Título: O Conselho
Parte: 4/6
Autora: Berta Prugger
Casais: 1x2x1; menções de 1xR e 3x4.
Classificação: 13 anos
Resumo: Relena pede Heero em casamento de repente. Confuso, ele corre para Dr. J em busca de um conselho, que o acaba mandando conversar com um certo piloto...
Retratação: Gundam W e seus personagens não me pertencem! Se eles fossem meus, eu seria uma garotinha muito feliz, mas como não são... Ai ai...
Avisos:Esse fic é YAOI, assim como em romance homossexual. Se vocês não gostam, por favor não leiam. Fora isso, nada de extrafenomenal. Eu não repugno a Relena, então eu não vou caracterizá-la como a garota neurótica na qual muitos a transformam... (Mas eu confesso que concordo que ela não é mentalmente estável, principalmente nos primeiros episódios... =X Mas, no final, ela amadurece, então...)
O Conselho
Apesar de já ser umas nove e meia da noite, Dr. J ainda estava no laboratório de seu amigo examinando e terminando algumas experiências que ele havia organizado já há algum tempo. Ele estava na Terra no momento, viera há algum tempo para realizar alguns experimentos físicos que não conseguira testar na colônia por um motivo que ele desconhecia, e que ele estava tentando descobrir em sua estadia no planeta. Ele havia pedido para não ser interrompido, por isso ficou muito irritado quando escutou o intercomunicador tocando na parede. Ele foi irritado até ele e atendeu.
- O que é, Srta. Amaro, eu acho que deixei bem claro que não queria interrupções. - ele exclamou irritado assim que o rosto da secretária do laboratório apareceu na telinha do aparelho.
- Perdoe-me Dr. J, mas tem um adolescente aqui fora querendo falar com o senhor. Eu tentei falar que o senhor estava ocupado, mas ele disse que é urgente... E eu já o vi com o senhor, se eu não me engano seu nome era Yuy, e ele parece um pouco nervoso. - explicou rapidamente a secretária, um tom de temor na sua voz.
- Deixe-o entrar então. - ele respondeu e desligou o intercomunicador. Franziu o cenho, e murmurou preocupado: - O que Heero está fazendo aqui a essa hora da noite? O que será tão urgente? - pouco depois que terminou essa frase, a porta do laboratório se abriu e entrou um garoto aparentemente um pouco incomodado com algo, mas J, que conseguia ver um pouco através das máscaras de seu protegido, conseguia ver que Heero estava bem mais do que pouco perturbado.
- Heero? O que aconteceu, precisa de algo? - ele perguntou no que poderia ter sido um tom gentil, e o adolescente à sua frente o avaliou com os olhos, como se estivesse se arrependendo de ter vindo até o cientista.
- Hmm... É que... - Heero se calou, e os dois ficaram em silêncio por um tempo. Percebendo que o garoto não iria falar nada sem um incentivo, o cientista o fez sentar e pediu duas xícaras de chá para a secretária, que as trouxe prontamente. Depois que o adolescente hesitantemente tomou um gole, Dr. J voltou a começar o assunto.
- Heero, você está perturbado com algo. O que aconteceu? - ele perguntou em um tom paternal, e Heero olhou para o chão encabulado.
- Relena... Ela me pediu em casamento. - J olhou surpreso para seu protegido.
- A Srta. Peacecraft? O pediu em casamento? Mas ambos ainda são tão jovens! O que você respondeu, Heero? - o cientista fez a última pergunta com um tom urgente na voz. Não estava gostando nada disso. Heero percebeu o tom urgente e respondeu prontamente.
- Nada ainda, eu falei que precisava pensar e deixei ela sozinha, saí correndo do parque e vim direto para cá... - só agora, enquanto contava, ele percebeu o que havia feito. Todo o sangue drenou de sua face e ele levantou de supetão, deixando a xícara cair na mesa e quase quebrar. - Eu a deixei sozinha no parque a essa hora da noite! O que eu fiz?! - ele se preparou para voltar correndo, mas seu tutor o segurou pelo braço.
- Esqueça isso agora, meu rapaz, com certeza ela já voltou para casa. Você não viria para cá tão perdido e confuso se não precisasse conversar. Diga-me o que você precisa. - o adolescente, a esse ponto, ficou com as bochechas vermelhas.
- É que... Eu não sei o que responder... O que eu deveria...? - ele murmurou de cabeça baixa. J usou sua mão metálica para erguer o rosto do garoto, e nem por um segundo o metal frio perturbou a Heero.
- Meu rapaz... O que você quer fazer? - o tom paternal voltou, e Heero ficou um pouco mais vermelho, deixando o sentimento indeciso e confuso tomar um pouco de sua expressão corporal.
- Eu... Eu não sei. Eu gosto dela, mas... Eu tenho medo. E eu não acho que queria ela, eu queria... - o japonês deixou sua frase em aberto, incapaz de continuar.
- ...Maxwell? - o cientista completou, sorrindo quando Heero lhe lançou um olhar surpreso. - De alguma maneira eu sabia disso. Aquele garoto é muito parecido com você, eu achei que vocês iriam acabar desenvolvendo algo especial entre si, se não uma forte amizade, porque não o amor? - o adolescente voltou seu olhar para o chão novamente, desconfortável.
- Isso é errado, não é? Querer Duo...
- Não, rapaz, nem um pouco. Vocês dois se entendem bem, é normal que isso aconteça.
- Mas... Eu deveria me casar com Relena? Ela não vai ficar triste se eu disser não? Eu gosto muito da Relena, me sentiria horrível se a fizesse chorar. - J suspirou e olhou Heero nos olhos.
- Heero, você ficaria triste se partisse o coração de Maxwell? - Dr. J perguntou, então prosseguiu assim que Heero acenou que sim com a cabeça. - É isso o que vai acontecer se você se casar com a Srta. Peacecraft. Maxwell ama você. Eu sei, G comentou isso comigo há algum tempo. - Heero olhou com os olhos arregalados para J.
- Mas... - começou ele discrente, mas um olhar de seu tutor o calou.
- Seja qual for a resposta que você dê à Srta. Peacecraft, você irá partir o coração de alguém, rapaz. O que resta saber é, você sofreria mais se visse qual dos dois de coração partido?
- Duo. - Heero respondeu sem hesitar, mas assim que percebeu esse lapso, tentou justificar. - Quer dizer, ele já sofreu tanto, eu não queria fazê-lo sofrer mais. E é sempre ele que levanta o humor de todos, se ele estiver triste... - J o interrompeu novamente, encostando sua mão metálica nos lábios do jovem.
- Se você quer um conselho, meu rapaz, eu lhe darei. Vá até a Srta. Peacecraft e responda que não quer se casar com ela. Depois, vá até Maxwell e diga que gosta dele. Assim você será feliz, Heero, tenho certeza. Você e Peacecraft não combinam tão bem quanto você e Maxwell. - o cientista disse com um sorriso para o protegido, e Heero olhou para ele com insegurança.
- Mas... e se Duo não gostar de mim? E se eu terminar sozinho?
- Se você tem medo disso, rapaz, fale com o garoto primeiro. Se ele não o aceitar, case-se com a menina. Mas fale com ele primeiro. Se, na hora, você não conseguir falar que gosta dele com palavras, beije-o. Esse é o método mais velho e eficiente. - Dr. J concluiu com um grande sorriso, e Heero o abraçou. Desajeitadamente, J o abraçou de volta. - Você mudou tanto desde que o encontrou, Heero. Você está finalmente superando seus medos... - os dois se separaram e trocaram sorrisos, então o cientista empurrou o adolescente levemente em direção à porta. - Agora, vá! Vá atrás de Maxwell e me deixe terminar o meu trabalho. - Heero acenou com a cabeça e partiu em direção à porta, mas foi interrompido por uma voz antes de sair. - Se precisar de mim, pode vir aqui novamente. E, depois que você resolver toda essa bagunça, conte-me como tudo terminou, está bem? - o japonês acenou com a cabeça em resposta, então saiu, fechando a porta atrás de si.
A volta para casa foi quase que afundada em pensamentos, mas Heero sentiu uma tristeza se espalhar por seu sangue quando, em seu caminho, passou pelo parque onde, mais cedo, havia deixado Relena sozinha. Seria mesmo certo trocá-la por Duo? Ele hesitou por um momento ali, mas então se lembrou da conversa que acabara de ter com seu tutor. Ele imaginou uma Relena triste, e o que sentiu ele poderia descrever como tristeza e dó. Porém, quando ele tentou imaginar Duo triste, todos os pêlos de seu corpo se arrepiaram e ele sentiu o seu coração doer em seu peito. Depois disso, ele tomou uma decisão. Respirou fundo e caminhou com passos rápidos e certos em direção à casa onde os pilotos estavam. Ele sabia que Duo ficava de mal-humor durante a noite (comparável ao seu pelas manhãs), mas mesmo assim estava disposto a acordá-lo e levar em diante o conselho de seu tutor agora mesmo.
