CAPÍTULO UM – VISÕES

...Sombras por todos os lados...

...Destroços espalhados, ruínas...

...Cheiro de fumaça, cinzas, sangue...

A névoa toma conta dos sentidos da profetisa, antes de outras imagens se formarem.

...Contornos de uma grande construção...

...Um castelo a beira de um lago....

...Uma floresta muito negra, que emana magia...

...Um animal correndo, procurando algo, ou seria alguém...

...Um lobo procurando sua fêmea...

...Os olhos do lobo, olhando para ela...

Lentamente os sentidos de Thera começam a voltar ao normal. A jovem controla sua respiração, antes de abrir seus grandes olhos violeta. O que significava sua visão?

Aquelas ruínas... Aquele castelo... Ela tinha certeza que já os havia visto antes em algum lugar.

Thera se concentrou, procurando em sua memória aonde havia visto algo parecido. Um jornal. Então ela lembrou. A reportagem do Profeta Diário sobre a luta final contra o Lorde Negro e a destruição de Hogwarts. Se Hogwarts estava tão clara em sua visão, então seu futuro estava ligado de alguma maneira com esta escola. Estava chegando a hora dela deixar seu refúgio em Ávalon. Mas o que significaria o lobo?

"Os olhos daquele lobo são muito diferentes...", a jovem refletiu, "E ele olhou para mim como se me chamando. Aquele lobo está em meu futuro."

Neste momento a porta da sala de meditação se abriu e uma jovem de longos cabelos negros vestida com uma túnica azul entrou.

"Eu sabia que te encontraria aqui, prima. Então, o que o futuro nos traz?"

"Morgan, como sabes que eu vi o futuro?"

"Ora, cara prima. Eu estou na presença da maior profetisa e da melhor vidente do mundo mágico, e ela me pergunta o que eu acho que ela está fazendo trancada na sala de meditação o dia inteiro em jejum..."

Thera sorriu perante esta colocação de sua prima. Realmente, ela estava se tornando muito previsível.

"Eu vi algo diferente, Morgan. Está escrito no meu destino que minha hora de deixar Ávalon está chegando e..."

"Deixar Ávalon! Sua visão deve estar errada, Thera. Você é a profetisa da ilha sagrada. Sua vida é ficar aqui prevendo o futuro do mundo mágico para que nós possamos nos preparar. Você nunca pisou fora da ilha."

"Eu sei disto, prima, mas minhas visões nunca estão erradas. Está chegando a hora de deixar este refúgio e procurar meu destino."

"Eu não quero ouvir falar nisto. Depois nós conversamos. Agora vamos, minha prima, que está na hora da formatura da turma de aperfeiçoamento em feitiçaria antiga."

Thera se levantou, pegou um véu que estava no chão ao seu lado, todo bordado com os símbolos mágicos para uma profetisa, e o colocou sobre seus longos cabelos prateados. Em seguida ela terminou de arrumar seu traje azul, da mesma cor dos trajes de todos os habitantes da ilha santuário. As duas primas saíram da sala de meditação indo para o grande salão da Academia Ávalon de Artes Arcanas.

As formaturas eram as únicas ocasiões em que pessoas que não eram estudantes ou professores entravam nos recintos da academia.

A Academia Ávalon de Artes Arcanas era uma das mais antigas e prestigiadas escolas de magia do mundo. Todas as garotas que lá se formavam se tornavam grandes feiticeiras. Desde sua fundação apenas moças estudavam lá. Os rapazes estudavam na Academia Druídica de Magia, escola gêmea da Academia Ávalon, vizinha desta inclusive.

As duas escolas se localizavam na ilha de Ávalon. Esta ilha era completamente autônoma no mundo da magia. Ela não estava subordinada ao Ministério da Magia de país algum, tendo seu próprio governo. Algumas das famílias que moravam na ilha tinham em sua ascendência grandes nomes do mundo mágico. Este era o caso da família Du Lac, da qual faziam parte Morgan e Thera. As duas primas eram descendentes de Kassandra de Tróia, Morgana Le Fey e Merlin. A família delas, no mundo mágico, era conhecida como a mais antiga família sangue puro existente, com sua árvore genealógica assinalando quase cinco mil anos de nascimentos de crianças mágicas.

Dentro da família Du Lac, a cada duzentos anos, nascia uma menina conhecida como a profetisa. A tradição contava que esta menina herdava seus poderes diretamente de Kassandra de Tróia e ela sempre era reconhecida no nascimento por ter cabelos prateados e olhos violeta como sua famosa antepassada. O nascimento desta menina era muito aguardado por toda a sociedade da ilha sagrada, pois ela era capaz de prever todos os perigos que a ilha enfrentaria. Nunca, na história de Ávalon, a profetisa deixara o solo da ilha, sendo sempre protegida de tudo e de todos. E com Thera Du Lac acontecia a mesma coisa.

Thera e Morgan chegaram no grande salão, que já estava repleto de pessoas esperando pela formatura. A academia Ávalon era muito famosa pelos cursos de aperfeiçoamento em diversos campos da magia que oferecia. Haviam cursos de Herbologia Avançada, Medicina Herbológica, Leitura de Sinais da Natureza, Feitiçaria Antiga, Poções Esquecidas pelo Tempo e outros. A Academia Druídica oferecia os mesmos cursos para rapazes, além do curso de formação de Bardos.

O acesso a estes cursos era dificílimo. Poucas vagas eram oferecidas para alunos que não haviam freqüentado uma das duas academias e estas vagas eram sempre disputadíssimas. Para um aluno se candidatar, era necessário uma carta de recomendação do diretor da escola onde havia feito sua formação básica como bruxo, além de um excelente currículo, com notas máximas na área solicitada de aperfeiçoamento e notas muito boas nos NOMs e NEMs.

As duas primas tomaram seus lugares na mesa de docentes, juntos com seus colegas das academias Ávalon e Druídica. As formaturas, junto com algumas festas e ritos, eram as únicas ocasiões em que as duas academias realizavam suas atividades em conjunto.

Vinte rapazes e moças, vestidos em azul e com o símbolo de aprendizes em seus robes, esperavam ansiosamente pelo seu diploma e pela benção da Deusa-mãe. No outro lado do salão, os familiares deles aguardavam orgulhosos pela concretização deste importante passo na vida de seus filhos. Pouco depois a diretora da academia Ávalon, Igraine Rhys, se levantou, fazendo seu discurso e chamando, uma a uma, suas formandas, entregou-lhes o merecido diploma e deu-lhes a benção em galês. Depois o diretor da academia Druídica, Taliesin Myrdin, fez a mesma coisa com seus alunos.

Quando a cerimônia chegou ao seu término, a diretora de Ávalon deu início ao coquetel de confraternização. A suave melodia de uma flauta encheu o ambiente e elfos domésticos começaram a circular entre os convidados, carregando bandejas com canapés e aperitivos.

Enquanto todos comemoravam, Thera conseguiu se separar de Morgan por alguns instantes para pensar em sua visão.

Ela sabia que sair de Ávalon era algo que nenhuma profetisa havia feito antes, mas sua visão dizia que era o destino dela, e a profetisa sempre tinha que seguir seu destino. Esta era outra tradição da ilha tão antiga que ninguém sabia quando havia quando havia iniciado. O conselho provavelmente iria se opor a partida dela quando chegasse a hora, mas havia sido previsto que ela iria partir e eles nada poderiam fazer para interferir com isto.

Thera estava tão envolvida com seus pensamentos que demorou a perceber que havia uma pessoa querendo falar com ela.

Minerva McGonagall fora a formatura de Virgínia Weasley na Academia Ávalon para prestigiar este importante passo na vida de uma de suas ex-alunas favoritas, mas aproveitou, também, para resolver um problema que tinha em mãos.

Hogwarts havia sido destruída na batalha final contra Voldemort. Junto com a escola, muitas vidas foram perdidas, inclusive a de Albus Dumbledore, Filius Flitwick, Rubeus Hagrid e tantos outros nomes importantes para a escola. Depois de dois anos, Hogwarts fora reconstruída, mas haviam muitas vagas entre o corpo docente, ocasionadas pela batalha e por demissões.

Minerva era a nova diretora de Hogwarts, apontada pelo Ministro da Magia, Arthur Weasley, pessoalmente. Com isto ela fora obrigada a deixar a posição de professora de Transfiguração. Severus havia assumido seu lugar como vice-diretor e manteve suas classes de Poções. Então, somando com Transfiguração, haviam vagas para professores de Feitiços, Estudo dos Trouxas, Defesa Contra Artes das Trevas, Trato de Criaturas Mágicas e Adivinhação, além de o ministério estar querendo que a escola oferecesse classes avançadas em Duelos e Animagia. Com todos estes desfalques, Minerva estava desesperada atrás de bons professores. Ela havia feito uma pequena lista de pessoas que eram capacitadas para lecionar cada uma das classes em questão, apesar de ainda ter problemas com Duelos e Adivinhação e de o candidato a professor de DCAT haver sido previamente aprovado pelo Ministro da Magia em pessoa para evitar problemas posteriores.

Claro que Adivinhação poderia não ser um problema no momento, mas Minerva não agüentou mais a charlatanice de Sibile Trelawney e a demitira sem pensar duas vezes. Agora ela estava em Ávalon tentando resolver o problema da vaga para professor de Adivinhação. McGonagall procurou pelo salão a pessoa com a qual viera falar, sabendo que sua missão era quase impossível, e a encontrou meio oculta em um canto, imersa em pensamentos.

Minerva aproximou da jovem que parecia ser a única pessoa no mundo que realmente era qualificada para ensinar adivinhação, por ser realmente uma vidente e não uma fraude, e chamou a atenção dela.

"Senhorita Thera Du Lac?"

"Sim, sou eu mesma."

"Sou Minerva McGonagall, diretora da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts."

Thera ouviu a apresentação com surpresa. Sua visão estava se tornando realidade tão cedo? O jeito era escutar o que a outra mulher tinha a falar.

"Senhorita Du Lac, será que poderíamos conversar em algum outro lugar em particular?"

"Sim, me siga, por favor."

Thera guiou Minerva até a sala de meditação, que era praticamente seu aposento privativo na academia. As duas mulheres se sentaram em uma mesa num dos cantos da sala e Thera conjurou chá com biscoitos para ambas.

Minerva estudava cuidadosamente a jovem a sua frente, tentando decidir se tudo o que ouvira sobre ela era verdade. Neste momento Thera abaixou sua xícara e, serenamente, encarou Minerva.

"A senhora veio me dizer que sou necessária em Hogwarts, não? Quando devo partir?"

Minerva ficou pasma. Aquela jovem realmente era uma vidente ou fora apenas um palpite de sorte?

Como que a ler os pensamentos dela, Thera falou:

"Não foi um palpite, se é isto que estás pensando. Eu tive uma visão sobre o castelo de Hogwarts e sei que meu destino está lá. O que a senhora quer que eu faça na escola?"

Minerva a encarou por mais um momento, antes de responder.

"Como a senhorita deve saber, Hogwarts foi destruída na batalha final contra o Lorde Negro. Nos dois últimos anos muitas pessoas trabalharam incansavelmente na reconstrução da escola e na ativação de poderosos feitiços protetores nela e ao redor."

Thera acenou, dando a entender que sabia destes detalhes. Minerva continuou.

"Tivemos muitas baixas durante a batalha, dentre elas pessoas insubstituíveis. Por isto, temos vagas para docentes de algumas áreas. Uma destas áreas é Adivinhação. A professora Trelawney, felizmente, não faleceu em combate, mas a antiga posição dela está em aberto pelo afastamento de sua pessoa."

"E a senhora quer que eu lecione Adivinhação."

"Sim. Eu, pessoalmente, não acredito neste ramo da magia, mas os alunos adoram Adivinhação, então não posso deixar de oferecer."

Thera sorriu. Ela sabia que muitas pessoas fingiam serem videntes, difamando este ramo da magia.

"Diretora McGonagall, eu sei que existem muitas pessoas que se dizem videntes mas que só gostam de preverem mortes para parecerem importantes e eu sei, por experiência própria, que não é assim que funciona este tipo de magia e que prever mortes não é nada agradável. A senhora pode contar comigo no seu quadro de professores."

Neste momento a porta da sala se abriu e Morgan entrou, escutando as últimas palavras de Thera.

"Como assim, Thera, ela pode contar contigo no quadro de professores? Você sabe muito bem que não pode sair da ilha!"

Minerva se sobressaltou com a chegada da outra jovem, sabendo que esta última falava a verdade através da pesquisa prévia que fizera.

"Morgan, minha prima, isto são modos de falar em frente a um visitante? Diretora McGonagall, perdoe a impulsividade de Morgan. De qualquer forma, Morgan Du Lac, Diretora Minerva McGonagall, de Hogwarts."

Minerva acenou sua cabeça para a jovem morena de temperamento explosivo, e aguardou pelo desenrolar dos acontecimentos.

Morgan ficou vermelha ao ouvir a reprimenda da prima, mas não desistiu.

"O conselho nunca irá permitir que você parta, Thera. Você é a profetisa e é seu dever permanecer na ilha vendo nosso futuro."

Thera esperava esta reação e, se ela quisesse realmente seguir seu destino, teria que ter Morgan ao seu lado.

"Querida prima, eu conheço a lei tão bem quanto você, ou até melhor, já que ela é aplicada a minha pessoa, por isto mesmo sei que existe na lei um parágrafo que diz que eu posso deixar a ilha santuário se assim houver sido previsto e que este seja meu destino. Você sabe tão bem quanto eu, de nossa discussão mais cedo, que eu previ que deixaria Ávalon. Em minha visão eu vi Hogwarts e agora isto está se cumprindo. O conselho não terá escolha a não ser me deixar partir. Eles não podem interferir com o destino pois este quer que eu vá para Hogwarts." Thera achou melhor não mencionar o lobo de sua visão neste momento.

Morgan pesou as palavras de sua prima, sabendo que estas eram verdadeiras. Mas a jovem ainda não queria dar o braço a torcer. Sua prima era frágil e nunca havia saído da proteção da ilha santuário. Ela nunca sobreviveria no mundo exterior.

"Mas Thera! O mundo lá fora é muito diferente daqui. Você não pode ir sozinha. Eu vou junto!" A jovem resolveu num impulso.

Minerva suspirou ouvindo a argumentação entre as duas jovens. Onde ela iria colocar a outra jovem em Hogwarts se esta resolvesse mesmo ir junto?

Thera, como que a ouvir a preocupação da diretora, deu uma sugestão.

"Diretora McGonagall, já que minha prima está determinada a ir junto comigo, eu acho que ela poderia se fazer útil em Hogwarts. A senhora me disse que existem classes desfalcadas de professores e, se não me engano, uma destas classes era a de Duelos. Bem, minha prima é excelente nesta área e tenho certeza que será uma ótima professora."

Morgan e Minerva arregalaram os olhos a esta sugestão, embora por motivos diferentes. Minerva estava feliz com esta solução, pois ela não tinha ninguém em mente para duelos e sabia que as professoras da Academia Ávalon eram todas proficientes neste assunto. Morgan, ao contrário, queria esganar a prima, pois a única disciplina que ela não gostava de lecionar era exatamente Duelos. Mas ela faria isto se fosse necessário para ir junto com Thera. Ela silenciosamente concordou com a solução encontrada.

"Bem, se isto não for desfalcar demais o corpo docente daqui, está acertado. Bem vinda, senhorita Morgan Du Lac, ao posto de professora da classe especial de Duelos de Hogwarts."

Thera conjurou mais um chá com biscoitos para Morgan e as três mulheres ficaram a conversar por algum tempo, acertando detalhes e marcando a data da mudança. Ficou certo que elas iriam para Hogwarts em duas semanas, via porta chave e Hogsmead, já que Thera nunca havia aprendido a aparatar e era-se impossível chegar na área de Hogwarts por qualquer meio que fosse mágico, para prepararem suas salas de aula e participarem das reuniões do corpo docente visando o início do ano escolar em menos de um mês e meio.

Pouco depois Minerva se despediu, indo pegar um barco para fora da ilha santuário para poder aparatar para Hogsmead, enquanto as duas primas conversavam, acertando detalhes para quando chegasse a hora de encararem o conselho diretor de Ávalon sobre a saída da profetisa da ilha sagrada do solo desta pela primeira vez em mais de dois mil anos.

Remus Lupin havia acordado sobressaltado naquela manhã. Novamente ele tivera o mesmo sonho. O lobisomem levantou e foi até a cozinha para fazer café para si mesmo e para seu amigo e colega de residência, Sirius Black, que adorava dormir até mais tarde. Ele fez o café e se sentou a olhar para a xícara, não percebendo quando Sirius entrou na sala.

"O que houve, Moony? Nunca te vi desta forma antes."

Remus olhou para seu amigo, tentando decidir se contava a este o sonho ou não, mas decidiu por contar, senão Sirius nunca pararia de atormentá-lo.

"Tenho tido o mesmo sonho por muitas noites, Padfoot."

"Sonho? Que sonho? Alguma garota sexy o bastante para não te deixar dormir, Moony?"

Remus sacudiu a cabeça. Era bem coisa de Sirius pensar que todos os problemas do mundo eram relacionados com sonhos eróticos sobre garotas. Realmente, seu amigo de longa data voltara a ser um pouco como era nos tempos de escola depois que a guerra finalmente acabara e ele fora inocentado de todas as acusações.

"Não, Padfoot. Tenho sonhado com um par de olhos me vigiando onde quer que eu vá. Um par de olhos violeta. E estes olhos mexem comigo de maneiras que eu nunca pensei possíveis antes..."

"Moony com medo de um par de olhos! Eu achei que já havia ouvido de tudo, mas esta ganhou o prêmio, meu amigo!" E Sirius começou a rir com vontade.

Remus ia retrucar quando ouviu alguém batendo na porta da casa e, ao abrir a porta, encontrou Minerva McGonagall parada nesta e a convidou para entrar.

Minerva se acomodou em uma das poltronas da sala da casa de Sirius, olhando atentamente para este e para Remus. Ela esperava não se arrepender da decisão que tomara antes de vir até esta casa.

"É um prazer vê-la, Minerva. A que devemos a honra de sua visita?" Perguntou Sirius enquanto Remus ia buscar café para os três e fatias do bolo que ele havia feito no dia anterior.

Minerva esperou Remus retornar antes de falar.

"Bem, como vocês sabem, nós reconstruímos Hogwarts e a escola deve recomeçar suas funções agora em primeiro de setembro." Ambos os homens concordaram com isto. Havia sido muito duro para eles verem alguns amigos morrendo naquela batalha e verem a escola onde foram tão felizes em ruínas.

"Ainda existem vagas para muitas disciplinas. Eu, como a nova diretora de Hogwarts, conversei com Arthur Weasley e, entre nós dois, chegamos a um consenso sobre quem queremos como professores e algumas das disciplinas que devemos ensinar. Por isto estou aqui hoje. Remus, eu gostaria, encarecidamente, de te oferecer a posição de professor de DCAT."

Remus ficou surpreso. Ele sendo chamado novamente para ser o professor de DCAT?

"Mas Minerva..... Eu.... Eu não sei o que dizer!"

"Diga sim, Moony." Exclamou Sirius, feliz pelo amigo.

"Mas eu tive que sair da outra vez por causa de meu problema. Irão os pais de alunos concordar que um lobisomem dê aulas para seus filhos? E quanto ao conselho diretor? Pelo que eu saiba, Draco Malfoy assumiu o lugar de seu pai neste e não irá, de forma alguma, me deixar dar aulas de novo!"

Minerva sorriu. Ela havia previsto a relutância de Remus e fora até a casa dele com todas as cartas na mão.

"Draco não será um problema. Com o envolvimento de seu pai com os Comensais da Morte, sua família perdeu muita credibilidade no mundo mágico, e agora Molly Weasley faz parte do conselho e é completamente a favor de ter você ensinando DCAT porque você entende mesmo do assunto, Remus, e os alunos sempre te adoraram. Arthur Weasley concorda comigo e dá o completo apoio do ministério a esta decisão. Até meu vice-diretor deu o braço a torcer e admitiu que você é o melhor para a função, agora que ele está muito ocupado com suas classes e as novas atividades"

"Vice-diretor? Quem é?" Perguntou Sirius.

"Severus é meu vice-diretor."

"E ele aprovou Moony como professor?" Sirius caiu na risada, muito divertido com a situação. Ele podia imaginar a cara de Severus concordando a contra gosto com a contratação de Remus.

"Aprovou sim, meio de má vontade, mas aprovou. Ele discordou de mim quanto a uma outra contratação."

"Qual outra contratação?" Perguntou Remus, curioso.

"O ministério quer que Hogwarts ofereça alguns cursos avançados para estudantes academicamente brilhantes. Um destes cursos é Duelos, outro é Animagia. Bem, depois de muito conversar com Arthur e de muito pensar, gostaria de te oferecer, Sirius, uma vaga como professor de Hogwarts."

Agora foi a vez de Remus quase se sufocar de tanto rir. Sirius professor? Quem, em sã consciência, permitiria que Sirius chegasse perto de uma sala de aulas para ensinar?

Sirius, por outra mão, primeiro ficou pasmo, depois abriu um sorriso enorme e perguntou.

"Então, quando começo a dar aulas de duelos?"

Minerva sorriu consigo mesma. "Sua classe não será Duelos, Sirius. Eu já tenho uma professora para esta classe. Você vai lecionar Animagia."

"O Quê?", Sirius pulou da cadeira exaltado, "Animagia? Mas isto é transfiguração avançada. Não sei se poderei ensinar isto."

"Bem, eu acho que alguém que foi capaz de se tornar um animago clandestino no seu quinto ano sem a orientação de um professor é plenamente capaz de ensinar fundamentos de Animagia para uma turma de estudantes avançados em transfiguração."

"Mas quando me tornei um animago James estava junto e nós aprendemos a fazer isto juntos, um ajudando o outro."

"Fugindo de um desafio, Padfoot? Você não é mais o mesmo..."

Esta colocação de Remus fez Sirius se decidir. Se o amigo era capaz de ensinar uma classe, ele também era.

"Eu aceito."

"Então aguardo vocês dois em Hogwarts em aproximadamente duas semanas para a primeira reunião do corpo docente. Gostaria que vocês não contassem a ninguém sobre isto, nem a Harry. Queremos que seja uma surpresa para todos. Até lá." Com isto Minerva desaparatou da casa de Remus, deixando os dois Marotos começarem a fazer os preparativos para o que lhes aguardava em duas semanas.

Este seria um passo muito grande na vida dos dois.