Começa a ficar
escuro, Sakura olha no relógio, eram 6:35, ela e Seiji precisavam tomar
um banho, e se aprontarem para o jantar. Seiji fugia pela casa brincando com
a mãe, que corria desesperada atrás do menino para que pudesse
vestí-lo. Já era 7:30 e o menino correndo de cuequinha, uma camiseta
colocada com um dos braços para dentro e meinhas, e sua mãe descabelada
com um camisão correndo atrás. Sua distração era
tanta, que não viu as horas, e muito menos que a campanhia tocou várias
vezes. De repente, a porta se abre, e o menino pára quando estava correndo
da mãe, diante daquele estranho que estava na porta.
- Agora te peguei menino levado! – grita Sakura ao agarrar o menino que
estava parado assustado em frente à porta de entrada do apartamento.
Sakura sentiu um perfume maravilhoso no ar, pensou estar delirando, mas olhou
para o chão e viu um par de tênis, e foi subindo devagar e viu
uma bermuda verde musgo, uma camisa pólo branca até chegar ao
rosto do dono de tudo isso.
- Boa noite Sakura, vejo que não está pronta... – diz Shaoran
sorrindo, segurando o riso de ver a situação.
- Shaoran!!!!!! –deu um pulo para trás com Seiji no colo controlado.
- Desculpe ter entrado assim, toquei a campainha algumas vezes, mas ninguém
atendeu, como escutei vozes, pensei que estaria em problemas... e realmente
estava...
- Ah!... Ele é sempre assim, brinca o tempo todo... vamos menininho...
– disse Sakura ao filho.
- Quem é ele? – perguntou Seiji.
- É um colega de trabalho da mamãe. – disse Sakura.
Sakura veste um vestido rosa de alcinhas com renda na bainha e no decote, o forro era de renda também, não havia percebido o quanto era sensual, apenas o vestiu porque era novo, e conseguia se movimentar facilmente com ele, já que previa que teria que correr atrás do filho no jantar.
- Vamos? – perguntou
Sakura a Shaoran, que a fitava com a boca seca.
- Vamos. E você garoto? Como se chama? – perguntava Shaoran a Seiji,
tentando quebrar o silêncio do menino.
- Seiji Kinomoto. – disse o menino olhando para baixo agarrando mais a
perna da mãe.
Nesse momento Shaoran queria ser aquele menino.
Chegando ao carro, Shaoran
abre a porta de trás para o seu passageiro mirim, colocando o cinto de
segurança.
- Está meio apertado, mas, é para não acontecer nada com
você, okay! – diz o moço sorrindo, zelando pela segurança
do menino.
Aquela atitude fez Sakura olhar diferente para Shaoran.
Então, ele abriu a porta para a sua flor e a ajudou a entrar no carro.
- Onde vamos? – perguntou Sakura.
- Hmmm... é surpresa! – disse Shaoran – Você gosta
de surpresas, Seiji?
Seiji acenou com a cabeça indicando que sim, e pela primeira vez sorriu
para Shaoran que o observava pelo espelho.
- Ele é um menino muito bonitinho. – disse Shaoran para Sakura.
– Um dia quero ter um menino assim...
Sakura adorou ter escutado aquilo, estava se convencendo que Shaoran era diferente.
Andaram de carro mais alguns minutos, até chegarem a uma estrada que
os levaria ao porto. No porto, Shaoran pára o carro.
-Chegamos. – disse ele. – Vamos jantar nesse barco.
Sakura sorri encantada com a surpresa.
- Vamos Seiji? – diz Shaoran pegando o menino no colo.
- Mamãe! – chamou Seiji meio assustado, mas confortável
com o colo, que era maior e que poderia ser mais confortável que o de
sua mãe.
- Eu o levo... – disse Sakura a Shaoran.
- É mais seguro eu o levar... – indaga Shaoran apontando a ponte
por onde teriam que passar.
Eles vão andando até chegar a ponte e a atravessam até
entrarem no barco que balançava muito suavemente pelas ondas, as ondas
pareciam acariciar o casco do barco.
Shaoran coloca um colete salva vidas no menino, caso ele caia, o que seria um
tanto difícil, pois havia grades de segurança em torno do barco.
Sakura olhou ao seu redor, havia uma mesa com cadeiras, luzes que foram provisoriamente
amarradas acima de todo o local.
Shaoran desceu uma escada para entrar na cabine, e voltou com os pratos que
havia encomendado.
- Como não sabia o gosto do seu filho, tem um pouco de cada coisa...
– disse Shaoran tentando agradar.
Sakura sorriu agradecendo, estava cada vez mais convencida que Tomoyo havia
razão em falar sobre a "Chave de seu Coração".
Após o jantar, todos satisfeitos, Seiji foi explorar o barco, Sakura
o observava, Shaoran mostrava onde ele poderia ir e o pegou no colo para que
pudesse ver a lua que refletia no mar, e mostrar que havia algas que brilhavam
no escuro e só poderiam ser vistas naquela hora. Era uma visão
magnifica.
- Como você chama? – perguntou o menino.
- Shaoran.
- Você é meu amigo? – pergunta o menino desconfiado.
- Sim, eu sou o seu mais novo amigo. – responde o moço sorrindo.
Seiji sorri feliz, tinha aprendido com o seu avô Fujitaka que era importante
ter amigos.
- Então vou deixar você brincar com os meus carrinhos quando for
em casa! – disse Seiji feliz e sorrindo. – E também vou te
ensinar a jogar vídeo-game e também como desenhar.
- Legal! Você me ensina mesmo? – sorriu Shaoran ao ver que conquistou
a confiança do menino, que cada vez mais o cativava.
Ficaram conversando até que o menino começou a ficar sonolento,
e com o colinho gostoso e aconchegante, dormiu.
- Vou levá-lo para a cabine, tem uma cama lá. – disse Shaoran
bem baixinho para Sakura.
Ela acenou com a cabeça, agradecendo.
Sakura olhava o mar, e estava definitivamente convencida que ele era um moço
diferente, e que seria um grande amigo.
Nesse momento, as lembranças vieram a sua mente, momentos que vivera.
Sentiu a amargura tomar conta de novo de seu coração.
- "É só um amigo... não preciso me sentir insegura,
não preciso me preocupar..." – tentava se justificar.
Nesse momento, Shaoran aparece e nota o olhar melancólico da garota.
- Algum problema? – pergunta olhando para a moça que tinha a luz
da lua refletida em seu belo rosto de cabelo, enquanto mergulhava dentro daqueles
lindos olhos.
- Não, só pensando um pouquinho... – respondeu Sakura sorrindo.
- No que pensava? – perguntou Shaoran nem um pouco curioso, apenas com
pretexto para chegar mais perto da moça.
- No meu passado... – respondeu Sakura, e tentando consertar o que disse
indaga – Mas, como eu disse, é passado...
Eles estavam em pé, apoiados em uma grade do barco, olhando para o mar
que tinha lua refletida, e por uma pequena travessura uma onda um pouco maior
fez o barco balançar um pouco mais, fazendo com que Sakura perdesse o
equilíbrio e se apoiasse no braço de Shaoran.
-Desculpe! – disse Sakura sorrindo – Perdi o equil...
Nesse momento, Shaoran tocou seus lábios nos lábios dela.
Sakura arregala os olhos, assustados. Não esperava esse toque de lábios.
Tenta se livrar daqueles braços que a envolviam e dos lábios que
a possuiam.
- Me solt... – gritou.
Novamente, os lábios dele selavam aquela boca que resistia, os braços
em volta do corpo a tomou com mais força fazendo com que os corpos se
juntassem totalmente um ao outro. Sakura não conseguia mais resistir,
suas pernas estavam moles, o toque daqueles lábios macios, o perfume
agradável, quando o pensamento de que estava nos braços de Shaoran
Li passou pela sua cabeça novamente, sua mente parou de funcionar, dando
espaço para a emoção. Correspondeu ao beijo, enlaçou
o pescoço do homem que estava tão próximo. Abriu um pouco
os lábios quando percebeu que ele queria aprofundar um pouco mais, o
que era antes um toque de lábios. Ele começou a explorar a boca
da moça, que timidamente começou a corresponder. Ela estava sem
pratica alguma em se relacionar com um homem, não sabia mais como beijar...
- Shaoran... – sussurrou a bela moça que abria os olhos lentamente.
- Sim?... – sussurrou ele ao ouvido dela, enquanto beijava esta região.
- Eu... eu... – Sakura não conseguia falar.
Shaoran percebendo que sua linda flor não conseguia falar, parou de beijá-la,
a fitou com muito amor, e se sentaram nas laterais do barco.
Ele a abraçou, acariciou uma mexa de seus cabelos e a beijou. Logo beijou
a testa de Sakura, em sinal de respeito.
- Sabe... – ela disse.
Ele a fitava com muito carinho, esperando que ela falasse.
- Eu tenho um filho para cuidar sozinha, é muita responsabilidade. Tenho
um emprego, que você sabe qual é, um pai e um irmão mais
velho que é muito ciumento... – fazendo uma pausa e respirando
fundo – e com isso que tenho, vou tocando minha vida.
Os pensamentos de Sakura eram confusos, seu lado lógico brigava com o
seu lado emocional, sempre aguardou uma pessoa especial, mas, já não
acreditava que poderia aparecer alguém.
Após dizer essas palavras e pensar, se levantou.
- Vou ver o Seiji... – foi a cabine checar o filho.
Shaoran sem entender o que houve, vai atrás dela, queria entender o que
ela queria dizer. Isso seria um fora? O que ela queria dizer com isso?
Sakura pegava o pequeno filho no colo, viu Shaoran chegar, e pediu para levá-la
para casa.
Sem nada o que ser falado no momento, viu aquela mãe carregar seu filho
em seus pequenos braços de maneira desajeitada, mas com muito amor, viu
seus olhos brilharem ao olhar para o filho.
O pedido foi prontamente aceito, a levaria para casa. Tentou pegar o menino
adormecido dos braços da mãe, mas esta não permitiu. Queria
levá-lo.
Foi no banco de trás do carro com o pequeno no colo em silêncio
mortal. No ar paerava uma tristeza gigante emanada daquela linda moça
que tinha os olhos mais brilhantes do que nunca, brilho que cada vez mais mostrava
as lágrimas querendo correr por aquele lindo rosto que sorria. Shaoran
olhava pelo espelho o rosto da moça, via os seus olhos que estavam cada
vez mais vermelhos e brilhantes, não via nenhuma lágrima ser derramada
e aquele sorriso, apesar dele estar lá, poderia ser notado um semblante
de tristeza naqueles lábios. Não sabia o que falar, e o melhor
que pode fazer para não deixar a situação mais fria foi
manter o silêncio.
O caminho parecia mais longo. Sakura percebendo que o moço ficara sem
entender direito o que ela queria dizer, respirou fundo, acariciou o rostinho
do filho que dormia tranquilamente em seus braços, em seguida olhou para
a janela e disse:
- Obrigada pelo jantar, estava muito gostosa a comida...
- Foi um prazer. – disse o moço com a voz, sem saber ao certo se
poderia perguntar alguma coisa, então, apenas concordou.
Chegando ao apartamento, agradeceu novamente. Este desceu do carro para abrir
a porta, e novamente perguntou se não queria que carregasse a criança
para o apartamento.
- Obrigada pela gentileza, mas não precisa. Seria insensível você
ir ao meu apartamento a esta hora.
Sem entender nada do que houve, foi embora sem ao menos conseguir dar um beijinho
de boa noite.
Chegando ao 10º andar, ela abre a porta do apartamento com um pouco de
dificuldade, Sakura coloca o seu filhinho na cama, e vai respirar um arzinho.
Olhou para baixo da sacada, e viu Shaoran olhando para cima, certificando que
ela havia chegado bem junto do filho. Ele acena cordialmente com a mão,
entra no carro e vai embora.
"Não posso..." – era a frase que passava na
cabeça da moça, que estava mais lúcida e racional do que
nunca. Sua luta interna da razão com a emoção estava no
auge, e sua única reação foram lágrimas que caiam.
No dia seguinte, a noite mal dormida fez Shaoran sair da cama apenas com o barulho do interfone. Era Eriol que gostaria de almoçar com o amigo e saber das novidades, é claro.
Em outro lugar, Sakura havia levantado há horas, havia colocado a casa em ordem, já havia almoçado com o pequeno filho, e se preparavam para brincar no parquinho do prédio. Seiji perguntou se seu novo amigo viria para brincarem juntos, Sakura sem entender quem era esse amigo, disse que os seus amigos estariam no parquinho.
- E então? –
perguntou Eriol a um Shaoran sonolento.
- Então o quê? – perguntou um Shaoran que estava com o cabelo
meio desalinhado, que o deixava atraente da mesma maneira.
- Pelo visto, não deu certo, não é mesmo?
- É engraçado falar isso, mas, não sei o que houve...
- Entendo.
- Você sabe que não tenho muita experiência com garotas,
mas, dessa vez... Fiquei a noite praticamente em claro pensando no fora estranho
que levei...
- Bom, o que você quer da Sakura? – perguntou Eriol firmemente.
- Ainda não sei ao certo... tenho muita atração por ela.
- Apenas isso?
- Acho que sim.
- Okay. – disse um suspirante Eriol. – Me desculpe cara, mas, acho
que é melhor não chegar perto dela de novo se sente apenas desejo
por ela. Sou seu amigo, mas também trabalho para você, e você
sabe o trabalho dela e qual o papel dela nessa empresa, não é
mesmo?
- Sim, eu sei.
- Por mais forte que ela seja, uma ferida é um machucado...
- ...
Em outro lugar, um menino
impaciente cobrava a mãe:
- Meu novo amigo não está aqui!
- Mas, ele já deve chegar...
Quase todas as crianças do prédio estavam lá, Sakura sem
entender realmente, perguntou ao filho:
- Quem é o seu novo amigo?
- Shaoran – respondeu o pequeno – eu tenho que ensinar ele como
desenhar!!
Sakura sentiu uma coisa amarga voltando do estômago ao ouvir o nome do
moço.
- Ah, esse era o seu amigo novo! – disse a mãe sorrindo, escondendo
o que realmente sentia – mas, não posso substituir o Shaoran?
Seiji olhou para baixo e respondeu:
- Pode... mas é que ontem tava tão legal...
Sakura e Seiji se sentaram no chão e começaram a fazer túneis
de terra para os carrinhos passarem por dentro, e as outras crianças
começaram a ajudar a fazer a estrada, por fim, todos se divertiam.
- Ela é uma moça tão boa e dedicada ao filho... –
dizia uma vizinha para outra.
- E também é forte o suficiente para sustentá-lo sozinha...
parece que o pai do Seiji os abandonou quando o menino tinha uns 5 meses...
não sei ao certo.
Olharam as crianças e Sakura que brincava no meio deles, e sorriram ao
ver que ela sorria.
Na realidade, o coração de Sakura estava pequenininho, a briga interna estava em labaredas.
Mais tarde, Seiji ficou cansado, a mãe percebendo que o menino iria dormir lá mesmo, o levou para o apartamento, deu um banho refrescante, deu o jantar e ele adormeceu em seguida.
Quando Sakura pensava
em descansar, o telefone tocou, era Tomoyo.
- Oi Sakura!
- Oi Tomoyo! Como está?
- Estou bem... estou quase na frente daí, posso dar uma passadinha?
- Er... claro!!
5 minutos depois, Tomoyo
já estava na porta do apartamento, com uma torta de morangos.
Estavam na cozinha pegando pratinhos para comerem a torta, quando Tomoyo exclama:
- Vai me contar tudinho Sakura! Deve ter sido emocionante!!!
Sakura sorri para Tomoyo e pergunta:
- O que deve ter sido emocionante?
- Ora Sakura! Eu sei que é lentinha para perceber as coisas, o que é
encantador, mas, já sabe que o Shaoran gosta de você, não
é?
Sakura pára de cortar o pedaço da torta, respira e continua a
cortar.
- Sabe... acho que ele quer a mesma coisa que os outros queriam, Tomoyo...
- Não pode ser, Sakura...
Sakura se lembra o quanto
já tinha sido humilhada e pisoteada por idiotas, se sentia mal.
- Mas, ele sabe do Seiji, não sabe?
- Sim...
Sempre que Sakura mencionava aos seus admiradores que tinha um filho, estes
desapareciam, aqueles que tentavam um pouco mais, só queriam tê-la
como amante e nada mais. O fato é que ela tinha responsabilidade demais,
deveria escolher uma pessoa que pudesse ser seu marido e também que amasse
o seu filho e pudesse ser bom para ambos e vice-versa. E ainda mais havia o
fato de ter sofrido muito no casamento horrível que teve.
Estes acontecimentos fecharam o seu coração que nunca amou um homem de verdade. Seu ex-marido a forçou para se casarem, não havia amor por parte dela, e ela duvidava que ele a amou algum dia. Não tinha contato físico, nem mesmo um beijinho há anos, Shaoran foi o primeiro depois de quase 5 anos, e mesmo assim, ele praticamente a forçou beijá-lo.
Sentiu o corpo queimar quando se lembrou daquele beijo, de poder sentir o corpo dele junto ao seu, dos braços que a envolveu.
Corou ao perceber que desejou aquele corpo. Tomoyo assistia ao festival de feições que Sakura fazia.
- Tomoyo... – murmurou
Sakura levantando a cabeça.
- Sim? – respondeu a amiga, tirando o garfo da boca.
- Será que... ele gosta de mim? Será que ele é a pessoa
que eu vejo em meus sonhos?
Tomoyo apenas sorriu, mastigou e engoliu a torta.
- Você quer que seja ele?
- Se for para me machucar de novo, não...
Domingo nuvens de chuva se formam no céu, demoraria um pouco para chover. Sem o sol escaldante, Sakura e Seiji vão passear em um parque, e na hora do almoço fariam um piquenique debaixo de uma árvore grande que oferecia uma boa sombra.
O grande azar de Sakura
e sorte de Seiji apareceu caminhando por ali.
- Shaoran! – gritou Seiji
Shaoran olhou quem o chamava, e viu o pequeno olhando com muita esperança
e olhos doces.
- Oi! Quem está com você? – perguntou Shaoran indo até
a criança e se abaixando.
- Com a mamãe – responde o menino sorrindo e apontando para a mãe
que preparava o piquenique.
Ele a observou, sentiu que não deveria se aproximar daquela moça,
se fosse fazê-la sofrer. Era o que Eriol havia recomendado.
- Mamãe! Olha quem está aqui!!!
Sakura se levanta e vira para ver quem era, arregalou os olhos ao ver um Shaoran
sem camisa, um shorts e branco como um fantasma.
- Tenho que ir Seiji – disse o moço, sendo segurado pelo menino.
- Mas a gente tem que brincar! Eu tenho que te ensinar a desenhar!!!
Vendo que o menino estava ficando desapontado, resolveu ficar e brincar com
a criança.
- Espero que não se importe se eu ficar um pouco – disse Shaoran
para Sakura.
- Não... – murmurou Sakura olhando para o chão.
Seiji pegou uma bola e começou a chutar com Shaoran, a mamãe era
a goleira. Em meio a brincadeira, Sakura e Shaoran trombavam, no início,
Sakura ficava constrangida mas não queria demonstrar nada na frente do
filho, até que o seu contato com Shaoran se tornou normal, nada a se
preocupar.
Sakura o convidou para almoçar junto deles, meio sem jeito, resolveu
aceitar.
Enquanto a moça servia o seu filho, os olhos marotos observavam o homem
que estava sentado em frente, admirando cada centímetro daquele corpo.
Shaoran olhava para o lado, com uma feição preocupada. Havia homens
estranhos se aproximando deles.
- Sakura... leva o Seiji daqui... – disse Shaoran com a aproximação dos homens, ela se levanta, mas, já era tarde.
- Boa tarde. Sem querer
interromper nada, será que não querem passar todos os seus bens
antes que se arrependam? – disse um dos homens.
- Temos uma criança aqui, por favor, levem o que quiser e vão
embora. – disse Shaoran.
- Então, vamos embora moça? – disse o outro homem. –
vamos ser legais com você...
Sakura não sabia o que fazer, Seiji estava lá, não poderia
reagir, ela queria se esconder, estava assustada, Shaoran entrou na frente dela
e o seu braço fez sinal para não dar mais nenhum passo à
frente.
- Cavalheiros, insisto que vão embora. – joga todo o dinheiro da
carteira para os homens.
- Como o senhor é bondoso, vamos aceitar de bom grado o dinheiro e depois
a gente devolve a moça... não vimos uma tão bonita assim
há muito tempo, não é mesmo?
- É verdade! – respondeu o outro que começou a ir em direção
de Sakura.
Sem pensar, Li chutou o rosto do homem que se aproximava, quebrando o seu nariz, caindo no chão logo em seguida. O outro avança sobre o rapaz com um canivete que facilmente se esquiva, segura o braço do homem, e impiedosamente o vira, aparentemente, quebrando os ossos.
Sakura que tentava fechar
os olhos do filho sem sucesso, ficou apavorada ao ver os homens sairem correndo
e urrando de dor.
- Você é um Power Ranger? – perguntou Seiji com brilho nos
olhos.
- Há! Há! Há! – riu Shaoran.
A chuva começou a cair fraquinha, mais que depressa, Sakura arruma as
coisa, enrola o filho na toalha do piquenique, Shaoran pega o menino no colo
para irem mais rápido.
- Vamos para o hotel! – disse Li correndo na frente com a criança
no colo.
O hotel era há 300 metros, chegaram em um instante, mas estavam ensopados, a chuva aumentara e muito.
Foram a suit na qual Shaoran estava hospedado. Era incrivelmente grande e muito bem mobiliado.
- Tomem um banho para
se esquentarem. – disse Shaoran para Sakura.
- Mamãe! Deixa eu tomar banho com o Shaoran?!? – perguntou o menino
com brilho nos olhos, e cochichou – Eu quero ver qual Power Ranger ele
é...
- Deixa de besteira... a mamã...
- Pode deixar que eu tomo banho com você. – sorriu Shaoran.
Entraram no banheiro,
Shaoran deu banho no menino e ambos entraram na banheira.
- Ainda não sei qual Power Ranger você é... – disse
Seiji olhando para a cara de Shaoran indignado.
- Há! Há! Há! Qual você acha que eu sou?
- Não sei... – respondeu o menino gesticulando os braços
fazendo sinal de não sei.
- Então, vamos sair para que a sua mãe entre, ela deve estar com
frio...
Sem entender direito, Seiji sai da banheira, Shaoran o seca, e coloca um roupão
do hotel. Logo faz o mesmo consigo.
Shaoran sai do banheiro, e viu aquela mulher com as roupas úmida grudada
o corpo, mostrando todas as curvas, era perfeita, não conseguia olhar
para outro lugar e muito menos disfarçar. Sakura começou a ficar
envergonhada, mas, também olhava aquele homem que estava com o roupão
entre-aberto, mostrando o seu tórax.
- Sua vez, Sakura...
Ela entra no banheiro,
correndo, ele ficou no quarto, lembrando da bela moça, e começou
a ficar envergonhado.
- Descobri! Você é o Power Ranger vermelho!!!! – gritou Seiji
ao ver Shaoran vermelho como um pimentão.
