CAPÍTULO SEIS - CASOS DE AMOR E ÓDIO
Uma batida insistente na porta começou a despertar Sirius do seu sono. Há muito tempo ele não dormia tão bem. Abrindo os olhos, tudo o que ele pôde pensar era que ele não estava no seu quarto, em Hogwarts. Foi quando percebeu que havia outra pessoa ao seu lado na cama.
O animago se virou rapidamente, encontrando com o rosto adormecido de Morgan. Lentamente as memórias da noite anterior começaram a voltar à Sirius. Ele e Morgan fugindo da festa de casamento. A chegada na herdade dos Black. As memórias. O beijo. Que beijo! E tudo o que viera a acontecer depois. Sirius não conseguia se lembrar de uma noite mais maravilhosa do que a anterior com nenhuma das mulheres que passaram por sua vida.
Novamente ele ouviu as batidas na porta. Tateando ao lado da cama, ele encontrou sua cueca e a colocou, antes de ir abrir a porta. Neste meio tempo Morgan começou a despertar.
"Senhor Black! Dinky e os outros muito feliz o senhor aqui. Dinky saber se senhor e sua esposa querer café no quarto ou na sala de jantar. Dinky também saber se senhor quer quarto grande para senhor e a senhora Black. Os elfos muito feliz trabalhar outra vez para senhor Black, e querer saber se senhor Black gosta jeito que elfos deixar casa arrumada."
Sirius, completamente vermelho ao ouvir a palavra esposa, olhou bem para o elfo doméstico parado na porta do quarto. Ele lembrava de Dinky de sua infância e adolescência, e não imaginava que esta ainda estivesse trabalhando para a família.
"Traga o café até aqui, Dinky."
"É para já, senhor Black. Senhor Black adorar café que Dinky e os outros fazer para senhor Black e senhora Black." Com estas palavras, Dinky desapareceu.
Sirius fechou a porta e se virou para a cama, vendo uma Morgan muito vermelha ali deitada.
"Que história é esta de 'senhora Black'? Da última vez que conferi, nós não éramos casados. E, se depender de mim, nunca seremos!"
"Bom dia para ti também, Morgan Du Lac." Falou Sirius sarcástico.
Morgan ignorou o tom de voz dele e começou a tatear ao redor da cama, juntando suas roupas. Pouco depois ela levantou enrolada no lençol e foi recolher o sutiã, que estava caído do outro lado do quarto, preso na beirada do roupeiro. A professora de Duelos olhou atravessado para Sirius enquanto juntava a peça de roupa. O animago apenas deu de ombros.
"Eu confesso que fiquei um pouquinho entusiasmado ontem à noite. Devo ter atirado isto sem me preocupar com onde ele iria parar." Ele comentou.
A jovem o ignorou, entrando no banheiro do quarto e batendo a porta atrás de si. Sirius, então, passou a também juntar suas roupas. Em seguida ele saiu do quarto e foi até o banheiro mais próximo, tomar um bom banho.
Quando ele retornou, cerca de vinte minutos depois, encontrou Morgan completamente vestida sentada em uma das duas cadeiras que cercavam uma pequena mesa que fora, obviamente, trazida pelos elfos até o quarto. Um farto café da manhã ali já se encontrava, esperando por eles. Sirius se reuniu a ela na mesa e os dois comeram em silêncio. Foi quando o animago se lembrou de algo.
"Por Merlin! Remus vai me matar. Esqueci completamente que eu tinha que fazer o discurso na festa ontem, como padrinho do noivo."
Morgan começou a rir.
"Bem que eu disse que tu eras um irresponsável. Esquecendo da responsabilidade com teu melhor amigo."
Sirius lhe deu um olhar zangado, antes de lembrar de outra coisa.
"Bem, se não me falha a memória, a tradição diz que se o padrinho não está presente, quem faz o discurso é a madrinha da noiva. Acho que eu não fui o único irresponsável ontem..."
O olhar de Morgan prometia represálias contra o animago. Os dois se olharam por alguns momentos antes de ambos caírem na risada.
"Eu só imagino a cara deles quando não nos encontraram. Eles devem estar revirando o castelo até agora procurando por nossos corpos, achando que nós nos matamos ontem a noite." O antigo maroto falou entre as risadas.
"É verdade! Como eu queria estar lá para ver isto.", a jovem concordou, antes de acrescentar, "Esta comida está deliciosa. Eu não tinha percebido como estava faminta."
"Também, depois de nossas atividades desta noite.... Eu também estou esfomeado."
Os dois terminaram o café em silêncio, até que Morgan quebrou a este.
"Tenho que confessar uma coisa. Até que, para um cachorro, você se saiu muito bem na noite passada."
Sirius não sabia se sentia-se insultado ou não com o comentário, mas resolveu considera-lo um elogio.
"Ora, mulher! Fale logo de uma vez que eu fui maravilhoso. Que esta noite foi inesquecível!"
"Cale-se, convencido.", disse Morgan, fulminando Sirius com o olhar, "Concordo que a noite foi boa, mas não te esqueças que sou uma filha da Ilha Sagrada e que, como tal, eu já participei dos festivais de Beltane. Lá, sim, encontrei homens inesquecíveis."
"Mas eu garanto que sou muito melhor que qualquer um que dança ao redor de uma fogueira." Retrucou o animago, sem mostrar que o comentário anterior dela o havia magoado, além de ter deixado algo que ele reconhecia, vagamente, como ciúmes. Ciúmes de imaginar Morgan nos braços de outro homem. Ele afastou estes pensamentos de sua mente, antes de levantar, comentando:
"Devemos ir indo. Eu só imagino o caos que deve estar acontecendo em Hogwarts com a nossa falta. Ninguém lá sabe resolver absolutamente nada sem mim."
Morgan também levantou e seguiu o animago em silêncio até onde eles deixaram a moto na noite anterior. Sirius percebeu que os elfos lavaram e enceraram sua moto. Pouco depois eles se colocaram a caminho de Hogwarts.
*****
Thera começou lentamente a despertar. Ela se sentia segura, protegida.
A profetisa tentou se mover na cama e não conseguiu. Algo a restringia. Por um instante ela sentiu um pouco de pânico, mas logo começou a se lembrar dos acontecimentos do dia anterior. O casamento. A festa. Remus a pegando no colo e a levando para o quarto. A maneira como eles se beijaram e se tocaram.
A jovem ficou vermelha só de lembrar de tudo o que eles fizeram na noite anterior. Abrindo os olhos, ela se encontrou face a face com o rosto adormecido de seu marido. Marido! Apenas esta palavra já significava muito para ela. Remus a segurava nos braços protetoramente enquanto dormia, a apertando contra o peito.
Como era bom aquele contato de pele contra pele, sem nada interferindo. Thera, então, simplesmente ficou ali parada admirando seu marido enquanto ele dormia, gravando cada detalhe da face adormecida dele na memória, sentindo todas as sensações que este momento íntimo com seu amado provia.
*****
Algum tempo depois, Remus começou a despertar de seu sono com um sorriso de felicidade nos lábios. Ao abrir os olhos, ele encontrou os magníficos olhos violeta de sua esposa fixos nele, repletos de amor.
Remus sentiu seu coração bater mais rápido antes de baixar o rosto e capturar os lábios da profetisa num doce beijo.
"Esta foi a noite mais magnífica da minha vida." O lobisomem falou quando o beijo terminou, vendo Thera corar sob seu olhar intenso.
O antigo maroto não brincara quando dissera que aquela fora a melhor noite de sua vida. Ele havia se unido a sua companheira destinada, a única mulher que ele poderia amar durante a vida por causa da sua licantropia. Claro que ele amava outras mulheres como amigas. Lilly era uma delas. Ele também amara sua mãe. E ele tinha certeza que, se um dia tiver uma filha, ele a amará intensamente também.
Mas o amor que ele sentia por Thera era único e muito precioso.
Todos os seus sentidos estavam inebriados pela presença da profetisa em seus braços. O cheiro dela era tudo o que sentia seu faro. O perfume das flores de laranjeira que ela utilizara sobre o véu no dia anterior ainda impregnava-lhe os cabelos. O aroma de lilases emanava do corpo feminino, provavelmente do perfume utilizado no dia anterior. O cheiro do suor dela, depois de uma noite repleta de carícias, também era diferente. Era um cheiro doce, embriagante, que atiçava os sentidos aguçados do lobisomem. Apenas este cheiro já lhe despertava a vontade de amá-la mais e mais vezes.
Remus ainda sentia o gosto dos beijos de Thera em seus lábios. Ele ainda recordava todos os sons que ela emitira na noite anterior, cada um correspondendo a uma carícia que ele fizera. O lobisomem pôde confirmar, na prática, que Severus estivera certo. Ele seguira seus instintos e a noite fora maravilhosa para ele e sua esposa.
O lobo dentro de Remus se fizera sentir fortemente na noite anterior. Ele finalmente marcara Thera como sua fêmea, sua companheira.
O lobisomem estava curioso para saber o que aconteceria na noite de lua cheia. Certamente sua forma animal não teria as mesmas urgências das transformações anteriores. E ele também queria saber o que Thera faria nesta noite. Nos meses anteriores, Remus conseguira evitar que ela o acompanhasse, com medo que o lobo a reinvidicasse como sua. Agora que isto fora feito, provavelmente Thera insistiria em fazer-lhe companhia toda a noite. O lobisomem estava na dúvida se isto seria seguro ou não, mas resolveu conversar mais tarde com sua esposa sobre este tópico. No momento só o que lhe interessava era continuar segurando aquela mulher em seus braços para depois amá-la mais uma vez antes deles saírem do quarto para se reunirem aos demais e verem se Sirius e Morgan deram sinal de vida.
Remus ainda lembrava do momento, na noite anterior, em que Thera olhara fixamente para os convidados, mas não vendo ninguém. Quando o olhar perdido dela passou, ele lhe perguntara o que acontecera. Então ela lhe sussurrou que tivera uma visão de Morgan e Sirius se aproximando de uma grande casa numa moto voadora. Pela descrição da casa, Remus reconhecera a mansão Black. Então a profetisa contara o que mais havia na visão e os dois se seguraram para não rir por saberem que seus beligerantes amigos iriam declarar uma trégua temporária na guerra de logros para se entregarem a óbvia tensão sexual que havia entre eles.
*****
A noite já começara a cair quando Sirius e Morgan chegaram à Hogwarts. O animago levou sua moto até o depósito onde esta ficava guardada, na parte de trás do castelo. Em seguida, os dois entraram na escola. Eles andavam completamente mudos, um ao lado do outro, sem se encostar. Alguns alunos pelos quais eles passaram começaram a sussurrar, estranhando em vê-los juntos e sem seus robes.
Sirius e Morgan foram para seus quartos, para se arrumarem para o jantar.
Uma hora mais tarde, Sirius entrou no grande salão, faminto, pronto para aproveitar seu jantar. O animago estava feliz que não encontrara nenhum outro professor desde que retornara a Hogwarts. Quando ele atravessou a porta, muitos alunos começaram a cuida-lo, antes de começarem a murmurar com seus colegas. Na mesa principal, todos olhavam atentamente para o ex-fugitivo. Sirius começou a duvidar que tivesse sido uma boa idéia aparecer para o jantar.
Ele mal havia acabado de sentar-se quando Morgan entrou no salão, recebendo a mesma recepção por parte dos alunos e professores. Ela foi até a mesa do corpo docente e procurou por sua cadeira. Neste momento, apenas, ela e Sirius perceberam que a cadeira da professora de Duelos havia sido trocada de lugar, estando exatamente à direita do animago. Os dois olharam para todos os outros na mesa com fúria no olhar.
"Eu me recuso a sentar do lado deste convencido!"
"Eu também não quero me sentar do lado desta mimada!"
"Eu não sou mimada!"
"É sim! E egocêntrica também. Nas últimas horas eu só ouvi: 'eu isto' ou 'eu aquilo'. Devo ter escutado umas dez vezes sobre os ritos de Beltane em Ávalon."
"E a comemoração dos ritos lá é maravilhosa mesmo. Muito melhor do que ter que escutar: 'eu fui incrível!' ou ' a noite foi inesquecível.' Depois ainda me diz que não é convencido."
Enquanto os dois trocavam farpas verbais, todos no salão haviam parado de comer para observa-los.
Severus estava com um sorriso zombeteiro no rosto. Ele havia se recostado melhor na cadeira para admirar o espetáculo que seus dois desafetos estavam proporcionando. Seu sorriso aumentou mais ainda ao ouvir sobre os rituais de Beltane. Neste momento, ele não pôde mais se segurar e foi obrigado a interromper.
"Eu só imagino o que aconteceu entre vocês dois para terem chegado no assunto dos rituais de Beltane e Black achando que é inesquecível, depois de terem sumido ontem à noite no meio da festa, retornando apenas 24 horas depois."
Muitos alunos nas quatro mesas das casas começaram a rir. Outros olharam para o Mestre de Poções de olhos arregalados, pensando se haviam ouvido este fazer o comentário com um pouco de humor na voz, além de sarcasmo.
Morgan e Sirius se viraram para ele. Se olhar matasse, os que eles enviaram a Severus teriam feito exatamente isto.
"Agora chega!" Exclamou Minerva do seu lugar ao centro da mesa, fazendo valer sua autoridade como Diretora de Hogwarts.
Sirius e Morgan se sentaram em silêncio, o mais longe o possível um do outro que fosse permitido por suas cadeiras, trocando olhares enviesados entre si, antes de começarem a comer.
*****
Remus olhava para seu amigo de seu lugar no outro lado da mesa.
Antes de Sirius e Morgan chegarem para a refeição, o lobisomem e Thera haviam sido o centro das atenções dos estudantes, além dos próprios colegas, todos querendo saber como os recém-casados estavam indo. Houveram tantas perguntas que Remus e Thera ficavam cada vez mais vermelhos ao escuta-las.
O Diretor de Gryffindor viu quando Harry, que ficaria na escola por mais dois dias, até as férias começarem, e Charlie colocaram as cadeiras de Sirius e Morgan juntas. O lobisomem até pensara que os dois haviam colocado algum feitiço nas cadeiras, mas nada acontecera até o momento.
Durante a pequena, mas acirrada, discussão entre Morgan e Sirius, Remus percebeu que tudo o que Thera havia previsto na noite anterior acontecera. Ele podia sentir o cheiro de Morgan em Sirius e vice-versa. Isto fez com que ele abrisse um grande sorriso. Qualquer um podia perceber que Morgan e Sirius foram feitos um para o outro, apenas a teimosia deles impedia que ambos reconhecessem isto. Mas que, mais tarde, ele iria provocar um pouco Sirius por causa da última noite, ele iria.
Os pensamentos de Remus retornaram para a última noite, e para Thera. Que noite! E esta manhã também fora magnífica. Os dois tomaram café na cama, vindo de uma bandeja deixada na sala deles pelos elfos domésticos. Depois os dois se amaram mais uma vez, antes de Thera levantar e preparar um banho para ambos na grande banheira que havia no banheiro. Quando ela foi chamá-lo, Remus pôde sentir um aroma diferente vindo do banheiro. Utilizando seu faro aguçado e seus conhecimentos de herbologia, o lobisomem discerniu o cheiro de Eugenia caryophillata. Usando a memória, ele lembrou que o óleo desta era extraído dos brotos da árvore e que seu principal uso era como um estimulante para o corpo e para a alma. Foi quando percebeu sua esposa sorrindo timidamente para ele. Ela ficava tão linda encabulada!
E que banho fora aquele. Os dois ficaram muito tempo na banheira, apenas descobrindo o corpo um do outro e onde o toque dava mais prazer. Remus se deliciara lavando os longos cabelos prateados de Thera com um xampu feito por Morgan à base de Cinnamomum zeylanicum. Como ele amara passar seus dedos pelas longas madeixas de sua amada. A sensação dos delicados dedos de Thera em seus cabelos também fora deliciosa.
Remus lembrava de ter pensado que nem mesmo toda a noite de paixão que eles dividiram conseguira ter tanta intimidade e sensualidade quanto aquele banho.
Secar os longos cabelos de sua esposa também fora algo incrivelmente prazeroso, bem como ajuda-la a passar creme pelo corpo.
Depois disto os dois almoçaram nos seus aposentos, antes de realizarem suas tarefas da tarde. Remus tinha seus compromissos como diretor de Gryffindor. Ele tinha que repassar as notas dos exames dos alunos de sua casa que os demais professores haviam entregado, para fecha-las para o final do ano letivo. Thera entrou no seu quarto especial para meditar. Finalmente os dois haviam novamente se reunido para irem jantar no salão principal, junto a toda a comunidade escolar. E observarem o retorno de Sirius e Morgan. E que espetáculo os dois causaram ao retornar!
*****
Severus estava com seu malão pronto na sala dos seus aposentos e de Rolanda, esperando apenas que sua esposa terminasse de arrumar suas coisas para que os dois pudessem seguir para suas férias na mansão Snape. A propriedade pertencia à família do Mestre de Poções há 20 gerações e agora era de Severus, o último Snape. Ele esperava que um dia tivesse um filho que herdaria a propriedade e a fortuna da família.
Ele e Rolanda ponderaram por muito tempo se deviam ir para a mansão Snape ou para o solar dos Hooch. Por fim, decidiram-se pela propriedade da família Snape, planejando passar no solar os últimos 15 dias de férias.
Os alunos haviam embarcado no Expresso de Hogwarts naquela manhã. Agora os professores estavam começando a sair também para suas merecidas férias.
Severus ficara muito feliz quando todos os Weasley do corpo docente haviam partido no horário do almoço, levando Potter junto. Ele agora passaria dois maravilhosos meses sem nenhum Weasley por perto! Isto era muito bom para ser verdade.
"Estou pronta." Rolanda disse quando entrou na sala com seu malão flutuando atrás de si, antes de coloca-lo no chão ao lado do malão do marido. Severus apontou sua varinha para os dois e, murmurando um feitiço, encolheu-os e colocou-os no bolso. Então eles saíram dos aposentos e os trancaram com um feitiço. Alguns minutos depois chegaram na zona de aparatação do castelo e desaparataram, prontos para dois relaxantes meses de férias.
*****
Remus e Thera estavam no saguão de entrada de Hogwarts com sua bagagem pronta. Os dois iriam passar os próximos vinte dias em Ávalon com a família da profetisa, depois eles retornariam para a escola, já que nenhum deles tinha sua própria casa. Os Lupin sempre foram uma família muito humilde, sem nenhuma herdade para ser passada as próximas gerações. Os Du Lac eram uma família muito rica, mas Thera não tinha nenhuma propriedade sua. Como profetisa, todos sempre deram como certo que ela passaria toda a sua existência na Ilha Sagrada, na casa de um familiar ou outro.
Mas nada disto importava aos dois, desde que eles estivessem juntos. Juntos eles transformariam qualquer lugar em um lar, fosse este lugar Ávalon, Hogwarts ou uma casinha num lugar isolado.
Os dois passaram os últimos dois dias pensando onde passariam as férias. Decidiram ficar vinte dias em Ávalon, para Thera matar as saudades. Claro que passariam a lua cheia lá. Remus até ansiava por esta oportunidade, para correr na sua forma de lobo pelas árvores do bosque sagrado da ilha. Severus já lhe fornecera um caldeirão de poção mata cão.
Depois destes dias, eles retornariam a Hogwarts, permitindo que Minerva tirasse vinte dias de férias também. Eles só não sabiam o que fariam nos vinte dias restantes das férias, mas teriam mais de um mês para resolver isto.
Neste momento Morgan chegou no saguão. Então Remus encolheu sua bagagem e a de Thera e as colocou no seu bolso. Morgan fez o mesmo com seu malão. Os três saíram do castelo e seguraram a chave portal que os levaria para a Ilha Sagrada.
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Sirius observou seu amigo, a esposa deste e Morgan desaparecendo, indo para suas merecidas férias. O animago suspirou. Ele iria passar as férias na herdade de sua família. Ele tentara convencer Moony a ir também, junto com Thera, mas o lobisomem não quisera.
Sirius ia sentir falta do amigo. Os dois passaram os últimos anos juntos, enfrentando todas as situações. Agora Sirius estaria sozinho. Harry estava casado, Remus também. Os dois agora tinham suas esposas como família, e um dia, provavelmente, teriam filhos.
O animago nunca se sentiu tão excluído como neste momento. Nem Snape ficara por perto para que Sirius tivesse com quem brigar. Seu maior desafeto havia se casado e saído de férias pela primeira vez em anos. E Morgan também fora aproveitar seu merecido descanso.
Morgan... Sirius realmente não sabia mais o que pensar sobre ela. Em um momento ele a detestava, no outro a beijava e a amava. Nenhuma mulher nunca confundira tanto assim sua cabeça. Ele não sabia como a trataria quando se iniciasse o próximo ano letivo. Bem, o animago resolveu banir estas dúvidas para o fundo de sua mente e fez sua bagagem flutuar atrás de si, indo até sua moto e decolando para sua nova casa.
*****
Minerva McGonagall havia acabado de elaborar a lista com as cartas a serem enviadas aos alunos do primeiro ano de Hogwarts. Normalmente esta seria uma tarefa de Severus, como Vice-diretor, mas Minerva insistira em fazer isto neste ano para que o Mestre de Poções pudesse aproveitar suas férias e sua lua de mel muito atrasadas. Claro que seria Severus quem enviaria as cartas. Esta era uma das obrigações dele como Vice-diretor.
Neste momento um rosto surgiu na lareira da Diretora.
"Minerva!"
A bruxa levantou o rosto, surpresa.
"Ministro Weasley?! Aconteceu alguma coisa?" Ela perguntou preocupada. Arthur normalmente só a contatava sem enviar uma coruja primeiro se o assunto fosse urgente.
"Temo ser o portador de péssimas notícias."
Minerva se endireitou na sua cadeira, se preparando para o pior. O ministro continuou.
"Recebi, há pouco, um comunicado do Departamento de Mistérios que me deixou preocupado. Eles estão investigando o ataque que ocorreu em Hogsmeade em dezembro. Então todos os acontecimentos que envolvem a cidade e Hogwarts são investigados."
"Eu sei disto, Arthur. Dá pra me dizer o que aconteceu?"
"Claro, Minerva. Fui comunicado, hoje, que Meridian Sinistra foi raptada durante suas férias no norte da Irlanda."
"Meridian foi seqüestrada?" A voz de Minerva soou muito baixa, enquanto ela levava uma mão até o peito, preocupada com a professora.
"Sim. O Departamento de Mistérios acha que este rapto pode ter relação com o ataque a Hogsmeade, já que, na ocasião, os alunos de Hogwarts eram, obviamente, os alvos. Nenhuma loja foi atacada, como sempre acontece. O ataque só falhou devido ao aviso de Thera Lupin."
"Obrigada por me comunicar, Arthur."
"Por nada, Minerva. Eu achei que devias saber disto, ainda mais que a professora Sinistra trabalha em Hogwarts há muito tempo."
"Vou convocar meus diretores para uma reunião extraordinária, para vermos no que poderemos ajudar. Obrigada pelo aviso, Arthur."
Com isto o Ministro da Magia desconectou sua lareira. Minerva imediatamente se pôs em ação, escrevendo e enviando cartas para seus três Diretores de casa e seu Vice-diretor. Ela detestava estragar as férias deles, que começaram há pouco mais de quinze dias, mas esta era uma situação urgente.
Pouco depois, a Diretora acompanhava quatro grandes corujas da escola desaparecendo na distância depois de se separarem, seguindo rumo aos seus destinos.
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Pérgamo Rolls, como todo bom Ravenclaw, estava aproveitando suas férias para colocar sua leitura em dia. Ele já trabalhara em três traduções de livros mágicos em Aramaico e agora se preparava para trabalhar numa em um Coinné pouquíssimo utilizado. Foi quando uma coruja entrou janela adentro e pousou na beirada da mesa onde ele trabalhava, na sua casa no sul da Inglaterra.
O professor de Runas Antigas e Diretor de Ravenclaw acariciou a coruja antes de retirar a carta da pata desta. Ao terminar de ler, Pérgamo ofereceu um pouco d'água à coruja antes de manda-la de volta a Hogwarts com um bilhete dizendo que estaria na escola no dia seguinte.
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Flora Sprout estava adorando suas férias na Holanda. Ela estava participando de uma excursão patrocinada pela revista 'Mil ervas e jardins mágicos', da qual era leitora assídua.
A professora de Herbologia e Diretora de Hufflepuff examinava ansiosa os novos tipos de tulipas que seus colegas holandeses haviam desenvolvido. Algumas delas tinham propriedades mágicas que seriam muito úteis para novas pesquisas na área de poções. Ela tinha certeza que Severus iria adorar isto.
Flora estava encomendando algumas mudas das novas tulipas quando a coruja de Hogwarts a alcançou. A professora removeu a carta da coruja e a leu rapidamente antes de entregar a coruja um biscoito que tinha num dos bolsos. Então ela retirou um pedaço de pergaminho de dentro da bolsa e, rapidamente, escreveu uma resposta para a carta de Minerva, e a enviou com a coruja. Então a professora de Herbologia terminou suas encomendas antes de voltar para seu hotel com o grupo da excursão, onde tratou de arrumar suas malas para sua volta a Hogwarts.
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Rolanda Snape observava seu marido cuidadosamente misturar os dois ingredientes em suas mãos. Como ela admirava as mãos longas e finas e os dedos habilidosos que ele tinha. As mãos de um mestre na arte de misturar Poções.
Severus não era um mestre apenas porque o chamavam assim. Depois que ele concluíra Hogwarts, ele freqüentara a Universidade Mística de Stonehenge. Claro que isto só acontecera depois da primeira queda de Voldemort. Em Stonehenge, Snape obtivera o título de Mestre em Poções.
Rolanda se sentia quase hipnotizada pela graciosidade dos movimentos das mãos de seu marido ao fazer suas misturas. Mesmo que ele não estivesse trabalhando em suas poções.
Os alunos de Hogwarts teriam dificuldades em reconhecer o carrancudo Vice-diretor neste momento. Severus estava na cozinha, preparando um jantar à maneira trouxa para sua esposa. Ele misturava cuidadosamente os temperos para obter a mistura perfeita destes, que apenas acentuasse o sabor do ensopado de frango que ele preparava, mas sem mascarar o sabor do frango e dos acompanhamentos que seriam servidos.
Enquanto Severus se esmerava na cozinha, a coruja de Hogwarts entrou pela janela. Rolanda retirou a carta endereçada ao seu marido da pata desta e, a pedido de Severus, que não queria mexer em nada que não fosse o jantar no momento, a leu.
O diretor de Slytherin viu sua esposa franzindo as sobrancelhas e perguntou a ela o que havia acontecido. Rolanda disse que Minerva escrevera que havia acontecido uma emergência e que eles deviam voltar urgentemente para a escola. Severus pediu a Rolanda que escrevesse a resposta dizendo que eles estariam de volta no dia seguinte, depois do almoço. Ela fez isto e deu um pouco de água para o pássaro, antes de soltá-lo na noite.
Pouco depois o jantar ficou pronto e o casal o desfrutou com prazer, deixando as preocupações para mais tarde.
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Remus observava sua esposa meditando na sua antiga sala na Academia Ávalon de Artes Arcanas. Ele só conseguia pensar que ela era um anjo em qualquer ocasião, ainda mais meditando, onde seu rosto estava completamente relaxado. Ele ainda não sabia o que fizera para que aquela criatura etérea o amasse, mas agradecia a Merlin por isto.
Neste momento Thera despertou do seu transe, se levantou e foi até seu marido. Remus viu, no olhar dela, preocupação com alguma coisa.
"O que aconteceu, amor?"
"Problemas em Hogwarts. Eu não consigo entender como não previ o que iria acontecer."
"Problemas? Que problemas?"
"Logo estaremos recebendo uma coruja a respeito, amor."
Nem bem a profetisa falou isto e uma das corujas de Hogwarts entrou pela janela, entregando uma carta ao Diretor de Gryffindor. Remus abriu o envelope com o emblema de Hogwarts e leu rapidamente o conteúdo da carta. Depois a mostrou a sua esposa.
"Era a isto que te referias quando disseste que não sabias como não previste que isto iria acontecer?"
"Sim. Será que nosso casamento afetou mesmo meu dom?"
"Não creio que seja isto, senão não terias previsto a coruja e a necessidade de voltarmos. Será que eles conseguiram estabelecer uma ligação entre o teu aviso e o fracasso do ataque a Hogsmeade e então encontraram um jeito de bloquear teu dom?"
"Achas que foram os comensais que seqüestraram Meridian?"
"Eu não consigo pensar em outra alternativa."
Os dois se olharam em silêncio por alguns instantes, antes de Remus puxar Thera para seus braços.
"Desculpe interromper nossa lua de mel, amor, mas precisamos voltar a Hogwarts."
"Não precisa se desculpar, Remus. Eu entendo a situação. Vou fazer nossas malas."
Remus sorriu e beijou sua esposa.
"Então voltaremos amanhã para Hogwarts. Hoje quero aproveitar nossa última noite aqui. Vamos nos sentar lá fora e admirar as estrelas."
Agora foi a vez de Thera sorrir. Ela só podia imaginar o que o marido queria dizer com 'admirar as estrelas'. Mas a profetisa não se importava. Esta noite era deles e, amanhã, eles retornariam para a seriedade de suas vidas.
*****
Minerva McGonagall olhava para seus diretores sentados a volta de sua mesa no seu escritório. Ela acabara de contar a eles tudo o que o Ministro Weasley lhe dissera até o momento. Minerva podia ver a preocupação no rosto de cada um deles.
Por uma hora e meia eles debateram alternativas de ação para aperfeiçoar a segurança dos alunos durante o próximo ano, principalmente nas visitas a Hogsmeade e na viagem no Expresso de Hogwarts. E a segurança dos próprios professores nos períodos em que estes não estivessem em Hogwarts.
Depois eles começaram a discutir o que fariam se Meridian não fosse mais encontrada ou se o pior acontecesse. Minerva resolveu deixar um anuncio pronto para ser publicado no O Profeta Diário caso eles precisassem de outro professor de Astronomia.
No final da reunião, a Diretora de Hogwarts decidiu comunicar uma decisão que havia tomado no início do recesso quanto às disciplinas lecionadas na escola. Ela avisou seus diretores que, a partir do próximo ano, Hogwarts ofereceria a disciplina de Latim aos alunos dos primeiros e segundos anos, para ajuda-los nas demais disciplinas, pois praticamente todos os feitiços utilizavam esta língua.
Pergamo adorou esta novidade. Ele começou a discursar sobre a importância do estudo de latim para o aprendizado de magia. Pouco depois ele começou a defender a existência de aulas de grego e galês para os alunos também. Severus ficou rolando os olhos a eloqüência do Diretor de Ravenclaw.
Flora Sprout perguntou se já havia algum candidato a professor de Latim. Minerva disse que recebera três respostas ao anúncio colocado no jornal e que já entrevistara os três.
A Diretora se voltou para Severus antes de comunicar a este que teriam outro Slytherin no corpo docente. Imediatamente o Vice-diretor se interessou pelo assunto e perguntou quem seria o novo colega. Minerva abriu um sorriso.
"Darius Alfarrabios. Tenho certeza que você se lembra dele, Severus. Ele freqüentou a escola mais ou menos na mesma época que você."
Snape fechou o rosto. Claro que ele se lembrava de Alfarrabios. O Slytherin estava no quinto ano quando Severus começou Hogwarts.
O Diretor de Slytherin sabia que o novo professor era uma pessoa capaz. Darius sempre fora muito inteligente. E nunca fora um seguidor do Lorde Negro também. Aliás, Darius odiava Voldemort. O problema era outro. Darius era, literalmente, um magneto humano de mulheres.
E Severus não estava disposto a ter ninguém assim perto de sua esposa. Ele olhou para Remus, que também estivera em Hogwarts na mesma época. O lobisomem não parecia nem um pouco preocupado com a perspectiva de ter 'O mais atraente estudante' da história da escola de volta.
O título de 'O mais atraente estudante' foi recebido por Darius em todas as votações feitas pelas garotas da escola nos sete anos em que ele ali estivera. O homem conseguira desbancar até mesmo Lockhart desta lista. Ninguém mais, durante o período em que a lista existira, conseguira a mesma porcentagem de votos femininos como Darius, praticamente 99% dos votos. Apenas algumas garotas, fiéis aos seus namorados, nunca votaram nele. E Darius também fora o maior conquistador de Hogwarts. Maior mesmo que Black.
E Alfarrabios estava voltando a escola... A perspectiva de tê-lo perto de Rolanda não era nada agradável para Severus. Nada mesmo.
*****
Sirius andava de um lado para outro na Mansão Black preocupado com as notícias que recebera de Ginny e de Harry. Onde seu afilhado estava com a cabeça para se ferir daquele jeito? O animago sentia que precisava conversar com alguém. Ele não sabia se a rede Flu alcançava Ávalon, mas não custava nada tentar. Pegando um punhado de pó de um pote, ele o jogou no fogo.
"Remus Lupin!"
Pouco depois o rosto de Remus apareceu nas chamas. O animago sorriu ao perceber o cabelo todo despenteado do amigo, além do rosto corado.
"Estou interrompendo algo, Moony?"
"Nada que eu não possa recuperar depois, Padfoot, afinal de contas, ainda estou em lua de mel."
"Eu não sabia se a rede Flu alcançava Ávalon."
"Ela não alcança. Nós já voltamos para Hogwarts. O que queres, Padfoot?"
"Harry caiu da vassoura no jogo do Cannons e está em casa de repouso. Ginny está quase louca, e eu também. Eu não sei o que deu em Harry para ser tão inconseqüente praticando um esporte perigoso em cima de uma vassoura, de onde ele poderia cair. E ainda por cima ele não segue o tratamento médico, voltando a voar na dita vassoura."
"Eu já sabia da queda de Harry. Li no Profeta Diário. Você deveria se lembrar, Sirius, que Harry nunca foi de ficar deitado numa cama. Lembre-se dos dias de Hogwarts dele. E quanto a referida vassoura, senão me falha a memória, foi você quem a deu para ele, Padfoot, além de incentivá-lo a seguir a carreira de jogador de Quadribol. Agora conviva com isto.", Remus se afastou um pouco do fogo, para dizer algo a alguém que o chamava, "Preciso ir, Sirius, minha esposa está me chamando. Te vejo em alguns dias." E desligou.
Sirius não gostou de ser lembrado da compra da Firebolt e ficou resmungando no sofá sobre afilhados tolos e teimosos.
*****
Novamente Hogwarts se enfeitava para o início de mais um ano letivo. A professora Meridian Sinistra ainda estava abalada devido ao seu seqüestro no período de férias, mas ela conseguira ser salva por um grupo de Aurores do Ministério da Magia* e, lentamente, ia retomando sua vida normal. Os exames feitos nela por Poppy Pomfrey mostraram que a professora fora submetida à maldição Imperius e ao feitiço Obliviate.
Naquela noite novamente os alunos chegariam a escola pelo Expresso de Hogwarts. Os elfos domésticos colocavam os últimos enfeites nos salões, terminavam de espanar as armaduras, penduravam os emblemas das casas e da escola nas paredes e reorganizavam as salas comunais. Os trabalhos nas cozinhas também eram intensos para que tudo estivesse perfeito para o sorteio e a festa daquela noite.
Darius Alfarrabios chegara na escola há dois dias, se acomodando nos seus aposentos no setor do corpo docente. Desde que chegara, ele já recebera olhares atravessados de Sirius e Severus, ainda mais depois de ter cumprimentado entusiasticamente Morgan e Rolanda.
Remus se segurava para não rolar de rir dos ciúmes de Sirius quando Darius beijou a mão de Morgan. O animago podia não admitir nem para si mesmo, mas estava completamente apaixonado pela professora de Duelos.
Se olhar matasse, o professor de Latim já estaria morto e enterrado por conta dos olhares cáusticos de Sirius e Severus.
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Os alunos murmuravam excitados antes do banquete de abertura do ano letivo. Minerva McGonagall se levantara na sua cadeira e anunciara a nova disciplina para os primeiros e segundos anos, além de um curso rápido as sextas à tarde para aqueles alunos do terceiro ano para cima que quisessem aprender Latim. Quando o novo professor entrou no salão, praticamente todas as alunas começaram a olha-lo admiradas. E boa parte dos rapazes começou a gemer ao perceber isto.
Darius Alfarrabios era um bruxo de 44 anos, com 1,80 m de altura, cabelos loiro escuros e olhos azuis brilhantes, sorriso charmoso, ombros largos, quadris estreitos, físico bem proporcionado e muito bem cuidado, utilizando um robe azul marinho feito sob medida para ele. O novo professor se sentara ao lado de Thera na mesa principal e puxara assunto com a profetisa, sorrindo galantemente todo o tempo.
Severus e Sirius olhavam de soslaio para Remus, tentando entender como este não se importava de ter sua esposa paquerada abertamente na frente da escola inteira.
Thera respondia as perguntas do professor novo o melhor que podia, mas sem dar muita abertura ao bruxo.
No final da festa, depois que os alunos já haviam se retirado, Sirius encurralou Remus discretamente em um canto. Severus percebeu isto e foi até eles, curioso com a conversa.
"Moony, como você não percebeu que Alfarrabios está dando em cima da tua mulher descaradamente?", perguntou Sirius nervoso, "Você não tem medo que ele possa conquista-la? Isto era o que ele fazia de melhor na escola, roubar as garotas dos outros."
Severus concordava plenamente com Sirius, um acontecimento muito raro. Remus simplesmente sorriu para os dois.
"Eu não entendo porque vocês estão preocupados com Darius e Thera. Ela nem ao menos é a esposa de qualquer um de vocês dois."
"Eu posso não ser muito seu amigo, Lupin, mas eu não quero te ver com um par de chifres. Eles não combinam com seus pêlos, presas e garras durante a lua cheia." Falou Severus.
Sirius concordou com o Mestre de Poções. Ele não queria ver o melhor amigo sendo traído.
"E depois eu que sou inseguro?", perguntou Remus, "Vocês não precisam se preocupar comigo. Eu tenho plena confiança em Thera. Nosso vínculo é muito forte. Nós somos almas gêmeas, e isto não é apenas modo de dizer. Ela nunca irá me trair, assim como ela sabe que eu nunca a trairei, e não é apenas porque sou um lobisomem e estou amaldiçoado a amar uma única pessoa a vida inteira, pelo contrário. Eu nem chamo a isto de maldição, mas sim de benção."
"Mas Thera pode cair em tentação..."
"Não, Padfoot. Eu conheço Thera melhor do que qualquer pessoa. Ela é a mulher mais forte que conheço. Todos a acham frágil, ainda mais que ela não domina feitiços defensivos e ofensivos e tem a aparência delicada. Eu mesmo já pensei isto, mas descobri que minha esposa tem muita força de vontade e uma alma muito forte. Ela tem que ser forte para suportar o que seu dom revela do futuro. Mas, mudando de assunto, porque vocês dois estão preocupados com Darius? O Padfoot aqui nem namorada tem, a não ser que você não esteja me contando alguma coisa, Sirius. E Severus é casado e Rolanda me parece ser uma pessoa muito dedicada ao seu marido. Será que estou farejando insegurança pela parte de vocês dois? Normalmente, o inseguro sou eu! E também estou farejando ciúmes... Muitos ciúmes!"
Severus fechou o rosto quando ouviu isto e se afastou dos dois. Sirius olhou atravessado para seu amigo, antes de dizer que tinha que responder algumas cartas. Remus ficou olhando os dois debandarem. Foi quando sentiu os braços de sua esposa lhe rodeando a cintura.
"O que aconteceu, amor?" Ela perguntou.
Remus se virou e encarou sua esposa, capturando os lábios dela num rápido beijo.
"Nada, Thera. Apenas aqueles dois estão inseguros, com medo da competição."
Thera sorriu.
"Bem, meu lobo, uma coisa eu posso afirmar: você nunca terá competição, porque ninguém pode, nem de longe, se comparar contigo."
Tocado por estas palavras, Remus captura novamente os lábios de Thera num beijo, desta vez apaixonadíssimo, antes de se afastar e começar a puxar sua esposa em direção aos aposentos deles.
*****
Sirius encerrara seu primeiro dia de aulas no novo semestre letivo com a última turma daquela noite. Ele estava indo para seu quarto quando encontrou Morgan no corredor.
"Feliz com o novo admirador? Eu vi que ele não parava de te sorrir hoje."
Morgan fez uma careta para Sirius, antes de responder.
"Ele é um cavaleiro, diferente de alguns grossos que eu conheço."
"Quem é grosso?" Perguntou Sirius, começando a se enfurecer.
"Eu estou vendo um bem na minha frente!"
Os dois seguiram pelo corredor discutindo, até que chegaram na porta dos aposentos de Morgan.
"Finalmente vou me livrar da péssima companhia." Falou a professora de Duelos.
"Eu que estou feliz por isto. Posso muito bem conseguir pessoas muito mais agradáveis para conversar."
"Com esta sua conversa chata? Duvido muito!"
Sirius aproximou seu rosto bem do rosto de Morgan antes de replicar.
"Não são todas as mulheres que reclamam da minha conversa. E elas adoram a companhia de homens lindos e sensuais como eu."
"Convencido! Darius é muito mais lindo, e muito mais sexy que você. Eu garanto também que ele deve beijar muito melhor."
Sirius não conseguiu dominar os ciúmes ao ouvir Morgan falando sobre Darius e beijos na mesma frase. O animago a puxou para seus braços e começou a beijá-la apaixonadamente. Morgan pensou em resistir, mas os desejos de seu corpo falaram mais alto. Alguns segundos depois a porta dos aposentos dela se fechou atrás de ambos.
*****
Severus andava pelos corredores de Hogwarts com um sorriso sinistro no rosto. Durante sua ronda noturna na noite anterior ele vira Black se esgueirando para fora do quarto da Du Lac durante a madrugada, arrumando suas roupas. Era óbvio que alguma coisa havia acontecido entre eles.
O mestre de Poções não estava nada triste com esta afortunada descoberta. Ela serviria como ótimo material de chantagem caso um dos dois resolvesse aplicar um logro nele.
Mas Severus tinha que dar o braço a torcer. Os dois se mereciam. Black e Du Lac eram ambos infantis demais e completamente insuportáveis. Seria muito divertido ver um deles se envolvendo com o outro, mas sem dar o braço a torcer admitindo isto, enquanto continuavam a brigar e a aplicar logros publicamente. Definitivamente, o ano estava começando a ser divertido.
O diretor de Slytherin sorriu satisfeito consigo mesmo que pelo menos ele havia descoberto um amigo em Lupin. Tirando o fato que este era um lobisomem e que fora parte dos Marotos, Severus não tinha o que se queixar dele. O lobisomem era competente como professor e como diretor de casa, além de saber guardar conversas particulares e de saber escutar quando fosse necessário. E nunca reclamava quando Severus o utilizava como cobaia para suas experiências com melhorias na poção Mata-cão. Claro que Lupin nunca poderia ocupar o lugar de Albus na vida de Snape, mas ele encontrara seu próprio espaço nesta. E os dois agora estavam casados, tendo mais isto em comum para poderem conversar. Severus se admirava em como Lupin parecia entender tudo aquilo que ele sentia por Rolanda, inclusive o medo de perde-la para o idiota do Alfarrabios, apesar do próprio Severus não entender como Lupin não tinha medo de perder sua esposa para o conquistador.
Neste momento ele chegou na sua sala de aulas. Os primeiros anos Gryffindor e Slytherin o esperavam para a primeira lição deles no novo ano letivo. Severus fez sua melhor cara de mau e entrou na sala empurrando a porta com força, vendo os alunos saltar nos seus lugares. Ele sorriu consigo mesmo, pensando em como adorava esta reação.
*****
O ano letivo seguia em frente lentamente para os alunos, rapidamente para os professores. Muitas rotinas do ano anterior voltaram a ser realizadas no novo período letivo, ao mesmo tempo em que novas rotinas entravam em vigor.
O ministro Weasley destacara um grupo de aurores para estarem presentes em Hogsmeade cada vez que os alunos de Hogwarts faziam uma visita. Vários professores iam junto, para garantirem a segurança.
Toda a escola ainda apostava nos logros diários de Sirius e Morgan. Charles Weasley continuava exercendo o papel de banca de apostas. Algumas vezes as brincadeiras terminavam com Morgan acertando um bofetão bem forte em Sirius.
Metade das estudantes estava apaixonada por Darius Alfarrabios, lotando suas classes de latim, principalmente os cursos rápidos para alunos acima do terceiro ano. O professor detinha o novo recorde de bilhetes de alunas apaixonadas recebidos durante o ano. Ele conseguira ultrapassar os números de Sirius e de Lockhart, conquistando as alunas com seu sorriso torto, cheio de charme segundo as garotas.
Sirius e Severus continuavam morrendo de ciúmes do novo professor. A eles se juntaram Harry, Ron e Percy, que também detestaram a idéia de Alfarrabios perto de suas esposas. Ron, principalmente, andava subindo pelas paredes de ciúmes. Nem de Victor Krum ele sentira tantos ciúmes antes. Claro que Darius percebia as reações e, propositalmente, dava em cima das esposas de todos os ciumentos de plantão.
A única que nunca dera abertura ao professor fora Thera Lupin. Ela e o marido estavam sempre tão envolvidos um com o outro que o professor de Latim nunca conseguia ter oportunidade de jogar seu charme para cima dela.
Morgan Du Lac, ao contrário da prima, flertava abertamente com Darius, fazendo Sirius ficar vermelho de raiva e de ciúmes. O animago ainda não dera o braço a torcer que sentia alguma coisa além de rivalidade pela professora de Duelos e fazia de conta que não era com ele, mas passara a reagir do jeito que melhor conhecia: aplicando todos os logros possíveis em Darius e em Morgan.
O outono chegara e com ele uma nova leva de Weasleys. Neste momento as apostas entre os professores mudaram de alvo. Agora todos estavam apostando em quais dos Weasley, incluindo o casal Potter, seriam pais no próximo ano. Severus Snape, otimisticamente, apostaram dois galeões em 'nenhum deles'. Quando interrogado sobre isto, ele apenas disse que a esperança era a última que morria.
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Severus levantou muito cedo, procurando não fazer ruído algum para não acordar sua adormecida esposa. O mestre de Poções andava cada vez mais irritado com as atenções de Alfarrabios para com Rolanda. Isto o fizera decidir sobre medidas drásticas.
Severus encomendara, via coruja, um abrigo que uma loja especializada em roupa trouxa vendia. Ele nunca utilizara roupa trouxa, mas desta vez decidira abrir uma exceção, pois era um caso de vida ou morte.
Snape vestiu o abrigo e colocou os tênis que também encomendara, estranhando um pouco a roupa. Então ele atara os cabelos num rabo e saiu silenciosamente do quarto. Quando chegou nas imediações do lago ao redor do castelo, o Vice-diretor começou a fazer cooper.
Severus decidira cuidar bem da forma física, procurando eliminar toda e qualquer gordurinha suspeita que pudesse aparecer. Não que ele tivesse alguma antes, mas ele já estava com seus 41, então elas poderiam começar a aparecer. E ele não ia perder a esposa para um idiota de corpo bem cuidado se ele pudesse evitar.
Quando começou a passar por trás de algumas árvores a beira do lago, percebeu alguém correndo em sua direção, vindo no sentido contrário. Quando os dois chegaram perto, Severus reconheceu Black, também vestido em roupas trouxas, correndo pela beira do lago da mesma maneira que Severus fazia. Os dois pararam e ficaram se encarando, até que Sirius quebrou o gelo.
"Eu não menciono isto para ninguém se você também não mencionar. Podemos chamar isto de nosso segredo."
Snape pensou um pouco e concordou. Não ficaria nada bem para sua imagem se a notícia que estivera usando roupas trouxas e correndo na beira do lago se espalhasse na escola. E ele sabia que Black queria manter isto em segredo para ninguém provoca-lo por causa da Du Lac.
"Concordo. Este será nosso segredo. Você vai correr amanhã de novo, Black?"
Sirius encarou seu antigo desafeto, antes de responder.
"Sim."
"Então nos encontramos nas portas da escola no mesmo horário de hoje."
Sirius não entendeu o porque disto. Estaria Severus o convidando para que fizessem exercícios juntos?
"Por que esta proposta, Snape?"
"Eu apenas pensei que será bom ter um pouco de competição na hora da corrida e dos exercícios. Funciono melhor contra um adversário."
Sirius sorriu compreensivo, entendendo o que Snape havia dito.
"Até amanhã, então." O animago concordou.
E os dois continuaram correndo como se nada tivesse acontecido.
*****
Thera estava terminando sua meditação, enquanto esperava os alunos para a primeira aula da tarde, quando sentiu uma visão se iniciando. A profetisa assistiu concentrada a tudo o que lhe estava sendo revelado. Graças ao seu dom, os aurores já haviam conseguido impedir quatro ataques dos novos comensais da morte.
Desta vez não foi um ataque que lhe aparecera na visão. A profetisa abriu um sorriso. Remus iria ficar muito feliz com o que iria acontecer. Mas ela não iria contar ao seu marido sua visão. Ela queria que fosse surpresa o que iria acontecer.
*****
Remus se aproximou de Charles, que continuava recolhendo apostas sobre quais Weasleys iam ser pais no próximo ano.
"Quero fazer uma aposta, Charlie."
"Ora, isto é novidade. Acho que esta é sua primeira aposta, Remus."
"Bem, quando se sabe exatamente quanto se pode gastar por mês, não se pode ficar fazendo apostas, mas desta vez vou abrir uma exceção."
"Certo. Então, quem, entre meus irmãos e minha irmã, terá um rebento no próximo ano?"
"Vou fazer uma aposta um pouco diferente, Charlie."
"Diferente como?"
"Aposto um galeão que Percy vai ser o único a não ter um novo bebê na sua casa ano que vem."
Charlie Weasley arregalou os olhos espantado. Por esta ele não esperava.
"Você quer apostar que apenas Percy não vai ser pai no ano que vem?"
"Sim, exatamente isto."
"Por acaso foi Thera quem deu o palpite para esta aposta?"
Remus riu com vontade. Qualquer coisa que acontecia e todos achavam que Thera fora quem previra o acontecimento.
"Não. Minha esposa não viu nada a este respeito. Eu que resolvi fazer esta aposta. Se Severus pode apostar que nenhum de vocês vai ter um bebê, eu posso apostar que apenas Percy não entra nisto."
"Certo então. Aposta anotada."
Remus se afastou, satisfeito consigo mesmo. Se seu faro estivesse certo, todos teriam uma boa surpresa.
*****
Era noite de Natal em Hogwarts. Poucos alunos ficaram para as festividades naquele ano. Os que ficaram eram órfãos da guerra contra Voldemort.
Os professores trouxeram suas famílias para Hogwarts, para comemorarem o natal na escola. Severus andava resmungando pelos cantos que a escola nunca estivera tão cheia de Weasleys.
Um pinheiro enorme fora trazido por Titus para o grande salão e estava localizado bem no centro deste, enfeitado por tudo o que os elfos domésticos haviam encontrado e iluminado por centenas de chamas mágicas. Embaixo do pinheiro, centenas de pacotes coloridos se acumulavam.
A mesa da ceia fora montada ao redor do grande pinheiro. Alguns dos presentes reclamaram que a localização era péssima, porque não se era possível ver a todos na mesa com uma árvore no meio do caminho. Depois de muita argumentação, remontaram a mesa da ceia num dos cantos do salão. Pouco depois inúmeras gostosuras começaram a surgir das cozinhas enfeitando a grande mesa.
Remus e Thera andavam pela escola de mãos dadas, parecendo crianças de tão eufóricos com a festa daquela noite. Era o primeiro natal deles depois de casados.
Sirius continuava aplicando logros em Morgan e fazendo caretas cada vez que a via com Darius.
Até Severus fora contagiado pelo clima da festa graças a sua esposa. O mestre de Poções podia ser visto com um pequeno sorriso no rosto.
*****
Todos os que permaneceram no castelo e seus convidados se reuniram no grande salão para o banquete de natal. Várias pessoas elogiaram a excelente comida que os elfos domésticos prepararam, principalmente os assados e os doces. Ninguém pode reclamar que não havia todos os seus pratos favoritos na mesa.
Depois do brinde expressando felicidades por mais aquela data, começou a distribuição de presentes. George e Fred Weasley tomaram a dianteira e começaram a distribuir os embrulhos. Muitas pessoas abriram seus pacotes com muito cuidado, principalmente se quem estava oferecendo o mimo era Sirius, Morgan ou um dos gêmeos, donos da Gemialidades Weasley.
Thera olhava encantada para o presente que Remus lhe dera. Dentro da caixa havia um robe novo, violeta, do tom exato dos seus olhos, além de um livro de poesias, de Pablo Neruda.
Neste tempo em que estava fora de Ávalon, a profetisa se apaixonara por poesia trouxa. Ela ficava encantada com a maneira com que os trouxas passavam todos os seus sentimentos para o papel. Ao abrir o livro, ela percebeu a caligrafia de Remus.
Para Thera, minha esposa e companheira. Espero que os versos deste livro transmitam um pouco de tudo aquilo que sinto por ti. Com amor, no nosso primeiro natal, Remus.
Thera se voltou para seu marido e lhe ofereceu seu mais belo sorriso, mostrando o quanto havia apreciado o presente.
Remus ficou feliz que sua esposa tivesse gostado. Ele pensara muito, tentando decidir o que comprar para ela. Foi quando abriu o presente que Thera lhe dera. Dentro deste estava uma moldura em madeira envelhecida, mas sem nada dentro. Um cartão estava junto com o presente.
Feliz natal, amor. Nunca fui tão feliz como neste tempo que estou contigo. Que todos os nossos futuros natais sejam tão felizes quanto este primeiro de nossa vida comum. E que esta moldura fique muito bonita no teu escritório, contendo um sonho teu que logo se tornará verdade. Com amor, Thera.
Remus olhou interrogativo para sua esposa, tentando entender o cartão dela. Foi quando uma grande coruja entrou no salão, atraindo a atenção de todos pelo tamanho e pela hora de chegada, e foi até o diretor de Gryffindor. O lobisomem desamarrou a carta da pata da coruja, antes desta sair voando. O envelope tinha o emblema do Ministério da Magia.
Remus olhou para Thera, que lhe fez sinal para abrir o envelope. Antes de fazer isto, ele ainda olhou para Arthur Weasley, que lhe deu um sorriso. Neste meio tempo, todos estavam observando o professor de DCAT.
Remus abriu lentamente o envelope e retirou a carta. Ele leu uma, duas vezes o conteúdo desta, antes de olhar para Thera com lágrimas nos olhos e a puxar para um beijo apaixonado, a abraçando com força depois que o beijo terminou, enterrando seu rosto nos cabelos dela.
Todos estavam curiosos com o que havia na carta para provocar tal reação no lobisomem. Sirius cansou de esperar que Remus contasse e foi até ele, pegando a carta, antes de lê-la em voz alta.
Ministério da Magia
Departamento de Registros Mágicos
Prezado Sr. Remus J. Lupin.
Viemos por meio desta comunicar que o seu pedido de registro do certificado de Mestre em DCAT, obtido depois de cumpridas todas as exigências da Universidade de Artes Arcanas da Transilvânia, foi aceito por este departamento. O senhor pode, a partir deste momento, utilizar o título de Mestre em Defesa Contra as Artes das Trevas, além do título de Especialista em Criaturas das Trevas, também registrado nesta data. Gostaríamos também de nos desculpar pela demora na realização destes registros.
Atenciosamente
Thomas O'Byrne
Diretor do departamento.
Sirius terminou a leitura e olhou pasmo para seu amigo, que ainda escondia o rosto nos cabelos de sua esposa. Ele não sabia que Remus havia ido para uma universidade. Pelas reações dos demais, praticamente ninguém sabia, com exceção de Minerva, Arthur Weasley e Severus Snape. Sirius saiu do seu estupor e foi cumprimentar o amigo.
"Parabéns, Moony!"
Remus se soltou de Thera e olhou para Sirius, antes de o abraçar com força, quase esmagando o animago.
"Esperei quinze anos por isto, Padfoot. Quinze anos! Ninguém queria registrar meu diploma porque sou um lobisomem. Eu já havia perdido minhas esperanças."
Muitos outros se aproximaram e começaram a felicitar Remus. Quando Arthur Weasley se aproximou, Remus também o abraçou com força, agradecendo-lhe repetidamente pelo registro.
"Não precisa agradecer, Remus. Eu apenas tratei de corrigir uma injustiça. Se existe alguém que eu conheça que merece o título de Mestre em DCAT, este alguém é você, o mais competente professor desta área." Respondeu o ministro, vermelho.
Minerva McGonagall também abraçou seu diretor, falando da sua felicidade que este houvesse conseguido realizar este sonho.
Severus Snape se aproximou discretamente, apertando a mão de Remus.
"Parabéns, Lupin. Acho que agora eu não sou mais o único Mestre dentro da minha área na escola."
"Obrigado, Severus. Sim, eu também sou um Mestre. E nós dois devemos isto a Albus, que nos indicou para as vagas na universidade e nos deu toda a ajuda necessária para nela ingressarmos."
Severus concordou com a cabeça. Se não fosse por Albus Dumbledore, nem ele nem Remus teriam ido para uma universidade. Ele por ser um ex-Comensal da Morte, Remus por ser um lobisomem. Albus sempre apostava no futuro de seus estudantes, não lhe interessando os erros que estes pudessem ter cometido. Severus e Remus não foram os primeiros estudantes para os quais o falecido Diretor havia arranjado uma vaga numa excelente universidade, mas provavelmente foram os dois cujas vagas tiveram a maior dificuldade de serem obtidas devido ao que eles eram.
*****
Remus e Thera voltavam para os seus aposentos quando o lobisomem olhou para sua esposa.
"Eu não me lembro de ter te contado sobre meus estudos na universidade e meu diploma e a dificuldade em registrá-lo."
Thera sorriu, antes de sussurrar a resposta a pergunta não feita sobre como ela sabia no ouvido do marido.
"Eu vi a coruja entregando tua carta outro dia durante minha meditação. Não te contei para não estragar a surpresa."
Remus fitou Thera intensamente.
"Como eu te amo, mulher."
E com isto ela a levantou nos braços a levando para seus aposentos, batendo a porta destes atrás de si depois que eles entraram.
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* Detalhes do seqüestro no capítulo novo de Reencontros
E com isto chegamos ao final do capítulo seis de Encontros. Recomendo a todos os que ainda não leram a leitura de Crônicas de um lobisomem apaixonado, que trata do diário de Remus durante os cinco primeiros capítulos de Encontros. Leiam também o capítulo seis de Reencontros, que trás mais detalhes do seqüestro de Meridian Sinistra.
Agradeço pelas sugestões e revisões recebidas. Elas são sempre bem-vindas e ajudam a decidir o rumo deste conto.
Peço desculpas pela demora na liberação deste capítulo, mas ando levemente cheia de serviço pra fazer e meio sem tempo para escrever. A Andrea anda com o mesmo problema também. E agradeço pela paciência de todos em esperar pelo capítulo.
E até o capítulo sete de Encontros, cujo título provisório é O faro do lobo.
Temos, até o momento, planejados mais três fics paralelos a Encontros e Reecontros. Um sobre a famosa noite de Sirius e Morgan, outro sobre a noite de núpcias de Thera e Remus, estes dois provavelmente serão rateados R. O terceiro terá o sugestivo título: O dia de cão de Padfoot. Deixarei que vocês fiquem imaginando sobre o que será este fic.
Até lá.
Fabi
