Capitulo 2: Estarei lá por você

"E você diz daquele seu jeito: - Ai, preciso de um homem

E eu digo: - Ah, Leila! Eu também

E a gente ri"

Harry corria na sua direção, havia sangue em suas vestes... Ela era tão pequena...

- Harry... Fui eu... Eu que...

- Tudo bem... Acabou, olha...- ele mostrou a ela o diário com a presa do basilisco no meio, e ela quis vomitar.- Está tudo bem agora.

Mas não... Havia algo... Harry estava desaparecendo como se ele fosse a lembrança, não! Ele estava se transformando... Seus cabelos continuavam negros, e agora estavam arrumados... Seus lindos olhos verdes agora eram negros... Tão negros quanto a escuridão de um abismo... E seu rosto... Não era seu! Não, aquela beleza, aquela voz, da qual ela jamais conseguira fugir. Ele a perseguia, e perseguiria sempre, estava entranhado em sua pele, em seu coração.

- Tom... Vá embora, Tom... Eu não agüento mais, não quero mais.- ela murmurou para ele, que a abraçou. Ela chorava.- Por favor, Tom... Me deixa... Me deixa.- ela falava baixinho.

-Não fale isso, Virginia... Não fale isso...- ele a encarou com doçura.- Não me ama mais?

- Amo, Tom. - ela falou baixinho, quase como se fosse tortura. - Amo.

- Eu nunca vou te deixar. - ele falou com uma força maligna nos olhos, e ela reconhecia que era verdade. Estava dentro dela de forma profunda demais.

- Vai embora. - ela falou ainda mais frágil.

- Nunca vou. - ele continuou a sorrir.

- Vai embora. - ela choramingava.

- Você não quer que eu vá.

- VÁ EMBORA AGORA! - ela gritou desesperada.

- Gina? Gina? - Marin a estava sacudindo, enquanto as outras quatro meninas as olhavam assustadas.- O que houve?

- Tom...- ela chorava baixinho.- Tom!

- Leve-a para a ala hospitalar.- falou Beth, uma das companheiras de quarto delas, que também era monitora.- Ela está tendo aqueles pesadelos de novo.

Marin a censurou com o olhar, mas levou Gina para a Ala Hospitalar mesmo assim. Madame Pomfrey entregou uma poção do sono a menina, mas Marin falou antes que a menina tomasse.

- Já não é hora de contar a alguém sobre esses sonhos?

- Contar a quem?- falou a menina baixinho.- Ao Harry? Ele quer mais saber dos seus próprios pesadelos... E se contasse a Hermione? Ela iria consultar todos os livros, todos os professores, iria ficar desesperada... O Rony, idem e ia procurar minha mãe correndo... Não, muito obrigada... Muito obrigada mesmo...

- Que tal o Dumbledore? Ele sempre me pareceu tão sábio... - falou a garota com ironia.

- Talvez... Tenho que pensar nisso ainda... - falou Gina e bebeu a poção.

- Não é pra pensar... É para fazer... Se você não o procurar, eu e Colin vamos.

- Certo... - ela falou já semi-acordada. - Qualquer coisa...

E no instante seguinte, ela já dormia a sono solto.


- Você não entende, não é? - Gina balançou a cabeça enquanto Madame Pomfrey tirava sua temperatura. - Não é tão simples.

- Claro que é, Gina, é só ir até ele, e contar sobre seus pesadelos... Ele saberá o que fazer.

- Colin, não há nada que ninguém possa fazer. É como... É como com Harry.

- O Harry? - ele perguntou sem entender.

A ruiva lhe lançou um olhar que falava com todas as letras que era sobre ele e Harry. Não tinha como ficarem juntos, logo, era um sentimento inútil.

- Não, não é. - ele respondeu irritado. - Não é como eu estar apaixonado por alguém impossível. É um problema real, palpável, com conseqüências em toda sua vida! Quando a temporada de pesadelos começa, você não estuda, não fala com ninguém, não come, se arrasta pelos corredores, vai mal no quadribol e sua companhia mais constante é a Madame Pomfrey.- ele olhou a enfermeira sem jeito. - Nada contra mas...

- Ele está certo, srta. Weasley. A srta. precisa se tratar, precisa conversar com alguém sobre isso, antes que prejudique seu desempenho. A srta., como monitora, devia dar o exemplo e ser responsável consigo mesma antes de ser com os outros.

- Está bem, está bem - falou a garota cansada de toda aquela conversa. - Eu vou procurar o diretor. Esse ano ainda.


Foi com pouca relutância que ela foi liberada da Ala hospitalar para a manhã livre. Era estranho estar no colégio e não ter nem Fred nem Jorge jogando bolas de neve em cima dela e de Rony, junto a Harry, enquanto Hermione invariavelmente apenas assistia. Nesse ponto, ela tinha um pouco de pena da garota: nenhuma amiga para lhe fazer companhia, a quem pudesse contar tudo, e conversar sobre coisas de menina. Devia ser muito ruim. Mas, nessa tarde, era uma véspera de Natal mais triste: não haviam mais as palhaçadas dos gêmeos, e a guerra se intensificava. Aquele era o último ano de Harry Potter, e ele seria atacado, certamente.

E aquele poderia ser o ataque final. Poderia matá-lo. (Lágrimas vieram aos olhos dela) Não seria a mesma coisa sem ele, mesmo que ele matasse o Lord. Mesmo que eles não estivessem juntos. Mesmo que ela não o quisesse mais. (Ela passou pelo retrato da mulher gorda dizendo "bolas de natal" quase sem notar)

Agora, que o via, jogando xadrez (ou seria melhor dizer, perdendo?) com o Simas, pensava que esse dia parecia estar chegando. Não tinha reparado que estava o olhando fixamente, até que o rapaz levantou o rosto, a encarando, e sorriu. Ela sorriu de volta, e incrivelmente, seu rosto não corou. Foi completamente natural.

Alguns momentos depois, ele estava sentado ao seu lado. "Eu realmente tenho problemas com a continuidade das ações alheias." Ela pensou, já que não lembrava dele se aproximar dela.

- Oi Gina. - ele sorriu mais uma vez. Tinha esquecido o quanto aquele sorriso era bonito. - Tudo bem?

- Tudo certo. - ela respondeu sorrindo também, com bem menos timidez naquele sorriso que o habitual.

- Você foi levada para a Ala Hospitalar essa noite, pelo que a Elizabeth contou a Hermione. Ela está tão preocupada, ficou falando disso um tempão até a reunião dos monitores começar. O que houve?

Aquilo ativou todas as células de memória da cabeça dela. A reunião de monitores. Por isso nem Marin nem Colin tinham ido a buscar depois do café, acharam que ela estava na reunião! Deu um tapa na própria testa.

- Mas que idiota que eu sou! - ela exclamou irritada. - Que idiota! Desculpa, eu tinha que estar na reunião! - ela saiu correndo pelo retrato da mulher gorda, e Harry foi atrás, a gritando no corredor do sétimo andar.

- Quê? - ela falou virando no patamar da escada.

- Você vai ou não ao baile comigo?- ele falou

- Ah... Vou, Harry, vou! - falou enquanto dava os ombros e descia para a sala dos monitores no sexto andar.

Era apenas um andar mas o desespero fazia o trajeto, sempre tão rápido, parece quilométrico. Quando disse a senha e entrou na sala, quinze minutos atrasada, Hermione (que estava de pé, parecendo uma palestrante) ficou calada, meio surpresa por alguns instantes.

-Desculpe.- ela falou sentando-se no seu lugar ao lado de Beth, de frente aos monitores-chefes.

- Gina! - ela falou educadamente surpresa.- Achei que ainda estivesse na Ala Hospitalar.

- Sai agora há pouco. - ela falou timidamente.

- Então, como eu estava dizendo. - falou Hermione chamando a atenção para si, e o globo que ficava no centro da mesa redonda que estava transparente momentos antes, agora mostrava as cores da Grifinória e o título da menina flutuando.- Como monitores devemos alertar os alunos, não podemos nos impedir de chamar atenção apenas por ser o baile.

- E, os monitores também serão requisitados no baile do sétimo ano. - falou Draco, e o globo ficou violentamente verde. - Logo, nenhum de você vai precisar entrar naquele jogo idiota de tentar ser par de um setimanista para ver a festa.

Ele encarou a menina a sua frente, que corou até a raiz dos cabelos. O rapaz quase sorriu, antes de continuar a falar.

- Como ano passado a festa foi muito confusa, tiveram muitos aluno sendo trazidos com urgência para a Ala Hospitalar por conta da bebedeira e de ocasionais entradas na floresta, esse ano, eu e a Hermione decidimos chamar os monitores para ajudar na organização e segurança.

- Exatamente.- falou a garota muito séria.- Algum de vocês, tem alguma pergunta?

- Hermione, quando vai ser o baile do sétimo ano?- perguntou Rony.

- Devia estar mais informado, não Weasley?- debochou Malfoy.- O Baile será no último dia do ano, mais alguma dúvida? Não sabe aonde vai ser também?

O ruivo corou com raiva, e os dois trocaram olhares ameaçadores, até que uma voz fraca e tímida os interrompeu.

- Onde?

Todos os olhares se voltaram para a pequena Weasley, que ficou quase púrpura.

- No salão de inverno - falou Hermione. - Você não o conhece? - perguntou.

- Ao fim da reunião, eu vou levar todos os monitores de quinto e sexto ano lá. - falou Draco quase entediado. - Ou você prefere fazer isso você mesma também?

- Eu irei comunicar a Dumbledore sobre a decisão de levar os monitores mais jovens. - falou a menina. - Você pode mostrar o salão a eles.


O salão de inverno era grande, embora ainda fosse menor que o Salão Principal. As paredes eram cor de gelo e haviam bancos espalhados por ele, e também algumas mesas. Mas o mais bonito era o teto feito de vidro, que no momento deixava ver os flocos de neve dançando e pousando nele. Haviam quatro grandes lareiras, cada uma com o símbolo de uma casa. Os mais jovens olhavam maravilhados, e Draco sorria ao ver suas caras surpresas com a beleza do local. Não era alegria, era orgulho por exibir seus conhecimentos sobre o castelo e magia.

Com um feitiço, ele fez o teto ficar sem nenhum floco de neve, e eles os podiam ver chegando, pousando e sumindo. Uma lufa-lufa do quinto ano bateu palmas entusiasmada. Pôde ver que a menina Weasley sorria, e parou atrás dela.

- Me encontre aqui, essa noite, às dez. - ele falou, e ela não ousou virar.

- Porque viria, Malfoy? - respondeu.

- Porque eu estou te pedindo. - foi tudo que ele disse e saiu.


- Colin! Marin! Vocês não...- ela falava logo da porta da sala aonde costumavam se reunir. Mas, as vozes que surgiram a deram certeza de que não tinha sido ouvida.

- Meninos... Meninos... - falava a voz de Marin, como se tentando acalmar, enquanto isso, outras duas vozes nervosas discutiam.

- Você é lindo, não? Você pode qualquer coisa, não tenho direito de reclamar se você diz que vai com a Pansy Parkinson e de repente me diz que está indo com a Patil, a Patil! Você sabe muito bem que ela é a menina mais bonita do ano!

- Ah, eu sei. - respondeu a outra voz, Fawcett. - Qual seu problema? Só porque você não tem certeza do que eu quero, eu não posso ter absoluta certeza do que eu quero? Eu não quero mais isso, Colin, não vou mais ficar com alguém que me esconde, que tem vergonha de assumir que me quer, vergonha de assumir o que é! Eu não vou mais, ouviu? Não mais!

- Você não entende? Isso também é complicado pra mim! Eu não quero esconder! Eu não quero mentir! Mas você sabe muito bem o que gente como Malfoy, Boot e outros nojentinhos podem fazer com a gente se souberem... Se souberem...

- Você não tem sequer coragem de dizer isso em voz alta!- cuspiu o rapaz.

- Se souberem que estamos namorando.- ele falou.

- Você tem medo deles? - perguntou Fawcett com desprezo. - Ou você simplesmente não tem coragem para enfrentar? Você não é grifinório? Aonde está sua coragem?

Houve um momento de silêncio completo, aonde Marin lançou a Gina um olhar desesperado, que retribuiu confusa.

- O dia que você tiver decidido tomar uma atitude e me assumir, você vem falar comigo... Só não garanto que eu ainda vá estar à disposição.

Depois disso o garoto saiu pisando duro. Quando olhou para a garota encostada na porta, apenas falou:

- Weasley.

- Fawcett.

E ele tinha ido embora. Colin, sentou ao lado de Marin, completamente perdido, e ela deu uma espécie de corridinha até os dois.

- Ele não entendeu, não é? - falou o amigo olhando para as duas. - Ele não entendeu que não é medo... Mas, é tão complicado... Quero dizer, o que os pais vão dizer quando souberem disso, e o que eu vou dizer aos meus pais? E Dumbledore! Certamente isso não é permitido em Hogwarts.

- Não creio que Dumbledore vá se importar.- respondeu Gina sensata.- Acho que ele tem maiores preocupações que sua opção sexual...

- Meus pais! O que vão dizer meus pais! - ele gemeu.

- Se eles ficassem sabendo, o que eu não tenho idéia de como aconteceria, bom... - falou Marin, agora parando sem saber o que dizer. - Eu não sei o que eles fariam, mas, como eles iriam ficar sabendo? Eles nem lêem O Profeta Diário, nem O Semanário das Bruxas, e de qualquer forma, nunca chegaria a tanto...

- Eu não sou Harry Potter. - falou com um sorrisinho. - Mesmo assim, eles não podem saber... Eles iriam ficar decepcionados, e chateados, e...

- Iam continuar te amando mesmo assim. - falou Gina olhando para ele com cara séria. - Eles ainda são seus pais, ainda te amam incondicionalmente, não importa se você prefere namorar meninos ou meninas, se é alto, baixo, gordo ou magro, azul, amarelo, verde, bruxo, trouxa, eles te amam do mesmo jeito! Colin, eles tem o direito de saber... Você, pode não estar pronto pra contar, mas eles têm que saber... Um dia. - completou ao ver a cara desesperada dele.

- Eu não sei como. - ele respondeu. - Eu não posso simplesmente virar e falar "Mãe, Pai, vou trazer meu namorado pra casa, tá? Não se choquem, ele é um cara legal!"

As duas riram, e ele continuou olhando chateado.

- Não é assim, claro. - falou Marin. - Não esquenta, na hora você vai conseguir falar...

- É, se preocupa agora que a saída para Hogsmeade é em dez minutos e se a gente não descer logo, vai ser largado aqui...- falou Gina olhando o relógio de pulso.


Os três compraram rapidamente todos os presentes de natal, para poderem ir o mais rápido possível para o Três Vassouras, aonde sempre ocorria o maior encontro dos fofoqueiros de Hogwarts, e, claro, Colin não poderia faltar. (O único problema, eram os montes de presentinhos que Gina comprava pra todo mundo, que sempre os atrasava).

Eles se separaram pra comprar os presentes uns dos outros (um hábito desde o terceiro ano deles), e sem demoras, ela entrou na Trapobelo, para comprar um novo par de luvas cinza escuro para Colin, já que ele tinha rasgado as antigas quando um degrau tinha afundado com ele no mês anterior, enquanto usavam um atalho para chegar à torre norte. Para Marin, ela optou por comprar um prendedor de cabelo que combinava com o vestido azul escuro que ela usaria no baile de inverno. Finalmente (depois de um brinco para Gui, um livro para Carlinhos sobre sobrevivência na selva, uma gravata para Percy, doces para Fred e Jorge, bibelôs pra sua mãe e para Hermione, um pacote de pilhas para seu pai e um produto para lustrar vassouras pra Rony) ela tinha acabado de comprar todos os presentes que precisava. Então foi completamente feliz para o pub, afinal, ela precisava encontrar seus amigos (que já deviam estar lá há quase uma hora).

Mas, de tudo que ela podia esperar encontrar, não poderia ser nada parecido com o que viu. Colin estava cercado por Parvati, Blaise Zabini, Ana Abott, Lisa Turpin, Violeta Parkinson e mais algumas meninas no quinto e sexto ano, assim como dois meninos (um sonserino e um corvinal), que também faziam parte do time da fofoca (e tinham, aparentemente, as mesmas inclinações que o próprio). Havia algo de muito esquisito nele, talvez fosse a forma como ele sorria enquanto falava, ou que ria de tudo que diziam em volta (inclusive do que ele mesmo dizia). Se aproximou, cautelosa, sem saber que raios estava acontecendo para ele estar agindo tão estranho.

- É tão horrível, não? - falou Parvati. - A gente bebe pra esquecer e só lembra.

Gina, a essa altura, viu Marin muito entretida conversando com Fawcett, enquanto às vezes eles soltavam um olhar preocupado para o garoto. Duas mesas depois do time da fofoca, estavam Harry, Rony e Hermione, esta com uma cara não muito agradável. Mesmo assim, ela se aproximou: era seguro observar um pouco antes de ir atrás do amigo. Notou que seu irmão também ria de tudo, mas era ele que estava fazendo as piadas.

- Oi gente.- falou timidamente. - Posso sentar aqui?

- Onde está Madley? - perguntou Rony curioso.

- Ali, falando com Fawcett. - falou acenando na direção geral dos dois.

- Ahhh... Deve estar tentando convencê-lo de voltar com o namoradinho! - ele falou debochado, enquanto a ruiva corava até a alma como se tivessem revelado uma coisa íntima dela. Virou-se instintivamente para Hermione.

- Colin... Er... Contou a todos nós sobre... Ahn... Sobre ele e Fawcett. - falou Harry sem jeito, mas ela continuava mirando a garota.

- Ele está bêbado, Gina, tire-o de lá! Ele já contou metade da história dos dois aos berros, e as meninas não vão parar até fazê-lo falar absolutamente tudo.

Levantou-se decidida a tirar o amigo daquela situação, mas era um pouquinho tarde: ele já tinha levantado e estava quase ao seu lado:

- Gininha! - ele berrou. - Minha linda, até que enfim você chegou!

- Colin... Senta aqui... Fica quietinho, vou pegar alguma coisa pra você comer...

- Harry! - ele gritou enquanto sentava. - Cada dia mais bonito! Sabe, eu acho muito sexy esse seu cabelo despenteado... Deve ser bom de segurar nele enquanto...

- Colin George Creevey! - falaram juntas Gina e Marin. - Cale a boca!

- É melhor tirar ele daqui. - falou Fawcett. - A gente leva ele até a Ala Hospitalar e Madame Pomfrey cuidará dele, se não ele vai acabar fazendo mais bobagens.

- Peter! - exclamou ele então, ficando de pé - Eu contei, contei a todos, então, você me quer de volta?

- Você está fora de si. - foi o que o Corvinal respondeu.

- Qual a graça da vida estando sempre sóbrio? - perguntou o rapaz, enlaçando-o pelo pescoço e o beijando mais rápido do que ele poderia se afastar.

- Já chega! - falou Marin puxando Colin pelas costas: ela era muito forte. - Vamos para o castelo agora mesmo!

E saiu arrastando o garoto para fora do pub, enquanto todas as cabeças os observavam.

- Eu... Sinto muito por Colin, Harry, muito mesmo...

- Tudo bem, ele está de porre, não? - respondeu, ainda muito corado pelo comentário do garoto sobre seu cabelo. - Não tem a menor importância, só acho que a Marin perdeu o par dela, não? - perguntou timidamente.

- Ah, claro que não... - respondeu a ruiva. - Sempre soubemos, mas, deixe-me ir lá ou ela vai arrancar o couro dele com as unhas.

- Vai acabar com o couro de oncinha do Creevey. - riu Rony, e recebeu olhares zangados dela e de Hermione. - Tá, tudo bem, me desculpa!

- Gina, quando ele estiver recuperado, diga que eu quero ter uma conversa séria com ele antes que isso chegue aos ouvidos de McGonnagall.

- Certo.

E saiu correndo até a frente do Pub aonde a amiga gritava com o garoto.

- Perdeu completamente a noção, deixou todos nós completamente envergonhados, se eu pudesse te tirava pontos! Agradeça a Deus que Gina é boazinha demais para isso! Mas eu não contaria com a mesma boa vontade vinda de Hermione, e menos ainda de Malfoy! Sua sorte é que ele não viu nada!

- Vamos logo. - falou a menina.

- Vamos. - falou a loira ainda irritada. - Antes que esse aí faça alguma besteira maior.

Enquanto o botavam dentro da carruagem, a pessoa menos indicada para melhorar a situação apareceu.

- Weasley? - perguntou uma voz arrastada.

- Que há, Malfoy? - perguntou de má vontade.

- Porque estão voltando cedo ao castelo?

- Ah, que merda, porque você tem que fazer essas perguntas inúteis em horas absolutamente inapropriadas? - respondeu Marin ainda irritada.

- Não me dirigi a você ainda, Madley. - foi o que ele respondeu. - E seria bom lavar essa sua boca suja com sabão.

- Lembre-se de fazer isso também, Gina. - ela respondeu a ruiva, que os encarava perplexa.

- Malfoy, eu sinto muito, mas você está nos atrapalhando, Colin está passando mal e... - a essa altura do campeonato, o grifinório vomitava pela janela, sujando a neve. - Bom, você já entendeu, não? - ela perguntou apressada.

- Malfoy? - falou o menino, sem virar pra dentro. - Ele é tão sexy!

Marin chegou a engasgar com o comentário: aquilo era ainda pior do que o que ele tinha dito para Potter se considerassem que ele tinha dito para um Sonserino. Aparentemente, Malfoy não se abalara, pelo contrário, subira na carruagem e batera a porta, fazendo com que ela partisse.

- Porra, Colin, cale a boca!- gritou Gina em resposta enquanto o puxava para dentro o sentando no banco.

- Esse balanço me enjoa! - respondeu ele, botando a cabeça pra fora de novo.

- Quer dizer que Creevey está bêbado. - falou o loiro espertamente.

- Draco, se você fizer alguma coisa... - ameaçou Marin com o rosto vermelho.

- Não vou contar a ninguém. - falou para a surpresa dos três. Até Colin se sentou para encara-lo espantado. - Mas, é claro que isso vai ter um custo.

- Que custo? - perguntou Colin um pouco mais sóbrio.

- Quero que Weasley vá comigo ao baile. - falou olhando nos olhos dela.

- Ahn...- ela respondeu incerta. - Eu já disse que iria com Harry.

- Desmarque com ele. - falou o loiro com simplicidade.

- Já sei. - falou a ruiva logo depois. - Eu vou com ele no baile de inverno e com você no baile dos setimanistas.

Os três ficaram calados, esperando a resposta do loiro: muitos pontos seriam tirados da grifinória se ele não aceitasse.

- Eu aceito. - falou ele olhando para o rapaz. - Mas só porque estou de bom humor.

Eles deram uma sacolejada mais forte, e pararam em frente ao castelo. Marin desceu com Colin apoiado nela, e Malfoy segurou o braço de Gina.

- Hoje às dez. Não se esqueça.

A única coisa que ela conseguiu pensar foi "estou ferrada, estou ferrada, estou ferrada" enquanto engolia com dificuldade de acenava a cabeça confirmando.

Definitivamente, estou ferrada.


N/A: Esse capítulo é dedicado à Má, que adora o Colin, a Aline C. q teve a mesma idéia, e me fez rir muito declarando que era por causa da vocação gay do menino, e a Yellowred que também adora a versão "amiga" do Creevey.