Capítulo XI

Sakura se olhava no espelho, estava linda naquele vestido branco. Em dois dias estaria entrando no templo Tsukimini. Havia discutido com Shaoran por causa da cor do vestido, mas, ele insistiu na cor branca, queria algo bem tradicional para não haver mais repercussão que já havia.
Olhou novamente o seu rosto, os seus olhos brilhavam pela felicidade de se casar novamente, Sakura secretamente mantinha em seu coração o sonho de poder se casar novamente, mas, casar-se com Shaoran em um acordo não estava em seus planos. Ele estava fazendo tudo para agradá-la, ela voltaria a trabalhar assim que voltassem da lua-de-mel...
- "Lua-de-mel... que farsa mais convincente que precisamos fazer..." – murmurou ao lembrar que teriam que viajar e se passar por recém-casados.

- Sakura! Você está linda!!! – disse Tomoyo entrando no quarto com uma filmadora em mãos e o Seiji entrando indo se agarrar na barra do vestido.
- Vai amassar se me apertar assim... – disse Sakura amavelmente olhando para os olhinhos do menino. – Quer que a mamãe esteja bonita, não quer?
Ele acenou um sim com a cabeça, sabia que haveria uma festa dali a dois dias, mas, não entendia ainda o que acontecia.
Sakura se sentou na ponta da cama, Seiji foi chamar Fujitaka para ver como a mãe estava linda. Tomoyo sentou ao lado de Sakura e pegou as suas mãos.
- Está feliz, Sakura? – perguntou sorridente.
- Estou, o acordo está indo bem...
- Não pode apenas existir um acordo para que se casem. Shaoran não é um homem desse tipo e nem você, minha querida amiga.
- Mesmo que haja uma pontinha de carinho por ele, não estou me casando por amor, simplesmente preciso aparentar que posso oferecer conforto e sustentar muito bem o Seiji, senão, aquele homem pode tirar o meu anjinho de mim.
Tomoyo abraçou a amiga e cochichou no seu ouvido:
- Você vai ser feliz, você vai ver.
Sakura sorriu e retribuiu o abraço.

Em Hong Kong...
- Não deveria estar cuidando dos preparativos do seu casamento? – perguntou Meilin a Shaoran.
- Não posso me preocupar com isso agora. Tenho negócios para resolver, se eu não me adiantar, vou ter que voltar mais cedo da lua-de-mel.
Meilin notou um sorriso enigmático no rosto do primo, mas, achou melhor não perguntar quais eram os seus planos para Sakura. Um casamento de conveniência, dizia ele, mas ela não achava que era sentimento de negócio que movia Shaoran. Deu uma risadinha pensando na possibilidade de Shaoran ter se apaixonado de verdade por Sakura, o que não era mais uma coisa improvável.
- Você disse que ela é especial, lembra? – perguntou Meilin tentando arrancar alguma informação.
- Sim, eu disse. Ela realmente é, pode aceitar fazer um acordo que é contra os seus princípios, para não perder o seu filho.
- Ela sabe que você a am...
- Meilin. – disse Shaoran parando de ler os papéis que estavam a sua frente e tirando os óculos. – Ela não sabe que tenho sentimentos por ela, quero provar a ela o quanto a amo, e quero que ela me retribua em igual quantia. Entende?
- Mas, se você falar... não ia ser mais fácil?
- Ela não acredita mais em mim, menti para ela. Lembra-se?
Meilin fez um sim com a cabeça, ela tinha uma culpa grande nessa parte.
- Não quero dizer que tenha culpa. – disse Shaoran se levantando da cadeira, indo em direção da janela. – A culpa é minha por ter mentido e por esperar que me vejam mais do que cifras.
- A Kinomoto é meio desligada e você não mostra sentimento algum. -disse Meilin sorrindo. – Vai ter que se esforçar bastante para conseguir mostrar o seu amor.
- Isso é animador... – sorriu desconcertado.
- Para onde vai depois do casório?
- Para a mansão em Bahamas. Lá é isolado, não teremos problemas com mídia e sensacionalismo.
- Melhor não contar com isso...

Naquela tarde, Sakura estava sentada perto da janela do quarto, enquanto Seiji estava montando alguma coisa com peças de lego. Estava pensativa sobre o que iria acontecer em apenas mais um dia. Shaoran havia tomado todas as providências para se casarem, documentos de divórcio, documentos dele na China, casamento civil, cerimônia no templo, recepção dos noivos, roupas, viagem... ufa! É uma lista gigante, e ela apenas cuidou de sua própria roupa. Ele realmente conseguia fazer as coisas, sabia cozinhar, manter as coisas organizadas, cuidava do Seiji, enfim, conseguia fazer muitas coisas, e fazia bem.
- Afinal, ele é um bom partido... – murmurou para si mesma, tentando se convencer a não voltar atrás na decisão. – o mais importante é que ele gosta do Seiji.
Nesse momento, um Tooya furioso entra no quarto.
- Sakura!!! – gritou, fazendo Sakura e Seiji darem um pulo.
- Credo! Que susto!!! – reclamou Sakura.
- Seiji vai um pouco com o vovô, ele disse que tem um pudim para você lá.
- Pudim? Eu adoro pudim!!! – disse contente e saiu do quarto.
Sakura viu nos olhos dele que a coisa ia ser bem feia.
- O que significa isso??? – dizendo essa frase, jogou um jornal sobre a cama.
Sakura pegou o jornal e começou a ler. Pulou algumas partes, mas, viu o seu nome e o Shaoran.
- Um dos solteiros mais cobiçados da China não vai mais estar disponível. – sussurrou. – Esta para se casar Shaoran Li, 4º líder do clã Li da era moderna, com a jovem Sakura Kinomoto. Ele se destaca pelo acúmulo do capital das empresas da família, etc. etc... e daí?
- Não entendeu ainda o que ele é?
- Entendo que ele é a pessoa que me propôs um negócio, e estou aceitando.
- Desde quando casamento é um "negócio"? Lembra do que aconteceu?
- Sim, lembro perfeitamente. Mas, agora é diferente...
- Como assim? Quero que me explique.
- Explicar o quê?
- Disse que não ia se casar mais. Vai ser infeliz com esse cara, olha só o que ele e depois olhe para você, ele vem de uma família diferente da nossa, vai se arrepender de se casar com ele, vai acontecer a mesma coisa que aconteceu antes... Cuspiu para cima e caiu na testa?
Sakura sentou-se na cama, Tooya se sentou na cadeira da escrivaninha.
- Na realidade... Houjou me procurou quase 2 semanas atrás...
Tooya cerrou os olhos. Não podia escutar ou ver aquele maldito homem que a raiva era nítida em sua fisionomia.
- Ele... quer a guarda do Seiji... – disse Sakura apertando as mãos em sinal de nervosismo. – Sem um emprego, sem como sustentar, ele conseguiria isso. Shaoran ofereceu o emprego de volta, se eu me casar com ele.
O irmão fitou a irmã com olhar de desaprovação.
- Vai se casar por dinheiro? Mudou o seu caráter, Sakura??
- Não! Contei para ele a situação, e ele também precisa se casar, para continuar no topo. Houve um escândalo, a noiva falsa de Shaoran foi pega em um restaurante com o namorado, e isso começou a dificultar os negócios da empresa, ele havia se tornado uma pessoa pouco confiável, já que usava a prima para dizer que era sua noiva para afastar pessoas que tinham intenções de apenas usá-lo... usar seu dinheiro e status.
Tooya mexeu nos cabelos, sinal de nervosismo.
- Por que não nos contou antes?
- Para que não se preocupassem, queria que pensassem que estou me casando por amor... Por favor, não conte ao papai... Poupe-o desse desgosto...
- Então, ele se casa com você para manter a credibilidade nos negócios e você para não perder o Seiji e usar o dinheiro dele...
- Não exatamente. Não quero usar o dinheiro dele, vou trabalhar na editora para manter o bem estar do Seiji.
Tooya viu que Sakura estava se sacrificando pelo filho, ela não queria perdê-lo, não queria que o maldito ex-marido dela o levasse. Sabia que Houjou era um irresponsável e não daria tanto amor e carinho para o Seiji como Sakura, não a condenou pela atitude, achou que era nobre da parte dela.
Olhou a irmã, ela estava certa da decisão, mas, conseguiu notar um semblante de medo do que iria acontecer.
- Tem meu apoio incondicional. – disse Tooya mais calmamente. – Haja o que houver. E se precisar, me procure.
Sakura sorriu para o irmão em sinal de agradecimento.

Shaoran arrumava suas coisas para ir embora do escritório para a sua mansão em Hong Kong. Do lado de fora, havia alguns jornalistas sensacionalistas querendo mais informações sobre o casamento, ao qual ele ignorou por completo, com a mesma frieza de sempre.
- Estou cansado disso... – murmurou para si mesmo, enquanto dirigia o seu carro. – Espero que em pouco tempo deixem de me perseguir...
Na frente da mansão, havia mais pessoas. Queriam saber mais detalhes da noiva, mas, ele ignorou novamente. Entrou na mansão rapidamente evitando ser fotografado.
- Credo! Que dia terrível!!! – desabafou ao chegar em casa.
- Deseja algo, senhor Shaoran? – perguntou o seu fiel mordomo Wei ao ver o moço entrar na casa.
- Apenas sossego... por que não me deixam em paz??
- É porque notícias do senhor fazem aumentar as vendas de revistas e jornais.
- Nunca comprei revistas ou jornais para ver minhas notícias, sobre minha vida pessoal. – e num suspiro disse - Só espero que Sakura esteja bem...

Shaoran viajou para Tomoeda discretamente. Seus familiares já estavam lá, amanhã seria o grande dia. Seria bom ver como Sakura estava se sentindo, resolveu dar uma passadinha na casa dela. As ruas estavam tranquilas, era um bom lugar para morar e fugir daquela loucura que era Hong Kong.
Chegou pouco antes do almoço, se fosse convidado para almoçar, estaria preparado dessa vez para fazer um prato delicioso.

- Mamãe!! Abre a porta! Rápido!! – gritava Seiji olhando pela janela o visitante que estava na porta, sorrindo para o menino.
Sakura sentiu aquela pontada no coração... era o seu trabalho extra. Mesmo sem confessar, tinha aquele sentimento estranho dentro de si: tristeza.
- Como está, mocinho? – disse Shaoran cumprimentando Seiji bagunçando os cabelinhos. – Sentiu minha falta? Nossa... seu cabelo parece um ninho de passarinho agora...
Seiji riu, e ficou pulando para que o cabelo ficasse mais arrepiado.
Shaoran entrou na casa, beijou Sakura no rosto para cumprimentá-la. Imediatamente Seiji subiu no sofá, puxando a mãe para mais perto, limpou o local onde Shaoran havia beijado com a palma de sua mãozinha e depositou outro beijo no lugar.
Todos riram com a cena, menos Tooya que ainda não tinha sido apresentado.
Após rir, Sakura olhou o seu "trabalho extra". Estava lindo como sempre, cabelo meio desalinhado, camisa branca um pouco aberta, calça social preta. Sentiu o seu perfume, ficou um pouco atordoada. Estava tão preocupada com outros fatos que ficou cega, Shaoran estava mais lindo do que antes.
Ele percebeu que estava sendo analisado e achou graça nisso, a fitou com aquele olhar carinhoso e quando ela percebeu, ele sorriu.
- Sou irmão mais velho de Sakura. – interrompeu Tooya. – Sou Tooya.
- Muito prazer. Sou Shaoran.
Tooya lançou aquele olhar que poderia desintegrar qualquer pessoa, mas, Shaoran não se sentiu incomodado. Já enfrentou pessoas piores.
- Vamos... vamos... deixe-me cumprimentá-lo também... – disse Fujitaka, simpático como sempre. – Está convidado para o almoço, caso não esteja ocupado.
- Obrigado pelo convite. Na realidade, vim fazer o almoço hoje para vocês, se não se importarem.
- Não... não precisa fazer... – tentou falar Fujitaka.
- Faço questão. É a minha maneira de tentar agradecer a hospitalidade que sempre tenho aqui.
- Então, aceitaremos de bom grado. De qualquer maneira, fiz a sobremesa. – falou Fujitaka sorrindo.
- Só queria que minha futura esposa me ajudasse a preparar...
- Hmmm... A comida não vai ficar muito boa... – disse Tooya rindo, mas é claro, lançou o seu olhar fulminante em Shaoran e saiu da sala com Seiji no colo.
- Tooya!! – protestou Sakura.

Ela e Shaoran estavam na cozinha, ela estava lavando os vegetais que Shaoran havia trazido, ele os cortava com tremenda habilidade.
- Tem algo que não saiba fazer? – perguntou Sakura admirada em ver habilidade de cortar os vegetais e ver que ficavam com formato bonito.
- Muita coisa... vai ver quando estivermos debaixo do mesmo teto... – brincou. – Mas...
Sakura virou o rosto para ver o que ele iria dizer, o seu "mas" soou um pouco baixo, não era o seu tom de voz normal.
- Sim? – disse ela olhando para o rosto enigmático de Shaoran.
- Queria saber como está se sentindo. Isto é... Se estiver com medo, insegura, ansiosa, triste ou qualquer outro sentimento ruim, quero confortá-la. Se estiver com sentimentos bons, quero que os compartilhe comigo. Amanhã vamos nos casar, deve estar sentindo pelo menos um friozinho na barriga, não é?
- "Estou morrendo de medo, insegura, quase desistindo... queria ter coragem de fugir, de não ter esse problema chamado Houjou no meu pé..." – foi o que ela pensou. – Estou... não sei o que sinto.
- Sabe... – continuou Shaoran a falar, voltando a cortar os legumes. – Não disse a ninguém da minha família quais os motivos que estão nos levando a casar. Deixei todos pensarem que estamos nos casando por amor. É claro, Meilin sabe o motivo, mas ela não vai falar.
- E-eu... contei para o meu irmão... – disse Sakura olhando para baixo. – Ele não vai falar para ninguém, sei disso.
- E se falar?
- Não... ele não vai...
- "Se descobrirem, vai ter que ter um filho meu..." – riu Shaoran dos seus próprios pensamentos.
- O que é tão engraçado?? – irritou-se Sakura.
- Nada! Nada, minha flor... – e continuou a rir, agora pela cara engraçada que ela fazia.
- Vai me contar...
- Vai precisar me forçar então...
Sakura começou a fazer cócegas em Shaoran, era a sua tática preferida de tortura. Pelo menos era eficaz com o Seiji.
Ela o agarrou forte pela camisa, suas mãos apertavam a lateral da cintura, Shaoran ria mais ainda, sem conseguir se controlar de tanto rir a abraçou bem forte.
- Pára!... Senão vou... esmagar... os seus ossos! – tentou falar enquanto ria descontrolado.
- Pode tentar... Senão falar, eu não vou parar...
- Vovô!! Ele tá brigando com a mamãe!!! – protestou Seiji.
Fujitaka, Tooya e Seiji estavam parados na porta da cozinha vendo a cena.
- Não... eles estão brincando... – disse Fujitaka rindo ao ver Shaoran perder o ar sério.
- Pede água! – falou Sakura.
Shaoran não conseguia mais respirar de tanto rir. Ou pedia água ou reagia, se reagisse poderia machucá-la, afinal, era bem mais forte do que ela.
- Água!
Sakura joga uma jarra de água que estava em cima da pia em Shaoran, deixando os seus cabelos um pouco molhados, assim como um pouco da camisa e da calça.
- Ora sua... – diz Shaoran rindo da situação, prende Sakura em seus braços, abre a torneira e coloca a cabeça dela debaixo da água.
- Pára!! – protestou Seiji que agora batia com a mãozinha fechada na perna de Shaoran.
- S-Seiji... – murmurou Shaoran ao ver o menino quase chorando. – Não estou brigando com a sua mãe... Estávamos brincando... – dizia pegando o menino no colo – Quer brincar também?
Não deu nem tempo para o Seiji responder, e Shaoran molhou a sua mãozinha e barriguinha.
- Me desculpe a bagunça, Senhor Kinomoto. – disse sem graça Shaoran ao notar Fujitaka e Tooya na porta. – Vou arrumar a bagunça.
- VAMOS ARRUMAR! – protestou Sakura.
- Não se preocupem. – disse Fujitaka. – Isso pode ser feito depois.

Sakura e Shaoran terminaram de preparar o almoço, agora com Seiji como ajudante, ele era o degustador oficial e pedia para colocar 2 ovos para ele. O almoço seria Sukiyaki.
- Está uma delícia! – disse Tooya. – Cozinha muito bem!
- Obrigado. É minha terapia, quando volto para casa, cozinho para mim... Mas, a partir de amanhã, terei outras terapias além de cozinhar... – ao terminar a frase, Shaoran olha para Sakura e para Seiji.
Fujitaka e Tooya perceberam o olhar carinhoso que ele lançava para Sakura e Seiji. Tooya respeitava a vontade da irmã, não havia como fazê-la mudar de idéia e Shaoran parecia uma pessoa boa para Sakura e Seiji. Ficaram felizes por ter uma pessoa como ele na família.

Seiji foi brincar no jardim com Fujitaka, Sakura e Shaoran precisavam limpar a cozinha. Tooya iria lavar a louça.
Sakura começou a analisar novamente o casamento, não seria algo tão ruim assim. Shaoran poderia ser um ótimo amigo, era divertido, alegre e responsável. Seus pensamentos foram interrompidos quando escutou Fujitaka falar em tom mais áspero.
Ela saiu correndo, nunca havia escutado o pai falar tão grosso com Seiji. Tooya pressentindo algo estranho saiu rapidamente também, Shaoran acompanhou os dois.
- Saia daqui. – disse Fujitaka novamente com a voz alterada para o estranho que estava no portão da casa.
- Seiji! Vem com a mamãe!! – disse Sakura meio desesperada.
Seiji foi correndo em direção da mãe, sem entender direito o que estava acontecendo, estava assustado. Sakura o pega no colo, e entra para a casa.
- Seiji! Volta aqui!! – gritou o homem que agora abria o portão e entrava na propriedade.
- Saia daqui! – falou Tooya alterado indo em direção do estranho.
- Não quero fazer mal a Sakura ou ao Seiji. Quero apenas ver como ele está passando, afinal, Sakura está desempregada. Quero saber se o MEU FILHO está bem.
- Ele está bem, Houjou. – disse Fujitaka com cara de poucos amigos.
Ao escutar aquele nome, Shaoran não teve mais dúvidas de quem era.
- Ele frequenta alguma escola? – disse Houjou rindo e andando agora em direção da porta.
Fizeram silêncio. Houjou sorriu, seus olhos brilhavam.
- Eu sabia... Ele tem idade para ir a escola, mas, não frequenta uma... Francamente, ela não tem condições de sustentá-lo... – disse Houjou com ar vitorioso.
- Uma criança pequena como ele, ainda não precisa frequentar uma escola. – Shaoran falou autoritário. – E Sakura tem condições financeiras, tanto quanto você, para sustentá-lo.
- Ela está desempregada, meu caro.
Shaoran viu que a situação poderia ficar engraçada.
- Por que não entra com uma ação na justiça? Se ela realmente não tem condições de criar o próprio filho, e você sendo o pai, com todas as condições do mundo, concerteza ganhará o processo e cuidará do bem estar do Seiji, não é mesmo? – disse Shaoran com um sorriso nos lábios, dando uma piscadinha para Fujitaka que acalmou os ânimos, Tooya entendeu o recado também e ficou parado.
Houjou riu daquele homem desconhecido, e concordou que seria isso mesmo que faria, depois.
- Primeiro, quero dar uma volta com o meu filho na minha moto nova. – disse Houjou desafiando os olhares de Tooya e Fujitaka, que olharam a moto potente parada na frente da casa, com o escapamento fumegando. Seiji se queimaria facilmente.
- Que irresponsável!! Levar uma criança pequena num trambolho desses?? – gritou Tooya caminhando novamente em direção de Houjou.
- Cala a boca! Você se acha o bom, não é Tooya?... – mal terminou de falar e desferiu um soco no rosto de Tooya que foi pego totalmente desprevenido e ralou o nariz no chão.
Shaoran entrou na frente da porta e acenou para Fujitaka ir ajudar Tooya a se levantar.
- Sai da minha frente!! – gritou Houjou para Shaoran.
- Melhor você ir, ou vai se machucar... – tentou falar Shaoran, mas foi cortado pelo movimento que Houjou fez para tentar acertá-lo, mas facilmente teve o punho imobilizado.
Houjou tentou soltar o punho direito da mão esquerda de Shaoran. Tentou acertar um chute, mas, Shaoran apenas passou o pé na outra perna que usava de apoio no chão, e o viu caindo no chão, pateticamente.
Seiji que estava no colo de Sakura no canto da sala, saiu correndo para ver o que acontecia.
Houjou estirado no chão, ainda tentou se levantar, mas, teve a infelicidade de ter um pé sobre o seu peito, o que dificultava a sua respiração.
- Meu papai é um power ranger mesmo!!! – gritou orgulhoso Seiji, que viu Houjou cair pateticamente e agora estava imobilizado.
Sakura que sentia o seu coração quase saindo pela boca quando viu seu pai gritando com Houjou há instantes atrás, se deliciou com a cena cômica.
- Você me chamou de papai? – perguntou Shaoran atônito.
- Chamei... você não disse que queria ser meu papai, ué? – disse o menino com cara de interrogação.
- Eu sou o seu p... – tentou falar Houjou, mas foi interrompido pelo forte pisão que sofreu no peito, fazendo-o perder o ar.
Shaoran queria dar um abraço naquela criança inocente, ele se sentiu o máximo por ver que era seu herói de verdade. Mas, o meliante que estava deitado no chão, tentando forçar o pé dele para longe de seu peito o fez voltar à realidade.
- Houjou. – chamou Shaoran. – Melhor que vá embora agora. Entre na justiça para conseguir o que quer.
Shaoran fez menção para Sakura vir buscar Seiji e voltasse para dentro da casa. Quando ela o fez, Houjou teve o seu peito libertado do pé que o pressionava. Levantou-se desajeitado e com a roupa suja, virou de costas para sair, mas desferiu um soco no estômago de Shaoran.
- Melhor você ir para casa, ou vou te quebrar no meio. – advertiu Shaoran, com um olhar frio.
Houjou sabiamente saiu, seu punho ficou meio dolorido, Shaoran aparentemente não sentiu nada, pelo menos não demonstrou nada.
Fujitaka e Tooya presenciaram o olhar preocupado de Sakura, ela sabia que Houjou era forte e também, por poucos centímetros, mais alto que Shaoran. Ficou preocupada com aquele soco no estômago.
- Tooya! Você está bem? – perguntou Shaoran.
- Estou... preciso apenas de um gelo que fico novo em folha.
- Shaoran! – chamou Sakura que estava de pé atrás dele.
Ele se virou e viu um brilho de preocupação naqueles lindos olhos verdes, eles eram capazes de levá-lo a um nocaute técnico facilmente.
- Seu estômago... – murmurou ela.
- Ah! Isso não foi nada... – levantou a camisa para mostrar que não aconteceu nada. – Vê?
- Fez artes marciais? – perguntou Tooya.
- Sim, treinei vários estilos e técnicas desde pequeno. Hoje estou meio enferrujado, mas, ainda me viro bem.
- Mamãe! O Papai é o Power Ranger vermelho!!!
Todos riram com a declaração de Seiji, mas, precisavam voltar a vida normal, fazer os preparativos para o dia seguinte.

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Hi! Como estão?
Espero que tenham gostado desse capítulo, e também, obrigada pelo apoio deixado no review da fic, é tão bom abrir o capítulo para ver se está com algum erro de digitação, de navegação ou de português e ver que tem review na fic!!
Estou arriscando um pouco nesse capítulo, ainda não consegui rever uns detalhes nas idéias para saber se deveria ou não alterar esse capítulo, mas, como tem pessoas que estão acompanhando a fic, quero atualizar o mais rápido possível (assim ninguém fica muito agoniado que acabou um capítulo) :) - também sofri bastante com esse tipo de coisa, mas, o que me deixava mais triste era ler fics que o autor acaba se esquecendo...

Voltando a fic, quero colocar a Sakura em situações bem complicadas, assim, dar uma chance para o Shaoran. As situações serão bem engraçadas e românticas, mas isso vai acontecer um pouco mais para frente :) A Sakura de agora, gosta do Shaoran como amigo, não vai dar muita bola para ele em qualquer outro sentido, então, o Shaoran vai ter que se esforçar bastante e ainda conta com a ajuda dos leitores e da autora para isso (Shaoran, não vai desperdiçar a chance, hein!)

Até a próxima atualização (prometo atualizar o mais rápido possível!),
[ ]'s,
Miki