Capítulo XV
- Oi!
Uma corrente elétrica percorreu o corpo dela naquele momento, sentiu um perfume inconfundível e aquela voz.
- Shaoran?! – sorriu Sakura, surpresa por ver o marido na editora naquele dia.
- Vou passar uns dias aqui novamente. – disse apoiando-se na mesa dela. – Algum problema?
- Hã? Não! Nenhum!! – respondeu prontamente.
- O seu rosto parece um pouco triste e...
- Shaoran?? – uma voz bem feminina vinha da porta da sala, Sakura olhou e viu Shaoran arregalar os olhos na direção em que estava Tomoyo e Meyer.
- Amie?
Sakura fechou os olhos pesadamente, ela era a tal Amie que ouviu falar... não tinha como negar, a mulher era perfeita em todos os aspectos. Viu com que tipo de mulher Shaoran se envolvia, fora de tratos, e que ela não era nada atraente perto daquela mulher.
- Sakura... – disse Shaoran um pouco mais ríspido. – Conversamos depois.
Ele virou de costas e caminhou rapidamente em direção a Amie e ambos saíram da sala.
- Tomoyo... – murmurou Sakura em um fiozinho de voz. – O que acha que eles foram fazer?
- Talvez acertar negócios.
- Eles tiveram um relacionamento...
Tomoyo viu o rosto da amiga se tornar sem vida.
- Ela é linda... simpática... perfeita... Esse é o tipo de mulher que Shaoran se aproximaria de verdade...
- Mas, você também é! Só que você é verdadeira, Sakura.
- Meu casamento é um trato... – choramingou Sakura.
- O Li gosta de você de verdade!
- Depois que fizemos o acordo, ele nunca me disse isso... – balbuciou Sakura, levantando-se da cadeira.
Sakura passou aquela manhã triste. Se sentia inferior. Amie era linda demais, ela não chegava nem aos pés daquele tipo de beleza, e mais, ela era simpática, não tinha nenhum traço de arrogância. Ninguém tinha coragem de perguntar a Sakura o que ela tinha, não queriam vê-la triste, mas também não queriam piorar mais.
- Vamos almoçar? – Shaoran estava na porta, chamando-a para almoçar gentilmente.
- Estou sem fome... – respondeu sem conseguir encará-lo.
- Nem poderia me dar o prazer da sua compania?
- Me desculpe, hoje não.
O diálogo dos dois era assistido pela equipe, parecia que estavam assistindo a um jogo de tênis.
- "Não fui almoçar com ele... Como sou boba..." – pensava Sakura. – "Provavelmente agora ele deve estar com ela"
Aquele pensamento não lhe fez muito bem... Sentiu o ciúme percorrer todos os seus vasos sanguíneos, e um calor enorme.
- "Droga!! Por que não fui almoçar com ele!!!??"
Uma Sakura arrependida pegou a bolsa e foi correndo ao refeitório, não o encontrou lá. Foi para a rua e procurou pelos restaurantes próximos. Não os encontrou.
- "É claro... Não iriam almoçar juntos próximo à editora..."
O sentimento de tristeza foi trocado pelo de ódio, estava arrependida de não ter aceitado o convite e agora estava... Ciúmes?
- "Estou com ciúmes??" – Se perguntava. – "Não posso sentir ciúmes..."
Ela estava feliz por ter se casado com Shaoran, por poder conviver com um homem tão maravilhoso em todos os sentidos. Era um ótimo marido, amigo e amante.
- "Se sinto ciúmes, é por um sentimento de posse... Apenas isso... Afinal, ele é meu marido." – Tentava justificar o motivo daquela mudança rápida de sentimento.
Voltou à editora e foi a sala dele. Ele estava sentado, com seus óculos de leitura em frente ao laptop.
- O quê houve? – Shaoran perguntou.
Sakura fechou a porta.
- Teve algum relacionamento com Amie no passado? – perguntou Sakura furiosa.
Shaoran estranhou a mulher doce se transformar, ela estava transtornada.
- Me responde! – disse em um tom de voz mais elevado, segurando lágrimas que estavam a ponto de derramar.
- Eu... – Deu um longo suspiro e continuou. – Fui o namorado dela, há 4 anos atrás.
Sakura sentou-se em sofá que ficava mais afastado da mesa onde ele estava, mais próximo à porta.
- Foram recuperar um pouco do tempo perdido? – perguntou irônica.
- Não estou entendendo. – respondeu Shaoran tirando os óculos e indo na direção dela.
- É verdade... Não posso cobrar nada de você, afinal, nosso casamento é um acordo. Não tenho o direito de...
Shaoran deu um tapa no rosto de Sakura.
- Nunca mais fale assim do nosso casamento!! – disse em um tom baixo e bravo.
Sakura o fitou com a mão no rosto, onde ele lhe bateu. Ela levantou-se do sofá e rapidamente sai da sala.
- Droga!! – murmura Shaoran dando um murro na parede, fechando os olhos.
Sakura caminhava, ou melhor, voava pelos corredores até chegar na sala. Seu rosto ardia, não conseguia enxergar direito pelas lágrimas que ela segurava. Entrou correndo no banheiro e se trancou.
- "Ele não tinha o direito de me bater..." – pensou enquanto lágrimas caiam e não paravam mais.
Não conseguia mais chorar, seu corpo não produzia mais lágrimas, sentiu-se cansada e foi na sala de Tomoyo.
- Sakura... – murmurou Tomoyo.
Ela não disse nada, apenas sentou-se no cantinho da sala, no chão, onde ninguém poderia vê-la.
- Onde ela foi parar... – resmungava Shaoran enquanto vasculhava as salas.
- Algum problema, Senhor Li? – uma moça perguntou ao passar ao seu lado.
- Não, nenhum problema. O único é a senhora passeando no corredor ao invés estar em sua sala produzindo alguma coisa. – resmungou.
- Me desculpe, mas, o banheiro está ocupado o maior tempão e tenho que ir do outro lado para...
Shaoran deixou a mulher falando sozinha, precisava encontrar Sakura e colocar um basta nisso.
- "Mas que droga! Ela tinha que ficar falar sobre o acordo do casamento!!! Estamos indo bem, mas tinha que lembrar disso!!"
Ele estava enfurecido de escutar essa história quase todos os dias, parecia que a obrigação de estar com ele e fazer o papel de esposa era uma carga muito pesada. Estava cansado disso, a queria por livre e espontânea vontade, mas parecia que não era isso que acontecia da maneira como ela relembrava disso.
- "Ela vai me deixar maluco..."
O expediente se encerrava, quase todos já tinham ido embora, Shaoran olhou para a garagem e o carro dela ainda estava lá. Ligou para Fujitaka e avisou que mandaria Wei, seu mordomo, ir até lá para cuidar do Seiji enquanto ele e Sakura não fossem buscá-lo. Deu ordens a Wei que se caso Sakura aparecesse, desse um jeito de mantê-la na mansão e entrar em contato que ele iria para lá rapidamente.
– Vou falar com o Eriol, já volto. – disse Sakura.
- Vou com você... – respondeu Tomoyo.
- Não precisa, tem coisas para fazer, não é? Por favor, quero ficar sozinha um pouco...
Sakura foi caminhando, escutou pessoas murmurando próximo a sala de Shaoran que ficava no meio do caminho, continuou reto até chegar a sala de Eriol.
- Eriol... – disse timidamente Sakura.
Eriol olhou para o rosto na porta, viu uma aura cinza em torno daquele ser sem vida.
- O que houve?
- Não estou muito bem... nunca pedi isso, mas, será que posso repor o dia de hoje no final de semana?
- O que tem?
- Problemas pessoais...
- Acho que hoje todos estão com problemas pessoais... Seu marido também está com um nesse momento...
Sakura levantou a cabeça, Eriol sabia de alguma coisa que ela não sabia e estava lhe dando a dica.
- Que problema?
- Não viu quanta gente passa ao lado da porta dele apenas para escutar o problema dele? É claro que não dá para escutar a voz do Li, mas, a mulher com certeza dá uns gritos bem sonoros...
Sakura estremeceu ao escutar isso.
- Eles já tiveram um relacionamento? – perguntou Sakura.
- Já... – a voz vinha pelas costas de Sakura.
- Meyer? – disse Sakura em um fiozinho de voz.
- Quase nos casamos. – respondeu Amie. – Mas, ele pediu para que eu sumisse, porque fiquei grávida dele e não éramos casados. Isso seria uma vergonha muito grande para ele e sua família.
Sakura sentou-se rapidamente na cadeira em frente à mesa de Eriol, que estava calmo e tranqüilo.
- Conseguiu entrar em acordo? – perguntou Eriol tranqüilamente e sorrido como sempre.
- Infelizmente não...
- Então, foi um prazer conhecê-la.
Sem entende direito o que ocorria, Sakura viu Amie sair graciosamente da sala, parecendo que nada havia acontecido. Eriol voltou aos seus papéis e emails. Sakura ficou com cara de boba.
- Vai conversar com Shaoran agora... – sugeriu Eriol para uma Sakura perdida que saia da sala.
Sakura bate na porta e entra na sala, viu Shaoran sentado olhando para a parede.
- Poderia me dar uns 5 minutos e depois voltar? – disse sem olhar para a porta.
- É claro, chefe. – disse Sakura tristemente bem baixinho, que Shaoran não conseguiu nem ao menos escutar e fechou a porta novamente.
Respirou fundo e... aquele perfume era Sakura. Foi ela que estava na porta naquele momento, e ele nem olhou para ver quem era de tão transtornada que estava.
Saiu correndo em direção da sala dela.
- Hideki! Cadê a Sakura? – perguntou meio desesperado.
- Ela não apareceu aqui...
Shaoran olhou pelas salas. Não encontrava-a em lugar nenhum. Desistiu da busca no prédio, ela teria ido a algum outro lugar, foi para a sua sala pegar as suas coisas e procurá-la na rua.
Para a sua surpresa, ela estava esperando o seu retorno sentadinha.
Ela o fitou com muito carinho e muita tristeza.
- Queria conversar... Sei que não é o lugar mais indicado, mas, preciso saber... Ela foi sua noiva? – disse com a voz bem baixinha.
Shaoran fechou a porta, ajoelhou-se na frente dela e segurou suas mãos.
- Sim, ela foi minha noiva.
Sakura fechou os olhos, aquela era a mulher mais perfeita que ela já havia visto e era impossível alguém não perceber a presença dela em qualquer lugar que ela fosse.
- Você terminou o noivado? A mandou sumir de sua vida?
- Sim.
Ela começou a chorar, Shaoran a tinha mandado sumir para esconder a gravidez... ela tinha passado por isso também, conhecia o medo e a incerteza desse processo, mas, ele simplesmente ignorou a noiva...
- Ela estava grávida, não é?
- Sim... – disse Shaoran vendo lágrimas correrem pelos olhos de Sakura. – Estávamos noivos, e descobri que ela me traia, quando fui cancelar o noivado, ela disse que estava grávida e que o filho era meu. Não poderia cancelar o noivado, iria precisar me casar com ela. É claro que fiquei com muito ódio por ter que me casar com uma mulher que me traia...
Shaoran segurava as mãos de Sakura com mais força, a lembrança era dolorosa para ele.
- Sabe que amor se transforma facilmente em ódio, não é? Eu a amava de verdade.
Sakura escutou um suspiro longo dele, mas, suas lágrimas agora não paravam mais de cair. Estava com o coração ferido por escutar que ele dizer que amou de verdade aquela mulher.
- Pois bem, esperei a criança se desenvolver um pouco mais e pedi que fosse feito teste de DNA antes da criança nascer. Tinha minhas dúvidas que aquele bebê não fosse meu. – após uma pausa prosseguiu. – Não era meu e também do amante que a peguei me traindo...
Shaoran abraça a esposa. Parecia que doía no fundo do coração essa confissão.
- Ela se casou com um homem muito rico e teve o bebê. O homem já era velho e faleceu não faz muito tempo. Mas, ele não deixou muito dinheiro para a esposa, acho que ele sabia da personalidade dela. Para ganhar dinheiro, ela quer publicar a bibliografia, e usar os nomes de pessoas para mais escândalos e assim ganhar mais dinheiro. É claro que ela queria que eu soubesse disso para tentar me chantagear. E foi ousada o suficiente para vir aqui e tentar fazer o livro sair debaixo do meu nariz.
- Como tinha certeza assim que o filho não era seu? – perguntou Sakura, se arrependendo da pergunta pela feição do marido.
- Não posso ter filhos tão facilmente assim... Mas, eu fico feliz por ter um filho como o Seiji, é mais do que eu poderia ter.
Sakura ainda estava abatida.
- Entende porque não gosto de falar da minha história?
Ela acena um sim com a cabeça.
- Depois dessa, digamos que perdi um pouco a fé... Ficamos juntos por uns 7 anos... Pensava que a conhecia e não acreditava no que os outros falavam dela, agora, digamos que estou escutando mais e vendo mais.
Shaoran se levanta, Sakura segura a sua mão gentilmente.
- Por que me escolheu para fazer o trato? Não me conhece o suficiente para saber se vou ou não te trair também...
Shaoran percebeu a insegurança e que ela ainda não havia percebido os sentimentos dele.
- Eu te conheço... – falou seriamente Shaoran olhando para os olhos dela. – Posso não conhecer toda a sua vida, mas, não duvido do seu caráter.
- Me escolheu pelo meu caráter?
- Lembra-se quando eu disse te amar? Eu não deixei de amá-la, sei que...
Sakura calou Shaoran, colocando o dedo sobre os seus lábios, não queria estragar aquela declaração com fatos tristes.
- Entendo porque mentiu... Não queria outra Amie na sua vida...
Ele a abraçou mais forte, queria sentir o calor dela.
- Eu te amo. – sussurrou Shaoran.
Sakura o abraçou forte.
- Não me ama? – pergunta Shaoran.
- E-eu... Ainda não sei...
Shaoran sorriu de maneira divertida. Era nítido que Sakura ficou com muito ciúmes e insegurança em saber que Amie foi sua noiva. De repente, ele mudou novamente de feição, ficou sério e soltou Sakura. Caminhou até a porta e a abre rapidamente.
Eriol e Tomoyo desabam no chão.
- Bonito, não? – brincou Shaoran ao ver como eles ficaram brancos.
- Ho! Ho! Ho! Só estava passando... – riu Tomoyo com a mão na frente da boca.
Sakura sorriu, mas tinha mais coisas para perguntar para Shaoran em casa.
O dia foi longo, eles contavam os minutos para irem para casa.
Shaoran precisava resolver os serviços burocráticos e as contas que estavam pendentes na editora junto com Eriol.
Sakura estava trabalhando em um livro sobre a matemática na vida das pessoas, e já estava ficando louca, ninguém tinha prática em fazer equações e outros detalhes que eram necessários para aquele trabalho e sobrou para ela... Essa era a última coisa que ela queria fazer naquele dia, mas ocuparia totalmente a sua mente no trabalho.
Shaoran apareceu na sala um pouco antes do final do expediente.
- Será que o Fujitaka não poderia olhar o Seiji esta noite? – perguntou docemente.
- Vou perguntar... – respondeu Sakura.
Shaoran deu uma piscadinha para ela e saiu da sala. As meninas já foram em cima da chefinha com risadinhas e Sakura ficou vermelhinha.
Sakura ligou para Fujitaka e disse que queria conversar com Shaoran essa noite, e se ele poderia ficar com Seiji um pouco mais. Sem pestanejar, Fujitaka disse que ficaria com Seiji até o dia seguinte e que não haveria problemas.
Final do expediente, Shaoran passa da sala de Sakura.
- Vamos? – ela perguntou sorrindo.
Ela deixou o carro na editora, foram embora no carro dele. O caminho foi silencioso, apenas troca de olhares carinhosos e sorrisos.
Amie serviu para mostrar a Sakura o quanto ela temia perder Shaoran e como se sentia inferior a ele. Achou incrível ele ter sido traído por aquela mulher, que fez o que fez para que se casassem.
Ao entrarem na mansão, Sakura reparou o aroma de chá.
- Wei está em casa. – disse Shaoran sorrindo.
- Wei? – perguntou Sakura.
- Sim, ele é meu mordomo. – disse Shaoran pensativo. – Mas, ele também cuidou de mim, como se fosse meu pai verdadeiro. Meu pai faleceu quando eu era um bebê.
Sakura ia dizer algo, quando Wei apareceu.
- Mestre Shaoran. Como está?
- Estou bem, obrigado por ter vindo. – disse Shaoran sorridente e apertando a mão do senhor a sua frente. – Sakura este é Wei.
- Muito prazer, Senhora. – disse o homem abaixando a cabeça.
- O prazer é meu. – respondeu Sakura amavelmente. – E obrigada...
- Pelo que Senhora?
Shaoran também aguardou a resposta de Sakura, eles acabaram de se conhecer, Wei era muito atencioso e prestativo, mas ainda não tinha feito nada por ela.
Sakura fitou Shaoran e depois sorriu para Wei.
- Por ter educado e dado apenas bons exemplos ao meu marido. Hoje ele é um homem admirável.
Shaoran ficou com um pouco envergonhado e o senhor apenas sorriu.
- Não há de quê. Mas, isso já havia nascido com o mestre.
Wei se retirou, Shaoran e Sakura foram para o quintal. Ele levou uma garrafa de vinho, sabia que aquela bebida fazia Sakura ficar mais... Desinibida.
- Sabe... – Foi dizendo Shaoran enquanto puxava a rolha. – Quando estava em Hong Kong, ouvia falar sempre de uma moça, que tinha começado como estagiária na empresa, e agora liderava uma equipe que fazia a diferença na editora em Tomoeda.
Sakura sabia que ele falava dela e sorria ao escutar ele falar sobre essa "moça" em terceira pessoa, fingindo não conhecê-la.
- Ela tinha fama de inteligente e muito dedicada. O salário dela não era mal, mas, sabíamos que poderiam oferecer salários maiores...
- Até 3 vezes mais... – sorriu Sakura ao ver a cara de espanto de Shaoran.
- 3 vezes mais??
- Sim.
- Puxa... Seu chefe é um explorador... – disse Shaoran com cara de indignado, lhe oferecendo um copo de vinho.
- É... Vou pedir aumento para ele... – respondeu Sakura pegando o copo e bebendo um golinho. – Continue, por favor.
- Então, algumas pessoas da administração geral ficaram incomodadas com o sucesso dessa garota. É claro que tendo Eriol me oferecendo ótimas referencias da moça, não pude duvidar dela e nem mesmo tirar os méritos. – fez uma breve pausa e tomou um gole de vinho. – Mandaram uma pessoa vir aqui para Tomoeda aprender as técnicas profissionais da moça. E me ofereci para vir.
- Obrigada por ter confiado em mim.
- Mas, não foi por isso que vim... Qualquer outra pessoa que tivesse vindo, teria ido embora sem poder dizer nada de negativo sobre você e o seu trabalho... – Shaoran olhou para o céu que começava a escurecer. – Tive um pressentimento... Era algo forte. Fiquei ansioso para te conhecer, acho que antes mesmo de te ver, eu já estava apaixonado.
Sakura se assustou com aquela afirmação.
- Você tem as características que procuro nas pessoas, e já sabia disso, pois Eriol me contava sobre você. Queria te conhecer pessoalmente e aquela era a chance, e algo me dizia que eu não ia me arrepender. Mas, eu queria que se apaixonasse por mim, pelo que sou, não pelo meu dinheiro.
Sakura o fitou por um momento e sorriu. Era incrível o que ele havia confidenciado, ele poderia ter contado antes. Mas, agora queria apenas abraçá-lo e beijá-lo.
Shaoran se aproximou para beijá-la, ela fechou os olhos.
- Obrigado por me ensinar a confiar novamente... – disse antes de se perder nos carinhos da esposa.
Após 1 ano, a família Li estava ficando um pouco maior. Sakura estava radiante com a novidade, teria seu segundo filho, e seria de Shaoran. O milagre do amor estava gerando frutos, e mostrando a todos que eles estavam felizes e que qualquer barreira poderia ser superada usando a compreensão, o diálogo e a verdade.
Houjou processou Sakura, tentou pegar a guarda de Seiji, mas Shaoran interveio, o que anulou completamente qualquer tipo de motivo que Houjou apresentou. Sakura, Shaoran e Seiji eram uma família completa, e Seiji além de ser uma figurinha carismática, tinha como Shaoran um verdadeiro pai, e assim como Shaoran o tinha como um filho legítimo.
Sakura estava sentada em um banco no quintal, observando Seiji brincar no balanço, e de vez em quando ele vinha correndo na direção dela, para ver se o irmãozinho se mexia.
- Boa tarde... – sussurrou Shaoran ao chegar perto da esposa.
Sakura sorriu em troca, Seiji gritou oi de longe, e continuou a brincar.
- Como foi o seu dia? – perguntou Sakura.
- Tranqüilo como sempre. E vocês?
- Estamos bem.
Shaoran se senta, Sakura se aconchega nos braços dele.
- Vamos ter tantas histórias para contar para este bebê...
Shaoran sorri e olha para o céu, estava avermelhado, lindo.
- Vamos sim...
Shaoran olhou a barriga pequena de Sakura, e a tocou, naquele momento pela primeira vez, o bebê se mexeu...
Side story – Seiji aprendendo coisas na escola.
(Nota: História verídica)
Seiji volta para casa, e vai correndo contar a Sakura uma novidade...
- Mamãe!!!
- Oi meu amorzinho...
- O meu amigo, me disse uma coisa hoje...
- O que ele disse?
Seiji fez menção para Sakura se abaixar e cochichou:
- Ele me disse que é feio mostrar o dedo do meio...
Sakura se assusta, mas Seiji continua com aquela carinha doce e inocente, e continua:
- Mas, sabe... Eu vou te contar um segredo... Ele tá errado...
- Por que ele tá errado?
Seiji olha indignado para a mãe.
- PORQUE NÃO TEMOS DEDO NO MEIO!!! - e dizendo isso abre a mãozinha e aponta para entre os dedos. – Não temos dedo aqui!!!!
-.-'
Oi Pessoal! Como estão?
Ufa... finalmente o último capítulo... ia escrever mais uns 2 ou 3 capítulos, mas achei que ia demorar demais e não saberia se conseguiria ou quando iria terminar. Esse na realidade não é o final e nem o desenrolar que eu queria para a fic... tinha bolado uma parte legal e bem engraçada da Sakura indo viajar e mergulhando no meio dos tubarões... Isso aconteceu comigo, estava submergindo e de repente apareceu uma cabeça de um bicho na minha frente, coisa de 3 metros de distância, dei aquele super grito: "DINOSSAURO!!" (lol) mas era uma tartaruga marinha que tinha mais de 100 anos, ela tinha uns 2 metros de comprimento (pelos meus cálculos... mas posso é claro estar muito errada), mas a largura da cabeça dela era monstruosa (acho que quase a largura de um monitor de 17"!!!!
Se tiver mais pérolas de Side Story do Seiji, vou postar.
Queria agradecer a todos os reviews, a todos que leram e acharam divertida a estória – e também pela paciência de vocês... Obrigada mesmo do fundinho do coração a MeRRy-aNNe, SAKURA-CHAN, Pety, Nanami Nakamura, Xianya, Iza-chan, Carol Higurashi Li, Júlia, Anaisa, Camila, Polly-chan, Marylinha, Rafinha Himura Li, doidinhakathy, Lan Ayath, Anna Martins, Ana e a Ayesha.
Como disse, tenho outra fic em andamento (na realidade 2, mas apenas uma está madura), espero que a leiam.
Até a próxima!
[]'s
Miki
