Capitulo 7. De Brigas, Brigas, Brigas, e uns beijos também

"In a strange game

(em um jogo estranho)
I saw myself as you knew me

(eu me vi como se você me conhecesse)
When the change came,

(quando a chace veio)
And you had a

(e você teve uma)
Chance to see through me

(chance de ver por dentro de mim)"

(On the way home, Neil Young)

No primeiro dia do ano, todos os setimanistas se ausentaram do café da manhã. Mas não Draco, tinha dormido profundamente durante a madrugada, e acordara assustado. Era perigoso continuar dormindo. Um sonho o perseguia desde a véspera do natal: ele via Gina jovem, a tocava e a garota estava gelada. O ambiente era escuro, o corpinho frágil da criança estava deitado nos pés de uma estátua, que era a única forma de identificar o lugar aonde se encontrava. Draco jamais tinha estado na câmara secreta, mas saberia reconhecê-la. Depois disto, ela levantava, e não havia luz vital no seu olhar, e pintava em uma parece "Os traidores serão os primeiros!". Então havia uma risada fria.

Nas outras vezes, acordara aí. Nessa noite, no entanto, o sonho se prolongara. A risada fria era seguida pela aparição do que ele imaginou ser Voldemort mais jovem. Ele abraçava a menina, e perguntava a ela em alto e bom som:

- Me ama, Virginia?

- Amo, Tom. - falou sem emoção.

E só então ele acordou. Suava frio. Agora ele tinha certeza de uma coisa: ele, Draco Malfoy, estava ligado e prometido às trevas; mas Virginia, estava muito mais comprometida com elas que ele. Seus antepassados o ligavam aquilo, mas ela mesma tinha se entregue a escuridão, mesmo que em sua inocência.

Desceu para o café da manhã, o estômago revirando estranhamente. Na semana seguinte, teria visita a Hogsmeade, e então ele poderia se consultar com uma pessoa entendida disso. Até lá, não havia porquê suspender o contato e os encontros com a ruiva. Nem ao menos desejava isso. Era estranho para ele, mas aparentemente, a sensação de contentamento que ela trazia, o agradava mais do que ele permitiria racionalmente.

Entrou no salão principal, e viu que apenas ele de todo o sétimo ano estava de pé. Eilan não parecia estar em nenhum lugar à vista, logo, se sentou afastado dos demais alunos. Do lado oposto do salão, Potter, Hermione (que ele chamava assim desde que eles concordaram em manter uma relativa paz após a nomeação como monitores chefes) e Weasley sentavam a mesa da Grifinória. O-besta-que-sobreviveu, como ele o chamava em pensamento, lançou-lhe um olhar de pura revolta, o que o fez levantar e se dirigir até eles.

- O que foi, Potter? - falou assim que chegou. - Enciumado?

- Gina não é um brinquedo, Malfoy.

- Eu diria o mesmo para você. - ele falou arrogante. - Ou você crê que eu acredito mesmo nesse seu súbito interesse pela menina Weasley? Você nunca notou mais nela do que em nenhum dos alunos mais novos da sua própria casa, Potter. Quem é que está enganando aqui? Quem é que está simulando? Quem está fazendo tudo por aposta?

- Você. - vociferou o grifinório. - Quando você iria se interessar por uma Weasley pobretona?

- Quando, sem aposta, eu poderia fazer isso ser acreditado como natural?

- Peraí! - gritou Weasley, aparentemente despertando naquele momento. - Aposta? Que aposta é essa?

- Não contou nada para seu amiguinho Weasley? - perguntou Draco malicioso.

- Draco... - falou Hermione em tom de aviso.

- Eu e Potter apostamos que iríamos levar sua irmãzinha para o baile. Só por isso que ele a chamou, Weasley. Mas, como você percebeu, eu também a levei a um baile. Estamos quites. Completamente empatados.

- Você, eu sempre soube que não prestava, Malfoy. - ele falou com faíscas saindo dos olhos. - Mas você! - ele se virou para o amigo. - Você, Harry! Eu não acredito! Justamente você! Depois de tudo! - ele tremia de raiva, e se levantou. - Não quero que nenhum dos dois, nenhum dos dois, ouviu, Harry, chegue perto da minha irmã. Eu tenho cinco irmãos mais velhos. Eu realmente sei brigar. Acho que vocês não vão querer provar isso.

E saiu pisando firme.

Hermione ignorou-os, pondo sua melhor cara de "ele tem razão", e continuando a tomar seu café.

- Você vai ver, Malfoy. - ele falou irritado, e saiu atrás do amigo.

- Você é que vai ver, Potter.


Enquanto Marin e Colin esperavam por ela no salão principal, seguia por outro caminho. Parou em frente a uma gárgula horrenda, respirou fundo e falou:

- Delícias Gasosas.

Adorava a subida na escada que levava a sala de Dumbledore, mas a cada momento se sentia mais e mais nervosa. O que diria a ele? O que ele diria a ela? Como diria a ele? Bateu levemente na porta antes de entreabri-la.

- Professor? - perguntou gentilmente.

- Entre, senhorita Weasley.

Se havia alguém no mundo que conseguia fazê-la se sentir uma menininha boba, e sempre conseguiria, esse alguém era Dumbledore. Apesar disso, a ver a bondade espelhada naqueles olhinhos azuis por detrás dos óculos era reconfortante. Entrou no escritório, seguindo diretamente até a mesa, e se sentando após o gesto que ele fez com a mão.

- Algum problema, Virginia? - perguntou, pondo as mãos sobre a mesa. - Posso ajudar em algo?

- Hum... É sobre... Sobre Tom.

- Tom Riddle? - ele perguntou. - Lord Voldemort?

Ela se encolheu ao ouvir aquele nome, mas tornou a erguer a cabeça o encarando.

- Tenho sonhado com Tom. - ela falou finalmente.

- Mais freqüentemente que nos anos anteriores?

Ela arregalou os olhos, surpresa.

- Como... Como...

- Madame Pomfrey tem me mantido informado. Que tipo de sonhos são esses?

- Varia muito. - ela suspirou cansada. - Alguns está de volta a câmara, em outros ele me pergunta se eu o amo, e em alguns raros eu sonho com o Tom de hoje.

- Eu entendo. - ele falou sério. - A senhorita certamente percebeu que esse último tipo de sonho, são os premonitórios. Bem, não há muito o que possamos fazer para interrompê-los, não sem perder essas visões. Tudo que nó pudermos usar para derrotar Voldemort, nós queremos usar. Virginia, você concordaria em me relatar esses pesadelos toda vez que os tivesse? Se preferir se abster, pode simplesmente tomar uma poção do sono todos os dias, e não terá mais sonhos.

Os olhos da menina brilharam. Aquela era a sua chance de ajudar, de provar a todos que não era apenas uma garotinha. Independente de Harry, Rony ou Hermione, que sempre a deixavam de fora. Independente de qualquer pessoa se não ela mesma. Poderia ajudar a acabar com o monstro destruidor da sua inocência.

- Ficarei lisonjeada em ajudar.


- Como foi o baile? - perguntou Marin ansiosa no mesmo momento em que Gina sentou à mesa da Grifinória para o café. - Conta tudo, não esconda nada!

- Vá com calma - ela falou, piscando. - Vá com calma.

- O que eu quero saber... - falou Colin. - É se a senhorita foi ver o Dumbledore.

- Você sabe que eu marquei para hoje.

- E como foi?

- Bom, ele disse que não pode me mandar tomar uma poção do sono para não interromper o fluxo dos sonhos premonitórios que eu tenho às vezes. Então, é tudo... Mas, com certeza eu vou melhorar.

- Espero - falou Marin. – E o baile?

- Foi, né? - ela riu nervosamente. - Foi bom.

- Virginia Weasley! – a menina falou, absurdamente séria. – Está nos enrolando.

- Estou? - ela perguntou inocentemente.

- Não se faça de sonsa – ela deu a língua à loira.

- Está certo! - ela suspirou tranqüilizando-os. - Na verdade, foi bem melhor do que eu esperava. Vocês sabiam que Harry levou Eilan Avery?

- Quem não sabia? - perguntou Colin rindo .- Era o assunto do jantar de ontem!

- Bom, eu não sabia – ela falou rindo pra ele. – Mas acho que até esperava, sabe, eu os encontrei na porta de entrada ontem, e na hora da saída, quando Rony resolveu dar um ataque histérico por eu e Malfoy não termos estado no salão.

- Como assim, amiga? - perguntou o rapaz, com os olhos arregalados. – Me conta essa fofoca direitinho!

- Colin, se uma viv'alma fora daqui ficar sabendo disso...

- Ah, Gina, eu não vou contar, fala logo!

- Nós fomos para uma salinha no segundo andar... E ficámos lá um bom tempo...

- Sozinhos? - perguntou ele, explodindo de excitação.

- Com mais quem seria? - ela perguntou.

- Você o beijou? - perguntou Marin.

- Algumas vezes – respondeu levianamente.

- Que tudo! - exclamou o grifinório. – E ele te defendeu?

- Defender? Não... Rony não brigou comigo, foi com ele.

- Não sem motivo. - murmurou a loira, mas os dois não lhe deram atenção.

- Sabem o que mais? - perguntou ansiosa. – Estamos saindo. Oficialmente, estamos nos vendo! Não é namoro, mas é alguma coisa.

- Jura? - Colin falou tão alto que toda a mesa virou para eles. - Desculpe – falou para os outros, e então se virou de volta. – Mesmo?

A menina apenas acenou concordando, um sorriso estampado no rosto.

- Ah, que ótimo – falou Marin desanimada. – Realmente ótimo. Mas espero que você não se esqueça que Malfoy não é flor que se cheire.

- Deixe de ser pessimista! - Colin, ainda encantado, ralhou com a amiga. – Gina sabe se virar.

- Se você diz – respondeu sombria, e deixou a mesa da Grifinória.


"Hoje, às dez, no salão de inverno"

Nada mais que isso. Certamente esperava alguma coisa mais delicada, mais atenciosa e quem sabe até melosa da menina Weasley, mas contentou-se com o que tinha. Amassou o bilhete que Eilan tinha passado, e levantou a cabeça para a mesa da Grifinória, encarando a consorte. Sorriu e acenou, sem perceber que era observado por um par de olhos (ou seriam dois?) verdes.

- Está caidinho.

- Eilan, você está perdendo uma ótima oportunidade de ficar quieta.


Dois minutos antes do horário, Draco Malfoy entrava no salão de inverno e ela suspirou aliviada. Andou na direção de sua figura maciça, até que estivessem a menos de cinco centímetros de distância.

- Que história é essa de Rony ter te mandado ficar longe de mim?

- Como você sabe?

- A discussão de vocês era o assunto de hoje da escola.

- Aquela coisa não sabe ficar calada? – ele pareceu irritado. – Bicha fofoqueira.

- Não foi Colin. Não fale dele deste jeito – ele soltou um muxoxo alto. – Ele é meu amigo, e não suporto gente preconceituosa. Rony invadiu meu dormitório aos berros, gritando que eu me mantivesse longe de você, então chegou Harry.

- O Poderoso Potter.

- E Rony o mandou embora. Eles não estão se falando, aparentemente. Satisfeito?

- Não era minha intenção, mas estou satisfeito. – ele sorriu de forma irritante.

- Draco! – a garota sacudiu a cabeça. – Deixa pra lá... Não vai adiantar mesmo, vai?

- Que bom que você sabe. – ele riu.

- Sabe o que eu quero saber? - ergueu uma das sobrancelhas. – Se eu não ganho nem um beijinho.

- Estava só esperando você pedir.

Os lábios se encontraram, com mais vontade do que em qualquer beijo antes daquele, e as borboletas que povoavam seu estômago pareceram levantar vôo todas juntas. Na verdade, achava que se Draco a soltasse, conseguiria flutuar.

- Melhor irmos andando – falou ofegante quando se separaram minutos depois. – Rony vai estar me procurando a qualquer instante.

- Então vá porque eu tenho amor a minha vida.

- Ele vai ter que aceitar – ela sorriu e deu um selinho nele. – Até amanhã.

- Até!


Gina seguia despreocupada pelo corredor, se sentindo mais livre que em qualquer dia antes naquele ano, pelo menos que ela pudesse lembrar. Mas mesmo assim, todos seus sentidos estavam ligados nos movimentos à sua volta, não poderia se arriscar a ser pega por Filch, afinal era uma monitora, deveria dar o exemplo. Assim, não foi nada difícil ouvir passos leves que pareciam a seguir. Sabia que não poderia ser o Zelador, nem a gata dele, afinal não era o barulho de quatro patas. Se virou, esperando ver Draco a seguindo, mas o corredor estava vazio. Continuou a andar, e como o barulho persistia, embora cada vez mais de leve, tornou a se virar. Não viu ninguém, mas conseguiu compreender.

- Harry Potter. Não é nada bonito espionar os outros.

O silêncio foi mais profundo do que o normal.

- Saia debaixo dessa maldita capa e me encare como um homem! – ela chilreou. – Se teve a coragem e a petulância de me seguir, tenha a coragem e a honra de se mostrar.

Aparentemente, ela tinha conseguido ofendê-lo, e Harry despiu a capa na sua frente. Seus olhos a encaravam com alguma mágoa. Mas não tinha sentido ele ter mágoas, ela pensou, foi ele que sempre me ignorou.

- Até que enfim – falou ríspida.

- Gina, não...

- Não o quê? Não era sua intenção vir andando atrás de mim? Ficou lá ouvindo cada palavra que eu e Draco trocamos? Ficou observando enquanto nós nos beijávamos?

- Eu ainda tenho amor próprio, Gina, não fiquei olhando.

- Ciúmes, Harry Potter? E por quê, posso saber? Simplesmente porque aquela garotinha que você achou que sempre estaria lá, esperando você notar que ela é uma garota resolveu dar um rumo à sua vida? Desculpe-me, Potter, eu não sou tão paciente quanto a Hermione, que esperou quase seis anos para o Rony se tocar! Além do que, - ela olhou diretamente para ele, a raiva transparecendo em seus olhos. – eu esperei tempo demais.

- Virginia, você sabe que não é verdade, que ele está apenas te usando...

- Pra quê, Harry? Pra te atingir? Não seja egocêntrico.

- E se ele estiver?

- Ainda assim, vale mais a pena do que sentar e te esperar.

- Gina, você é importante pra mim, não quero que nada de mal te aconteça...

- Engraçado! Eu não vi você se preocupar com isso quando apareceu desfilando com a Chang pelos corredores. Eu não vi você se preocupar, quando no ano passado, eu tive tantos pesadelos com Tom Riddle que acabei tendo crise nervosa e parando na Ala Hospitalar no meio dos NOM'S. Hermione foi lá e até Rony foi me ver, mas você? Você esteve junto comigo na Ala Hospitalar e sequer me perguntou o que eu tinha!

- Isso não é verdade! Você está sendo egoísta! Há uma guerra acontecendo, e você quer que eu lembre de perguntar todas as coisas que perguntaria na calmaria?

- Você é que está sendo egoísta, querendo que eu estivesse sempre à disposição!

- Isso não é verdade! Você que acha isso, sabe-se lá porque! Eu posso não ter sido uma pessoa atenciosa, mas isso não quer dizer que eu não me importe! Eu te pedi para ir ao baile comigo por vontade, não por aposta. Ele só pediu por causa da maldita aposta. Eu já te falei o quanto me arrependo disso? Se eu voltasse atrás nunca teria apostado aquilo.

- Eu sei que você se arrependeu – ela falou, baixando a cabeça por um instante, e depois tornando a encará-lo. – Porque você brigou com o Rony por isso, não é? Mas também... De que me importa? Não estou nem aí pro Rony, de qualquer forma.

- Não fale isso – havia em seu rosto visível sofrimento. – Você não sabe a sorte que tem em ter sua família.

- Eu sei muito bem, Harry – ela o encarava com firmeza, sem nenhuma comoção. – Eu amo minha família, e Rony, mas isso não dá a nenhum deles o direito de me dizer o que faço com a minha própria vida. Eu tenho dezesseis anos, não sou mais uma garotinha boba. E se eu digo que vou tentar com Malfoy de qualquer maneira, oras, eu vou, não importa o que o mundo diga disso.

- Eu gosto de você, Gina. Eu gosto muito de você. Por essa atitude e por outras... Você realmente tem a coragem de uma grifinória.

- Obrigada. Mas eu nunca gostei de você como uma irmã. E eu sempre soube que quando você me quisesse como mulher, ia ser tarde. Sinto muito, Harry Potter, estou em outra.

Seguiram juntos para o salão comunal, mas em silêncio.


"when you miss me it will be to late"


- Virginia Weasley!

Era tudo um sonho borrado... O salão comunal lotado, as pessoas se virando para ela e Harry entrando, cochichos, o grito de Rony. Hermione olhava espantada para os outros três, enquanto seu irmão chegava na frente dela.

- Eu já te falei que não quero você perto dele! – o garoto estava vermelho e apontava para o amigo, tremendo.

- Eu acho que sim – Falou displicentemente. – Por quê?

- Você estava com ele! – Sua voz agora estava ficando fina, deveria estar se descontrolando.

- Não estava não – Ela riu. – E se estivesse?

- Gina! Eu sou seu irmão mais velho! Eu sei o que é melhor pra você!

A garota riu com gosto, pondo as mãos na cintura.

- Sabe, Rony? Tem certeza? – Seu tom era irônico e frio. – Então, por que não me avisou, não tentou amenizar a situação quando esse aí – Ela indicou Harry com a cabeça. – resolveu namorar aquela chinesinha? Por que você não me deu o menor apóio depois da Câmara Secreta? Por quê? Você sabe o por quê, Rony? Eu sei. – Respirou fundo, ainda raivosa. – Porque você sempre só quis saber do Harry, o que tem o Harry, o que é melhor pro Harry... Harry, Harry, Harry, o mundo gira em torno do Harry! – Ela parou, depois continuou, um pouco mais calma. – Eu te garanto que até a Hermione tem queixas da atenção que você dá a ela. Acorda, Ronald! Você nunca esteve lá por mim.

Tudo ficou silencioso depois que ela se calou, parecia que toda a Grifinória estava paralisada, entretida com a cena dos irmãos. Rony deu um soco no peito de Harry.

- Eu te falei pra ficar longe dela!

Gina segurou o braço do irmão.

- Não seja idiota! Eu já disse que não estava com ele!

- E estava com quem?

Havia algum tipo de prazer sádico na demora dela para responder, enquanto o irmão tremia sob sua mão. Estava apertando forte.

- Com meu namorado, Draco Malfoy.

Gina esperava que ele ficasse pálido de desgosto, e demorasse um pouco para conseguir processar e responder, mas Rony foi extremamente rápido.

- Virginia Weasley! – Era mais um rugido que um grito. – Espere só até mamãe e papai saberem disso! Espere até Fred e Jorge descobrirem! Eu vou escrever a eles, sim, eu vou escrever a eles ainda hoje!

- Poupe seu tempo, Rony – Ela falou gritando de volta. – Ocupe-se com a salvação do mundo mágico ao invés de lembrar que você tem uma irmãzinha! Porque quando não conhecia Harry e Hermione, eu era sua única amiga, mas agora eu sou só uma pessoa inconveniente, que só faz coisas erradas! – Seus olhos brilhavam com tanta vivacidade quanto seus cabelos, era uma leoa que acabara de acordar. – Não precisa se preocupar em contar a eles, Rony, eu mesma o farei! Não preciso de ninguém para fazer as coisas por mim, nunca precisei, não é mesmo? Eu nunca fui dependente de nenhum de vocês.

Ela olhou para Hermione, e seu olhar se aliviou, condescendente.

- Não estou dizendo nada contra você – Pareceu muitíssimo sua própria mãe brigando com os meninos e a liberando. – Você nunca me tratou como um ser ignorável.

Hermione corou, e acenou com a cabeça.

- Agora vocês dois! – Rony e Harry quase encolheram com a força da voz. – Não me venham com falsas preocupações e carinhos, sim? Eu sei me virar sozinha. E se eu quiser alguma opinião, pode deixar, tenho boca para pedir!

Ela se virou em direção a escada e tornou a virar-se para Rony.

- Amanhã, depois do café, eu mandarei Píchi para casa com a minha carta – A voz da menina era inflexível. - Mande outra se quiser, Rony, mas eu não vejo a menor necessidade.

Ela chegou a subir mais uns degraus, e virou-se para Hermione.

- Hermione, você poderia tentar pôr alguma coisa dentro da cabeça desse seu namorado.

Ela saiu e o salão comunal voltou ao seu burburinho de sempre. A garota balançou a cabeça negativamente, enquanto o ruivo resmungava coisas como "Ela vai ver..." e "O Malfoy não vale nada" e "Ela é apenas uma criança!"

- Rony, Gina tem dezesseis anos. Ela está muito longe de ser uma criança. Só você não viu isso. – Hermione respirou fundo. – Nem é o primeiro namorado dela! Você reagiu da mesma maneira do que quando soube de Michael Corner...

- A maneira que ela falou comigo! – falou indignado.

- O fogo Weasley despertou nela também – Afirmou Harry conclusivo.

- Eu não sei se gosto disso – Rony respondeu chateado.


N/A: A todas as pessoas que elogiaram o trailer; May Malfoy, Chantal, Minha querida Beta Rita (Satine), Maya Granger, Carol Malfoy Potter, Mila, Yellowred e Débora Black.

Mais um beijo especial para a Píchi e a Flora, porque elas não falaram do trailer, mas sempre me deram a maior força!

Um a mais pra Aline Carneiro, porque mãe é mãe ;-)