Capítulo 23 – O caminho escolhido

"Two roads diverged in a yellow wood

(Duas estradas divergem entre troncos amarelos)

And sorry I could not travel both

(E sinto muito, eu não podia percorrer as duas)

And be one traveler, long I stood

(E ser um viajante, por muito tempo eu esperei)

And looked down one as far as I could

(E olhei para uma por tanto tempo quanto pude)

To where it bent in the undergrowth

(Para onde ela levava no que ainda não cresceu)"

Draco podia sentir o quanto os comensais estavam tensos. Marin, no lugar exatamente oposto ao seu no círculo, parecia estar histérica. A forma como ela apertava as mãos denunciava seu nervosismo com a batalha eminente. Riu internamente: era tola demais. O Lord parecia contente e confiante, e seu sorriso feroz fazia o rapaz ferver de ódio.

"dio pelo que ele fazia. Pela forma como fazia. Pelas lágrimas da sua pequena Gina, sua! E quando lembrou do que acontecera há meses atrás, dela chorando e pedindo que ele não a encostasse depois de ter sofrido nas mãos de Tom, teve vontade de matar o Mestre com as próprias mãos. Fechou-as com tanta força que seus punhos chegaram a doer. Podia sentir sua pele queimando tamanha a ira.

- Hoje é o dia – Falou o Lord, trançando seus dedos enquanto os observava atentamente. – Cuidem dos alunos, segurem Dumbledore e deixem o caminho livre pra eu alcançar o Potter.

No momento seguinte os comensais estavam começando a se embrenhar por uma área desolada da floresta em direção aos jardins de Hogwarts. Ele deveria ficar na retaguarda dos comensais, mas sua maior preocupação era tirar Gina da batalha. Tinha certeza que ela seria um dos alvos dos comensais e se não se enganasse muito, Marin se encarregaria de acabar com ela caso tivesse a chance. A sorte era que Eilan já estava muito longe.

Respirou fundo e empunhou a varinha, pronto para seguí-los, viu surgir por entre as árvores, como uma visão, a figura pálida de Eilan. Seus cabelos estavam soltos e faziam grandes cachos dourados sobre a túnica azul profundo que realçava a meia-lua em sua testa. Seu rosto estava grave, e seus olhos tinham um quê de decepção. Quando se olharam, automaticamente ela levou a mão à barriga e deu um passo para trás.

- Não consigo acreditar que você ainda vai com eles.

- Na verdade...

- Não fale – interrompeu a garota. – Não quero ouvir nada. Só quero te ver uma última vez.

- O que você quer dizer com isso? Você viu alguma coisa? – Draco subitamente sentiu medo.

A loira deu um sorriso triste e balançou a cabeça, os olhos brilhando com lágrimas não derramadas.

- Não posso sequer tentar nesse estado. Eu apenas – ela suspirou alto, sem mais conseguir conter as lágrimas que rolavam livremente por seu rosto. – Estou com medo, Draco. Muito medo. Caillean me diz para ficar tranqüila, que isso faz mal a mim e ao bebê, mas eu tenho medo!

- Não tema – ele falou, segurando firme a varinha. – Nada vai me acontecer.

Draco saiu deixando Eilan sozinha na clareira, apenas por um instante, antes que ela voltasse a sumir entre as árvores no passo lento e ritmado das sacerdotisas.


Gina podia sentir a tensão no Salão Principal. Os alunos tinham sido devidamente conduzidos para um local seguro, e poucos tinham sido autorizados a permanecer no castelo, se assim o desejassem. Realmente muito poucos tinham ficado, grande parte antigos companheiros seus da Armada de Dumbledore. Até mesmo o antes tão revoltado Simmas Finnigan empunhava a varinha obstinadamente enquanto observava os rostos tensos dos aurores no salão, misturados aos agentes da Ordem da Fênix.

Haviam poucos Sonserinos no local, e o que lhe deixou mais intrigada foi ver o rosto raivoso de Pansy Parkinson próximo à Kim Shacklebolt. Michael Corner, seu ex-namorado, também estava presente, andando em torno das assustadas gêmeas Patil. Inutilmente Dumbledore tinha tentado fazer com que eles fossem embora com os outros alunos, pelos caminhos secretos que conduziriam os alunos à salvo até Hogsmeade, sem sucesso. Rony e Hermione, no entanto, pareciam ser um dos poucos que tinham real consciência do que estava prestes a acontecer. Harry tinha se isolado, mais do que nunca um homem marcado que ninguém poderia entender. Tinha afastado todos que o procuraram, todos menos Neville. Estavam sentados na mesa da Grifinória, perto da mesa dos professores, enquanto os outros andavam nervosamente. E calados, ambos, apenas trocavam olhares.

- A qualquer minuto agora... – Murmurou Luna ao seu lado. As duas se encararam por algum tempo, em silêncio.

- Você está com medo? – a grifinória perguntou à amiga.

- Medo? – questionou a corvinal. – Porque deveria ter medo? Medo de quê? De morrer? Todos morremos, Gina... E de alguma forma, todos sempre voltamos...

- Você acredita nisso? – perguntou, pegando a mão da menina.

- Do fundo do meu coração.

As duas se encararam, um silêncio pesado e tenso, de quem se pergunta o que vai acontecer. Luna deu um sorriso encorajador e ergueu a varinha, como se fosse proferir um feitiço imediatamente.

- Vai dar certo.

Ouviram a porta se abrir com um estrondo, e imediatamente, Lupin e Tonks saíram para o hall, varinhas em punho, feitiços estuporantes sendo lançados às cegas. Imediatamente foram seguidos por duplas de aurores, e Gina só ouvia gritos, vozes recitando feitiços alto, e luzes correndo para dentro do salão.

Aos poucos alguns comensais conseguiram entrar, e imediatamente os alunos mais velhos entraram na batalha, usando todo o conhecimento que tinham de magia, fazendo tudo o que era possível para inutilizar os inimigos. Um dos comensais foi transformado em um porco, que guinchava pelo local, a deixando incomodada.

- Vamos! – ela puxou Luna, saindo as duas correndo em direção ao Hall. Viu de relance Harry se levantar, Neville o tempo inteiro ao seu lado.

- Petrificus Totalus!

A garota comensal parou apenas um instante depois de ter conseguido amarrar Gina, atacando pelas costas. Luna foi até ela, apenas dois passos para a esquerda e retirou a máscara branca, revelando o rosto assustado de Marin.

- Madley! – exclamou surpresa. – Madley, como você...

- Luna! – Gina gritou quando sentiu um braço a puxando em direção a um dos corredores desertos do primeiro andar. –Lu...

- Não adianta gritar, Weasley – Falou a voz fria de Lúcio Malfoy, rindo para ela. – Ninguém pode te ouvir.

- Me solte – ela tentou se sacudir, mas amarrada como estava, não adiantou muita coisa. – Você é um maníaco! Maníaco! O que você quer de mim?

- Você, Virginia, me tirou meu filho! – ele a sacudiu com força, seus braços doendo. – Meu único filho! Você o transformou em carne para vermes!

- Eu transformei ele em um homem!

- Você fez dele uma vergonha! – Gritou por detrás da máscara.

- Quando, exatamente, eu me tornei uma vergonha, pai?

Lucio se virou, largando a garota de qualquer jeito no chão, olhando para Draco.

- Expelliarmus!

O rapaz tinha a varinha erguida e apontada para o rosto do homem.

- Abaixe essa varinha, Draco.

- E porque eu deveria?

- Abaixe imediatamente essa varinha! – Uma nota de pânico podia ser notada na voz de Lucio.

- Está com medo, pai? – Era inconfundível o tom de escárnio enquanto Draco andava lentamente até o comensal – Medo de ter me ensinado tudo bem demais?

- Draco...

- Eu aprendi, pai – ele falou, e apontou a varinha para a menina, esperando ver o homem respirar aliviado, falou em tom de ordem – Finite Incantatem!

Ele se virou novamente para o pai, com a raiva explícita em seu olhar, e jogou as varinhas na direção da garota.

- Estou sem arma nenhuma – falou, como quem se prepara para um duelo, descrevendo suas táticas de jogo.

No momento seguinte, Gina estava vendo Draco socar seu pai, tão depressa que Lúcio sequer teve tempo de reagir. O nariz do homem sangrava enquanto ele tentava se desvencilhar do aperto firme de Draco, de seus dedos arranhando os ombros do comensal, enquanto o segurava para poder socar mais e mais seu rosto.

Gina fechou os olhos, apertandos-os com força. Não saberia dizer por quanto tempo ouviu os gemidos de dor de Lúcio, ou a respiração arfante de Draco enquanto batia no pai. Perdeu a noção do tempo enquanto sentia as lágrimas correrem pelo seu rosto.

Cada soco, era por ela. Gina sabia. E apenas chorando conseguia agradecer.

- Isso é pra você aprender a nunca mais se meter com ela, Pai. - E a levantou - Vamos Virginia.

E saíram juntos, deixando um Lúcio semi-desmaiado no corredor.

Os jardins estavam cheios de corpos caídos que Gina não conseguia reconhecer, sua visão ainda embaçada. Ouvia vozes conhecidas em gritos confusos, seus sentidos perdidos.

- Você deveria ter ido para Hogsmeade com os outros - ralhou Draco, mas ela não se importou.

- Harry! – Ela falou, alto, correndo em direção ao espaço onde podiam ver o rapaz duelando com Voldemort, mais desviando de feitiços um do outro do que realmente atingindo o inimigo. Draco viu também alguns rostos conhecidos. Nevile Longbottom sangrava em alguns pontos do rosto, e sua tia estava no chão, imóvel. Morta, ele suspeitou.

- Estupefaça!

- Impedimenta!

E no momento seguinte, Draco estava vendo a coisa mais inacreditável de sua vida. Agora ele podia entender o que acontecera quando o Lord voltara. Os dois estavam suspensos no ar, um fio dourado se subdividindo em muitos, o braço de ambos tremendo frenéticamente. A mão de Gina apertou a sua, e por um instante, a luta à sua frente perdeu totalmente a importância.

- É agora... – Ela falou. – Ou o começo ou o fim...

- Virginia... – Ele falou, olhando-a nos olhos. – De uma forma ou de outra, valeu a pena.

- Draco... – Ela murmurou, e aproximou seu rosto do dele, fechando os olhos levemente.

Um barulho de explosão cortou o ar apenas um segundo antes de serem ambos arremessados para o chão. Viram o fogo começar a se alastrar pelas árvores próximas à Harry e Voldemort, esse último caído no chão. Nevile segurava a varinha de Harry junto com ele, e tudo que Draco ouviu foi um estrondo antes de desmaiar, seu braço queimando tanto que parecia que iria se desfazer.

Gina ainda viu os dois rapazes caindo no chão, e temeu. Era o fim. Ele tinha ganhado, era o fim. Não havia mais Harry nenhum para ajudar.

Tudo ficou preto.


Festa. Ruídos de centenas de pessoas falando animadamente. Luzes, gritaria. O que estavam comemorando? Tinham perdido! Tinham perdido a batalha, porquê comemorar?

- Certo, mas já chega! JÁ CHEGA! – ouviu a voz da Madame Pomfrey. – Eu preciso cuidar do resto dos pacientes!

- Gina já acordou! – ouviu a voz de Hermione! – Gina, sorria! Vencemos!

- Vencemos? – perguntou sentando-se. – Mas eu vi Harry e Neville caindo!

Hermione passou imediatamente para uma expressão séria e preocupada.

- Eles estão muito feridos. Mandaram os dois direto para . – E depois tentou dar um sorriso confiante – Eles vão ficar bem.

- E... – Engoliu à seco antes de falar. – Como eu cheguei aqui?

- Eu trouxe você e Draco assim que os achei. Estávamos morrendo de preocupação! Vocês estavam tão ensangüentados que eu até achei que... Achei que...

- Ensangüentados?

- Por causa dos estilhaços da explosão, é claro – falou tentando tranqüilizar. – Muita gente morreu, Gina... Muita gente.

- O que você quer dizer com isso? – ela perguntou, a voz trêmula. – Meus irmãos estão bem? Meu pai...?

- Estão todos bem – A monitora-chefe olhou de lado para o rapaz loiro na cama ao lado da de Gina. – Só não posso dizer o mesmo sobre os pais dele...

- Mortos? – perguntou trêmula, com medo da reação do rapaz.

- A mãe está sendo levada para Azkaban e o pai... O pai... Ah, Gina... Foi seu pai que lançou o feitiço que o jogou contra uma janela... Ele não tinha como saber que não estava trancada... Sinto muito.

- Não sinta – falou a ruiva. – Não tem porque sentir.

- Mas antes de morrer o pai dele ainda matou o Kingsley e o Lestrange. Aliás, a Bellatrix Lestrange, tia dele, aquela louca, também morreu. E sua amiga... – A voz de Hermione falhou novamente. – Sua amiga, Marin, ela foi encontrada entre os corpos de comensais... Você.. Você...

- Eu sabia, se era essa sua pergunta – Falou a ruiva, a voz endurecendo. – Mas, como...?

- Colin disse que ela tentou impedir um comensal de o matar e... Bem... – A ruiva acenou a cabeça. – Eu sinto muito.

- E o que, afinal, houve com o Santo Potter? – perguntou a voz rouca e fria do menino deitado.

- Draco! – Exclamou Hermione, levando a mão à boca. – Desde quando...?

- Por tempo o suficiente pra ouvir todas as últimas atrocidades do meu pai, Granger.

- Sinto muito por ele.

- Não, você se sente aliviada – respondeu ríspido, pondo-se de pé. – Estou cheio dessa hipocrisia. Até mais ver, Granger... Se é que vamos nos ver.

- No seu julgamento, com certeza – ela disse, firme.

- O que você quer dizer com isso?

- Você será julgado por ter se tornado um comensal da morte – respondeu a grifinória como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Então, até lá.


Gina não se surpreendeu tanto quando sentiu uma mão delicada puxá-la para fora da vista dos outros, encostando a testa na dela, os narizes quase se encostando em um prelúdio de um beijo. A respiração acelerada e ofegante tocava seu rosto, assim como a sua deveria estar tocando o rosto de Draco. Ergueu as mãos, fazendo carinho no rosto do rapaz com a direita enquanto mantinha a esquerda em torno do pescoço dele.

Antes que ele falasse o que pretendia, ela se manifestou.

- Shh... – Pousou o dedo indicador sobre os lábios do loiro. – Não agora.

E deslizando seu dedo até o queixo do rapaz, ela o beijou. Pressionava com vontade seus lábios contra os de Draco, em um carinho um tanto melancólico. Ele retribuiu o beijo com vontade, como um homem preso que se agarra aos últimos vestígios de liberdade.

- Me perdoe – ele pediu quando se separaram. – Me perdoe por tudo...

- Isso não é mais um problema meu, Draco... – ela respondeu, triste.

- Claro que é um problema seu – ele disse, afundando seu rosto nos cabelos flamejantes da garota. – Você é a única coisa que importa em tudo isso!

- O Ministério é que tem que te perdoar.

- Mesmo que ele me perdoe, se você não me perdoar, não importa. Seria preferível apodrecer em Azkaban, ao menos estarei em família.

Ela deu uma risadinha triste.

- Se dependesse só de mim, Draco, eu começaria tudo de novo e daqui pra frente seríamos felizes para sempre. Mas não é bem assim.

Ela ainda tocou levemente os lábios de Draco com os seus antes de se afastar.

- De qualquer forma... Eu te amo, Draco Edward Malfoy.

O som dos passos de Gina encheu o corredor, enquanto o sonserino abaixava a cabeça, ainda mais culpado do que quando chegara.


Inocente. Livrado de todas as culpas. Aquilo ficava ecoando repetidamente em sua mente, como um sonho bom. Certo que tinha sido obrigado a dar 60% dos seus bens para o auxílio as vítimas dos comensais da morte, mas esses 40% que continuavam em sua posse eram muito mais que o suficiente para cinco gerações da sua família viverem sem trabalhar. Ainda tinha controle dos negócios, de qualquer forma, mas entre as coisas que perdera estava a Mansão de Wiltshire. Draco ainda não sabia onde ficaria, mas não podia deixar o país para não violar sua condicional. Não tivera, claro, tanta sorte quanto Lupin, que matara friamente Rabicho, fora julgado e recebera uma Ordem de Merlin, Segunda Classe. De qualquer forma, o pobre lobisomem não tinha nada para perder.

O céu tinha uma tonalidade diferente agora que era um homem livre, ele andava em direção à estação de trem com tranqüilidade. Não havia muita escolha para ele: ou ir procurar sua avó, ou morrer no calor escaldante do verão. Sorriu.

O mais importante: teria sua Gina de volta. Ele a teria de volta.

Desceu as escadas em direção à plataforma, indo ao encontro da menina ruiva próxima a parede que dividia a plataforma 9 da 10. Outro homem teria corrido na direção dela, mas ele se limitou a andar em passos largos e firmes até ficar frente a frente com o rosto sardento, que demonstrava apreensão.

- Liberdade condicional. Alguns trabalhos comunitários e apreensão de bens.

Ela suspirou parecendo enormemente aliviada, e ele passou os braços em torno da cintura da garota, a aproximando muito de si.

- E agora... Eu tenho o que é meu de volta?

- Draco... – Ela se afastou um pouco dele, séria. – Não é assim. Você tem responsabilidades. Você vai ser pai! Eu... Eu não posso...

- Porque? Por Eilan? Virginia, ela...

- Vai dizer que não te quer. Mas você precisa estar do lado dela. Você fez esse filho com ela, você...

- Eu estar do lado dela não significa necessariamente estar com ela!

- Talvez, Draco... Mas preciso de tempo. Muito tempo. Preciso de tempo, pra começar a reconstruir o que a gente destruiu. Você me entende?

O rapaz fez um barulho engraçado com o nariz, como uma risada segurada.

- Não. Mas eu aceito, não é? Não tem outro jeito...

- Obrigada – ela falou sinceramente. – Nos vemos dia 1º de setembro então?

Ele olhou dentro dos olhos dela e procurou em si um sorriso para responder.

- Espere por mim.

- Eu estarei esperando.

Draco fechou os olhos com força, seguindo em direção à parede, e desapareceu em direção a Plataforma 9 e ½.


N/A: A poesia do inicio do capítulo pertence à Robert Frost, e foi traduzida livremente por mim, apenas para vocês compreenderem o sentido, sem poder, no entanto, manter a métrica e a rima. Está ae: o penúltimo capítulo. Com alguma sorte, até sexta-feira eu publico o último capítulo, que eu estou escrevendo agora mesmo. Muito obrigado por todos os reviews, os comentários, os e-mails, tudo, que me ajudaram a construir esse capítulo. E ele é dedicado especialmente a duas pessoas: A Fabi, por sempre me ajudar a escrever mais e melhor, e a Pichi, e ela sabe o porquê.