Título: O Conselho
Parte: Epílogo 6/6
Autora: Berta Prugger
Casais: 1x2x1; menções de 1xR e 3x4.
Classificação: 13 anos
Resumo: Relena pede Heero em casamento de repente. Confuso, ele corre para Dr. J em busca de um conselho, que o acaba mandando conversar com um certo piloto...
Retratação: Gundam W e seus personagens não me pertencem! Se eles fossem meus, eu seria uma garotinha muito feliz, mas como não são... Ai ai...
Avisos:Esse fic é YAOI, assim como em romance homossexual. Se vocês não gostam, por favor não leiam. Fora isso, nada de extrafenomenal. Eu não repugno a Relena, então eu não vou caracterizá-la como a garota neurótica na qual muitos a transformam... (Mas eu confesso que concordo que ela não é mentalmente estável, principalmente nos primeiros episódios... =X Mas, no final, ela amadurece, então...)

Notas Finais: Muito obrigada a todos os leitores!!! =) Finalmente termina a tortura... hehehe :-) Mas, foi muito bom escrever essa história, espero que alguém tenha gostado de ler tanto quanto eu de escrever. Se alguém tiver qualquer crítica construtiva ou sugestão para essa (ou talvez futura) história, sinta-se à vontade em mandar, ficarei muito feliz! =D

Epílogo - A Resposta

Heero hesitou por um instante, então bateu na porta do apartamento à sua frente. Naquela manhã, depois de ser acordado por um super-ativo e super-feliz Duo Maxwell e de ter discutido com ele graças ao seu mal-humor matutino, ele saíra na direção do hotel onde sabia que Relena estava, com a intenção de lhe dar a resposta à sua pergunta pessoalmente. Quando saíra de casa, a idéia lhe havia parecido muito boa, mas agora ele estava realmente nervoso. Se não fosse por seu treinamento, com certeza teria pulado quando o trinco da porta se virou e ela se abriu.

O piloto congelou assim que a porta foi totalmente aberta. Relena, que a havia aberto, estava bem pálida e com os olhos inchados, provavelmente de tanto chorar. Porém, assim que o viu, logo depois do olhar de surpresa e de choque, a garota esboçou um sorriso triste, que ela tentou mais não conseguiu deixar mais animado. Ele se sentiu o pior cafajeste do mundo naquele momento por tê-la deixado sozinha no parque na noite anterior.

- Heero! Bom dia. O que o traz aqui? - ela tentou parecer animada, mas sua voz se quebrou nas últimas palavras.

- Eu... Perdoe-me por tê-la deixado sozinha no parque ontem à noite--... - ele começou, mas se calou quando a garota levantou uma mão.

- Não há nada a ser perdoado. A culpa foi minha, eu fui muito brusca, desculpe-me por tê-lo deixado confuso. - ela abaixou a cabeça então, e Heero de repente sentiu o peso das palavras que iria dizer para a frágil garota à sua frente caírem com tudo em seus ombros tensos.

- Relena, eu... - ele começou, mas não continuou. Depois de um longo minuto de silêncio, ela soluçou.

- Eu... Eu sei, Heero, eu sei. Não precisa me dizer nada, eu sei que nunca realmente tive uma chance. Você queria se casar com outra pessoa... - e então, perdendo o controle, Relena desatou a chorar.

Sentindo-se culpado, Heero a abraçou como conforto, e ela se jogou em seus braços. Os dois ficaram assim por um longo tempo, com a jovem aos prantos e o piloto acariciando seus cabelos. Então, quando ela reaviu seu controle, ela saiu do abraço e voltou a erguer a cabeça, e voltou a sorrir um sorriso fraco, mas sincero.

- Então... Você falou com ele? - o soldado a olhou com confusão, e ela deu uma risadinha leve. - Duo. - ele arregalou os olhos, mas ela só o olhou, esperando a resposta. Ainda surpreso, ele respondeu apenas com um meneio de cabeça, e o sorriso dela aumentou só um pouquinho, mas ficou mais triste. - Espero que você seja feliz então... - Heero a olhou com um olhar gentil, então a abraçou novamente. Dessa vez ela abraçou de volta, e quando os dois se separaram, ele beijou sua testa.

- Eu serei feliz. E espero que você seja também. - ele sussurrou, acariciando seus cabelos. Relena abaixou a cabeça.

- Eu serei feliz também. Só preciso de um tempo agora... Eu... - ela parou então, voltou a erguer a cabeça e olhou para os lados. - Eu acho que não é bom ficar assim, parado na porta. Você quer entrar...? - Heero olhou a garota nos olhos e percebeu que, apesar de ela estar convidando por gentileza, o que mais ela deveria estar querendo no momento era ficar sozinha, ou com qualquer um que não ele.

- Não, sinto muito Relena. Eu tenho que voltar logo para casa, saí sem avisar nada... - ela tentou esconder, mas Heero viu o olhar de alívio que passou pelos seus olhos. Ele passou a mão pelos cabelos dela novamente, então sorriu. - Descanse um pouco, nós voltaremos a nos falar. Quando quiser, ligue para mim, ok? - foi a vez dela responder com um meneio de cabeça, que ele imitou quase que automaticamente. - Até mais. - ele disse pela última vez, então virou as costas e partiu.

- Até. - ele escutou ela sussurrar em resposta. Quando ele chegou no elevador, voltou a se virar para a porta, mas esta já estava fechada novamente.

Assim que saiu do prédio do hotel, uma figura em negro imediatamente chamou a atenção de Heero. Ele caminhou alguns passos até a figura, todo o momento os olhos guardados o seguindo.

- Interessante... Mal discutimos pela primeira vez depois de ontem, e você já veio correndo para Relena. - assim que escutou o tom sarcástico na voz do amigo, Heero suspirou.

- Duo... Eu vim aqui porque eu a deixei sozinha no parque ontem. Eu vim me desculpar... E responder à sua proposta de casamento. - o piloto japonês disse em seu tom normal, olhando o parceiro nos olhos. Assim que ele terminou de falar, o americano ficou imediatamente tenso, e Heero sentiu uma certa satisfação por ver medo e ciúmes nos olhos do outro, mesmo que brevemente, antes que seu sorriso sarcástico se colasse em seu rosto.

- É? E quando o Piloto Gundam Perfeito irá finalmente subir ao altar? - ele perguntou com seu tom sarcástico, mas nem tão feliz. Heero sorriu, então saiu andando.

- Quando o Piloto Gundam Idiota o perdir em casamento. - disse em voz alta depois que deixara Duo para trás. Esse piscara por alguns instantes, tentando registrar o que acabara de ouvir, para logo depois ficar chocado. Assim que conseguiu sair de seu choque, Duo olhou para trás, e viu que Heero já estava bem longe. Ele chacoalhou a cabeça, jogando fora a interpretação que fizera da tirada do japonês, não se atreveria a ter esperanças, nem a colocar palavras na boca do outro piloto. Ele precisava ouvir palavras diretas para tirar suas conclusões.

- Heero... - ele disse para si mesmo, então desatou a correr atrás dele, e começou a gritar. -Ei, Heero! Espera!!! O que você quis dizer com isso!?!

- Para alguém supostamente inteligente, você não usa muito seu cérebro, Maxwell. - Heero disse em um tom leve, seu sorriso ainda no rosto.

- Ei! O que você quer que eu pense? Acabei de ver você saindo do hotel da princesa que pediu você em casamento, pouco depois de ter uma discussão com o bobo da corte! - o sorriso de Heero aumentou um pouco e, assim que sentiu Duo atrás de si, ele parou, obrigando o outro a parar também. Duo tomou ar para falar algo, mas Heero o interrompeu com um rápido beijo nos lábios. O jovem de tranças ficou chocado demais para reagir a qualquer coisa depois disso, então o outro jovem apenas sorriu, segurando-o pela mão e o puxando de volta para a base.

- O bobo da corte se subestima demais. Pois que ele saiba que o principe encantado prefere ficar junto ao bobo que ele ama à princesa encantada que ele tem como uma irmã. - Duo piscou algumas vezes até que a tirada se registrasse em sua mente, então sorriu. Ele olhou para Heero com alegria, e então os dois voltaram para a base de mãos dadas, apenas curtindo o silêncio e a presença do outro.

Observando o casal à distância, um velho com roupas de cientista sorriu. Pelo menos os dois rapazes teriam agora uma felicidade para se agarrar no meio das tristezas e desgostos da guerra...