Orquídeas e Esmeraldas
by KittyBlue
Capitulo 1
O Reino de Orchidee amanheceu acordando comerciantes e viajantes. As pessoas preparavam-se para começar o seu dia, correndo de um lado para o outro. Havias uns quantos que apenas passeavam tentando encontrar no meio daquela confusão toda um sitio onde pertencer...
Uma rapariga parou no meio do mercado, que ainda estava a ser montado, e ficou ali a olhar em redor. Imediatamente algum a abraçou e apesar de ela ter tremido por uns instantes, imediatamente se deixou envolver no abraço. A pessoa que a tentava confortar dizia-lhe palavras carinhosas para a fazer continuar mas o sorriso característico dela não regressou à sua face.
- Aya-chan? Que foi? – perguntou ele afastando os seus braços dela e dando a volta para a encarar.
- Eu tenho medo, Ran. E se fizemos mal em fugir.. eles podem não ser..... eles vão ficar preocupados connosco.. sabes disso não sabes, irmão?
- Claro que sim! Mas foste tu que quiseste fazer isto em primeiro lugar, lembraste? Estás arrependida?
- Não é isso Ran! Apenas.. estou assustada.. – com uma mão ele afastou alguns fios de cabelo negro que teimavam em esconder o rosto dela. Ele olhou seriamente nos olhos azuis dela e tentou sorrir para que ela percebe- se que tudo ia ficar bem.. ainda que ele próprio não o achasse.
- Não precisavas fazer isto por mim, Ran..
- Fazer o quê? Tu és a única pessoa que tenho neste mundo, achas que eu te deixaria fazer isto sozinha?? Nem pensar!
- Mas Ran, tu tens o Mamoru! Eu sei que estavas cada vez mais a apegar-te a ele!
- E eu tenho-te a ti! Nada nem ninguém me importa mais do que tu!
Ela sorriu tristemente e abraçou-o fortemente. Ele tentou depositar naquele gesto todos os seus sentimentos, toda a confiança que ele tinha em si mesmo e nela. Ela afastou-se alguns minutos depois e com um sorriso, que pertencia à irmã que ele tanto adorava, olhou em redor.
- Que fazemos agora, Ran? Sabes pelo menos onde estamos??
Ele seguiu o olhar dela pelo mercado, tentando lembrar-se de alguma coisa para responder.. se pelo menos se lembrasse do nome de algum sitio onde pudesse informar-se, mas na verdade Orchidee era um reino grandioso e muito belo, que infelizmente ele não conhecia muito bem.
- Oniisan [1] .. podemos tentar encontrar o Nagi.. ele pode ajudar-nos....
Ele voltou a olhar para ela e riu-se. – Tu não queres é que ele saiba que fugimos e fique todo preocupado.. mas essa é uma boa ideia, maninha!
- Ele costuma estar perto do inn da cidade! Podemos dar uma volta e procura- lo pelo parque e pelos cafés, assim até ficamos a conhecer melhor a cidade. Que achas?? – perguntou ela animada de repente.
- Uma boa ideia! – respondeu ele beijando-a na testa, e os dois continuaram a seguir o seu caminho naquela rua, a algum lado os dois iriam ter..
+-+-+
Nagi olhou em redor e depois de ter a certeza que ninguém estava a olhar usou o seu poder telecinético para mandar uma data de livros para cima de um homem de cabelos compridos um pouco mais à frente dele. O homem desviou- se e voltou-se olhando seriamente para ele.
- Nagikins!! Eu leio os teus pensamentos lembraste?! Por isso não tentes novamente fazer-me algo do tipo! Se voltares... eu digo ao Bradley! – disse um homem de cabelos cor de fogo sorrindo perigosamente.
- Mas Schuldich!! Eu estava apenas a tentar que pagasses pelo que fizeste há pouco! Tu foste mesmo muito mau! Além do Brad ter ficado chateado, chateaste também o Jei!
- Problema meu e deles! Ai de ti se te apanho novamente a pensar em me mandar coisas para cima! – gritou Schuldich voltando-se e continuando a andar.
Nagi parou por segundos pensativo. Ao olhar para uma obra que estava no meio da rua, que deveria acabar por resultar na reformação de uma nova confeiteira, ele usou o seu poder num saco de cimento, mas quando Schuldich parou novamente ele desistiu de tentar surpreender o telepata.
- Wow! – disse o homem de cabelos compridos de repente, a sua expressão era sem dúvida de pura admiração, o que deixou Nagi confuso e ao mesmo tempo curioso.
Nagi chegou-se à frente para ver o que tinha deixado o telepata daquele jeito e sorriu ao ver duas pessoas que conhecia e de quem tinha muitas saudades. A rapariga que andava de mão dada com o irmão parou a meio do lento passeio e soltando-se correu para abraçar Nagi.
- Aya!! Tinha tantas saudades tuas! Pensei que nunca mais te via!!
Ran aproximou-se e ficou a olhar para os dois amigos, completamente indiferente ao olhar esfomeado de Schuldich. Quando o alemão percebeu que estava a ser ignorado, lembrou-se de se apresentar ao lindo rapaz parado uns metros à sua frente.
- Que achas de deixarmos as crianças em paz e dar-mos uma volta.. só nos dois. – propôs Schuldich com um sorriso sedutor, aproximando-se e tocando de leve a cintura do outro jovem.
- O quê?? – Ran viu-se frente a frente com um ruivo de cabelos compridos, os olhos safira mais lindos que já tinha visto fixavam-se nele e só por isso Ran embaraçado corou.
- Perguntei que queres ir dar um passeio comigo? – Schuldich continuou a caricia que a sua mão fazia na cintura do ruivo, descendo um pouco pelas calças... até Nagi propositadamente lhe mandar um saco de cimento para cima.
Aya e Nagi começaram a rir à gargalhada, enquanto Schuldich furioso voltava- se para o diabrete pronto a transformar o seu cérebro em papa. Ran tentou controlar o riso mas logo deu por si a rir também.
Schuldich parou no seu plano de vingança ao ouvir Ran a rir. Ele voltou-se espantado para ele e sorriu ao vê-lo a rir. Se havia algo mais lindo do que ele a corar era sem dúvida a visão dele a rir. Ele fixou o jovem com mais atenção, prestando atenção não só aos seus curtos cabelos vermelhos brilhantes, mas também ao olhos violetas, que pareciam duas ametistas...
- Acabaste de te tornar a minha Orchidee... – disse Schuldich sorrindo para Ran.
O ruivo parou de rir e só a sua expressão dizia que não tinha percebido o que o outro tinha dito.
- Ele está a dizer que és a orquídea dele! é em alemão! Schuldich quantas vezes já te disse para mudares as tuas linhas de engate?! – disse Nagi num tom divertido. – E nada de seduzir amigos meus! Ele é um grande amigo e por isso.. está fora do teu alcance..
Nagi intrometeu-se novamente, fazendo Schuldich pensar se não deveria ter matado o rapaz há alguns anos atrás, de certeza que isso o teria livrado de muitas dores de cabeça e claro.. de muitas interrupções. O alemão preparava- se para responder quando Nagi decidiu continuar.
- E eu acho que o Ran não está interessado no teu galanteio?
- No meu Quê?!?
- Esquece Schuldich! És muito inculto, meu deus!! Deixa apenas o Ran em paz.
Schuldich olhou para Ran que lhe sorriu docemente, mas num intuito de lhe dizer que realmente o rapaz tinha razão e ele não estava interessado nele num contexto sexual. O homem de cabelos compridos suspirou, enquanto pensava o quando estava cada vez mais difícil encontrar um parceiro voluntário...
- Desculpa Schuldich, mas até tu sabes quando desistir.. – disse Nagi por fim.
- Acho que sim... suponho.... – respondeu Schuldich. – Mas por não sermos mais que amigos isso não quer dizer que eu deixe de poder vê-lo como a minha orchidee! – Schuldich sorriu para Ran.
Nagi sorriu para Aya e depois para Ran.
- Esquece-o Ran. Agora vamos é para casa! Quero saber o que se passa e porque vocês estão aqui! – afirmou Nagi contente abraçando Aya e guiando-os para onde poderiam falar mais à vontade.
Ran e Aya contaram a Schuldich e Nagi que tinham fugido de casa para procurarem os restantes sobreviventes de uma família de sobrenome Fujimiya, sem adiantar mais informações os dois irmãos apenas disseram isso, muitas vezes repetindo que só desistiriam dessa "missão" caso não houvesse hipóteses de encontrar ninguém, ou seja, que não houvesse mais descendentes dessa família.
+---mais-tarde-noutro-sitio--+
Ela entrou com cuidado no quarto para não acordar os ocupantes, e tentando controlar a sua furia e raiva aproximou-se do centro do quarto. Na cama dois corpos agarrados um ao outro. Ela deixou a tristeza possui-la durante alguns segundos, até olhar novamente para a cama e fixar o homem de cabelos loiros.
- Yohji!!! Como podes fazer-me isto??! – gritou ela, aproximando-se e agarrando numa almofada batendo-lhe com toda a força que ela tinha.
O loiro acordou rapidamente, a sua companheira ao ouvir os gritos levantou- se e agarrando as suas roupas saiu a correr. Yohji Kudoh sentou-se na cama, e tentando acalmar-se agarrou a almofada que ainda tentava toca-lo e lançou o seu olhar mais cruel à outra mulher.
- Yohji... como... – ela deixou as lágrimas correr.
- Como o quê, Asuka? Diz-me! Tu lembraste de eu ter tentado tudo para isto dar certo, não te lembras??
- Mas-
- Mas nada! Estás em minha casa e eu deixei-te ficar por seres uma velha amiga, nada mais! Se apenas estás aqui para me fazer arrepender disso a todo o momento.. talvez seja melhor ires embora.
Asuka limpou os olhos e olhou seriamente para ele. Por incrivel que parecesse ela sabia que ele falava a sério. Talvez ela tivesse exagerado.. novamente.... mas ele tinha de entender a posição dela.. Ela amava-o e muito. Ela não tinha culpa que ele fosse um insensivel e que se deitasse com todas as mulheres do reino.. Ela baixou a cabeça, pensativa.
- Desculpa Yohji.
- Chega de desculpas, Asuka. Tens de te decidir.. eu ficas ou vais.. Espero que entendas que eu não te estou a mandar embora, apenas estou a dar-te a minha opinião.. eu adoro-te e muito.
- Não parece.
- Mas adoro. Não tenho culpa que aquilo que sinta por ti não seja suficiente. Devias conhecer-me melhor do que isto, Asuka...
- Tu disseste que me amavas.. e depois..... e elas?! Yohji! Parece que fazes de proposito para me magoar! – ela pausou para olhar para ele. – Eu.. talvez tenhas razao.. vou viver novamente com as minhas irmas..
- Asuka.. se quiseres fica.. apenas tem..... – ele calou-se tanto pensar bem no que lhe deveria dizer.
- Tenho de ter o quê, Yohji?! Paciencia?! Achas que eu consigo ver-te aos beijos com qualquer uma e saber que tu dizes que me amas tantas vezes como o dizes a elas?!
- Não é nada disso! – ele levantou-se, indiferente ao ar embaraçado dela por o ver completamente nu, ele andou pelo quarto recolhendo a sua roupa e vestindo-se calmamente. Quando ele estava vestido voltou-se novamente para ela. – Eu quero apenas que entendas.. eu adoro-te, talvez até te ame, mas neste momento isso não é o suficiente para mim.. eu preciso de alguém que me ame e não o esconda de todos! Eu quero alguém que me dedique a sua vida inteira.. eu quero um amor real e verdadeiro. E nós não temos isso.. até tu tens de o admitir.
Ela levou as mãos ao rosto para limpar novamente as lágrimas que caiam. Ele aproximou-se e abraçou-a. Asuka não negou o abraço, pelo contrário, ela abraçou-o com força como se fosse a última vez.
- Desculpa Asuka.. – sussurrou ele.
- Porquê, Yohji.. a culpa é toda minha.. – respondeu ela entre soluços.
- Desculpa por isto não ter dado certo e desculpa por eu não me conseguir controlar o suficiente perto de ti.. desculpa por eu ser um playboy e.. Desculpa por eu não te amar.
- Oh Yohji... – o choro intensificou-se e o loiro afastou-se para olhar para ela.
Yohji nunca tinha amado ninguem como a amava e no seu interior ele tinha medo de nunca mais voltar a amar assim, mas ele sentia que o que havia entre eles não era forte o suficiente. Ele precisava dela.. mas ele iria deixa-la partir, pois nunca nenhum dos dois seria feliz se os dois continuassem a magoar-se assim.
- Vai Asuka e eu espero que encontres alguém que te mereça.. e que te ame ainda mais do que eu.
Ela limpou os olhos e com um sorriso aproximou-se dele, dando-lhe um beijo no rosto.
- Desejo o mesmo para ti, Yohji... e nada de deixares o inn ir à falencia por eu não estar aqui para te puxar as orelhas!! – ela perdeu o sorriso e passou por ele para chegar à porta. – Boa sorte Yohji.. – disse ela antes de sair do quarto.
Yohji sentou-se na cama pensativo, a tristeza era algo que naquele momento se acumulava, mas ele sabia que com o tempo tudo ia melhorar. Ambos tinham toda uma vida pela frente e Yohji, pelo menos, sabia que existia alguém neste mundo para ele.
~*~*~
Notas de autor:
1 = irmao mais velho
Capitulo 1
O Reino de Orchidee amanheceu acordando comerciantes e viajantes. As pessoas preparavam-se para começar o seu dia, correndo de um lado para o outro. Havias uns quantos que apenas passeavam tentando encontrar no meio daquela confusão toda um sitio onde pertencer...
Uma rapariga parou no meio do mercado, que ainda estava a ser montado, e ficou ali a olhar em redor. Imediatamente algum a abraçou e apesar de ela ter tremido por uns instantes, imediatamente se deixou envolver no abraço. A pessoa que a tentava confortar dizia-lhe palavras carinhosas para a fazer continuar mas o sorriso característico dela não regressou à sua face.
- Aya-chan? Que foi? – perguntou ele afastando os seus braços dela e dando a volta para a encarar.
- Eu tenho medo, Ran. E se fizemos mal em fugir.. eles podem não ser..... eles vão ficar preocupados connosco.. sabes disso não sabes, irmão?
- Claro que sim! Mas foste tu que quiseste fazer isto em primeiro lugar, lembraste? Estás arrependida?
- Não é isso Ran! Apenas.. estou assustada.. – com uma mão ele afastou alguns fios de cabelo negro que teimavam em esconder o rosto dela. Ele olhou seriamente nos olhos azuis dela e tentou sorrir para que ela percebe- se que tudo ia ficar bem.. ainda que ele próprio não o achasse.
- Não precisavas fazer isto por mim, Ran..
- Fazer o quê? Tu és a única pessoa que tenho neste mundo, achas que eu te deixaria fazer isto sozinha?? Nem pensar!
- Mas Ran, tu tens o Mamoru! Eu sei que estavas cada vez mais a apegar-te a ele!
- E eu tenho-te a ti! Nada nem ninguém me importa mais do que tu!
Ela sorriu tristemente e abraçou-o fortemente. Ele tentou depositar naquele gesto todos os seus sentimentos, toda a confiança que ele tinha em si mesmo e nela. Ela afastou-se alguns minutos depois e com um sorriso, que pertencia à irmã que ele tanto adorava, olhou em redor.
- Que fazemos agora, Ran? Sabes pelo menos onde estamos??
Ele seguiu o olhar dela pelo mercado, tentando lembrar-se de alguma coisa para responder.. se pelo menos se lembrasse do nome de algum sitio onde pudesse informar-se, mas na verdade Orchidee era um reino grandioso e muito belo, que infelizmente ele não conhecia muito bem.
- Oniisan [1] .. podemos tentar encontrar o Nagi.. ele pode ajudar-nos....
Ele voltou a olhar para ela e riu-se. – Tu não queres é que ele saiba que fugimos e fique todo preocupado.. mas essa é uma boa ideia, maninha!
- Ele costuma estar perto do inn da cidade! Podemos dar uma volta e procura- lo pelo parque e pelos cafés, assim até ficamos a conhecer melhor a cidade. Que achas?? – perguntou ela animada de repente.
- Uma boa ideia! – respondeu ele beijando-a na testa, e os dois continuaram a seguir o seu caminho naquela rua, a algum lado os dois iriam ter..
+-+-+
Nagi olhou em redor e depois de ter a certeza que ninguém estava a olhar usou o seu poder telecinético para mandar uma data de livros para cima de um homem de cabelos compridos um pouco mais à frente dele. O homem desviou- se e voltou-se olhando seriamente para ele.
- Nagikins!! Eu leio os teus pensamentos lembraste?! Por isso não tentes novamente fazer-me algo do tipo! Se voltares... eu digo ao Bradley! – disse um homem de cabelos cor de fogo sorrindo perigosamente.
- Mas Schuldich!! Eu estava apenas a tentar que pagasses pelo que fizeste há pouco! Tu foste mesmo muito mau! Além do Brad ter ficado chateado, chateaste também o Jei!
- Problema meu e deles! Ai de ti se te apanho novamente a pensar em me mandar coisas para cima! – gritou Schuldich voltando-se e continuando a andar.
Nagi parou por segundos pensativo. Ao olhar para uma obra que estava no meio da rua, que deveria acabar por resultar na reformação de uma nova confeiteira, ele usou o seu poder num saco de cimento, mas quando Schuldich parou novamente ele desistiu de tentar surpreender o telepata.
- Wow! – disse o homem de cabelos compridos de repente, a sua expressão era sem dúvida de pura admiração, o que deixou Nagi confuso e ao mesmo tempo curioso.
Nagi chegou-se à frente para ver o que tinha deixado o telepata daquele jeito e sorriu ao ver duas pessoas que conhecia e de quem tinha muitas saudades. A rapariga que andava de mão dada com o irmão parou a meio do lento passeio e soltando-se correu para abraçar Nagi.
- Aya!! Tinha tantas saudades tuas! Pensei que nunca mais te via!!
Ran aproximou-se e ficou a olhar para os dois amigos, completamente indiferente ao olhar esfomeado de Schuldich. Quando o alemão percebeu que estava a ser ignorado, lembrou-se de se apresentar ao lindo rapaz parado uns metros à sua frente.
- Que achas de deixarmos as crianças em paz e dar-mos uma volta.. só nos dois. – propôs Schuldich com um sorriso sedutor, aproximando-se e tocando de leve a cintura do outro jovem.
- O quê?? – Ran viu-se frente a frente com um ruivo de cabelos compridos, os olhos safira mais lindos que já tinha visto fixavam-se nele e só por isso Ran embaraçado corou.
- Perguntei que queres ir dar um passeio comigo? – Schuldich continuou a caricia que a sua mão fazia na cintura do ruivo, descendo um pouco pelas calças... até Nagi propositadamente lhe mandar um saco de cimento para cima.
Aya e Nagi começaram a rir à gargalhada, enquanto Schuldich furioso voltava- se para o diabrete pronto a transformar o seu cérebro em papa. Ran tentou controlar o riso mas logo deu por si a rir também.
Schuldich parou no seu plano de vingança ao ouvir Ran a rir. Ele voltou-se espantado para ele e sorriu ao vê-lo a rir. Se havia algo mais lindo do que ele a corar era sem dúvida a visão dele a rir. Ele fixou o jovem com mais atenção, prestando atenção não só aos seus curtos cabelos vermelhos brilhantes, mas também ao olhos violetas, que pareciam duas ametistas...
- Acabaste de te tornar a minha Orchidee... – disse Schuldich sorrindo para Ran.
O ruivo parou de rir e só a sua expressão dizia que não tinha percebido o que o outro tinha dito.
- Ele está a dizer que és a orquídea dele! é em alemão! Schuldich quantas vezes já te disse para mudares as tuas linhas de engate?! – disse Nagi num tom divertido. – E nada de seduzir amigos meus! Ele é um grande amigo e por isso.. está fora do teu alcance..
Nagi intrometeu-se novamente, fazendo Schuldich pensar se não deveria ter matado o rapaz há alguns anos atrás, de certeza que isso o teria livrado de muitas dores de cabeça e claro.. de muitas interrupções. O alemão preparava- se para responder quando Nagi decidiu continuar.
- E eu acho que o Ran não está interessado no teu galanteio?
- No meu Quê?!?
- Esquece Schuldich! És muito inculto, meu deus!! Deixa apenas o Ran em paz.
Schuldich olhou para Ran que lhe sorriu docemente, mas num intuito de lhe dizer que realmente o rapaz tinha razão e ele não estava interessado nele num contexto sexual. O homem de cabelos compridos suspirou, enquanto pensava o quando estava cada vez mais difícil encontrar um parceiro voluntário...
- Desculpa Schuldich, mas até tu sabes quando desistir.. – disse Nagi por fim.
- Acho que sim... suponho.... – respondeu Schuldich. – Mas por não sermos mais que amigos isso não quer dizer que eu deixe de poder vê-lo como a minha orchidee! – Schuldich sorriu para Ran.
Nagi sorriu para Aya e depois para Ran.
- Esquece-o Ran. Agora vamos é para casa! Quero saber o que se passa e porque vocês estão aqui! – afirmou Nagi contente abraçando Aya e guiando-os para onde poderiam falar mais à vontade.
Ran e Aya contaram a Schuldich e Nagi que tinham fugido de casa para procurarem os restantes sobreviventes de uma família de sobrenome Fujimiya, sem adiantar mais informações os dois irmãos apenas disseram isso, muitas vezes repetindo que só desistiriam dessa "missão" caso não houvesse hipóteses de encontrar ninguém, ou seja, que não houvesse mais descendentes dessa família.
+---mais-tarde-noutro-sitio--+
Ela entrou com cuidado no quarto para não acordar os ocupantes, e tentando controlar a sua furia e raiva aproximou-se do centro do quarto. Na cama dois corpos agarrados um ao outro. Ela deixou a tristeza possui-la durante alguns segundos, até olhar novamente para a cama e fixar o homem de cabelos loiros.
- Yohji!!! Como podes fazer-me isto??! – gritou ela, aproximando-se e agarrando numa almofada batendo-lhe com toda a força que ela tinha.
O loiro acordou rapidamente, a sua companheira ao ouvir os gritos levantou- se e agarrando as suas roupas saiu a correr. Yohji Kudoh sentou-se na cama, e tentando acalmar-se agarrou a almofada que ainda tentava toca-lo e lançou o seu olhar mais cruel à outra mulher.
- Yohji... como... – ela deixou as lágrimas correr.
- Como o quê, Asuka? Diz-me! Tu lembraste de eu ter tentado tudo para isto dar certo, não te lembras??
- Mas-
- Mas nada! Estás em minha casa e eu deixei-te ficar por seres uma velha amiga, nada mais! Se apenas estás aqui para me fazer arrepender disso a todo o momento.. talvez seja melhor ires embora.
Asuka limpou os olhos e olhou seriamente para ele. Por incrivel que parecesse ela sabia que ele falava a sério. Talvez ela tivesse exagerado.. novamente.... mas ele tinha de entender a posição dela.. Ela amava-o e muito. Ela não tinha culpa que ele fosse um insensivel e que se deitasse com todas as mulheres do reino.. Ela baixou a cabeça, pensativa.
- Desculpa Yohji.
- Chega de desculpas, Asuka. Tens de te decidir.. eu ficas ou vais.. Espero que entendas que eu não te estou a mandar embora, apenas estou a dar-te a minha opinião.. eu adoro-te e muito.
- Não parece.
- Mas adoro. Não tenho culpa que aquilo que sinta por ti não seja suficiente. Devias conhecer-me melhor do que isto, Asuka...
- Tu disseste que me amavas.. e depois..... e elas?! Yohji! Parece que fazes de proposito para me magoar! – ela pausou para olhar para ele. – Eu.. talvez tenhas razao.. vou viver novamente com as minhas irmas..
- Asuka.. se quiseres fica.. apenas tem..... – ele calou-se tanto pensar bem no que lhe deveria dizer.
- Tenho de ter o quê, Yohji?! Paciencia?! Achas que eu consigo ver-te aos beijos com qualquer uma e saber que tu dizes que me amas tantas vezes como o dizes a elas?!
- Não é nada disso! – ele levantou-se, indiferente ao ar embaraçado dela por o ver completamente nu, ele andou pelo quarto recolhendo a sua roupa e vestindo-se calmamente. Quando ele estava vestido voltou-se novamente para ela. – Eu quero apenas que entendas.. eu adoro-te, talvez até te ame, mas neste momento isso não é o suficiente para mim.. eu preciso de alguém que me ame e não o esconda de todos! Eu quero alguém que me dedique a sua vida inteira.. eu quero um amor real e verdadeiro. E nós não temos isso.. até tu tens de o admitir.
Ela levou as mãos ao rosto para limpar novamente as lágrimas que caiam. Ele aproximou-se e abraçou-a. Asuka não negou o abraço, pelo contrário, ela abraçou-o com força como se fosse a última vez.
- Desculpa Asuka.. – sussurrou ele.
- Porquê, Yohji.. a culpa é toda minha.. – respondeu ela entre soluços.
- Desculpa por isto não ter dado certo e desculpa por eu não me conseguir controlar o suficiente perto de ti.. desculpa por eu ser um playboy e.. Desculpa por eu não te amar.
- Oh Yohji... – o choro intensificou-se e o loiro afastou-se para olhar para ela.
Yohji nunca tinha amado ninguem como a amava e no seu interior ele tinha medo de nunca mais voltar a amar assim, mas ele sentia que o que havia entre eles não era forte o suficiente. Ele precisava dela.. mas ele iria deixa-la partir, pois nunca nenhum dos dois seria feliz se os dois continuassem a magoar-se assim.
- Vai Asuka e eu espero que encontres alguém que te mereça.. e que te ame ainda mais do que eu.
Ela limpou os olhos e com um sorriso aproximou-se dele, dando-lhe um beijo no rosto.
- Desejo o mesmo para ti, Yohji... e nada de deixares o inn ir à falencia por eu não estar aqui para te puxar as orelhas!! – ela perdeu o sorriso e passou por ele para chegar à porta. – Boa sorte Yohji.. – disse ela antes de sair do quarto.
Yohji sentou-se na cama pensativo, a tristeza era algo que naquele momento se acumulava, mas ele sabia que com o tempo tudo ia melhorar. Ambos tinham toda uma vida pela frente e Yohji, pelo menos, sabia que existia alguém neste mundo para ele.
~*~*~
Notas de autor:
1 = irmao mais velho
