran indo até a criança e se abaixando.
- Com a mamãe – responde o menino sorrindo e apontando para a mãe que preparava o piquenique.
Ele a observou, sentiu que não deveria se aproximar daquela moça, se fosse fazê-la sofrer. Era o que Eriol havia recomendado.
- Mamãe! Olha quem está aqui!!!
Sakura se levanta e vira para ver quem era, arregalou os olhos ao ver um Shaoran sem camisa, um shorts e branco como um fantasma.
- Tenho que ir Seiji – disse o moço, sendo segurado pelo menino.
- Mas a gente tem que brincar! Eu tenho que te ensinar a desenhar!!!
Vendo que o menino estava ficando desapontado, resolveu ficar e brincar com a criança.
- Espero que não se importe se eu ficar um pouco – disse Shaoran para Sakura.
- Não... – murmurou Sakura olhando para o chão.
Seiji pegou uma bola e começou a chutar com Shaoran, a mamãe era a goleira. Em meio a brincadeira, Sakura e Shaoran trombavam, no início, Sakura ficava constrangida mas não queria demonstrar nada na frente do filho, até que o seu contato com Shaoran se tornou normal, nada a se preocupar.
Sakura o convidou para almoçar junto deles, meio sem jeito, resolveu aceitar.
Enquanto a moça servia o seu filho, os olhos marotos observavam o homem que estava sentado em frente, admirando cada centímetro daquele corpo. Shaoran olhava para o lado, com uma feição preocupada. Havia homens estranhos se aproximando deles.

- Sakura... leva o Seiji daqui... – disse Shaoran com a aproximação dos homens, ela se levanta, mas, já era tarde.

- Boa tarde. Sem querer interromper nada, será que não querem passar todos os seus bens antes que se arrependam? – disse um dos homens.
- Temos uma criança aqui, por favor, levem o que quiser e vão embora. – disse Shaoran.
- Então, vamos embora moça? – disse o outro homem. – vamos ser legais com você...
Sakura não sabia o que fazer, Seiji estava lá, não poderia reagir, ela queria se esconder, estava assustada, Shaoran entrou na frente dela e o seu braço fez sinal para não dar mais nenhum passo à frente.
- Cavalheiros, insisto que vão embora. – joga todo o dinheiro da carteira para os homens.
- Como o senhor é bondoso, vamos aceitar de bom grado o dinheiro e depois a gente devolve a moça... não vimos uma tão bonita assim há muito tempo, não é mesmo?
- É verdade! – respondeu o outro que começou a ir em direção de Sakura.

Sem pensar, Li chutou o rosto do homem que se aproximava, quebrando o seu nariz, caindo no chão logo em seguida. O outro avança sobre o rapaz com um canivete que facilmente se esquiva, segura o braço do homem, e impiedosamente o vira, aparentemente, quebrando os ossos.

Sakura que tentava fechar os olhos do filho sem sucesso, ficou apavorada ao ver os homens sairem correndo e urrando de dor.
- Você é um Power Ranger? – perguntou Seiji com brilho nos olhos.
- Há! Há! Há! – riu Shaoran.
A chuva começou a cair fraquinha, mais que depressa, Sakura arruma as coisa, enrola o filho na toalha do piquenique, Shaoran pega o menino no colo para irem mais rápido.
- Vamos para o hotel! – disse Li correndo na frente com a criança no colo.

O hotel era há 300 metros, chegaram em um instante, mas estavam ensopados, a chuva aumentara e muito.

Foram a suit na qual Shaoran estava hospedado. Era incrivelmente grande e muito bem mobiliado.

- Tomem um banho para se esquentarem. – disse Shaoran para Sakura.
- Mamãe! Deixa eu tomar banho com o Shaoran?!? – perguntou o menino com brilho nos olhos, e cochichou – Eu quero ver qual Power Ranger ele é...
- Deixa de besteira... a mamã...
- Pode deixar que eu tomo banho com você. – sorriu Shaoran.

Entraram no banheiro, Shaoran deu banho no menino e ambos entraram na banheira.
- Ainda não sei qual Power Ranger você é... – disse Seiji olhando para a cara de Shaoran indignado.
- Há! Há! Há! Qual você acha que eu sou?
- Não sei... – respondeu o menino gesticulando os braços fazendo sinal de não sei.
- Então, vamos sair para que a sua mãe entre, ela deve estar com frio...
Sem entender direito, Seiji sai da banheira, Shaoran o seca, e coloca um roupão do hotel. Logo faz o mesmo consigo.
Shaoran sai do banheiro, e viu aquela mulher com as roupas úmida grudada o corpo, mostrando todas as curvas, era perfeita, não conseguia olhar para outro lugar e muito menos disfarçar. Sakura começou a ficar envergonhada, mas, também olhava aquele homem que estava com o roupão entre-aberto, mostrando o seu tórax.

- Sua vez, Sakura...

Ela entra no banheiro, correndo, ele ficou no quarto, lembrando da bela moça, e começou a ficar envergonhado.
- Descobri! Você é o Power Ranger vermelho!!!! – gritou Seiji ao ver Shaoran vermelho como um pimentão.