Capitulo 6. Primavera
Naquele dia, era um ritual que cumpriria sozinha. Todas as meninas ajudavam Beth ansiosamente, já que ela fora a escolhida de Dino Thomas, o grande artista do sétimo ano. Mesmo Marin parecia muito ocupada com Colin e Peter, e sua eterna crise de relacionamento para ficar atrás dela (a briga essa noite era sobre o porque de Peter não levar Colin ao baile). De certa forma, as duas estavam a maior parte do tempo em silêncio desde o encontro com Eilan Avery no lago no dia seguinte ao natal.
"Tale as old as time
(Uma lenda tão antiga quanto o tempo)"
Pegou suas roupas e suas coisas, e saiu pelo buraco do retrato, passando por um salão comunal completamente vazio. Desceu até o quinto andar, perto da estátua do Unicórnio de três chifres, onde ficava o banheiro das monitoras.
- Bolhas de sabão - sussurrou, e a porta escondida na parede se abriu.
Para sua surpresa, não havia ninguém lá, apenas Hermione recolhendo suas coisas para sair. Ela se abaixou, ligando as torneiras para que a água pura caísse.
- Queria eu, poder tomar banho uma hora antes e não ter que passar esse monte de poção - ela falou sacudindo os cabelos agora lisos e sedosos. - Algumas de nós nascem com sorte.
- Nem parece você, falando assim - riu a outra.
Despiu-se e entrou na grande banheira já cheia, molhando seus cabelos, ensaboando o corpo devagar, massageando os cabelos com um enorme cuidado. Cada gesto era carregado de uma delicadeza, que faria qualquer um duvidar que era a mesma garota estabanada que tropeçava nos próprios pés e derrubava coisas. Sozinha, Gina era tão cuidadosa que chegava a assustar.
Saiu, se secando com a toalha felpuda, esfregando-a contra os cabelos para tirar a água destes. Por um instante, parou, as mãos na bancada das pias, os olhos no grande espelho a sua frente. Sua imagem piscou para ela, e logo sua voz foi ouvida.
- Mademoseille Weasley! - falou o espelho com seu sotaque carregado. - Quanto tempo non a vejo porrr aqui.
- Olá, Claud - acenou, os pingos voando para a superfície lisa do espelho.
Ela penteou seus cabelos cuidadosamente, e pegou o vestido que tinha ganhado de Draco. A malha era fria, e ia se ajustando ao seu corpo perfeitamente. No entanto, não sentia frio com ele, então imaginou que devia possuir algum tipo de feitiço aquecedor. Pôs o cordão em volta do pescoço, e admirou a bela imagem que fazia, os cabelos vermelho formando ondas contra a pele pálida e o vestido.
"True as it can be
(Tão verdadeira quando poderia ser)"
- Venha cá - falou Hermione, que ainda estava no banheiro. - Eu te dei a maquiagem de presente, mas tenho a impressão de que você não sabe usar.
- Eu fiz no baile passado... - tentou falar.
- Ah, Gina, deixa eu me divertir um pouquinho - ela riu tensa.
Depois de alguns minutos, ao se olhar novamente no espelho, se surpreendeu. Sua maquiagem jamais ficaria tão boa quanto a de Hermione, que tinha pintado seus olhos entre o branco e o prateado, brilhando de leve, escondendo as pequenas imperfeições no seu rosto, e dando cor aos seus lábios pálidos. Naquele instante, se sentiu linda.
- Obrigada - ela falou agradecida.
-Q uem vai me agradecer é o Draco - ela falou rindo novamente. - Ele vai estar indo com a menina mais bonita da escola... Ainda não entendo porque você vai com Malfoy,
- Digamos que eu dei minha palavra pra salvar o Colin e a Grifinória da fúria do Snape.
Ela sacudiu a cabeça.
- Harry me contou daquela aposta estúpida, e sinceramente, se você não quisesse não iria com Malfoy. Você quer ir com ele - ela deu um sorrisinho travesso. - Admita.
- Eu quero sim - ela falou saindo do banheiro. - Pelo menos parte de mim quer.
"Barely even friends
(Muito mal, amigos)
Then somebody bends
(Até que alguém se abre)
Unexpectedly.
(Inesperadamente)"
- Graciosamente pontual, Virginia - falou o loiro tomando o braço da menina para si.
- Não tenho o hábito de descumprir o que digo - ela falou, ainda um pouco irritada por ter sido enganada.
Ele olhou dentro dos olhos dela pelo que lhe pareceu uma eternidade.
- Não pretendo mais mentir para você - ele falou, e ela soube que era sincero. - Você está absolutamente linda.
- Obrigada - ela falou, baixando um pouco a guarda.
- Não agradeça - ele falou suspirando. - Não se deve agradecer quando se faz um elogio sincero. Simplesmente o aceite.
- Malfoy, eu não preciso de lições de bons modos.
- Não estou te dando lições. Estou fazendo um pedido. Não me agradeça.
Novamente os dois se olharam, e todo o mundo pareceu ser menos importante, por alguns míseros segundos, até uma voz melodiosa alcançar seus ouvidos.
- Olá, Draco, olá Gina!
Os dois se viraram prontamente para a fonte da voz, uma menina baixinha, os cabelos loiros e ondulados caindo até o meio das costas, e os olhos acinzentados como os de Draco brilhando na direção dos dois. Era Eilan, acompanhada por ninguém menos que Harry Potter. Ela se pendurava alegremente no braço de seu par.
- Decadência, Eilan, indo ao baile de inverno comigo, e ao dos sétimanistas com... - ele parou, olhou o garoto de cima abaixo e praticamente cuspiu o nome - Potter.
- Oh, Draco, deixe de ser implicante. - ela falou rindo. - Então, Gina, ansiosa pela festa?
- Não muito. - ela respondeu sinceramente. - Você parece mais animada do que eu.
- Mas eu estou animada! - ela falou, um brilho de excitação em seus olhar.
- Imagine porquê...- ele falou baixinho no ouvido da ruiva, mas as portas do salão se abriram, e os casais se separaram.
"Just a little change
(Apenas uma pequena mudança)
Small to say the least
(Pequena para dizer o final)"
O jantar foi servido, e logo depois, os monitores chefes deveriam fazer seus pronunciamentos e agradecimentos. Ela e Draco estavam dividindo a mesa com os outros monitores da Sonserina (Pansy Parkinson e Thomas Nott- que não era monitor, mas o par de Parkison, Julie Stevens e Mark Blockerbust, Hannah Chiapetta, e outros dois, que sequer desconfiava o nome). Gina ficou sentada ali, inquieta, enquanto via Hermione subir no palco, e fazer o feitiço para ampliar sua voz.
- Bem vindos ao baile, setimanistas! - ela falou parecendo animada, mas isso não se estendia aos seus olhos. - Foi um desafio organizarmos esse baile praticamente sozinhos, mas aqui estamos. Nosso último ano. Acho que não sabemos exatamente como vai ser sair daqui, mas ainda não é hora de falarmos disso. Aproveitemos esse semestre! Sejamos felizes, sejamos responsáveis, sejamos calorosos! Espero que todos se divirtam muito essa noite, sem excessos. Agora, eu passo a palavra à Draco Malfoy.
O loiro estava parado atrás dela, e deu um passo à frente, enquanto ela murmurava quietus apontando a varinha pra sua própria garganta.
- Não tenho muito a acrescentar, apenas dou força ao que ela disse. Divirtam-se como nunca, pois esse é seu último baile de inverno!
E desceu do palco. Estava andando em passos firmes na sua direção. A banda começara a tocar uma música lenta, de ritmo envolvente, e ele esticou a mão em sua direção. Ela levantou, pondo a mão em cima da dele, e o seguindo para o meio da pista. Eram o primeiro casal a começar a dançar. Pôde ver de relance Rony ficando vermelho de raiva, e Hermione tentando segurá-lo. Draco passou as mãos em volta de sua cintura, a puxando para bem perto dele, e timidamente, passou suas mãos atrás do pescoço do rapaz. Encostou a cabeça no seu pescoço, sentindo seu cheiro de terra molhada e perfume masculino. Adorava aquele cheiro, e o toque gentil que a pele dele oferecia.
- Draco... - ela falou baixinho. - Me desculpe. Eu reagi muito exageradamente. Quero dizer, eu sei que fui idiota, qualquer um notaria que tinha algo ali, não era natural. Eu sou muito boba.
- Tem algo - ele falou, suas palavras arrepiando sua pele junto ao ouvido. - Eu disse que não iria mais mentir para você. Eu não vou mesmo. Você é linda, Virginia, e tem a personalidade forte, é uma amiga leal, e eu realmente admiro isso em você. E todas as vezes que nos beijamos, tinha sim o propósito de te convencer a vir comigo. Mas não posso negar que eu gostava.
Ela puxou a cabeça para trás, de forma que pudesse olha-lo nos olhos.
- Você sente vontade de me beijar?
"Both a little scared
(Os dois um pouco assustados)"
A resposta foi melhor do que ela esperava. Lentamente, como se não houvesse o baile, ele abaixou a cabeça em direção a dela, seus olhos cinzentos fazendo com que ela se perdesse no momento, até que os lábios se roçaram. Ela sentiu um comichão na barriga, e se sentiu nervosa, como se fizesse aquilo pela primeira vez. Se alguma vez Virginia Weasley tivesse andado de montanha russa, reconheceria que aquela era a mesma sensação de medo e ansiedade que sentia ao beijar o sonserino.
Abriu a boca para beijá-lo melhor, e sentiu que ele passava a língua sobre a sua, e se agarrou ainda mais ao pescoço dele, sem querer se separar de maneira nenhuma. Em resposta, ele apertou mais forte o corpo dela contra o seu.
"Neither one prepared,
(Nenhum dos dois preparados)
Beauty and the beast.
(A Bela e a Fera)"
Lentamente eles se separaram, os olhos dele brilhando de uma forma que ela jamais tinha visto antes.
- Muitas vezes. - ele respondeu. - Mas não sei se deveria.
- Claro que deveria. - ela falou. - Eu adoraria se o fizesse.
Então, com surpresa, notou que tinha entregue seus desejos naquela frase. Agora ele saberia, ele poderia usar contra ela o fato de que estava se envolvendo. Talvez, Eilan estivesse certa, e ele também estivesse se envolvendo também. "Por favor, por favor, que ele esteja se envolvendo tanto quanto eu" ela piscou lentamente, tornando a focalizar os olhos dele "ou eu não vou agüentar".
- Você é uma tentação, sabia? - ele falou sem tirar os olhos dos dela.
- Você adora ser tentado. - ela respondeu com um sorrisinho.
- Eu te quero. - ele falou mais pra si do que para ela. Na verdade, ao ver que ela tinha ouvido, uma leve coloração rosada tomou conta de seu rosto, mas ela não notou.
Eles já não se mexiam, e a música já acabara, mas eles continuavam ali. Ela ergueu-se nas pontas dos pés e o beijou.
"Ever just the same
(Sempre a mesma coisa)
Ever a surprise
(Sempre uma surpresa)"
Draco não estava preparado para aquilo. Na verdade, uma parte dele desejara que ela o beijasse, mas não estava pronto para aquelas sensações. Tinha beijado muitas garotas, mas nenhuma tinha feito se sentir daquela forma. Havia um desejo mais forte que o normal, aliado à incerteza do proibido, que o fazia ter certeza de que beijá-la no meio do salão de baile era a coisa mais idiota que ele poderia fazer.
Essa certeza foi substituída por uma segunda certeza, a de que cumprir o pedido do seu pai de conquista-la, seria um ganho mais para ele do que para sua causa. Ele queria aquilo, desejava a garota, e a considerava uma pessoa incrível. Com o pequeno defeito de ser uma Weasley, é claro.
"Ever as before,
(Sempre como antes)
Ever just as sure
(Sempre tão certo)
As the sun will rise
(Como que o sol vai nascer)"
Ao beijar o loiro, ela teve uma estranha sensação de dejà vu. Por um lapso de momento, ela teve a sensação de que aquele momento acontecera centenas de vezes antes, e pode ver-se o beijando, mas o rosto dele era muito diferente, e ela não conseguiu compreender.
"Não é a primeira vez." Alguma parte da sua consciência gritou incomodamente. "Você já esteve unida a ele antes".
Abriu os olhos assustada, mas não viu o sonserino, e mas sim uma cena em que "ela" dizia "Eu me comprometo com você, e digo que sempre estarei lá quando você precisar ser salvo de você mesmo". Lentamente as imagens tornaram a se formar na sua frente, embora um tanto desfocadas pela proximidade dos rostos.
- Tenho certeza de que se você quer fazer isso mais vezes, podemos dar um jeito.- ele falou, os lábios colados aos dela, de forma que ela sentia as palavras.- Pelo menos enquanto nenhum dos seus irmãos me matar.
- Ah, isso pode não ser muito tempo.- ela riu.- Eles não vão te matar, tenho certeza. Mas de que você vai sair inteiro, isso eu não posso garantir.
- Isso significa que você está disposta e me arriscar?
- Isso é um pedido de namoro?
- Se você quiser entender assim. - ele falou, dando os ombros.
- Digamos que eu considero muito cedo para isso. - ela falou, fazendo biquinho. - Mas se você quer dizer continuarmos a sair juntos, eu aceito.
- Feito. - ele falou, depois beijou-a delicadamente.
"Tale as old as time
(Uma lenda tão antiga quanto o tempo)
Tune as old as song
(Nota tão anfiga quanto a música)"
- Tire suas mãos da minha irmã, Malfoy. - falou um Ronald muito vermelho. - Já.
- Engraçado, Weasley. - sua voz parecia mais arrastada que nunca. - Não estou vendo ela protestar.
- Não sei o que você fez com ela.- ele falou puxando a ruiva pelo braço. - Mas vou dar um jeito de descobrir.
- Rony, ele não me fez nada! - ela disse, mas obviamente ele não deu muita atenção.
- Estou lhe dizendo, Malfoy, fique longe dela!
- Rony! - Hermione tinha acabado de alcançar o namorado. - Deixe eles em paz.
- Hermione, ele estava agarrando minha irmãzinha!
- Ronald Weasley! Sua irmã não é mais criança, ela tem dezesseis anos! Nessa idade, você já me considerava perfeitamente apta para te beijar.
- Mas este é o Malfoy! - ele reclamou com a menina.
- Ela que sabe com quem deve ficar. - falou a monitora-chefe autoritariamente. - Não se meta.
- Mas... Mas...
- Vamos embora, Rony. Só quem pode reclamar do que ele faz ou deixa de fazer, é ela. E eu não estou ouvindo um "ai" vindo da Gina.
- Mas eu não tenho do que me queixar. - falou a garota.
- Vamos. - ela falou. - Não estrague o baile dos outros. - ela puxou o menino pra longe.
"Bittersweet and strange,
(Doce e estranha)
Finding you can change,
(Descobrindo que você pode mudar)
Learning you were wrong
(Aprendendo aonde você errou)"
- Eu disse que não duraria muito. - ele falou sussurrando em seu ouvido.
- Esse foi só o primeiro... Faltam cinco ainda. - ela respondeu rindo.
- Porque subitamente eu sinto que eu me meti em uma enrascada? - ele falou parecendo preocupado, mas ela riu.
- Ainda é tempo de desistir. - seus olhos castanhos, por incrível que parecesse a Draco, não demonstravam nenhum tipo de emoção específica.
- Não... Você não vai se livrar de mim tão facilmente. - ele falou tornando a se aproximar dela, que ficou arrepiada. - Eu aceito o risco.
- Isso me deixa feliz, Draco.
A voz dela era suave, fazendo seu nome parecer uma carícia, aqueles lábios macios e rosados, ali na sua frente, o hipnotizando, e ele a beijou mais uma vez. Era fantástico como ela conseguia fazê-lo se sentir... Bem.
"Certain as the sun
(Certo como o sol)
Rising in the east
(Se erguendo no leste)"
Todas as dúvidas de porque, ou como poderia querer aquilo, sumiam da cabeça de Gina quando ele a beijava. Parecia que tudo fazia sentido naquele instante, todas as suas partes de si encaixavam como mágica. Tinha a impressão que entrava em um campo desconhecido de si mesma, e aquele beijo, aquelas sensações poderiam ser a chave para chegar até eles.
E então, Gina tinha certeza, de que mesmo se arriscando a se machucar, ela estava fazendo a coisa certa. Afinal, mesmo que tudo desse errado, ela teria aprendido muito com aquilo, sobre si e sobre o outro.
Ela queria aquilo.
- Vamos dar uma volta lá fora. - ele falou sorrindo felinamente.
- Vamos.
Seguiram descendo alguns lances de escada, até estarem no segundo andar. Não poderia confiar tanto em Draco quanto confiara em Harry, então prestou toda a atenção em aonde estava indo: passou por uma tapeçaria, viraram a direita, entraram por uma porta que levava a outro corredor por onde seguiram.
- Aqui, é um pouco frio, acho melhor você pegar minha capa.
Pousou a capa pesada sobre os ombros da menina, e pôs a mão na dela, entrelaçando os dedos nos dela. Entraram em um cômodo que parecia com um salão comunal, cheio de sofás, poltronas, e com uma lareira enorme. Soltou a mão dele, e se aproximou, vendo que nos cantos da lareira, tinham entalhados os brasões de cada uma das casas.
- Acho um lugar bastante confortável. - ele comentou, sentando em uma poltrona alta, de estofado verde-musgo.
- É encantador. - ela falou, ainda observando o local.
Draco apontou a varinha para a lareira, que acendeu prontamente, uma onda de calor tomou conta do ambiente. Gina continuava a explorar a sala, olhando cada detalhe a sua volta, com um grande interesse.
- Virginia, você poderia sentar? - ele perguntou. - Está me dando nos nervos você em pé.
Ela se sentou em uma cadeira prateada, ao lado do garoto.
- Se sentindo melhor com eu sentada? - falou rindo para ele.
- Bom, certamente melhor do que com você andando pela sala como uma criança curiosa.
- De certa forma, eu sou uma criança curiosa.
- Criança que faz criança não é mais criança. - ele respondeu malicioso.
- Então, eu continuo sendo criança. - ela piscou.
Aproximou o rosto do da ruiva, encostando o nariz no dela, e falou:
- E já é grande o suficiente para beijar na boca?
- Nesse caso... - ela falou passando a língua pelos lábios. - Eu acho que já estou bem grandinha para ser criança.
Passou os braços em volta do pescoço dele, e beijou-o com vontade. Não conseguia se impedir de voar, como uma tola. Sabia que não devia. Que Draco não era confiável, que não mantinha sua palavra, que era um sonserino, odiava sua família, e que era filho de um comensal da morte, mas tudo parecia desaparecer da sua mente quando estavam se beijando.
"Tale as old as time,
(Uma lenda tão antiga quanto o tempo)
Song as old as rhyme,
(Música tão antiga quanto a rima)
Beauty and the beast.
(A Bela e a Fera)"
- Virginia... Você entende que vai ser completamente atípico esse relacionamento, não entende?
- Entendo. - ela falou grave.
- E também que o que seu irmão fez, é apenas uma amostra do que teremos que viver.
- Eu sei disso.
- Sabe ainda que eu não sou confiável, que eu não sou exatamente o tipinho de cara perfeito como o Potter.
- Se eu quisesse o Harry, Draco, eu estaria com ele.
- Eu sei disso, mas acho que agora não seria tão fácil voltar atrás... Você sabe, Eilan é um tipo de menina encantadora e ela parecia realmente querer ele.
- Não corro o risco. Pode ter certeza que desse mal eu não morro.
- Então, finalmente você percebeu que aquele Potter é um idiota.
- Posso dizer que ele é tão idiota quanto você. Só um pouquinho mais tonto.
Eles caíram na gargalhada, e por alguns minutos não conseguiram parar, até que ela o olhou, secando o canto dos olhos.
- Não, falando sério, eu gosto de Harry, afinal, ele é como um irmão a mais.
- Ah, não, como se não bastasse esses seus seis irmãos eu ainda tenho que enfrentar o menino-da-cicatriz-idiota?
- Pare de reclamar, Draco Malfoy, não é como se nós fossemos casar... Você não precisa enfrentar ninguém, afinal, nós não temos nada.
- Por enquanto, senhorita Weasley, por enquanto.
E ele sorriu para ela com malícia, e ela riu dele.
- Você definitivamente não vale nada.
"Tale as old as time,
(Uma lenda tão antiga quanto o tempo)
Song as old as rhyme,
(Música tão antiga quando a rima)
Beauty and the beast
(A Bela e a Fera)"
- Posso até não valer, mas aparentemente é isso que você gosta, não é?
- Não seja idiota.
- Bom, você costumava gostar de idiotas também.
- Talvez ainda goste. - ela falou piscando para ele.
Mais uma vez, eles se beijaram.
- Vamos para a festa. - ela falou, muitos beijos depois. – Se Rony não me ver saindo de lá, ele vai fazer com que não reste você para contar vantagem depois.
- Isso se ele e a Hermione não tiverem resolvido ir para um lugar mais intimo.
- Draco! - ela bateu nele de leve. - Isso lá é coisa que se diga?
- É verdade! - ele retrucou. - Você já viu a intensidade com que eles andam se agarrando?
- Hahaha... Vamos mesmo assim. - ela falou ainda rindo. - Eu não posso correr o risco.
- Certo, eu sou doido, mas ainda não sou suicida.
Os dois saíram da sala, e subiram em direção ao salão de inverno, ainda de mãos dadas. Infelizmente, era tarde demais, e eles encontraram a massa confusa de pessoas saindo em direção aos seus salões comunais. Contrariando as previsões de Draco, Rony e Hermione não tinham saído para nenhuma sessão de agarramento solitário, e vinham andando na direção deles.
- Aonde vocês estavam? - ele falou irado.
- Rony, não me encha o saco. - ela respondeu mau-humorada.
- Eu tenho o direito de saber.
- Eu não fiz nada com a sua irmã que ela não quisesse. - envenenou o loiro.
- Draco! - Gina falou irritada. - Não provoque. Estávamos na sala dos monitores, satisfeito?
- Não estavam não. - falou ele teimoso.
- Como você pode saber? - ela o enfrentou botando as mãos na cintura.
- Porque eu e Hermione estávamos lá! - ele respondeu impulsivamente e depois se arrependeu. - Não... Quer dizer...
- Não fale mais nada, Rony. - falou a namorada irritada. - Não precisa falar mais nada.
-Ahhh... Então nossa monitora chefe certinha está usando nossa sala para coisas indevidas... tsk tsk... Que exemplo...
- Draco! - ela falou irritada. - Não estou perguntando sua opinião. Você não tem o menor direito de falar assim, já que você foi pioneiro nisso.
- Não sei o que você está falando. - ele respondeu cinicamente.
- Eilan Avery te diz alguma coisa?
- Absolutamente nada. - ele falou a encarando.
- Você é tão cínico que me irrita. - então virou-se para Gina. - Eu gosto muito de você, mas sinceramente, como você pode querer uma coisa destas?
- Tem coisas que a gente não consegue entender. - ela respondeu rindo da cara irritada dos três.
- O que está acontecendo? - Harry chegou perto deles com Eilan ao seu lado.
- Aha! - falou Hermione abrindo os olhos. - Agora diga. Diga na cara dela que vocês não estavam se agarrando na sala dos monitores mês passado.
- Não estávamos. - falou Eilan. - Então, qual é o problema?
- Anda vendo demais, querida. - ele falou ironicamente.
- Draco, me acompanha até o salão comunal? - falou Eilan com gentileza.
- Claro. - ele falou, então se virou para Gina. - Foi uma ótima noite.
- Eu me diverti muito. - Aparentemente, Eilan e Harry estavam se despedindo fora do alcance de sua vista.
- Então... Boa noite. - ele tocou os lábios dela com os seus.
- Boa noite. - ela respondeu gentil.
E cada um seguiu na direção de seu salão comunal. Assim que saíram do campo de visão dos outros três, Eilan se aproximou do ouvido de Draco e falou.
- Você está me devendo uma.
N/A: À Flora, que queria ver o baile do Draco, a Píchi que queria ver o louro de quatro, e a minha irmã, que sempre foi D/G e eu nunca soube.