Capítulo 11: Garotos

Ele estava no último lance de escadas para chegar até a torre. Estava tudo escuro, a luz entrando pelas inúmeras sacadas abertas.

- Lumos. - Sussurrou, vendo a ponta da varinha se acender com uma luz azul. Subiu os últimos degraus e entrou na sala do topo da torre.

Apertou os olhos, tentando encontrar Eilan, mas a figura encostada na sacada oposta à porta era inconfundível. Mesmo no escuro, seus cabelos rubros presos no alto da cabeça se faziam notar, refletindo cada pouquinho de luz que os alcançavam. Com a varinha erguida, ele podia ver os contornos delicados do rosto dela, seus olhos castanhos bem abertos olhando-o diretamente, mas ele não retribuiu o olhar. Baixando os olhos viu com surpresa, que o uniforme que ela usava estava bem diferente. A saia, não estava "três dedos acima do joelho" como todas as meninas deveriam usar, e sim no meio das coxas - como a grande maioria das menina usava - não estava vestindo o suéter, apenas a blusa abotoada da escola, a gravata vermelha e dourada, e a capa preta com o brasão da Grifinória.

Draco deu dois passos na direção dela, quase que magneticamente atraído pela menina. A porta fechou-se sozinha, por algum feitiço da garota.

- Então era você quem queria me encontrar. - ele murmurou.

- É o que parece, não? - ela falou erguendo a sobrancelha. - Você esperava...?

- Eilan? - ele completou. - Em parte. Não exatamente ela, mas uma armação dela. Não esperava você.

- Decepcionado?

- Não exatamente. - ele falou parando cara a cara com ela.

"Seus olhos e seus olhares

Milhares de tentações

Meninas são tão mulheres

Seus truques e confusões"

Um sorriso malicioso nasceu nos lábios dela, levemente pintados pelo que ele pode perceber. Ele se aproximou para beijá-los, mas ela se esquivou.

- Eu achava que você tinha me mandado ficar longe de você, Malfoy.

- E desde quando você obedece ordens minhas?

- Não obedeço. Apenas estou perguntando se não era isso que você queria.

Ele tornou a deixar seu rosto a meros centímetros dela.

- Acho que eu mudei de idéia.

- Claro... Bem, eu não tenho certeza de que quero um namorado que muda de idéia sobre mim toda a hora.

Gina deu um passo para trás, sentando sobre uma das mesas que eles usavam para escrever sobre os mapas de astronomia e cruzando as pernas.

- E o que eu devo fazer, então? - ele perguntou se debruçando sobre ela.

- Tem que aprender a controlar seus nervos. - ela falou, pondo o dedo sobre o peito dele.

- Eu vou controlar... - ele falou antes de abaixar a cabeça beijando-a.

"Se espalham pelos pêlos

Boca e cabelo

Peitos e poses e apelos

Me agarram pelas pernas

Certas mulheres como você

Me levam sempre onde querem"

Bastaram seus lábios se encontrarem com os dela, para parte daquele desejo de tê-la que estava tentando reprimir desde a noite anterior passar a queimar dentro dele. Ele puxou-a para perto, comprimindo o corpo dela contra o seu, apertando ainda mais sua boca contra a dela, colocando a língua na boca dela que massageava a dele. Ela deixou sair um murmúrio de satisfação, o que aumentou ainda mais o desejo dele de beijá-la.

Mas Gina afastou a cabeça da dele, com a respiração ofegante.

- Acho... Melhor... Sair de cima da mesa.

- Claro. - Mobilares. - ele falou conjurando um sofá confortável do nada. Ainda com a varinha, ele colocou-o encostado na parede da sacada.

Os dois se sentaram lado a lado no sofá, e um clima constrangido ficou no ar.

- Acho que... - ela falou dando os ombros.

- É... - ele confirmou.

Os dois se viraram, e quando seus olhos se encontraram, Draco voltou a sentir a urgência de apertá-la, de beijá-la.

Logo haviam toques dos lábios um no outro, línguas, saliva, mãos apertando o corpo do outro contra si, como se toda sua existência dependesse daquele beijos, agindo como se tivessem acabado de encontrar um oásis em meio ao deserto.

E mais uma vez, Draco foi obrigado a reconhecer que aquela garota tinha o ganhado.

"Garotos não resistem

Aos seus mistérios

Garotos nunca dizem não

Garotos como eu

Sempre tão espertos

Perto de uma mulher

São só garotos"

Ele estava sedento de mais, seus beijos passaram para o rosto dela e beijou em torno do seu ouvido, enquanto ela suspirava baixinho com os beijos e com ele passando lentamente a língua em sua pele, de uma maneira que nunca ninguém tinha feito com ela.

- Você ganhou, Virginia. - ele assumiu em um sussurro no ouvido dela.

- Não, você que me ganhou, Draco Malfoy. - ela falou em um suspiro.

Ele beijou o pescoço dela, a vendo soltar suspiros de animação. Enquanto isso, suas mãos desatavam o nó da gravata dela sem que ele fizesse nada para resistir.

Virginia puxou sua cabeça para cima, beijando-o intensamente, inclinando-se sobre ele, enquanto este recostava no braço da poltrona. Agora era ela quem desfazia sua gravata, jogando-a no chão ao lado dele, e passando o suéter por cima de sua cabeça. Tomando as rédeas da situação, ele fez força puxando-a com os braços para o outro lado do sofá, pondo seu peso sobre o corpo dela, que começava a desabotoar a camisa dele.

Suas mãos brancas e grandes passearam pela cintura da menina, descendo para acariciar a lateral da perna que ela mantinha no chão, e tornando a subir enquanto eles continuavam a se beijar cada vez mais. Subiu-a em direção aos seios dela, envolvendo-os, enquanto ela ficava rígida de tensão.

"Seus dentes e seus sorrisos

Mastigam meu corpo e juízo

Devoram os meus sentidos

Eu já não me importo comigo"

- Que foi? - ele sussurrou no ouvido dela, entre beijos por seu pescoço.

- Nunca deixei ninguém...

- Fazer isso? - perguntou sabendo a resposta.

A menina assentiu com um sorriso tímido, que não combinava em nada com a pose que ela estava assumindo minutos atrás. Draco beijou seu pescoço várias vezes, se afastando do ouvido dela, e tornando a chegar perto.

- Para tudo existe uma primeira vez. - sussurrou.

Não pôde deixar de notar que havia algo de tremulo nos lábios dela quando a beijou, sua mão descendo lentamente para encontrar os botões da blusa branca, desabotoando-os um a um, sua boca ainda colada à da ruiva. Sua língua não cansava de massagear a dela sensualmente, até que todos os botões estavam abertos, os lados da camisa separados, revelando o soutien meia-taça champagne.

"Então são mãos e braços

Beijos e abraços

Pele, barriga e seus laços"

Os dedos dele entraram sob o soutien, envolvendo o seio a da garota e revelando-o. Da mesma forma, tirou o outro de baixo do pano. Gina corou quando ele se separou dela para observar seu trabalho, mas corou mais ainda ao sentir os lábios dele encontrarem seus mamilos, beijá-los e sugá-los.

Ela soltou gemidos de prazer, o incentivando a continuar mais e mais. Agora suas mãos corriam para debaixo da saia plissada, acariciando a parte interna das coxas dela, seus beijos descendo em direção a sua barriga, até que a mão dele encostou no lugar sensível entre suas pernas que se encontrava extremamente úmido, e ela levantou assustada, ficando sentada.

"São armadilhas e eu

não sei o que faço

Aqui de palhaço

Seguindo seus passos"

- Não, Draco, não... Por favor... Não... É cedo... Nós estamos juntos há poucas semanas, e Tom.. - ela desatou em uma voz de quem estava prestes a cair no choro.

- Virginia! - ele exclamou. - Eu... Você... Provocou isso, não é como se eu estivesse forçando nada!

- Não disse isso. - ela falou ainda chorosa. - Mas eu acho que não devemos continuar.

- Se você diz... - ele falou, emburrando-se, especialmente por ainda estar latejando de desejo.

- Draco! - ela chamou em tom mais severo. - Você não entende que eu passei por uma coisa extremamente difícil há poucos dias atrás? Eu não tenho condições psicológicas para manter uma relação desse tipo!

- É justamente por isso, Virginia! - exclamou ainda mais bravo. - Eu não quero que você fique pensando nele! Eu quero que você esqueça isso, supere isso. - Ele beijou o pescoço dela, e sussurrou em seu ouvido. - Para apagar as marcas dele e deixar as minhas.

Os olhos da menina se arregalaram e se virou para o namorado.

- Isso significaria que você realmente se importa comigo?

Os olhos cinzentos de Draco quase o traíram, mas ele conseguiu manter a pose.

- Se você quiser por as coisas desta forma.

"Garotos não resistem

Aos seus mistérios

Garotos nunca dizem não

Garotos como eu

Sempre tão espertos

Perto de uma mulher

São só garotos"

- Eu queria que você soubesse, Draco, que eu me dispus a vir aqui, a praticamente te procurar, porque eu realmente estou tendo sentimentos por você.

- Ter sentimentos é fácil, Virginia. - ele falou com um sorriso de ironia. - Eu por exemplo, sou cheio de sentimentos por um monte de gente. Desprezo pelo seu irmão, raiva do Potter, e um pouco de respeito pela Hermione.

- Muito engraçadinho. - falou ela sem se impedir de sorrir. - Desde quando você a chama pelo nome de batismo?

- Desde que nos tornamos monitores-chefes. Ela não me chama de Malfoy. Digamos que foi uma ordem sutil do nosso hum, - ele contorceu a cara. - querido diretor.

- Eu entendo.

Os dois se olharam por mais alguns instantes, e os lábios se procuraram sozinhos, se encontrando antes mesmo que eles pudessem se dar conta disso. Estavam novamente deitados no sofá, entre beijos nada inocentes, mãos percorrendo caminhos agora conhecidos, suspiros pouco pueris. Gina já era capaz de sentir os efeitos que o momento trazia a Draco, pressionando-se contra ela.

Ele já começava a se sentir encorajado a descer os beijos pelo colo dela, quando ela sussurrou:

- Draco... Já conversamos sobre isso.

Ele se sentou, mal-humorado.

- Tá bom.

- Não fique chateado. - ela falou, tornando a ajeitar o soutien e começando a abotoar a blusa completamente amassada. - Tudo a seu tempo.

Draco grunhiu algo em resposta.

- Quando chegar a hora. - ela falou, levantando o rosto dele até que seus olhos se encontrassem. - Você vai saber. Pode ter certeza.

Ele beijou a orelha dela, antes de sussurrar.

- Parece que não está muito longe, não é?

- Draco!

- Estarei esperando ansiosamente. - ele falou piscando.

- Até amanhã. - ela falou antes de dar um selinho no namorado.

- Até amanhã.

Gina se levantou, completamente recomposta, e andou até a porta da sala, destrancando-a com um "Alorromora". Foi então que Draco desistiu de esconder o que já parecia ser completamente óbvio.

- Virginia. - ele chamou, e ela virou com um lampejo flamejante. - Eu me importo com você, mais do que eu gostaria de me importar.

Um sorriso sincero nasceu no rosto da namorada.

- Obrigada por assumir, Draco.

E foi-se embora, deixando o rapaz com a cabeça entre as mãos apoiadas no joelho, e uma dor insuportável em lugares nada agradáveis.


Notas da Autora: Esse capítulo foi extremamente curtinho, mas eu espero que vocês tenham gostado. Para a Yellowred, que estava interessada no meu material NC, eis uma mini-provinha do que vem por aí, a Rita, e a Píchi, que leram primeiro.

Muito obrigada por todas as recomendações, e-mails, reviews, comentários e afins. São todos de extrema importância para mim.

Ah, a música é do Leoni. ^^