Título: Verdade ou Desafio! (2/2)
Autora: Berta Prugger
Casais: Kouichi/Kouji; Izumi/Junpei em segundo plano.
Classificação: 13 anos
Resumo: Como aquele era o 1º, seria um baile muito especial na vida de Kouji, se não fosse o estúpido desafio de Junpei... Seria...?
Retratação: Digimon Frontier não é meu!!! Escrevo apenas para me divertir, não ganho nada com minhas histórias... Por favor não me processem, eu não tenho nada!
Avisos: ESSE FIC É KOUICHIxKOUJI!!! ISSO SIGNIFICA, NÃO Só ELE É YAOI, MAS TAMBÉM INCESTO ENTRE GÊMEOS!!! SE VOCÊ TEM ALGO CONTRA POR FAVOR NÃO LEIA!!! Todos estão avisados! Fora isso, nenhum outro aviso. Essa fic continua PG-13, então não há cenas de sexo e nem palavras vulgares, não se preocupem! =)
Notas da Autora: Oi de novo! Se você está lendo essa nota, muito obrigado por ter considerado o meu fic a ponto de querer ler o segundo capítulo!! =D
Eu vou passar direto para a noite do baile, tentei mas não consegui escrever a parte em que Izumi veste o Kouji... bem, mas imaginem ele com um daqueles vestidos fechados, e com saias bem grandes e rodadas, até os tornozelos. Eu não sou muito boa em descrever roupas, e sei o quanto é ruim para algumas pessoas tentar visualizar uma descrição assim, então imaginem a roupa que vocês mais gostarem para cada personagem! =D
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Enquanto meus amigos se divertiam no baile, eu fiquei sentado em uma cadeira no canto, amaldiçoando Junpei à morte pelo desafio, amaldiçoando Takuya mais ainda por ter me convencido a jogar aquela porcaria de jogo infantil, e recusando categoricamente qualquer garoto que me convidasse para dançar.
Olhando com raiva para Junpei, que parecia nos céus dançando com Izumi, quase não percebi uma figura se aproximando perigosamente de mim. Quando percebi que era outro garoto, provavelmente ali para me pedir uma dança já que essa música já estava quase no fim, toda a raiva daquela noite ferveu dentro de mim, eu fechei meus olhos e me preparei para dar o fora no condenado que aparecesse na minha frente. Qual não foi o meu choque quando eu voltei a abrir os olhos e me deparei com Kouichi em pé na minha frente. Ele estava tão... Tão lindo com aquela roupa formal que o meu coração parou de bater e a minha respiração ficou presa na garganta. Ele então me ofereceu um sorriso e meu cérebro quase entrou em curto, mas eu usei toda a minha força de vontade para obrigá-lo a funcionar novamente, e obriguei minha boca a abrir para falar alguma coisa, qualquer coisa, para que ele não pensasse que havia algo errado comigo, além daquela roupa ridícula. Porém, Kouichi foi mais veloz e falou primeiro.
- A senhorita poderia me conceder o prazer dessa dança? - nada no mundo poderia ter me preparado para estas palavras vindas dele. Então eu fiquei ali, parado, olhando para o meu irmão com a boca aberta e, provavelmente, todo o meu choque traduzido em meus olhos. Ele estava brincando comigo ou algo assim? Ele parecia tão sério, com aquele sorriso e a mão estendida...
Demorou, mas eu finalmente me lembrei que Kouichi ainda não havia me visto já vestido naquela noite... Eu devo admitir que tanto eu quanto meu irmão possuímos uma aparência bastante feminina, eu mais do que ele por causa do corte de cabelo. E também, Izumi havia se dedicado e feito um trabalho perfeito com a minha "caracterização" para a noite, e eu ainda estava cheio de maquiagem no rosto... Com certeza, Kouichi não tinha como me reconhecer.
Eu olhei para a mão que ele me oferecia e rapidamente considerei minhas possibilidades. Primeira: recusar a dança. Imediatamente descartada, a última coisa que eu queria era ferir seu orgulho. Segunda: contar a verdade. Ele participou do jogo idiota afinal, ele entenderia. Porém, por algum motivo aquela opção não me era apelativa... Terceira opção: fingir que eu era realmente uma menina e aceitar a dança. Àquele pensamento, senti um calafrio passar pelo meu corpo. Aquele era o meu sonho proibido, dançar nas nuvens com meu anjo, ser envolvido pelos braços de Kouichi e me permitir derreter neles sem medo de ser rejeitado... Meu corpo esquentava com esse prospecto. Mas eu não podia aceitar. Ele era meu irmão, caramba, e gêmeo ainda por cima! Uma hora ele acabaria descobrindo quem eu realmente era, e eu tinha medo da reação dele quando ele descobrisse. E se ele nunca mais falasse comigo? Eu acho que me mataria...
Porém, esses pensamentos depressivos e quaisquer outros desapareceram de minha mente quando a música de repente parou de tocar. Eu voltei a focalizar minha atenção em Kouichi, e ele estava com um sorriso forçado no rosto, provavelmente se achando um idiota por ficar em pé na minha frente por tanto tempo. Então eu vi, tristeza e rejeição cruzaram seus olhos por alguns segundos e ele começou a recolher sua mão. Eu me senti um monstro e, antes que pudesse pensar, eu me levantei de um pulo e peguei sua mão. Eu o assustei e ele olhou surpreso para mim, e eu sorri um sorriso nervoso, sem falar nada com medo de que ele reconhecesse minha voz. Então seus olhos brilharam e ele sorriu para mim. Eu me senti o centro do universo com aquele sorriso e poderia ter me derretido naquele momento. Porém, esse sentimento quente e aconchegante durou poucos segundos, porque logo percebi a grande besteira que eu havia feito. Eu dançaria dessa vez com ele, mas teria muita sorte se ele voltasse a falar comigo depois disso. E o pior, ele parecia realmente apaixonado por minha imagem falsa, e eu iria me sentir um lixo se o magoa-se por aquela besteira.
Logo que chegamos à pista de dança, a nova música já havia começado. Nós paramos e ele virou de frente para mim, delicadamente colocando sua mão direita em minha cintura e entrelaçando os dedos da esquerda com a minha. Eu coloquei a mão esquerda em seu pescoço e então, ele começou a guiar a dança. Nunca me senti tão bem em toda a minha vida... No começo, nós estavamos bem afastados um do outro, mas de alguma maneira acabamos ficando tão próximos a ponto de quase nos abraçarmos. Alí era o paraíso, envolvido nos braços de Kouichi, sentindo o calor que emanava de seu corpo e sentindo o perfume que ele tanto gostava misturado com seu cheiro único. Aquele cheiro era como uma droga, me deixando tonto e nas alturas, totalmente alheio a tudo à minha volta.
Quando me dei por mim, a música já havia trocado, e nós não estávamos mais dançando como antes. Kouichi tinha suas duas mãos na minha cintura e eu, praticamente derretido em cima dele, estava abraçando seu pescoço desajeitadamente, com a cabeça inclinada em seu ombro e os olhos fechados. Eu os abri e levantei a cabeça, afastando-me um pouco para poder olhar seu rosto. Ele estava me olhando com fascinação, seus olhos um pouco desfocados e seus lábios entreabertos. Tomei uma respiração profunda, de repente precisando de ar, e ele fez o mesmo, e eu o achei ainda mais lindo e sedutor que antes... Novamente agi sem pensar, e movi minha cabeça para frente, capturando seus lábios com os meus. Ele ficou tenso por um segundo, mas logo relaxou, e me beijou de volta. Eu sabia que aquilo poderia deixar minha situação ainda pior, mas naquele momento eu não estava pensando claramente. Eu o beijei com a mesma necessidade que um homem há semanas no deserto toma um gole de água gelada, e surpreendentemente ele me beijou de volta do mesmo jeito. Talvez por que nós fossemos gêmeos? Esse pensamento não fazia sentido algum, mas quando cruzou minha mente, fez com que eu caísse de cabeça de volta à realidade. O que eu estava fazendo? Ele era meu irmão! Mas uma parte de mim estava mandando esse fato para o inferno, e eu continuei a beijá-lo até que o desejo por ar foi mais forte. Nós nos separamos e abrimos os olhos.
Kouichi sorriu um de seus sorrisos brilhantes, mas o meu sorriso era fraco, e de repente eu me senti doente e fraco, com vontade de cair no chão e de chorar até morrer. O que eu tinha feito? Eu abaixei minha cabeça e apoiei minha testa em seu ombro, desviando o olhar para que ele não percebesse minha tristeza. Porém, Kouichi era mais esperto que isso.
- V... Você está bem? - ele perguntou preocupado, abraçando-me mais forte. Então senti uma de suas mãos subir pelas minhas costas até minha cabeça, acariciando meus cabelos. A vontade de chorar era tanta que eu não consegui mais segurar as lágrimas que agora escorriam pelo meu rosto silenciosamente. Como se sentindo o porquê de minha tristeza, ele tentou me consolar.
- Não fique triste... Eu não estou bravo com você por causa do beijo... - Ah, tá bom... Se ao menos ele soubesse quem eu realmente era... Provavelmente ele iria me bater até não poder mais quando descobrisse tudo, ou então simplesmente iria virar as costas e nunca mais olhar para mim. Não sei o porquê, mas eu preferia que ele me batesse. De preferência, até a morte. Eu tremi com esse pensamento, e ele parou de valsar, abraçando-me ainda mais forte.
- Eu estou falando sério. Eu não estou bravo com você. Na verdade, eu queria esse beijo tanto quanto você... Kouji. - Agora, isso realmente chamou a minha atenção. Eu ergui a cabeça bruscamente, ainda sem olhar para ele, e meu corpo enrijeceu. Ele riu baixinho em meu ouvido, e voltou a sussurrar. - Achou mesmo que iria me enganar com essa roupa e maquiagem, Kouji? Não seja bobo... Mesmo que eu não reparasse tanto em você, desde pequeno eu olho para o seu corpo todos os dias no espelho. Ou se esqueceu que somos idênticos?
Sinceramente, naquele momento eu não tinha a mínima idéia do que fazer. Eu simplesmente fiquei parado, olhando para um ponto fixo à minha frente, sem saber se fugia correndo ou se o abraçava, se o batia ou se o beijava... Kouichi tomou a decisão por mim, e logo eu senti os lábios dele nos meus novamente. No inicio não respondi, ainda batalhando contra os meus princípios, mas logo joguei tudo para o alto e o beijei de volta. Novamente me senti no céu, mas dessa vez não me senti culpado porque Kouichi já sabia quem eu realmente era. Quando nos separamos novamente, ele levantou sua mão até meu rosto e o acariciou, sorrindo. Dessa vez eu sorri de volta, feliz, apesar de meu interior ainda estar em conflito. Eu já sabia que o amava há muito tempo, então acho que já estava mais do que preparado para admitir esse amor exteriormente.
- Vamos dançar? - ele perguntou com sua voz alegre, oferecendo sua mão novamente. Dessa vez eu não hesitei, e nós voltamos à posição da dança, com meus braços em volta de seu pescoço e os seus, em volta de minha cintura. Então voltamos a valsar, aproveitando um o calor do outro e escutando nossas respirações.
Tudo estava perfeito, mas finalmente eu me lembrei de algo... Nós estavamos longe de estar sozinhos! De repente me senti feliz por estar vestido de mulher, desse jeito eu e Kouichi atraímos quase que nenhuma atenção para nós com o nosso beijo. Eu olhei entre as pessoas ao nosso redor, procurando pelo pessoal. Não demorei para encontrar Izumi e Junpei, os dois estavam dançando não muito longe de nós, completamente alheios ao mundo à sua volta. Voltando meu olhar para as cadeiras, eu vi Takuya e Tomoki sentados, tão absortos em sua conversa que também pareciam estar em seu mundo particular. Senti-me aliviado ao saber que pelo jeito nós ainda não havíamos sido descobertos, nem ao menos sabia qual seria minha verdadeira relação com Kouichi daqui em diante. Será que ele me aceitaria como namorado...?
- Kouji? - eu escutei ele sussurrar em meu ouvido.
- Hmm? - respondi, fechando os meus olhos e aspirando o perfume intoxicante de Kouichi.
- Você estava olhando para Takuya e Tomoki? - ele perguntou em um sussurro com uma voz divertida, e eu fiquei curioso com seu tom.
- Sim, por quê? - minha curiosidade transparecia em minha voz, e Kouichi riu.
- Você não percebeu que os dois estão... mais próximos ultimamente? - ao escutar essa frase, eu ri também. Realmente, eu percebi que os dois estavam se apaixonando desde o começo do ano passado.
- Verdade... Você acha que deveríamos fazer algo? - eu perguntei, divertido com a idéia de tentar juntar os dois. Kouichi me abraçou mais forte.
- Claro! - disse ele com uma voz excitada. - Assim todos os digiescolhidos namoram entre si! - eu parei de dançar nesse ponto, fazendo-o parar também. Então me afastei, olhando para seu rosto.
- Kouichi... Isso é um pedido de namoro? - ele pareceu ficar nervoso com o meu tom sério. Seu rosto ficou vermelho e ele abaixou a cabeça.
- É...? - ele disse receoso, então começou a morder o lábio inferior. Estava tão fofinho daquele jeito, que eu tive vontade de abraçá-lo e apertá-lo. E assim o fiz.
- Então eu aceito. - eu disse com um sorriso, e num segundo ele estava me abraçando mais forte do que eu abraçava ele, quase espremendo o ar para fora dos meus pulmões. Mas quem estava reclamando? Nunca me senti tão bem.
- Que ótimo, Kouji! Eu amo você! - disse ele feliz. Eu sorri.
- Eu também amo você, Kouichi. - eu respondi apertando-o pela última vez, então o soltei, e logo ele fez o mesmo.
O resto da noite passou sem muitos incidentes. Kouichi e eu voltamos para as cadeiras e não dançamos mais aquela noite, mas ficamos em um local mais escondido, abraçados, observando silenciosamente nossos amigos. No fim, nem precisaríamos tentar juntar Tomoki e Takuya, pois Takuya, que sem dúvidas havia descoberto esse amor há pouco tempo, tomou a iniciativa e se declarou a Tomoki. Pelo menos é isso que eu acho... O fato é que antes do final da noite os dois já estavam se abraçando, felizes, depois de se beijarem também. Quanto à Izumi e Junpei, eles aproveitaram o baile ao máximo e dançaram todas as músicas que foram tocadas. Se bem que, depois do olhar e sorriso que Izumi lançou a mim e meu irmão ao final do baile, eu realmente fiquei em dúvidas se ela estava tão alienada ao mundo quanto parecia...
FIM
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Cena extra:
Um mês depois...
Eu e Kouichi estávamos namorando, mas ainda não tínhamos contado nada a ninguém, ainda não estávamos preparados para enfrentar nossos pais. Eu já tinha considerado contar para nossos amigos, mas ele ainda estava receoso, com medo que fossemos rejeitados. Porém, eu tinha quase certeza que Izumi sabia de tudo, pelos olhares e sorrisos que ela nos direcionava sempre que estávamos juntos, e principalmente quando mostrávamos nossa afeição secretamente.
Takuya e Tomoki também estavam namorando, mas eles não tiveram muitas dificuldades em se confessar já que todos já sabiam há tempos que eu e Kouichi éramos bissexuais, então não tinham preconceitos quanto a isso. Izumi parecia empolgada com os dois, e Junpei se mostrava feliz por eles terem encontrado a felicidade que ele encontrara em Izumi muito antes. A coisa engraçada foi que, quando eles admitiram estar namorando, Izumi ficou olhando para mim e meu irmão como se esperando algo... Eu tinha certeza que ela sabia alguma coisa...
Novamente o pessoal resolveu jogar verdade ou desafio. Eu me sentei na rodinha junto com eles, mas eu deixei claro que não jogaria. Kouichi, porém, aceitou jogar. Foi então que ele recebeu uma proposta em nada apelativa a ele de Izumi durante o jogo...
- Kouichi? Verdade ou desafio!?
- Desafio...?
- Eu desafio você a dar um beijo em Kouji. De língua! - exclamou Izumi, olhando desafiadora para meu irmão. Ele olhou para ela de olhos arregalados, assim como os nossos três outros amigos. Eu apenas tentei segurar a risada. Eu avisei para ele não jogar...
- Hmm... Posso ficar com a verdade?
- Claro! Por quem você está apaixonado? - Kouichi ficou vermelho e abaixou a cabeça. Eu não agüentei mais e caí no chão, rindo. Eu sabia que ela sabia de tudo! Mas também, nós dois não fomos exatamente discretos no baile naquela noite...
Assim que me recuperei da risada, olhei para o lado e vi que Kouichi ainda não tinha recuperado da timidez repentina. Com uma coragem de momento, eu fui até ele e levantei sua cabeça, beijando-o nos lábios. Ele me olhou chocado e eu sorri, então relaxamos um pouco e continuamos com o desafio ousado de nossa amiga. Tinha consciência de que os outros garotos estavam nos olhando completamente chocados, e de que Izumi estava olhando para nós com uma expressão meio fascinada, meio feliz, com um enorme sorriso ameaçando partir seu rosto ao meio. Aquela provavelmente seria uma longa noite tentando explicar nosso caso para os nossos amigos, mas tudo bem, essa hora um dia chegaria... Ao menos estávamos dormindo na casa de Izumi desta vez, e não na minha ou de Kouichi, no momento não quero nem imaginar o que os nossos pais fariam se nos vissem desse jeito...
