Capítulo XII

Shaoran sentiu o peso de ter sido chamado de "Papai", era um desafio novo em sua vida, o agradou muito aquela palavra, mas, sentiu um medo grande de falhar nesse aspecto. Seu pai faleceu quando ainda era pequeno, foi criado por sua mãe com ajuda de Wei. Como ele deveria agir para ser um pai de verdade?
Esses foram os pensamentos dele quando se deitou na cama.
- Sakura... – murmurou deitado em seu leito, olhando o espaço que havia na cama ao seu lado. – Será que ela... nós... – parou os seus pensamentos, sentiu o corpo queimar com aqueles pensamentos.
Precisava pensar em outra coisa. Fitou o teto, sentiu satisfação em ter conversado um pouco mais com ela depois dos acontecimentos daquela tarde, e vê-la sorrir ao seu lado. Com esse pensamento, adormeceu.

Sakura olhava a janela do quarto, Seiji dormia profundamente, poderia reservar aquele momento para se perder em seus pensamentos.
Ela pensava sobre o seu "trabalho extra", o que ela teria que fingir, até onde precisaria fingir... Pensou novamente no "fingir", não seria difícil ser natural ao lado de Shaoran, afinal, gostava de sua compania, e todas as pessoas que os vissem juntos, concerteza acreditariam que se amam, já que a compania um do outro os agradava imensamente.
Lembrou do Seiji chamá-lo de "Papai", precisaria conceder ao filho o direito de ter um pai, e Shaoran se mostrava um pai muito decente, tanto quanto Fujitaka, mas ao seu modo. Nesse instante, teve a real certeza que tudo daria certo no final. O falso casamento não seria mais temido.

Sakura acordou bem tarde, olhou o relógio era 11 horas da manhã, gritou escandalosamente que estava atrasada. Todos da casa estavam acostumados a essa cena e nem se importaram muito. Tomoyo estava esperando Sakura acordar para começar a sessão de preparar a noiva para o casamento.

Shaoran tinha acordado cedo, ou melhor, nem dormiu direito. Eriol já batia na porta do apartamento.
- Não preciso de ajuda! – resmungou Shaoran.
- Claro que precisa... – disse Eriol confiante nas suas palavras. – Você vai ver...

Sakura tomou um banho relaxante, Tomoyo fez o cabelo, a maquiagem e a ajudou a colocar o vestido branco.
- Que pena que não ia dar tempo para eu fazer o seu vestido de noiva, Sakura... Era muito pouco tempo para fazer um caprichado... – suspirou Tomoyo.
- Ah... Não tem problema...
- Mas, eu fiz isso para você!!! – Tomoyo tira uma sacolinha com uma caixa dentro. – Prometa que vai usar na sua primeira noite da lua-de-mel...
Sakura abriu a caixa e ficou horrorizada com a ousadia da camisola que Tomoyo havia feito. Era rosa, tecido meio transparente com muita renda, longo, decote ousado e fendas laterais gigantes. Completando o kit, roupas de baixo ousadas como a camisola...
- Só faltou ter pluminhas... – riu Sakura envergonhada.
- Ah, eu tinha pensado nisso... mas, e se o Li tivesse alergia? Melhor prevenir, não é mesmo? Mas, me promete, por favor, que vai usar na primeira noite!!
- Mas...
- Sakura... eu queria ter feito o seu vestido, mas, não ia dar tempo. Sempre faço roupas para você usar em ocasiões especiais, e você nunca negou... É a minha maior alegria saber que está usando minhas criações...
- Vou usar Tomoyo e guardar com muito carinho a roupa da noite de núpcias, okay!
- Ai Sakura!! Não sabe como fico feliz em saber que vai usar a roupa!!! Pedi para o Eriol dar o que eu fiz para o Li também...
- Para o Shaoran também??
- É claro!! Quero que seja tudo perfeito para vocês!!!! Essas roupas trarão muita sorte e felicidade para vocês!
- ...

- O quêê??? – gritou Shaoran.
- Calma... calma... – sorriu Eriol. – Tomoyo fez com muito carinho para você. Ela fez alguma roupa para Sakura também.
Shaoran ficou rubro ao tentar imaginar o que Tomoyo havia feito para Sakura usar para aquela ocasião especial.
- Garanto que vai gostar. – disse Eriol rindo da cara de Shaoran. – Mas, sei que não é a primeira vez ficam juntos assim...
Os olhos do noivo se tornaram sérios naquele momento. A situação estava um pouco diferente agora, algumas semanas antes, Sakura havia falado um gaguejado "eu te amo", mas, o suficiente para deixá-lo muito feliz. Mas, sabia que havia traído a confiança dela com uma mentirinha, estava fazendo de tudo agora, mais do que antes, para que ela gostasse dele de verdade. Mas, e se ela não conseguisse mais amá-lo de verdade? Ela seria muito infeliz ao lado dele e não mereceria isso.
- O que estou fazendo... – resmungou Shaoran para si mesmo. Sua mente estava confusa, perturbada com o pensamento de deixar Sakura infeliz.
- Não pode voltar atrás. – retrucou Eriol percebendo a mudança da fisionomia do amigo.
- Vou cancelar esse casamento.
- Quer matar a Sakura de desgosto?? – falou Eriol muito bravo. – Imagina o que ela vai pensar se cancelar o casamento... Vou te levar amarrado e ainda te amordaço se precisar...
- Se me amordaçar, não vou poder falar o "sim". E se me amarrar, não vou poder assinar a certidão...
Os dois riram, Shaoran estava nervoso, não conseguia pensar direito mais. Assim percebeu como a presença de Eriol realmente era importante naquele momento.

No templo Tsukimini, poucas pessoas aguardavam a cerimônia. Havia muitos seguranças cercando o local para que pessoas indesejadas não pudessem entrar, principalmente paparazzis. A cerimônia iniciou-se tranquila, Shaoran estava nervoso, seus cabelos estavam até mesmo espetados, Sakura continuava serena como sempre, muito simpática com todos, e acima de tudo, encantadora. Ele estava de fraque preto com alguns detalhes em cinza, ela vestia o seu vestido branco, era simples como ela, havia poucos detalhes bordados com renda e pérolas mas que o tornavam elegante, em suas mãos, um buquê de flores de cerejeiras rosa, envolto em uma fita rosa. Não usava jóias ou adereços espalhafatosos.
- Como pode manter a calma? – cochichou Shaoran a Sakura.
- É um casamento falso, porque preciso ficar nervosa? – respondeu prontamente.
Ela tinha razão, era um casamento que foi feito para beneficiar ambos, juntar forças para abater os diferentes inimigos. Mas, não queria acreditar que ela sentia apenas isso.
Nesse momento, Sakura segura a mão de Shaoran mais forte, como se quisesse dar força.
- Fica tranquilo, não vai acontecer nada de mal...
Com as palavras de Sakura, ele se sentiu mais calmo agora. Era incrível como ela podia acalmá-lo daquela maneira.
Colocaram as alianças, que estavam em uma cestinha com Seiji. Estava uma gracinha, parecia até mesmo um mini-Shaoran pela roupa.
- Pode beijar a noiva... – disse o monge ao final da cerimônia.
Sakura não sabia se ele a beijaria ou não, ele a pegou pela cintura e aproximou os seus lábios nos dela. Assim, ela teve certeza que ele iria encenar o beijo, mas, não contava com os seus sentimentos traiçoeiros... ela se sentiu nas nuvens, como era bom beijar Shaoran, sentir-se envolta dos braços dele, era uma segurança tão grande. Ele se separa meio brusco dela, quando percebeu com qual intensidade ele a beijava. Ela se assustou com a separação brusca. Ele percebeu que ela ficou assustada.
- "Droga... Era para ser um fingimento e a assustei beijando-a dessa maneira..." – pensou Shaoran.

Todos os convidados foram cumprimentar os noivos. Tomoyo saiu correndo para cumprimentar Sakura com lágrimas nos olhos, estava tão emocionada e feliz.
- Parabéns Sakura!! Parabéns Li!! Estou tão feliz por vocês!!! Não sabe como pedia a Deus para te arranjar um novo marido, mas um que te merecesse de verdade e pudesse fazê-la feliz!!!
Shaoran sorriu para Tomoyo, tanto ela quanto Eriol sabiam que o casamento era uma fachada, mas, Tomoyo parecia tão genuína, que se sentiu como a pessoa certa para a doce Sakura.

Os noivos agradeciam a todos os convidados pela presença, e se dirigiam para o local onde haveria uma comemoração do casamento. Antes, precisavam assinar a certidão, e finalmente Sakura iria conhecer Yelan.
- Foi uma cerimônia linda! – cumprimentou Fujitaka.
- Obrigado, quero sempre agradar sua filha. – sorriu Shaoran.
Sakura o fitou com um sorriso encantador, era a sua forma de agradecer por dizer aquilo para o seu pai para que ele não suspeitasse de nada, mas, é claro que ele já sabia dos sentimentos verdadeiros do genro. Tooya os encarava com cara de poucos amigos, não estava gostando, mas, não poderia intervir, o que o deixava mais transtornado. Sakura deu um beijo no rosto dele, como um pedido para desamarrar aquela cara feia.
- Você tá tão bonita, mamãe! – disse Seiji com o rostinho angelical, sempre honesto.
- E você também está lindo! – disse Sakura sorrindo, pegando-o um pouco no colo.
- Mamãe. – disse Shaoran respeitosamente e baixou a cabeça em reverência.
Uma linda mulher se aproximava. Usava um lindo vestido branco chinês, botões de ouro, faixa e detalhes nas mangas e bainha em vermelho. O cabelo impecável comprido e preto em um rabo de cavalo elegante.
Sakura arregalou os olhos de tão linda a mulher era, além de parecer bem jovem para ter um filho caçula de 28 anos. Colocou Seiji no chão para cumprimentar a sogra.
- Parabéns pelo casamento. – disse a mulher beijando o rosto de Sakura.
- Obrigada. – respondeu Sakura retribuindo o afeto com um sorriso.
- Meu nome é Yelan, creio que meu filho não mencionou meu nome.
Yelan segurou o queixo de Sakura com uma das mãos, parecendo analisar o rosto dela e chegou a ficar com o rosto bem perto da moça.
- Vai dar tudo certo. – disse a mulher enigmaticamente no ouvido de Sakura.
A mulher ainda deu uma olhadinha para Seiji, que estava agarrado a perna de Fujitaka. Incrivelmente a mulher sorriu para a criança, e passou a mão no rosto dele.
- É um anjinho... – murmurou Yelan.
Sakura olhou espantada, enquanto Yelan voltou ao seu caminho para outra direção, voltando a feição enigmática.
- Minha mãe tem um sexto sentido aguçado... – disse Shaoran. – Ela consegue prever algumas coisas na vida das pessoas, acho que ela conseguiu ver algo na sua.
Sakura não conseguiu digerir ainda o que a sogra havia lhe falado, estava ainda meio perdida na situação, seu interior gritava por socorro, estava insegura, mas Tomoyo cochichou em seu ouvido.
- Eu quero que tenha muitas memórias desse dia, Sakura.
- ...

Nesse instante, uma pessoa ao microfone anuncia:
- Os noivos serão homenageados pela Senhorita Daidouji...
Todos aplaudem, Tomoyo dá uma piscadinha para Sakura e caminha em direção do palco. Havia alguns músicos no fundo, e começaram a tocar uma linda balada. Shaoran se aproxima de Sakura.
- Eles esperam que a gente dance, Sakura. – disse estendendo a mão. – Me concederia esse prazer?
Sakura viu que as pessoas a olhavam, precisava realmente dançar para que a farsa continuasse.
- Só que não sei dançar direito...
Pegou na mão de Shaoran, Tomoyo começou a cantar com sua linda voz.

nota: essa música é aquela que a Tomoyo canta no festival "Nadeshiko" no CCS-movie 2
Yuuhi ga akaku sougen ni furu yo
Ao anoitecer o sol se põe diante das planícies
Hi no you ni
Como uma chama
Yoru no sora ga hoshi wo egakidasu
O céu da noite é desenhado pelas estrelas
Hitotsu zutsu
Uma a uma

Estavam um pouco nervosos, cada um com um motivo diferente, mas era um sentimento compartilhado. Sakura errou alguns passos, Shaoran tremia um pouco.

Hitomi wo tojite, kokoro no naka wo mitsumeteru
Fechando os meus olhos, vejo a névoa em meu coração
"Dare wo matsu no?"
"Quem estou esperando?"
Chijeisen no mukou kara
Estou escutando uma voz
Kikoete kuru koe wo kiite-iru
Aquela que posso escutar cruzando o horizonte
Koko ni kite
Venha aqui

Ela se aproximou mais dele, ele a envolveu carinhosamente em seus braços.

Kirameku kaze ga, toiki no you ni yabarakaku
O brilho do vento me abraça pelos ombros
Kata wo tsutsumu yo
Suave como um suspiro
Chiheisen no mukou kara
Vejo na névoa alguém
Aruite kuru hito wo mitsumeteru
Caminhando para mim cruzando o horizonte
Koko ni kite
Venha aqui

Ela se perdeu em suas contradições, ele não conseguia pensar em nada só conseguia ver a sua esposa a sua frente.

Hikaru ishi hitotsu kette mita
Ele me deu uma singela pedra brilhante
Koko ni kite
Venha aqui

Ele mergulhou o seu ser dentro daqueles lindos olhos, ela observava o rosto dele, estava enigmático, mas reconhecia que havia a felicidade estampada.

Sakura sentia-se como se existisse apenas os dois naquele salão, poderia até mesmo voar, estava feliz.
- "Ela aparenta estar feliz, mesmo com um casamento como esse..." – pensou Shaoran, tendo esperanças que Sakura nutria um sentimento de amor por ele.
- "Preciso sorrir para todos, devem pensar que este é o dia mais feliz da minha vida... Shaoran também parece estar feliz..." – pensava Sakura, agora precisava demonstrar essa felicidade, apenas não percebeu que era autêntica.

- O que a preocupa? – perguntou Shaoran, inalando o perfume dos cabelos de Sakura.
- Preciso demonstrar mais felicidade, acho que não estou representando direito o meu papel.
- Não está nem um pouco feliz?
- Estou, é claro. É um casamento de contos de fada, tudo perfeito, lindo. Me agradou muito, mas, acho que não precisava...
- É a primeira vez que me caso, Sakura. Queria que fosse especial.
- É o que estou dizendo, é especial, mas, poderia ter escolhido outra não é mesmo?
- Sim, poderia, mas, não queria. Precisava ser voc...
- SHAORAN!! Parabéns!! – um convidado mais exaltado pulava em cima do noivo para cumprimentá-lo, e o puxou para longe de Sakura.
Sakura sorriu e sinalizou para que Shaoran acompanhasse o seu convidado. Ela foi se sentar, e colocou Seiji no colo.
- Oi meu anjinho... sentiu minha falta?
- Vai ficar comigo agora?
- Vou sim! Vamos ficar juntinhos assim... – dizia Sakura abraçando bem apertado o filho que estava no colo. – Já comeu?
- Já sim! Está gostoso esse aqui, esse outro e aquele... – dizia apontando os pratos que havia apreciado.

Sakura olhava os convidados, percebeu que a olhavam com um pouco de desprezo. Mas, não havia o que fazer, já estava casada. Não alterou o sobrenome, não valeria a pena colocar o sobrenome da família de Shaoran por uma farsa.
- Ela já tem um filho... – cochichou uma mulher passando por trás de Sakura, mas, falou alto o suficiente para que Sakura escutasse.
- E nem é tão bonita assim... Meilin é bem mais...
- O que será que ele viu nessa mulher? Ele é perfeito e ela é... Tão comum...
- Ah, mas ela pode ser trocada a qualquer momento, não é mesmo? Divórcio é comum e rapidinho de fazer.

Sakura escutava tudo o que diziam, era de propósito que falavam naquele tom e altura de voz. Mas, não iria se ofender era uma farsa, não iria esperar nada de Shaoran. Precisaria apenas cuidar do Seiji.

- Ah, mas, ele pode ter algumas amantes...
- Ai... Queria ser uma delas...
- É... Mas não acho que estaria a altura das amantes que ele teve. Lembra da Amie?
- A que tem a mãe francesa e pai japonês?
- Pois é... Eles ficaram juntos um tempo, depois se separaram, mas, Shaoran nem mencionou nada a respeito e a mulher sumiu.

- E aí garoto? Vamos brincar? – disse Shaoran sorridente ao chegar, cortando o assunto atrás da mesa.
Seiji foi sair do colo de Sakura, mas, sem perceber, Sakura o segurou e não deixou Seiji ir na direção de Shaoran.
- Mamãe... Não posso ir? – disse o menino meio tristinho.
- "O que estou fazendo? O que estou fazendo?" – se perguntava Sakura, e soltou Seiji.
Shaoran percebeu que havia algo errado. Iria conversar com ela depois.
- "Sakura... por favor, sorria..." – ela pediu a ela mesma.
Shaoran levou Seiji para conhecer algumas pessoas de sua família, Sakura e ele já haviam cumprimentado todos, mas, ele queria mostrar o seu novo filho a todos.
- É um encanto de menino! – disse uma Tia de Shaoran.
- Como ele é lindo! Você nunca teria um filho assim se não fosse pela Sakura!! – disse uma prima.
- Oi! Seiji, eu sou sua nova Tia!! – disse uma das irmãs de Shaoran. – Esse é o meu filho, vocês são primos agora!!
Seiji agradou a todas as pessoas, era um menino agradável e inteligente, além de ter uma beleza fora do comum. Um dos sobrinhos de Shaoran apareceu e levou Seiji para brincar com outras crianças, a noite prometia ficar divertida para ele.

- Vou ficar com Sakura, ela está sentada sozinha... – disse Shaoran.
Ele se aproximou, e viu sua flor sorrindo para as pessoas que passavam na sua frente, mas percebia que havia algo errado, a grande maioria dos convidados eram amigos e parentes dele, pela parte dela só havia Tomoyo, Eriol e sua família...
- Onde está o Seiji? – perguntou Sakura.
- Meus sobrinhos estão brincando com ele. Agora que pensei em uma coisa... – murmurou Shaoran ao se sentar ao lado dela. – Por que não convidou mais pessoas?
- Não tenho quem convidar... Todos os que amo estão aqui.
Realmente, havia muito a ser conversado, queria conhecer aquela mulher sorridente e simpática em mais aspectos.
- Os que amo, também estão aqui... são apenas as pessoas daquela mesa. – apontou onde estava sentada a sua mãe, irmãs, cunhados e sobrinhos. – E as pessoas daquela outra mesa, vou amá-los também – apontou para onde estava Fujitaka, Tooya, Tomoyo e Eriol. – Os outros são apenas negócios.
- Precisa agradar as pessoas?
- Também... Preciso que confiem em mim. Presenciar o nosso casamento é uma maneira de mostrar que sou confiável, que é verdadeiro.
- E não uma mentira, como sempre faz...
Escutar aquela frase não estava em seu roteiro...
- Está enganada. Não vivo apenas na mentira.
- Não queria dizer isso. Desculpe-me.
- Acho que está na hora de irmos embora. – disse Shaoran um pouco seco.
Sakura se levantou prontamente, foi na mesa dos seus convidados, e avisou que iria embora.
- Vou levar o Seiji comigo. – foi a última coisa que disse, ao se despedir do pai.
- Mas, não havíamos combinado que na sua lua-de-mel ele ficaria comigo?
- Acho que Shaoran não vai se importar em levar o Seiji conosco.
Sakura caminhou até onde estava Shaoran, Seiji brincava animadamente com as outras crianças.
- Vamos meu anjinho? – disse Sakura.
- Eu quero ficar para brincar mais... – choramingou o menino.
- Ele não vai com Fujitaka? – perguntou Shaoran.
- Quero levá-lo comigo. É meu filho.
- Nosso filho. Preocupo-me com ele também, mas, pelas circunstâncias, é melhor ele ficar com Fujitaka... – prontamente respondeu Shaoran.
Sakura baixou a cabeça.
- Precisamos pelo menos manter as aparências... – murmurou Shaoran ao ouvido dela, fingindo beijá-la no rosto.

Foi anunciado que os noivos precisavam partir aos outros convidados, Sakura falou a Fujitaka sobre a desistência de levar Seiji consigo, quando Shaoran foi despedir-se dele e os convidados de Sakura.
- Boa viagem e aproveite. – disse Fujitaka sorrindo.
- Não se preocupe com o Seiji, que vou cuidar dele. – disse Tooya. – E não vai fazer a minha irmã infeliz. – advertiu, fitando Shaoran.
- Estou torcendo pela felicidade de vocês. – sorriu Eriol.

Tomoyo acompanhou os noivos, puxou Sakura e cochichou.
- Você está encantadora... Queria poder tirar fotos suas nos trajes que fiz especialmente para a noite... Mas, acho que não iria gostar, não é mesmo? – disse brincando.
- Tomoyo...
Shaoran chamava Sakura para entrar na limusine. Precisavam ir.

- Desculpe ter te interrompido. – se desculpou.
- Eu peço desculpas pela demora. – disse Sakura, e sorriu.
- Sabe, não gosto de lugares com muita gente.
- Entendo. Afinal, também evito lugares assim.
- Mas, saiba que gosto da sua compania.
- Obrigada. Aprecio a sua também, é um ótimo amigo.
Shaoran calou-se pela declaração. Era um amigo, um início pelo menos, não é? Mas, sentiu um aperto grande no seu coração.
Não conversaram mais até que o carro parar diante do hotel.

**************************************************


Oi pessoal! Como estão? Espero que tenham gostado desse capítulo.
Wow! Quantos reviews! Estou surpresa (não esperava reviews), e muito agradecida pelos comentários!! Isso me dá mais força para escrever mais rapidamente :) - Obrigada pelo apoio mesmo, a MeRRy-aNNe, Anna Martins (Puxa... desde a webfanfict, né!), Pety, Camila, ana, Anaisa, Carol Higurashi Li e Ayesha (ainda não li os seus fics do Harry Potter, mas, concerteza lerei!), do fundo do coração!!!

Então, Lan Ayath, esse capítulo do encontro com o Shaoran, Sakura e Houjou estava pronto, mas, precisava dar uns retoques antes de colocar no ar ia colocar no começo da semana retrasada na webfanfict, mas, o site saiu fora do ar desde o dia 14-março (graças a MeRRy-aNNe que me deu um toque, aqui estamos)...

Rafa Himura Li, acho que bastante gente tem curiosidade de ver um Seiji desse jeitinho, na realidade, uma criança me inspirou nele :) PS: Caramba! Escreveu 30 poemas??!!!

O Tooya, doidinha_kathy, odeia qualquer cara que chega perto da Sakura, mas, aqui ele não pode se dar a esse luxo, porque ele não tem o poder de proteger a irmã do ex-marido - nem fisicamente e nem financeiramente. Como está com as mãos atatadas, ele vai apenas vigiar de longe a irmã se acontecer algo, ele corre para ajudar :)

Ainda não sei quantos capítulos vai ter essa fic, Marylinha, pois estou escrevendo e publicando - preciso estar uns 2 ou 3 capítulos na frente do que está saindo - mas, vai ter menos de 20 (espero). Na realidade queria fazer algo mais curtinho, mas acabou ficando bem estranho, acho que explicar as situações e não deixar nada no ar, acabou dando mais volume do que era esperado... desculpe me por fazê-los ler tanto...


Espero conseguir atualizar a fic mais uma vez esta semana, então, até a próxima!
[ ]'s
Miki