Capitulo 13: Discordâncias
"Love seeketh only itself to please
To bind another to its delight
Joys in another's loss of ease
And builds a Hell in heaven's despite"
(O amor procura apenas agradar à si mesmo
Prender o outro para seu deleite
Juntar-se a outro no horizonte da calma
E construir um Inferno em desprezo ao Céu)
Eilan tinha avisado a ele que ela e Gina estariam fora naquele sábado. Não pôde fingir pesar: por mais que fosse um prazer estar as voltas com a namorada, por mais que a cada encontro ele desejasse mais que ela cedesse, e mais ficasse parcialmente satisfeito com os avanços, o desejo de ler o diário vinha o consumindo. O velho Malfoy e a jovem Weasley tinham conversas "muito interessantes" nesses dias – sobre coisas da vida cotidiana daquele tempo, e não parecia haver nada das "revelações" que esperava. Mesmo assim, ele sentia urgência de continuar a ler o diário – agora já acostumara a aterrizar no meio do castelo, e no meio de momentos, conversar e principalmente discussões.
Lentamente ele foi até o banheiro do corredor, lavou o rosto e retornou ao quarto em passos pesados. Não estava com nenhuma vontade de ser elegante, pelo contrário, a primeira pessoa que aparecesse iria receber um fora no melhor estilo Malfoy.
15 de janeiro de 1758
Eu não saberia dizer se esse foi um dia bom ou ruim. As duas coisas, eu acho. Cada um deve tirar suas próprias conclusões...
Ele pegou a varinha e encostou no papel, pondo o dedo no círculo que apareceu logo em seguida, e caiu no topo da escada principal. A mulher Weasley estava com um vestido novo, simples e azul. Seus cabelos vermelhos estavam cuidadosamente arranjados em largos cachos, e pelo sorriso dela, estava tentando parecer natural. Draco teve vontade de rir da mulher quando Edward Malfoy chegou ao hall, eles destoavam completamente: ela completamente arrumada e ele em sua roupa habitual, completamente selvagem.
- Milorde. – ela falou olhando para o homem-manticora. – Tomará café comigo?
- Como de costume, senhorita Belle. A menos que ainda prefira os criados.
- Milorde Edward é muito temperamental. – respondeu se dirigindo ao salão.
- Temperamental, senhorita? – ele falou acidamente. – Perdoe-me se sou um homem de verdade e tudo que conheceste foram rapazotes afeminados.
- Milorde, tenha certeza que eu jamais conheci algum homem o suficiente para discorrer sobre seu caráter, salvo meu pai e meus irmãos.
- Covardes são seus irmãos se apenas você veio se oferecer para salvar seu pai, embora eu não fosse ceder aos pedidos deles.
- Eles viriam, milorde, se o pudessem.
- E há algo mais importante que o pai que nos dá o orgulho da família? Me perdoe, Senhorita Weasley, mas eu acredito que não há nada mais importante que o orgulho de uma casa.
- O que há de mais importante é a casa que você faz crescer, meus irmãos tem sua própria esposa, sua própria casa, e são pais eles mesmos, portanto devem honrar seu dever e não arriscar-se pela vida alheia, mesmo que a de seu pai, especialmente quando seu próprio país está em guerra e seus próprios filhos em perigo, senhor.
Os dois se sentaram a mesa farta, mas Edward não deixou que o assunto morresse.
- Assim seus irmãos permitem que seu mais precioso tesouro se vá e seja reclamado por outro homem como sua possessão?
- Se está se referes a mim, estás enganado ao pensar que sou possessão deles ou sua.
- A senhorita fez um contrato mágico comigo, comprometendo-se a passar o resto dos seus dias aqui.
- O que não me faz sua. Não me tomaste como esposa, e sim como prisioneira, ainda que hóspede.
- Ora, Weasley, você deve sua vida a mim!
- Não, monseiur, não devo minha vida a você. Devo minha estada na França ao senhor, mas não minha vida. Não salvou minha vida. Apenas fez dela um inferno à despeito da maravilha que ela era. E me trancou em uma casa tediosa, aonde não tenho nada a não ser sua inconstante companhia para me entreter! Sendo que por vezes, eu prefiro criados que são apenas objetos animados por mágica e sem vozes do que estar por perto da sua pessoa.
- Eu não sabia que era uma maravilha se casar com um homem que é filho do maior praticante de Artes das Trevas de toda Inglaterra.
- Como se os Malfoy tivessem fama melhor!
- Chega, senhorita Weasley! Isso não são modos para uma dama. Agora, se me encontrar esta tarde, por volta das três em meu escritório, terei o prazer de te apresentar a algo que deve por um fim em seu tédio. Por hora, apenas me permita tomar meu café da manhã em paz.
A ansiedade ia crescendo de forma visível em Belle Weasley, enquanto as horas – chatíssimas para Draco – iam passando. Ela andava de um lado para o outro do castelo, o obrigando a segui-la o tempo inteiro, até que o relógio bateu às três horas da tarde, e ele suspirou aliviado. Weasley por sua vez estava completamente nervosa, os lábios espremidos e os passos rápidos.
O escritório já era velho conhecido de Draco – aonde Edward e a Mademoseille Weasley costumavam se reunir para brigar. Já não se espantava com toda a espécie de coisas estranhas que tinham em volta deles, parecia mais o escritório do diretor com tantas coisinhas inúteis e esquisitas espalhadas pelas mesas.
- Então... Parece que o tédio é realmente mortal para a Mademoseille, nunca a vi ser tão pontual, apenas dez segundos passam das três.
- Pode ter certeza de que durante todo esse tempo, a única coisa que fiz foi almoçar.
- Vamos, Weasley, vamos.
Ele caminhava felinamente sobre suas quatro patas enquanto ela andava atrás dele distraída com seus próprios pensamentos. Até ser levada a uma enorme porta de carvalho com vários desenhos trabalhados em alto-relevo, de forma a desenhar o brasão da família Malfoy.
- Agora, eu quero que feche os olhos. Eu quero que seja uma surpresa.
A jovem olhou para ele desconfiado.
- Porque eu deveria confiar em você?
- O que eu acho mais adorável em você, Belle, é sua perspicácia e sua inteligência. Você estudou em Hogwarts, como me disse. Era da Corvinal, suponho.
- Eu era da Grifinória, como toda minha família. Mas agradeço pelos elogios.
- Isso certamente não é uma coisa que me agrade. E mais ainda me surpreende que uma Grifinória case com um Black.
- Eu não casei com nenhum Black.
- Mas iria casar.
- Estaria apenas cumprindo com meu dever filial, Milorde Edward.
- De fato. De qualquer forma, Mademoseille, não há porque não confiar em mim, já que sua estadia na minha casa vai se alongando sem que eu lhe cause nenhum mal. Não tenho motivos para fazê-lo. Apenas feche os olhos e entenda que estou tentando lhe fazer uma surpresa.
Belle fechou os olhos, e Draco notou que Edward estava quieto e hesitante olhando para a jovem e percebeu ali a mesma tensão que havia entre ele e Gina. O velho Malfoy estava tendo sentimentos pela garota! Aquilo era extremamente estranho. Um Malfoy? Uma Weasley? Porém... Ele e Virginia não eram também um Malfoy e uma Weasley? Claro que ele não era tão tonto pela garota a ponto de ficá-la observando embasbacado por minutos a fio. Ele apenas gostava dela, se preocupava com ela, queria ela e... Bem, ele não era como o velho Malfoy, não era. Não podia ser.
Edward abriu a porta de carvalho lentamente e a conduziu até o centro do aposento, ainda de olhos bem fechados. Depois abriu todas as cortinas, deixando a luz entrar, o que fez com que a moça sorrisse alegremente.
- Já pode abrir os olhos agora.
Draco percebeu a expressão encantada da mulher ao se ver parada no centro de uma biblioteca (que devia ter metade do tamanho da que ele tinha em Wiltshire). Perto das janelas havia uma mesinha e poltronas de aparência confortável, os móveis eram claros de forma a deixar o ambiente mais iluminado, e muitos livros em inúmeras estantes, e prateleiras.
- A organização da biblioteca é muito simples. – começou a falar Malfoy sem prestar atenção à expressão alegre dela. – Do lado direito são livros de magia, ciência, e temas técnicos. Do lado esquerdo são livros de literatura, que eu acredito que prefira.
Mas Belle estava como que paralisada, apenas os olhos correndo pelas prateleiras. Aparentemente ela não tinha reparado que sorria abertamente de prazer e surpresa. Edward a observou por alguns instantes antes de perguntar:
- Você gostou?
- Mas é claro que eu gostei! – ela falou entusiasmada. – Oh, isso foi realmente muito gentil da sua parte, Edward!
Os olhos dos dois se encontraram, e ela abaixou os olhos corando – incrível como ela corada era a exata lembrança que Draco tinha de Gina quando pequena. "Potter, você arranjou uma namorada!" e ela corando e dizendo "Deixe-o em paz!"
- Quero dizer... Foi muito amável da parte do Monseiur.
- Pode me chamar de Edward, se quiser. – falou Malfoy, em pé sobre duas patas.
- Eu... Eu... Obrigada.
- Não agradeça. Aqui é sua casa agora. Quero que se sinta bem aqui, se sinta confortável, e não posso deixar que nada falte a minha hóspede.
- Ah Edward... – Ela suspirou e Draco sentiu que estava voltando a realidade.
O Salão Principal parecia estranhamente vazio sem os cabelos vermelhos de Virginia sentados à mesa da Grifinória. Era completamente tedioso comer sem ter Eilan lhe contando todas as fofocas do dia, mesmo que ele não tivesse muito interesse naquilo. Parecia-lhe absolutamente inútil ficar ali, sem apetite, pondo alguma coisa pra dentro enquanto Crabbe e Goyle comiam feito porcos famintos, sem poder trocar olhares com sua namorada.
Quem estava sentado diretamente à sua frente era o tal Creevey, falando animadamente com uma das gêmeas Patil à sua frente. Ao lado dele estava Madley. Ainda estava relativamente confuso com os acontecimentos recentes, nunca pensara que Marin, aquela menina irritadiça e revoltada com quem ele brincava se interessaria por ele. Eilan era diferente – ela sempre vinha falar com ele arrumadinha, jogando charme, sendo melosa, desde pequenininha. Ele sabia que quando ficasse maior ela estaria no papo. Mas Marin não. Ele nunca sequer quis isso, ela era muito estressada e vingativa. Parecia demais com Draco, ele não conseguiria suportar.
No entanto, Eilan tinha sucumbido aos seus encantos por pouco tempo e sem maiores sentimentos. Marin não. Aparentemente tinha criado uma obsessão meio-infantil, meio-doentia por ele. Pouco tinham se falado desde que entraram na escola, no entanto, ele podia ver naquele mesmo momento que o olhar dela se dirigia a ele com malícia.
Poderia apostar que ela jamais esperava que ele, o herdeiro dos Malfoy fosse se envolver justamente com sua amiga amante de sangues-ruins, que usa vestes de segunda mão, filha de uma família de traidores do sangue, ou seja, uma Weasley. Quem pensaria nisso? Era completamente bizarra aquela situação. No entanto, segundo sua avó Caillean, aquilo era a muito esperado. Ele era predestinado.
Draco não entendia porquê. Ou como. E o que é que Edward Malfoy e Belle Weasley tinham a ver com isso. A única conclusão que ele chegou foi que aquela não era a primeira vez que um Malfoy se apaixonava por uma Weasley e vice-versa.
Draco agora presenciava um jantar, cerca de uma semana depois deles terem ido pela primeira vez a biblioteca. Era o primeiro registro da mulher depois isso. Pegou uma maçã que estava no meio da comida e tentou comer – aparentemente não se podiam comer lembranças. Os dois estavam completamente calados, e sequer trocavam olhares. Aquilo era muito aborrecido.
- Algum problema, Mademoseille? Algo que gostaria de dividir comigo?
- Tenho alguma outra opção? – perguntou rebeldemente a ruiva.
- Ficar calada, se preferir.
- Adianta? Eu estou sentindo um vazio enorme. Eu continuarei assim independente de contar a você ou não. Não vai fazer a menor diferença...
- Talvez alivie o que te aflige.
- A única forma de me aliviar é me libertando.
- Não posso. Não existe essa opção.
- Então eu devo murchar e morrer como uma flor sem sol. Não fui feita para ficar encarcerada em um único lugar.
- E o que pretendia fazer, Mademoseille? Saindo daqui, certamente seria apenas questão de tempo até que desposasse o Black, e então estaria presa na casa dele, com ainda menos liberdade do que tem aqui. Duvido que algum Black permita sua mulher de ler romances. Costumam fazer estragos na cabeça das jovens. Se tornaria esposa, sem função nenhuma a não ser mandar em elfos domésticos e trazer herdeiros ao seu marido.
- É verdade. Ao menos eu poderia ver meus irmãos. Sinto tanta falta deles, muito mais do que possas imaginar. Eu e meu pai morávamos com um deles, Martius. Eu gostaria muito de poder vê-los. E eu não me importaria realmente de casar com Sigma Black e ficar presa na casa dele, até porque seria minha própria casa, e realmente desejo filhos que eu possa amar e cuidar.
- Então devo lhe perguntar uma coisa, Mademoseille. Ama esse homem?
- Não o amo, e não conheço o amor, Monseiur. Casamentos com amor não são comuns, ou pelo menos assim eu penso. O amor... O amor não acontece em casamentos, estes são sua obrigação, o amor é seu prazer. É muito raro que realmente haja um casamento que comece com amor e perdure. Mas muitos podem começar por obrigação e o amor nascer da convivência. Ainda sim, aparentemente, casamento e amor há muito não andam juntos.
- Sim, também é o que me parece. No entanto, a senhorita parece pensar que seus irmãos tem casamentos felizes.
- Eles são felizes, milorde, à seu jeito. No entanto, se em meu casamento eu for metade feliz do que eles são, então estarei realizada no amor.
- Aparentemente dás muito valor a esses irmãos, mas eles não dão o mesmo valor à mademoseille.
- O que quer dizer com isso?
- Eu quero dizer, Belle, que se fosse a minha irmã, e eu a amasse, eu não permitiria que ninguém que não fosse seu marido por direito prendesse-a em sua casa, eu iria até lá exigir que a devolvesse para mim.
- Está duvidando do desejo deles de me levar de volta? Pois fique sabendo que eu não iria mesmo assim, pois tenho palavra.
- Estou duvidando do desejo e da coragem destes teus irmãos de te levar embora.
- E que honra Monsieur tem para questionar a coragem dos meus irmãos? Que conhecimento de amor fraternal monsieur tem para falar uma coisa destas?
- Eu conheço o suficiente de honra e amor para dizer isto. Se eles quisessem, teriam vindo. Eu teria indo atrás. Eles não tiveram a coragem, não vieram buscar o maior dos tesouros deles.
- O monsieur é uma pessoa horrível Edward Malfoy! É um ser desprezível! Eu te odeio!
- É a verdade, Belle, nada mais que a verdade! Você é a coisa mais preciosa que eles têm!
- Eu queria nunca ter te conhecido, Edward Malfoy! Eu me arrependo profundamente do dia em que meu pai pôs o pé nesse maldito castelo!
Belle estava na entrada do escritório, com a mão no portal, enquanto Edward fingia ler pergaminhos estendidos por cima da mesa. A lareira estava acesa, mas os lampiões estavam desligados. Assim era mais difícil para ela compreender a expressão fria de seu rosto, o que não era de todo uma vantagem, já que ele não conseguia ver os belos olhos azuis dela.
- Edward?
- O que deseja, Mademoseille Weasley? – Perguntou fitando as chamas.
- Primeiramente, que não fale assim comigo.
- Assim como, mademoseille?
Ela deu passos firmes para dentro do escritório, no rosto a expressão mostrando a irritação.
- Ainda hoje me disse para chamá-lo pelo nome de batismo. Pois lhe peço o mesmo. Me chamo Belle, e assim deve me chamar.
- E o que Mademoseille Belle veio fazer em meu escritório?
- Vim lhe pedir desculpas.
Ele se virou para ela surpreso com a resposta da jovem, e reparou que ela estava parada de frente à escrivaninha. Subiu sobre o tampo de forma a que seu rosto estivesse na altura do dela.
- Desculpe-me, acho que não ouvi direito. O que veio fazer?
- Te pedir desculpas. No jantar... Estava lá contigo, me dizendo o quanto eu sou valiosa e eu só conseguia ouvir ofensas a minha família!
- O que prova que se orgulha dela.
- Não deveria?
- Certamente... Mas sabe que em pouco tempo, - O rosto dele estava bem próximo ao da jovem agora. – em pouco tempo vai passar a ser senhora de outra casa, à qual deve honrar...
- Em pouco tempo, - ela repetiu se aproximando do rosto dele também. – mas até lá...
- Até lá, continuará assim
- Exatamente.
Agora o rosto dos dois estavam tão próximos que Draco poderia jurar que estavam a ponto de se beijar. Virou-se querendo sair e não ver a cena, enquanto os lábios dos dois quase se tocavam, então tropeçou em alguma coisa que estava no chão – muito escuro para que ele pudesse ver – e com um estrondo se viu beijando o tapete.
E Draco não gostava nada da sensação. Nadinha.
Aquilo fez com que Belle desse um passo para trás – exatamente aonde estaria Draco se não tivesse se movido, quebrando o clima.
- Me desculpe. Me desculpe.
- Não tem problema nenhum. – falou Edward, voltando-se mais uma vez para o fogo.
- Eu... Vou me recolher agora, com sua licença.
- Toda.
E mais uma vez, Draco estava de volta ao seu quarto.
Já era tarde da noite, e aparentemente Eilan e Gina não tinham voltado. Aparentemente, o irmão cabeçudo dela não reparara, entretido em uma conversa com Hermione e Potter. Creevey estivera sentado à mesa da Corvinal, ao lado de seu – por assim dizer, namorado.
Mas agora já passavam muito das nove, e não era apropriado que ele, mesmo sendo monitor-chefe e não tendo horário para retornar ao seu salão comunal, ainda estivesse perambulando nos corredores. Desceu aos corredores sempre escuros e desertos que levavam à Sonserina distraído. Pensava na mulher Weasley e em seu próprio ancestral, ao mesmo tempo em que pensava em Virginia e a vontade que estava de beijá-la quando uma mão o segurou.
- Mas que raios...
- Me diga porque ela e não eu! – A voz da grifinória falou cheia de cólera ecoando nos corredores de pedra das masmorras.
- Marin?
- Me diga porquê porra ela e não eu! – Tornou a exigir a voz da menina, e embora não a visse, podia perceber que ela estava chorando. – Eu posso entender que tenha se envolvido com Eilan, afinal ela é da sagrada Sonserina, mas Gina? O que aquela pé-rapada tem que eu não tenho?
- Marin... Respeito! – Ele falou em tom de aviso.
- Então é verdade o que todos dizem! – falou com selvageria. – Draco Malfoy está completamente apaixonado por uma Grifinória! Totalmente domado por uma garotinha Weasley! É isso que a escola comenta, e é a verdade que eu vejo nos teus olhos!
- Está dando atenção demais a fofocas.
- Seus olhos te traem, Draco! Apaixonado! Mais por que diabos? Por quê?
- Marin, está na hora de você ir embora. – falou segurando a menina febril. – Vamos, vá para sua torre.
- Eu te quero, garoto!
E assim que ela pronunciou essas palavras, seus braços forçaram seu corpo contra o do rapaz, e sua boca forçou contato com a dele, desesperada de paixão. Draco foi pego de surpresa e demorou alguns segundos para reagir, empurrando a menina para longe.
- Você está doente, Marin. Doente da cabeça. Vou conversar com Hermione Granger amanhã sobre seu comportamento. Mas eu quero que uma coisa fique clara: eu não quero mais te ver na minha frente. De jeito nenhum.
E Draco continuou seu caminho pra dentro da escuridão, deixando a menina chorando encostada as paredes geladas das masmorras.
Notas da Autora: Esse capítulo vai em especial a minha beta Rita (Satine), por toda ajuda. A citação é um poema de William Blake, "The clod and the pebble", e a tradução fui eu mesma que fiz, logo apesar de retratar fielmente as palavras do poema, não tem o mesmo valor e musicalidade... Que triste :-(
