O Monge e a Exterminadora

Autor: Lexas

E - mail para contato: joaotjr@hotmail.com

Abril/2004

Nota do Autor:

Meu primeiro fic de Inu Yasha... demais!!! Tá certo, imagino que provavelmente irei cometer alguns erros lá e acolá, mas conto com sua compreensão, ok? Só recentemente comecei a desenvolver o interesse e ter algumas idéias.

Resenha

Muitos conhecem a história da garota que entrou em um poço e voltou no tempo, passando por situações que mudariam por completo sua vida. Encontrou o amor e a dor, presenciou situações que muitas de sua geração não enfrentariam em uma vida inteira... mas, e se tal coisa fosse diferente?

Muitos se fazem a seguinte pergunta: "e se...?"

A idéia para este fanfic surgiu enquanto eu conversava em um ponto de ônibus com uma amiga, a qual me contava algumas coisas sobre Inu Yasha - engraçado que ela estava tão empolgada que não viu a hora passar - e ao longo da conversa, ela me contava pontos importantes e interessantes que havia observado, algumas coisas até que poucos haviam se dado conta.

Uma delas é o fato de Inu Yasha ter sido selado por Kikyou, e a flecha encravada em seu peito impedir que qualquer pessoa com maldade no coração se aproximasse. No caso, o Hanyou ficou naquele estado por cinqüenta anos, até que Kagome o libertou.

A questão é que ele não estava naquele lugar no futuro, na época de Kagome, aonde a arvore ainda existe. Pela lógica, ele deveria estar lá mas, segundo essa conversa que tive, a linha do tempo que a autora traçou considerava que desde o começo Kagome voltaria no tempo e o libertaria.

Algo interessante para se desenvolver, mas não deixa de ser uma brecha. E se ela não tivesse voltado, o que teria acontecido para o corpo de Inu Yasha não estar ali encostado na àrvore?

O que trago para sua apreciação é como as coisas poderiam ter sido diferentes, e o rumo que a linha do tempo poderia ter tomado caso ela não tivesse voltado ao passado.

A vocês, apresento: O Monge e A Exterminadora

Boa leitura, e não me crucifiquem( bem, não muito).

Prelúdio - História pra criança

- Tem certeza de que ele passou por aqui?

- Claro, sua medrosa! - ele balançava os braços, exibindo um sorriso desafiador, o que foi mais do que suficiente para irritá-la.

- Olha quem fala... nem consegue encontrar um gato!

- Bleee!!! - ele dava língua para ela - você é quem está com medo!

- Ora, seu! - e corria atrás dele, furiosa. Mas, no fundo, era a mais pura verdade... estava apavorada!!!

Fora criada naquele lugar, isso era verdade, mas nem ela, tampouco seu irmão, tinham a menor intenção de seguir o oficio de monges, apesar das insistências de seu avô. E como ele era insistente! Pelo visto, enquanto estivesse vivo, iria continuar tentando!

Tinha seus sonhos, seus planos, e virar sacerdotisa de um templo xintoísta definitivamente não era um deles, e seu irmãozinho também não tinha o menor interesse em tal coisa.

Cansada, ela para - como alguém com pernas tão pequenas conseguia correr tanto? - e fica observando o pequeno templo ao seu redor. Ficava perto de sua casa, e tinha uma aparência bem assustadora.

Por que aquele gato foi inventar de entrar ali dentro? Não que tivesse algum medo - a quem estava tentando enganar? Estava morrendo de medo! - mas entrar ali dentro...

Não tinha nada a ver com as histórias que ouviu falar daquele lugar. Desde pequena ouvia histórias que seu avô lhe contava - e sua mãe vivia brigando com ele por causa disso - a respeito de terríveis criaturas repousarem ali dentro.

Não, não era. Foi criada assim, tinha noção exata do que eram espíritos. Não era uma praticante do xintoísmo, mas estava a par de várias tradições.

O problema não era realmente esse, e sim a estranha sensação que sentia naquele lugar. Na verdade, desde que se entendia por pessoa, sempre teve sensações estranhas a respeito de alguns locais próximos de onde moravam. A grande arvore que possuía séculos de vida, a vizinhança... não sabia explicar, mas era como se algo realmente forte habitasse o lugar.

E agora, aquele pequeno templo. Sabia o que tinha ali dentro. Nunca entrou, mas seu avô vivia lhe contando histórias acerca do túmulo dos monstros do passado, aonde seus restos eram depositados. Não que tivesse medo deles - afinal, os mortos não podem fazer mal a ninguém - mas sentia uma estranha sensação ao redor daquele local, como se uma aura mista de dor, ódio, ira, rancor, fúria e tantos outros sentimentos negativos que ela não podia descrever, circulassem todo aquele ponto.

Sim, ela estava com medo. Não queria admitir, mas estava apavorada. E pior, não queria fazer feio na frente do irmão, pois do contrário ele ficaria chamando-a de covarde pelo resto da vida. Onde estava o Houjou quando ela mais precisava dele? Ele era tão prestativo.

Dividida entre seu orgulho e seu medo, ela começa a dar alguns passos lentos e curtos em direção ao templo. Cada passo era um esforço sobre-humano, tomados por um medo irracional que ela mesma desconhecia. Vozes ecoavam pela sua cabeça, muitas delas de puro desespero. Mas afinal, o que se passava? Não acreditava que sua imaginação estivesse tão forte assim e...

- Ah, sua medrosa!!!!

É, era só o que faltava. Ainda tremia, mas seu irmão acabou dando-lhe o incentivo de que tanto precisava. Contrariando seus instintos de auto-preservação, ela caminhava cada vez mais rápido, sem que, no entanto, deixasse de sentir tudo aquilo.

E, para piorar, sentia algo extremamente... maligno. E o que era pior, parecia crescer a cada passo seu, como se sua presença estivesse despertando algo há muito adormecido.

Ela para na porta do templo, temerosa. Mais um passo e pisaria nas escadas, e depois disso, não teria mais volta.

Mas... do que tanto temia? Era só um templo abandonado, não havia perigo algum, pensava. Nada do que seu avô havia dito era verdade, não passavam de histórias para assustá-la, apenas contos e nada mais. Nunca foi muito religiosa, por que se preocupar? Era só uma velha história, e nada mais. Apenas isso, não havia nada de verdadeiro, nenhum monstro estava enterrado ali, nenhum...

Ela treme por completo ao ver aqueles olhos emergindo da escuridão, travando de puro medo. Sentia-se nos contos de seu avô, querendo fugir do monstro ancestral que emergia das sombras e...

- Miau! - barulho emitido pelo dono dos olhos, o qual corria dali de dentro e passava por ela, indo em direção ao seu dono, o qual estava bem longe do templo, apenas esperando para ver se a irmã teria coragem de entrar ali novamente.

Dando-se conta do que ocorrido, ela ergue-se e começa a se afastar, indo até seu irmão e puxando-o pela mão.

- Eí, vai com calma!

- Anda, vamos! - e começava a puxá-lo, sem dar satisfações.

Saiu de lá às pressas, voltando direto para sua casa e se trancando em seu quarto. Nem se despiu, jogou seu corpo na cama e afundou a cabeça no travesseiro, tentando esquecer tudo aquilo, todo aquele sentimento negativo que havia sentido. Por que, pela primeira vez, ela passou a acreditar - um pouco, mas acreditava - nas histórias de seu avô, entendendo que havia um pingo de verdade nelas.

Mas estava decidida, nunca mais voltaria para aquele lugar. Aquele templo existia desde uma época remota, na qual a maldade imperava no coração das pessoas, e ela não queria sentir tal coisa novamente. Mal imaginava que iria passar as próximas noites em claro, sentindo pesadelos.

Isso por que não foram exatamente os olhos do gato que a assustara, nada disso. O que realmente a assustou foi o fato de que, por alguns instantes, teve a leve impressão de que a escuridão contida ali dentro tomou a forma de um par de olhos realmente grande, os quais a encaravam como se a estivessem convidando para entrar ali e ser consumida pela mais pura maldade.

Continua...

Lexas(joaotjr@hotmail.com)