CAPÍTULO DEZ – O DIA EM QUE O CÃO GANHOU SUA COLEIRA
Morgan corria pelos corredores de Hogwarts em direção aos seus quartos. Mesmo com lágrimas escorrendo pelo seu rosto, ela não entendia porque estava tão brava com Sirius. Ela havia percebido desde o começo como ele era, e eles só tinham um relacionamento casual, não era nada sério... Ou era?
Por que ela estava tão magoada se o animago não queria ser pai? Ela não cometera o erro de se apaixonar por ele, cometera?
Ela chegou no seu quarto, gritou a senha para a escultura que adornava a porta e entrou, batendo a porta atrás de si. Ela não devia deixar Sirius atingi-la desta maneira. Ela não se importava por ele. Ela não o amava... Por mais que ela repetisse para si mesma isto, sempre soava falso, até mesmo para seus pensamentos.
"Eu sou uma filha da Ilha Sagrada. Isto não devia me afetar! Eu não devia deixá-lo me afetar desta maneira..." Morgan repetia sem parar, deslizando ao chão na frente da lareira, e deixando toda a dor vir à tona.
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O grande salão se encontrava silencioso como nunca estivera antes. Todos os olhos se concentravam em uma única pessoa: Sirius Black, que no momento estava batendo com sua cabeça na mesa principal.
"Estudantes, retornem as suas casas. O jantar será servido nas salas comunais". Minerva McGonagall anunciou ao se levantar da mesa.
Os estudantes começaram a sair rapidamente do salão, cochichando entre si sobre os últimos acontecimentos.
Remus tratou de segurar Sirius, impedindo a este de continuar batendo com sua cabeça na mesa. O animago se endireitou em sua cadeira e olhou para o amigo.
"Acho que eu fiz uma besteira, Moony".
"E eu concordo plenamente com isto, Black!" Falou Snape se metendo na conversa, antes de sentir sua esposa o beliscando com força. "AI!".
"Seja bom, Severus". E com isto Rolanda o puxou para fora do salão.
Os demais professores também começaram a se retirar, indo jantar nos seus próprios quartos, muitos dando uma última olhada no salão antes de sair.
Thera puxou seu marido um pouco ao lado e lhe cochichou que iria falar com Morgan. Remus concordou antes de se sentar ao lado de Sirius.
"Bem, Sirius, tudo depende sobre qual besteira tu estás falando. Se esta besteira foi engravidar Morgan ou se esta besteira foi dizer que tu não queres ter filhos".
"Moony, eu não sei! Não sei mesmo! Eu nunca estive tão confuso... Não sei bem o que sinto por Morgan. Por Merlin! Quero dizer que eu sei o que sinto por ela, mas eu não quero sentir isto".
"E qual seria este sentimento, Padfoot?".
"Vais me fazer dizer isto em voz alta mesmo, meu amigo?"
"Vou, se isto te ajudar a admitir para ti mesmo o que tu sentes".
Sirius se levantou e começou a andar de um lado para o outro da mesa.
"Certo. Eu admito. Eu amo aquela Du Lac convencida. Eu não sei como isto aconteceu, mas eu me apaixonei por ela. O que eu faço, Moony?"
"Bem, Sirius, já era hora de admitir o que sentes. E quanto ao que fazer... Bem, depois da tua mancada de hoje, eu acho que tu vais ter um bom desafio pela frente, meu amigo."
E os dois começaram a elaborar o plano 'Como Reconquistar Morgan'.
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Thera bateu delicadamente na porta do quarto da prima, esperando permissão para entrar. Permissão esta que nunca veio. Então a profetisa disse a senha e entrou.
Olhando ao redor dentro dos aposentos da prima, Thera viu Morgan deitada no tapete na frente da lareira, com os ombros sacudindo devido aos soluços. A profetisa foi até a prima, se ajoelhou e a abraçou, segurando Morgan enquanto esta chorava.
Muito tempo se passou antes de Morgan se acalmar e levantar o rosto para ver quem a estava consolando.
Ao enxergar Thera, Morgan sentiu novamente os soluços aflorarem.
"Shhh, prima, tudo vai ficar bem, eu sei." A profetisa disse para a prima, acariciando as costas desta.
Finalmente Morgan se acalmou o suficiente para poder falar sem chorar ou soluçar.
"Ele disse que não quer filhos..."
"Eu ouvi, Morgan, eu ouvi."
"E a minha criança? Eu sei que esta criança deveria pertencer a ilha sagrada, assim como você e eu pertencemos, mas ela não foi concebida durante Beltane ou Samhaim ou Imbolc ou Lughnasadh ou mesmo um dos outros festivais. E como não sou casada, a criança não deveria ser gerada fora das datas dos festivais... Não sei se o conselho irá aceitá-la."
"Você devia ter pensado nisto antes, prima. Agora é tarde."
"Mas eu pensei! Por isto fiquei tão brava. Eu estava tomando uma poção contraceptiva que eu mesma fiz."
"E eu sei que você não comete erros com poções, Morgan."
"De alguma maneira, a magia da poção foi quebrada. Eu... eu estou duvidando de minha própria capacidade como preparadora de poções, Thera."
"Você não devia duvidar de si mesma. Tudo o que acontece tem algum motivo para acontecer. Eu posso afirmar isto muito bem."
Morgan olhou para os grandes olhos violeta de Thera, vendo novamente o peso que sua prima carregava sobre os ombros devido ao seu dom. A professora de Duelos sabia que sua prima via eventos que ela não podia evitar, pois estes estavam fadados a ocorrerem."O que eu faço, Thera?"
A profetisa respirou fundo, antes de olhar profundamente dentro dos olhos de sua prima, procurando a verdade.
"O que você sente por Sirius Black, Morgan?"
Morgan empalideceu, tentando desviar da pergunta.
"Eu o acho um convencido da mais alta categoria, arrogante, insuportável e ..."
"Eu quero a verdade, Morgan." Interrompeu Thera.
A professora de Duelos amaldiçoou baixinho contra animagos convencidos e primas xeretas antes de responder.
"E qual é a verdade? Eu não sei dizer isto nem para mim mesma, querida prima. Mas eu desconfio que eu amo aquele miserável arrogante."
Thera fitou sua prima cuidadosamente, antes de abrir um largo sorriso.
"Agora eu entendo porque a magia de sua poção foi quebrada, prima."
"E qual foi o motivo?" Perguntou Morgan exasperada.
"Você logo vai descobrir sozinha." Respondeu a profetisa antes de sair do quarto.
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Harry estava terminando de dar banho no pequeno Albus ao mesmo tempo em que tentava fazer com que James parasse de brincar com o talco quando ouviu alguém chegando pela lareira da sala.
Rapidamente o jovem enrolou seu filho em uma toalha e o pôs junto com o irmão, antes de pegar sua varinha e caminhar cautelosamente até a única entrada da rede flú na sua casa.
"Ginny?" Ele estava surpreso ao encontrar sua esposa limpando o excesso de pó do seu robe. Ele não a esperava naquela noite.
"Harry!" A ruiva exclamou, antes de começar a falar sem sequer respirar. "Tu nem imaginas o que teu padrinho fez no jantar de hoje." E então a senhora Potter começou a narrar todos os acontecimentos da noite, deixando seu marido de boca aberta e completamente esquecido do mundo até ouvir o choro dos filhos no andar de cima.
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Thera ouviu uma batida suave na porta do quarto de Morgan. Lentamente ela se levantou da cadeira onde estava sentada ao lado da cama onde Morgan agora dormia sob o efeito de uma poção e foi abrir a porta, encontrando Remus e Sirius. A profetisa fez sinal para que ambos ficassem quietos e os deixou entrar.
Remus apenas deu uma olhadinha para ver como Morgan estava antes de passar seu braço por sobre os ombros de sua esposa e a começar a conduzi-la de volta aos aposentos deles, deixando Sirius a fazer companhia a Morgan.
O animago sentou silenciosamente na cadeira que Thera vagara e se pôs a fazer vigília pela mulher que, apenas agora, havia começado a admitir para si mesmo que amava...
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Remus fechou a porta do quarto atrás de si e sua esposa, antes de pegá-la no colo e a carregar até a cama.
"É tarde e você precisa dormir!" Disse preocupado.
Thera se acomodou melhor nos braços do marido, antes de sorrir para ele.
"Você se preocupa demais, amor."
O lobisomem a abaixou na cama e a ajudou a se trocar para a noite, antes de cuidar de si mesmo.
"Claro que me preocupo. Já é tarde; os acontecimentos de hoje à noite foram de grande exigência emocional não só para nossos amigos, mas para nós também; e nosso pequenino crescendo dentro de ti precisa de seu repouso, assim como sua bela mãe."
Thera deu um beijo rápido no marido antes de se levantar e ir ao banheiro. Pouco depois ela voltou e Remus foi cuidar de seus próprios preparativos para a noite. Quando os dois estavam finalmente deitados, a profetisa falou.
"Bem, nosso pequenino também precisa que seu pai segure sua mãe bem perto, para que ele possa senti-lo."
Remus riu a isto e puxou sua esposa para seus braços, onde ambos finalmente pegaram no sono.
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Morgan lentamente despertou na manhã seguinte, com o sol batendo no seu rosto. Ela esticou bem seu corpo, antes de se virar para onde sua prima deveria estar sentada. Quem ela ali viu a fez piscar duas vezes para ter certeza que estava bem acordada.
"BLACK! O que você está fazendo aqui? Fora do meu quarto, agora!"
Sirius se remexeu desconfortavelmente sob o olhar duro que Morgan lhe deu, mas continuou a vigiá-la. Ele tinha muito pelo que implorar por perdão naquela manhã. Suspirando, ele se levantou da cadeira onde havia passado a noite, antes de se ajoelhar aos pés da cama da fogosa Du Lac.
"Eu estou aqui para implorar por perdão. Perdão por minhas ações e palavras impensadas."
A professora de Duelos o olhou de cima a baixo com olhos duros e frios, antes de responder.
"E o que te fazes crer que eu poderia sequer cogitar perdoar tudo o que aconteceu?"
Sirius engoliu em seco.
"Normalmente eu diria que minha boa aparência." Ele disse baixinho. "Mas hoje eu direi que este perdão deve vir porque sou um tolo, que age e não pensa antes de agir; que fala sem pensar em suas próprias palavras. Um tolo que te ama muito..."
Morgan prendeu sua respiração quando ouviu isto, mas ela não iria perdoar tão facilmente.
"E a noite passada?"
"Eu não quis significar nada do que eu disse. Eu quero ser pai, sim. Eu terei muito orgulho de qualquer criança que eu, por ventura, venha a colocar neste mundo. Mas, acima de tudo, eu te quero como mãe delas. Por Merlin, Morgan. Eu te amo tanto que eu não sei como não havia descoberto isto antes. Eu amo tua personalidade fogosa, tua atitude independente, teu senso de humor. Eu te amo!"
Morgan sentiu sua resolução de ignorar o animago se esvaecer e abriu um leve sorriso.
"Mas eu ainda acho que alguma coisa tem que ser feita para compensar a noite passada."
Sirius sorriu a isto e retirou duas caixas dos bolsos de seu robe. Ele entregou a maior nas mãos da Du Lac.
"Eu nunca pensei que faria isto algum dia, Morgan, mas estou te pedindo para que me faças o motivo de piadas da escola inteira. Eu prometo que usarei isto por quanto tempo quiseres sem reclamar ou revidar, e que obedecerei tuas ordens."
A curiosidade de Morgan fora atiçada e ela avidamente abriu a caixa para encontrar uma coleira de cachorro bem larga com a guia junto. Rindo, ela retirou o objeto da caixa e se aproximou do animago, colocando a coleira nele e segurando a guia.
"Acho que, se tu fores um bom cãozinho, posso mudar de idéia quanto ao perdão..."
Sirius também sorriu, antes de abrir a outra caixa. Morgan arregalou os olhos quando viu o que havia dentro desta.
"Morgan Du Lac, não sei se te mereço ou não, pois muitas vezes sou um tolo arrogante e convencido, como me disseste várias vezes, mas peço que consideres o que irei te pedir cuidadosamente antes de responder. Darias a este tolo a honra de seres minha esposa?"
Morgan olhou bem para o rosto de Sirius antes de se ajoelhar na frente dele e pegar as mãos dele nas dela.
"Sim, seu bobo, eu aceito!"
Sirius nunca sentiu seu coração batendo tão rápido, mas rapidamente se controlou e deslizou o anel que marcava o compromisso deles no delicado dedo da mão de Morgan, e a puxou para si para um beijo apaixonado. Quando este terminou, a jovem olhou bem para seu futuro marido e perguntou.
"De onde você tirou a coleira e o anel?"
Sirius, corando, respondeu:
"Bem, Moony me fez ver a besteira que eu fiz ontem à noite e me ajudou a pensar sobre o que fazer. Então nós dois aparatamos até o Beco Diagonal e, para minha sorte, a loja de animais ainda estava aberta. Bem, comprei a coleira que Remus achou que seria a mais justa para pagar minha penitência e, então, aparatamos para a casa de minha família, onde recuperei o anel de noivado da família Black de dentro do cofre, antes de voltarmos para cá. E, durante todo este tempo, fiquei agüentando as críticas de Remus ao meu 'comportamento deplorável' e 'incapacidade de pensar ao invés de agir'. Merlin! Moony sabe mesmo como atingir a consciência de alguém quando ele quer..."
Morgan riu disto com gosto antes de deixar Sirius capturar seus lábios em um beijo apaixonado, diferente daqueles cheios de desejo, que eles haviam trocado até então...
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O grande salão fervilhava naquela manhã. Todos estavam ansiosos para saber o desfecho dos acontecimentos da noite anterior. Alguns estudantes até arriscaram fazer algumas apostas sobre o que iria acontecer na novela Sirius Black e Morgan Du Lac.
Entre os professores a agitação não era menor, mas desta vez Charles Weasley havia se contido em recolher apostas. O assunto se relacionava a dois colegas deles e era algo bem grave.
Mas toda a espera foi inútil. Nenhum dos dois aguardados professores compareceu ao café da manhã. Todos estavam preocupados, e as mais estranhas teorias eram levantadas. Ninguém percebeu o leve sorriso que adornava os lábios dos Lupin, que podiam plenamente imaginar o que seus amigos estavam fazendo naquele momento.
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Irma Pince andava pela biblioteca louca para jogar alguns alunos no lago como comida para o polvo gigante. Ou dá-los como comida para Fluffy. Alguns minutos antes ela surpreendera dois estudantes escondidos atrás da estante que ficava no canto mais escuro da biblioteca realizando algo que não tinha nada a ver com nenhuma disciplina escolar.
'E fazendo isto na MINHA biblioteca!' Pensava indignada.
A bibliotecária sacudiu a cabeça e começou a pensar em outros problemas. Ela precisava começar a elaborar a lista de compras do próximo ano. Então solicitar alguns catálogos e as sugestões dos professores seria necessário. Além disto, ela precisaria apresentar a nova proposta de orçamento para a biblioteca para Diretora McGonagall, e depois para o quadro de diretores.
'E ainda tenho que perguntar a Minerva se ela me permite colocar todos os livros com poções de amor e similares na seção restrita. Os estudantes já andam apaixonados demais sem eles para terem mais esta arma ainda nas mãos. Que saudades da época em que poções de amor eram proibidas...'
Foi quando uma explosão interrompeu o fluxo de pensamentos da bibliotecária e ela correu para a direção na qual o som veio e encontrou dois segundos anos com as sobrancelhas queimadas e um ar culpado. Sobre a mesa a qual eles estavam sentados um baralho de cartas explosivas podia ser encontrado.
Os dois estudantes, muito cabisbaixos, ouviram todo o sermão da bibliotecária antes de saírem da biblioteca com vinte pontos a menos para sua casa cada e uma suspensão do recinto da biblioteca de quinze dias.
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Harry andava nervoso de um lado para outro em seu serviço, pensando sobre seu padrinho. Ele amava muito Sirius, mas às vezes era obrigado a concordar que o animago nada mais era do que uma criança grande. O tempo em que Sirius esteve em Azkaban atrapalhara com o amadurecimento emocional dele. E agora toda a situação com Morgan...
O jovem Homem-que-viveu-quando-era-pequeno-para-derrotar-aquele-que-não-devia-nunca-ser-nominado estava louco para ir até Hogwarts para ver como andava a situação de seu padrinho, mas estava procurando se segurar. Ele tinha que deixar Sirius lidar com seus próprios problemas. A época de apenas aplicar logros sem pensar nas conseqüências já terminara. E Sirius também tinha idade o suficiente para entrar dentro de um relacionamento profundo.
Nisto o jovem Potter ouviu o apito de seu técnico chamando todos para o treino. Colocando momentaneamente os pensamentos sobre seu padrinho de lado, Harry se concentrou em levantar vôo em sua vassoura e procurar pelo minúsculo pomo-de-ouro. Mais tarde Ginny provavelmente o informaria sobre quaisquer novas notícias sobre seu padrinho que ela soubesse.
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Morgan e Sirius estavam deitados preguiçosamente nos braços um do outro, na cama de Morgan. Aquele dia todo fora dedicado a descobrir como podia ser o sexo que envolvia amor e não apenas desejo. E os dois gostaram muito dos resultados. Foi quando ouviram uma batida na porta. O animago resmungou um pouco sobre falta de privacidade, mas deixou Morgan sair de seus braços, colocar um roupão e ir atender quem quer que estivesse batendo. Do outro lado da porta estavam Remus e Thera Lupin, ambos dando sorrisos que chegavam até as orelhas. A professora de Duelos apenas olhou para ambos e soube que seria inútil lhes negar acesso a seus quartos e então, abriu a porta e os fez esperar na sala, enquanto ela ia tirar Sirius da cama e tomar um banho.
Sirius Black reclamou muito sobre amigos que não tinham nada melhor para fazer do que interromper os outros, mas aceitou o roupão que Morgan lhe entregara, o alargando para que servisse, foi se sentar com seus amigos.
Os Lupin não resistiram e deram boas risadas à visão de Sirius Black de roupão cor-de-rosa e coleira de cachorro. O animago tentou fazer uma careta, mas não conseguiu, juntando-se as risadas dos demais.
Quando todos se acalmaram, Remus perguntou:
"E então, posso presumir que tudo deu certo?"
Sirius abriu um largo sorriso, antes de responder.
"E como, Moony! Vocês estão olhando para o futuro senhor Black, esposo de Morgan Du Lac, futuramente Black, e pai de Sirius Júnior."
"Eu não quero que meu filho se chame Sirius Júnior", disse uma voz vinda da porta do quarto, de onde surgiu Morgan, já vestida depois do banho, mas ainda com os cabelos molhados.
"E vocês ainda nem sabem se vai ser um garoto, Padfoot!" Disse Remus.
"Ei! Qual é o problema que o bebê tenha o meu nome? É um dos nomes mais lindos que existem. E o bebê vai ser um Black. Então é claro que ele vai ser um menino. Os primogênitos Black são sempre meninos. Tem sido assim a gerações!"
"Mas na minha família nascem meninas como primogênitas, seu cabeça dura!" Retrucou Morgan.
Os dois já iam começar a discutir quando Remus interveio.
"Bem, como ambas as famílias de vocês tem fortes heranças familiares, penso que precisaremos esperar para ver quem tem razão, não é amor?" Perguntou dando um sorriso para Thera.
"Claro que concordo." Disse a profetisa.
"Assim não vale, prima. Eu tenho certeza que podes dizer qual é o sexo de minha criança..." Falou Morgan.
Thera apenas deu um sorriso e comentou.
"O que eu sei e o que eu estou disposta a falar são duas coisas completamente diferentes, prima. Acho que fará bem a vocês dois ficarem no suspense sobre o sexo do bebê. Aliás, vou pedir a Poppy que também não diga nada..."
Sirius e Morgan começaram a reclamar, argumentando que eles tinham o direito de saber, mas a profetisa apenas sorria em resposta, fazendo com que seu marido se enchesse de orgulho vendo que ela estava se mantendo firme em suas crenças.
Sirius resolveu esfriar a cabeça e foi para o chuveiro, deixando Morgan a argumentar com Thera. Quando voltou, encontrou Remus servindo chá para os quatro e as duas primas falando sobre as cerimônias de nomeação das crianças, com leves apartes do lobisomem.
"E então, quando será o casório?" Perguntou Moony depois que Sirius se acomodou e se apossou de uma xícara de chá.
O animago e a professora de Duelos simplesmente se olharam e começaram a discutir uma data.
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Darius Alfarrabios bebericava uma chávena em seu quarto enquanto relia os relatórios recebidos naquele dia de seu pessoal sobre as últimas pistas descobertas que pudessem levar aos novos comensais. Não que houvesse muita coisa. Quem quer que estivesse no comando agora era muito melhor em ocultar seus planos e em levar a estes a termo que Voldemort.
Suspirando, o chefe dos intocáveis olhou ao redor para as pilhas de ensaios que seus alunos de Latim haviam entregado e os planos de aula nos quais ele ainda tinha que trabalhar antes de voltar sua atenção novamente para o relatório.
Sua cabeça começava a latejar. Ele sabia que deveria tomar uma boa poção para dor de cabeça, mas não tinha mais nenhuma no seu gabinete e estava com preguiça de ir até as masmorras buscar mais com Snape.
Alguma coisa estava faltando naqueles relatórios. Era como se o elo que ligasse todas as pistas, todos os fatos, estivesse presente, mas tão bem camuflado que não se conseguia fazer com que viesse a tona.
Recorrendo a uma aspirina trouxa que ele tinha guardada numa gaveta para o caso de uma emergência, o líder dos inomináveis voltou ao seu escrutínio, se preparando psicologicamente para mais uma madrugada insone.
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O dia transcorreu lentamente em Hogwarts, com todas as classes funcionando corretamente, exceto a de Animagia e a de Duelos Mágicos. Os professores destas duas classes ainda não haviam sido vistos pelos alunos na escola naquele dia.
Titus estava em sua cabana esculpindo uma flauta em madeira, cuidando bem de cada detalhe como ele sabia que Hagrid teria feito. A cabana estava muito diferente dos tempos de seu primo. Não haviam gaiolas penduradas por todos os lados, já que o Guarda terras tinha construído um pequeno galpão onde ele mantinha todas as gaiolas e outros materiais necessários para lidar com os animais da floresta proibida, além do que ele usava para controlar pragas no castelo e manter a plantação de abóboras crescendo.
Em uma cesta perto de sua cama, um filhote de cão fila dormia. Titus o ganhara de presente da diretora McGonagall para que, quando crescesse, o acompanhasse nas suas incursões pela floresta proibida. McGonagall lhe dissera que ela sentia saudades de ver Canino correndo pelos arredores e resolvera achar um substituto neste filhote de uma espécie brasileira de cães.
O primo de Hagrid lhe agradecera, louco para ver até quer tamanho o filhote iria crescer, pois Canino realmente fora um cão imenso. Claro que ele não chegara aos pés de Fluffy, mas ainda assim era enorme. Seria muito bom ter companhia.
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O jantar daquela noite começou com um clima mais ameno. Muitas das tensões ocorridas na noite anterior haviam sido acalmadas conforme novas fofocas circulavam no corpo estudantil.
Foi neste momento que as portas do grande salão se abriram e o casal mais comentado do dia entrou. Morgan vinha um pouco à frente, puxando a guia anexada a coleira de Sirius. Praticamente todos os olhos no salão, excetuando-se os dos Lupin, se arregalaram a esta cena e um silêncio absoluto reinou. O único ruído que se escutava era o som dos passos dos recém-chegados.
O casal se acomodou à mesa principal e se voltou para encarar todos os presentes. O silêncio reinou até que foi quebrado por uma risada que poucos haviam ouvido até aquele momento. Foi quando todos os olhares se voltaram para o Mestre de Poções Severus Snape, que estava tendo um tempo muito duro tentando controlar suas risadas enquanto olhava para a coleira no pescoço de Sirius.
"Finalmente alguém colocou uma coleira no vira-lata pulguento", Snape conseguiu dizer entre as risadas, antes de levar uma cotovelada nas costelas dada pela esposa.
Foi neste momento em que mais sorrisos se abriram e todos viram Sirius Black ficando mais vermelho que o famoso cabelo Weasley. O animago já ia abrir a boca para retrucar ao Mestre de Poções quando Morgan lhe deu um chute na canela e murmurou.
"Você me prometeu pagar esta penitência por quanto tempo eu quisesse e ignorar todas as provocações. Então trate de se controlar."
Sirius apenas assentiu e baixou a cabeça, procurando se concentrar na sua comida.
Lentamente, todos voltaram a jantar, mas sempre cuidando com o canto dos olhos o beligerante par sentado à mesa principal. Depois que todos haviam terminado, Morgan novamente cutucou Sirius, que se levantou para pedir silêncio, apesar de que isto não foi necessário, pois novamente um silêncio mortal foi ouvido tão logo ele se levantou. Olhando para Minerva McGonagall e Morgan, Sirius pigarreou e falou em voz alta.
"Eu quero, diante de todos, pedir desculpas a Morgan por minhas palavras impensadas de ontem. Tenho que aprender a pensar primeiro antes de falar. E também gostaria de comunicar a todos o meu noivado com a professora Morgan Du Lac e avisar que nosso casamento se realizará dentro do próximo mês, tão logo todos os preparativos possam ser providenciados."
Os alunos se levantaram e começaram a aplaudir tão logo saíram do estado de choque. Vários professores os acompanharam, enquanto outros ainda estavam parados de boca aberta assimilando a novidade: O infame Sirius Black, terror das alunas solteiras nos seus dias de Hogwarts, finalmente fora fisgado.
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Ginny se apressou a sair do salão para falar com Harry. Ele tinha que saber sobre o noivado do padrinho, pois ela apostava que Sirius havia esquecido completamente de avisar o afilhado.
Correndo para seu quarto, ela pegou o pó de flú que permitia a comunicação entre lareiras e o jogou ao fogo, gritando o nome do marido. Pouco depois a cabeça de Harry apareceu no fogo, com o cabelo espalhado para todas as direções, parecendo até ser um pouco grisalho, devido ao talco que lhe cobria a cabeça.
"Dando banho nos garotos?" Perguntou Ginny divertida.
"Sim. Albus achou interessante brincar com o talco, e este sem querer caiu no chão e abriu, deixando a mim e aos dois branquinhos. Acabei de dar banho neles novamente."
Ginny sorriu ao ouvir isto, antes de se lembrar porque chamara o marido.
"Harry, falaste com Sirius hoje?"
"Não. Até tentei chamar os aposentos dele, mas não obtive resposta. Alguma novidade? Ele fez as pazes com Morgan?"
"Bem, acabei de voltar do jantar, onde Sirius apareceu usando uma coleira no pescoço com Morgan segurando a guia. Os dois se sentaram antes de Sirius levantar, pedir perdão a Morgan diante de todos e comunicar o casamento deles."
Harry pareceu surpreso, chocado e um pouco triste ao ouvir isto. Seu padrinho ia casar e havia esquecido completamente de comunicá-lo. Mas, ao mesmo tempo, ele também estava feliz por Sirius. O animago já havia atravessado tantas amarguras na vida, que merecia ser feliz. E ele também era bom com crianças. Isto podia ser provado pela facilidade com a qual ele interagia com os gêmeos Potter e as demais crianças Weasley. Por Merlin, mesmo Remus e Snape já haviam se casado. Sirius merecia toda a felicidade do mundo e Harry decidiu ir no dia seguinte até Hogwarts cumprimentar o padrinho e dar a ele todo o seu apoio.
O casal Potter conversou por mais alguns minutos antes de Ginny terminar a chamada.
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Poppy Pomfrey olhava novamente os resultados dos últimos exames de Thera Lupin. Tudo parecia normal até o momento. A medi-bruxa, juntamente com Severus Snape, haviam feito todos os testes que eles podiam encontrar e imaginar com a profetisa, e todos deram em absolutamente nada. A matrona estava quase se convencendo que o bebê que a jovem Thera esperava era normal, sem um traço da maldição que o pai carregava, mas ela ainda iria continuar atenta.
Àquela tarde, Poppy, Thera, Remus e Severus haviam se reunido por quase duas horas, ignorando o fato que era domingo, enquanto o Mestre de Poções observava todas as reações do lobisomem em sua forma humana à esposa, tentando descobrir se alguma coisa poderia levar a uma pista sobre o bebê. Remus e Thera não haviam sido avisados deste objetivo da reunião, para agirem normalmente. Poppy manteve a atenção do casal desviada para mais alguns feitiços diagnóstico que ela estava realizando. Mas, excetuando-se o fato de Remus parecer antecipar cada vontade da esposa e a cobrir de carinhos, o que era normal, nada pôde ser encontrado.
Ainda assim, Severus e Poppy planejavam passar a noite de lua cheia junto com os Lupin para poderem observar a reação do lobo à gravidez da companheira.
'Isso será interessante...' Pensou Snape.
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O mês passou rápido.
Hogwarts estava em polvorosa devido ao casamento de dois de seus professores cuja data se aproximava.
Sirius enviou corujas aos poucos parentes com quem mantinha relacionamentos com convites para o casamento. Ele lamentou ter que enviar uma coruja para Draco Malfoy, mas como este havia ajudado na batalha final e era filho de sua prima, o animago meio que se viu obrigado a convidá-lo. Claro que ele não se esqueceu dos Tonks, os únicos parentes dos quais ele realmente gostava, mesmo que Nymphadora fosse um 'pouco' estabanada. A jovem era muito divertida.
O animago tivera uma conversa muito séria com seu afilhado no dia seguinte ao qual ele e Morgan comunicaram seu noivado a comunidade de Hogwarts. Os dois acabaram rindo e chorando juntos, não que qualquer um deles admitisse isto depois. A conversa fizera enorme bem a ambos, estreitando ainda mais o relacionamento deles. Assim, Sirius havia convidado Harry e Ginny para representarem sua família na cerimônia, mesmo que alguns Black, como Andrômeda, fossem estar presentes.
E Remus seria seu padrinho. Ele devia isto ao amigo que ele tinha em conta como um irmão. Sirius também sabia que Thera estaria ao lado de Morgan, pois as duas primas eram muito ligadas.
Claro que tudo isto não mudava o fato de que as pernas de Sirius ainda tremiam quando ele pensava em casamento.
Ele, o último maroto solteiro, o maior conquistador de Hogwarts (ignorando o fato que tanto Alfarrabios e Lockhart contabilizavam mais conquistas do que ele), estava pronto a ser, definitivamente, laçado.
O animago ainda tinha dúvidas se o casamento era algo para o qual ele definitivamente estava pronto. E, na sociedade mágica, divórcios não existiam. Casamentos eram cerimônias mágicas, da mesma forma que cerimônias de nomeação de crianças recém-nascidas e adoções, e a magia por trás destas cerimônias não poderia nunca ser desfeita.
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Harry tentou mais uma vez fazer com que seu cabelo ficasse no lugar onde ele havia tentado prendê-lo com gel, mas não estava tendo sucesso. Mesmo que ele tivesse aplicado quase um vidro de gel, o cabelo cismava em ficar apontando para todas as direções. Foi quando uma mão pousou na sua. Se virando, ele encontrou o sorriso luminoso da esposa.
"Deixa que eu faço isto, amor." Falou Ginny, pegando sua varinha e mexendo lentamente o pulso, enquanto sussurrava baixinho. Em poucos segundos, o cabelo Potter passou de 'indomável' para 'quase domado'.
Aquele era o dia do casamento de Sirius e Morgan, e o herdeiro da família Potter se preparava para ver seu padrinho ser unido pelos antigos ritos a Morgan.
"Estou nervoso. Até parece que sou o noivo..." Disse Harry.
Ginny deu uma risada gostosa, antes de terminar de alisar a roupa do marido. Os dois terminaram de se vestir e foram novamente checar as crianças, que seriam deixadas com uma babá naquela noite. Tudo acertado, Harry e Ginny aparataram para Hogwarts.
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Remus Lupin estava tentando fazer com que seu velho amigo se acalmasse. O licantropo já estava pensando em pedir uma poção calmante para Snape se Sirius não parasse de andar de um lado para outro falando sozinho quando o animago se sentou.
"Nunca pensei que eu diria isto, mas estou nervoso, Moony..."
Remus deu um sorriso, antes de se sentar ao lado de seu velho colega de escola.
"Eu conheço a sensação, Padfoot. Já passei por isto, e não tenho nenhum arrependimento. Se bem que eu nunca pensei que, algum dia, fosse ver o velho Padfoot admitir que estava nervoso por alguma coisa, muito menos pelo seu próprio casamento..."
Sirius deu um sorriso amarelo.
"Bem, eu mesmo nunca pensei que estaria nervoso pelo meu próprio casamento, pois pensei que nunca me casaria."
Neste momento Harry entrou no quarto e viu seu padrinho sendo consolado pelo amigo.
"Tudo bem, Sirius?" Ele perguntou.
Sirius fez que sim com a cabeça, enquanto Remus elaborou a resposta.
"Ele apenas está tendo os clássicos sintomas de nervosismo pré-nupcial..."
Harry sentou-se do outro lado do padrinho antes de responder.
"Eu conheço bem estes sintomas."
Os três se calaram tirando conforto da companhia um do outro, antes de ouvirem uma batida à porta os chamando para o início da cerimônia. Os três se levantaram e se entreolharam por alguns segundos.
"Bem, chegou à hora, me desejem sorte, meus amigos. Vocês são minha família."
Harry e Remus se olharam e, como se tivessem combinado, cada um abraçou Sirius por um lado, o confortando e dando forças. Alguns segundos depois, eles se separaram e conduziram Sirius para fora do quarto, em direção ao seu futuro.
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Morgan mais uma vez se olhou no espelho, tentando arrumar seu robe em torno de seu abdômen.
"Estou gorda!" Ela falou exasperada.
Thera se aproximou por trás da prima, antes de segurar as mãos dela e as afastar, para ajeitar o traje.
"Gorda não, querida prima. Tu estás grávida. E a gravidez mal começou a aparecer."
"Isto não muda o fato que minha cintura e barriga estão maiores. Sempre tive tanto orgulho de minhas medidas."
"Depois tudo volta ao normal, Morgan. Agora me deixe terminar de ajeitar as flores em teu cabelo, pois já está na hora de irmos. Assim... Pronto! Sirius não vai saber o que o atingiu quando ele te ver, prima."
"É bom mesmo ele só ter olhos para mim, aquele mulherengo."
Foi quando soou uma batida na porta. Thera olhou para Morgan e sorriu, antes de a conduzir para fora do quarto.
"Eu disse que meu destino estava aqui, querida Morgan. E ele estava mesmo. Fico feliz que tenhas encontrado o teu também. Que tua vida seja longa, próspera e repleta de felicidade, pois não prevejo nenhum mal auguro para este casamento. Que a Deusa te abençoe!"
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A margem do belo lago de Hogwarts começava a mostrar os primeiros sinais de que o outono estava no seu auge. As árvores da floresta proibida mostravam suas folhagens em magníficos tons de vermelho, laranja e amarelo.
Um grande grupo de pessoas se encontrava na margem do lago, formando um círculo, todos com velas nas mãos, felizes que aquela não seria uma noite de vento.
O círculo se abriu quando Sirius, Remus e Harry se aproximaram. O jovem Potter logo se separou dos outros dois para se postar ao lado da esposa, na posição do círculo onde deveriam ficar os parentes do noivo. Remus e o animago se posicionaram perto da alta sacerdotisa do culto da Deusa-Mãe, Nimue Du Champs, que iria abençoar a cerimônia, e de Minerva McGonagall, que iria celebrá-la.
Embora muitos dos habitantes de Avalon estivessem presentes, estes não chegavam nem perto do número que esteve no casamento de Thera e Remus. E Sirius também havia convidado poucas pessoas, apenas alguns velhos membros da Ordem de Fênix e os Weasley. Ambos os noivos queriam uma cerimônia pequena e mais íntima, sem a necessidade da formação de dois círculos rituais em volta dos nubentes.
Foi quando Morgan surgiu à vista de todos, muito linda em um robe vermelho-rubi, com os cabelos pretos adornados com botões de rosas vermelhas, de braços dados com seu pai e com Thera, vestida num belo robe branco que, juntamente com seus cabelos da mesma tonalidade, a faziam parecer flutuar como um anjo.
Remus sentiu uma pontada de desejo ao ver a esposa e murmurou baixinho: "Minha..."
O pai de Morgan a conduziu até o meio do círculo, ao lado de Sírius, onde a entregou ao animago depois de lhe dar um beijo na testa.
Sirius e Morgan se olharam por alguns instantes, ambos bebendo a imagem do outro naquele momento, antes de se darem às mãos e se virarem para Minerva.
"Estamos aqui hoje para celebrarmos a união de duas pessoas que nos deixaram muito ansiosos nos últimos anos com seus logros e brincadeiras. Eu, junto com muitos outros, sempre imaginamos se eles iriam ver a óbvia atração entre eles e terminar com aquele jogo de amor e ódio. E eles descobriram que se amavam, mesmo que esta descoberta não tenha sido feita da forma mais pacífica do mundo. Que o amor deles possa perdurar por toda a eternidade." Com isto, McGonagall assinalou para Sirius que ele poderia começar seus votos.
O animago se voltou para a noiva, tomando-lhe ambas as mãos, antes de dizer.
"Morgan, desde que te conheci, senti algo por ti que eu não sabia definir o que era. Pensei que fosse rivalidade, talvez ciúmes, ou mesmo ódio. Eu nunca fui muito bom em discernir meus sentimentos. Eu me sentia atraído a ti como uma abelha ao mel, mas eu não me dava conta que, simplesmente, eu te amava. O que eu sentia por ti era amor. Eu prometo te amar, respeitar, honrar e ajudar a te proteger por toda a minha vida e além."
Morgan o olhava com olhos arregalados e com um discreto brilho de uma lágrima, antes de começar a pronunciar seus próprios votos.
"Sirius, eu te achei arrogante e convencido desde que te conheci, mas, por algum motivo, tua presença sempre me atraía. Acho que posso contar nos meus dedos às vezes em que concordamos em alguma coisa, pois estas foram muito poucas. E um dia descobri que eu te amava. Eu sempre disse que nunca iria amar alguém, mas foste tu que me fizeste parar de dizer isto. Eu prometo de amar, respeitar, honrar e ouvir por toda a minha vida e pela eternidade."
Muitos presentes estavam surpresos com os votos trocados, mas não falavam nada.
Sirius pegou as alianças com Remus e deslizou a menor e mais delicada no dedo anelar da mão esquerda de Morgan, antes de deixar com que a noiva tomasse a outra aliança e a deslizasse na sua mão. Os dois se entreolharam por alguns segundos antes de trocaram um beijo repleto de amor e desejo.
Quando os noivos quebraram o beijo, os pais de Morgan se aproximaram para darem sua benção ao casal. Pouco depois os Potter fizeram o mesmo, como representantes da família do noivo. Em seguida Remus e Thera, como os padrinhos, os abençoaram. Finalmente, a Dama do Lago pronunciou sua benção ao casal em nome da Grande Deusa.
Então o casal assinou os livros de registros de casamentos do Ministério e de Avalon, cimentando sua união e a tornando indissolúvel, antes de a cerimônia se encerrar com o tradicional apagar das velas e dissolução do círculo, e todos seguiram para a festa no grande salão.
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Sirius e Morgan dançavam nos braços um do outro, na festa de seu casamento, tentando resistir à tensão sexual cada vez mais forte e óbvia entre eles. De vez em quando eles trocavam um beijo que prometia mais quando eles se retirassem.
Os noivos já haviam discutido um pouco durante a festa, como eles sempre faziam sobre tudo. Muitos dos habitantes de Hogwarts estavam felizes que eles não haviam ido além da discussão, chegando na fase dos logros ou mesmo das tapas, pois os dois pareciam estar sempre envolvidos numa briga de tapas e beijos.
Foi quando todos viram a noiva retirar sua varinha, que ninguém sabia que estava com ela, da manga do robe. Todos se prepararam para separar mais uma briga do casal quando a noiva simplesmente fez um movimento com seu pulso que parecia ser o movimento do feitiço de convocação, e murmurou algo que apenas o marido ouviu.
Alguns segundos depois, um objeto veio voando e muitos mergulharam no chão para desviar e o ter colidindo com suas cabeças, antes de chegar nas mãos da noiva. Foi quando aqueles que moravam em Hogwarts reconheceram o objeto como a infame coleira com guia que viram o animago usando no último mês.
Morgan passou a coleira em torno do pescoço do marido e puxou a guia com força, antes de assaltar os lábios no marido num beijo repleto de desejo. Sirius começou a deixar suas mãos vagarem pelo corpo da esposa.
Muitos dos presentes de recuperaram do choque naquele momento. Snape foi um deles, ele olhou para o casal e, pressentindo que as coisas entre eles apenas iriam esquentar a partir daquele momento, falou em voz bem alta.
"Vocês dois, arranjem logo um quarto! Ninguém aqui quer saber o que vocês fazem dentro dele!"
Sirius quebrou o beijo por tempo o suficiente para mandar Snape longe, antes de pegar sua esposa nos braços e a carregar para fora do salão, indo procurar um quarto, deixando muitas pessoas vermelhas no salão.
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Remus olhou o amigo saindo com a esposa nos braços quando sentiu um braço na sua cintura. Ele sabia que o braço pertencia a Thera sem nem ao menos olhar.
"Eles tinham que chamar a atenção, não concorda, amor?"
Thera sorriu antes de encostar sua cabeça nas costas do marido.
"É o jeito deles." Ela simplesmente disse.
Remus se voltou para a esposa e a abraçou, antes de murmurar no ouvido dela.
"Já te disse que tu ficar linda toda de branco?"
A profetisa sorriu, antes de assentir com a cabeça.
Os dois ficaram abraçados por mais um momento antes de se separarem. Remus então colocou o braço da esposa no seu e começou a conduzi-la pelo salão em direção a representação de Avalon. O lobisomem e a esposa se prepararam para irem assumir seus papéis junto aos habitantes da ilha sagrada como a profetisa e seu consorte. Isto era o que era esperado deles e o que foi pedido como condição para a permissão para seu casamento, e eles sempre iriam cumprir tudo o que foi pedido. No dia seguinte eles estariam livres de novo, quando a comitiva partisse, para prosseguirem com suas vidas e aguardarem a chegada de seu filho...
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Bem, chegamos ao final de mais um capítulo de Encontros. Peço a todos perdão pelo atraso, mais minha vida teve contratempos e reviravoltas demais nos últimos meses. Se tudo der certo, logo terei o capítulo onze de Encontros no ar, juntamente com outras histórias, juntamente com a notícia de minha admissão no Mestrado em Administração da UFRGS. Eu já passei na primeira e mais difícil fase, a prova da Anpad, onde consegui obter a pontuação necessária. Agora tenho mais duas fases pela frente.
Como faz tempo que eu não escrevia e tive problemas com o meu computador e com um amigo do alheio, perdi todas as minhas notas sobre Encontros, Reencontros e os capítulos extra, além de todo o meu material rascunhado para que eu não me perdesse com o enredo, portanto, qualquer discrepância entre este capítulo e outros, peço que me avisem para que eu possa corrigir.
Obrigada pelas revisões!
E muito obrigada a Simone por ser tão boa beta reader. Valeu, guria!
Fabi
E até o capítulo onze de Encontros, que tem o título provisório de 'Será que ele é....'
