Entre arrobas e poemas Chapter 1: Tempo, an inuyasha fanfic

UA - Kikyou trocou Inu-Yasha por outro, e ele quase não suportou a perda. Uma garota que ele conheceu pela internet vai ajudá-lo a superar e encontrar um novo amor.

Tempo. Um tempo. Aquelas palavras ecoavam na mente de Inu-Yasha como uma ondulação de um lago, batendo e voltando, batendo e voltando. Sempre num movimento contínuo que o causava náuseas. O mundo queria torturá-lo.

As palavras dela voltaram para sua mente. "Não está dando certo, quero um tempo." Quanto tempo ele agüentaria sem Kikyou? Quanto tempo ia durar aquele tempo?

Tempo...

Era a palavra que tomava sua mente nas últimas horas. Kikyou tinha lhe dito isso pela manhã, e parecia no minuto anterior. Ele não tinha conseguido se concentrar em nenhuma aula, e como castigo o professor passara um trabalho extra para ele fazer.

Esse era um dia daqueles que Inu-Yasha sentia que preferia morrer. Só queria deitar na sua cama e comer alguma coisa doce, chocolate quem sabe, até não agüentar mais. Ou até acabar os doces daquela casa.

Ficou olhando para a página em branco no Word. Colocou o cursor no meio da página e fez um pequeno ponto. Exatamente como ele se sentia, um minúsculo ponto no meio de um nada.

Quando tempo mais duraria aquilo? Inu-Yasha esperava que durasse menos que cinco segundos, já que era tudo que ele podia agüentar sem Kikyou. Ele batucou a mesa com os dedos. Cinco segundos já tinham passado.

Era tão ruim sofrer assim. Por que justo ele?, Inu-Yasha não se lembrava de ter feito nada tão ruim na vida. A não ser ter nascido. Nascer era sua sina. Foi o grande zero da sociedade só por ter nascido. Ninguém o aceitava e ninguém o aceitaria. O que restou de sua família deveria ajudá-lo. O que restou de sua família era seu irmão.

Sesshou-Maru não era muito presente em sua vida, mas a carreira o impedia de passar mais tempo com Inu-Yasha. Inu-Yasha não queria ter sentimentos egoístas, Sesshou-Maru podia dar tudo que ele queria, menos o que ele precisava, afeto. Sesshou-Maru não estava presente agora, quando ele mais precisava. Inu-Yasha queria alguém que o ouvisse e dissesse que por mais que ele sofresse, Kikyou era ingrata como todas as mulheres. Queria alguém que dissesse que a vida não presta, mas mesmo assim, nós vamos vivendo. Ele queria um irmão.

O irmão em questão estava viajando. A casa enorme e vazia passava um sentimento de solidão maior ainda. Porque ele tinha que viajar? Inu-Yasha não queria ser egoísta, ele sabia o quanto isso era importante para Sesshou-Maru. Era a Grande Estréia. Sesshou-Maru trabalhava na televisão, e era até relativamente famoso para esse mundo imenso e povoado. Um diretor de um filme qualquer tinha escalado Sesshou-Maru. Pelo que ele falara, era um bom papel.

Sesshou-Maru era ator, talvez era por isso que ele fingia tão bem suportar Inu-Yasha. Mas os olhos dele mostravam tudo. Os olhos eram tudo que Sesshou-Maru não alterava por vontade.

Inu-Yasha continuou encarando aquele ponto na tela e pensando sobre o irmão. Chato...

Sesshou-Maru podia fazer qualquer papel que se daria bem, mesmo nos papéis femininos. Mas Inu-Yasha só queria um irmão, e Sesshou-Maru não conseguia cumprir esse papel.

Inu-Yasha pensava que Kikyou o aceitasse, já que o resto do mundo não fazia.

Sem perceber, o ponto na tela foi tomando forma de texto conforme os dedos de Inu-Yasha corriam o teclado.

Tempo

Você fugiu...

Você me deixou...

Você me largou...

Quanto tempo durará?

Me pergunto porque nos separamos...

O que fiz Kami?

O que fiz para ela pedir um tempo?

Me sinto no vazio...

Me sinto minúsculo...

Me dói tudo...

Me dói o coração...

Por que ela pediu um tempo?

O que...

O que é esse tempo?

O que eu fiz?

Ela me deixou...

Para sempre...

Nunca mais vai voltar...

As pessoas mais velhas não entendem...

Falam que é um amor...

Temporário...

Um amor de verão...

Afinal Kami...

Quanto tempo vai durar esse tempo?

Inu-Yasha releu o poema. Ficou bom... Podia ter saído muito melhor, mas para o primeiro poema de quem ingressava no mundo da literatura estava muito bom.

Ele pensou em apagar o poema e começar de uma vez o trabalho. Um impulso mais forte clicou em salvar e abriu um novo arquivo. Ele ia decidir o que faria com aquele poema depois.

Se o dia que Kikyou tinha o largado foi ruim, o dia seguinte foi péssimo.

A faculdade inteira falava sobre isso, e nada ajudava o fato de Sesshou-Maru ser famoso. Inu-Yasha não passava do irmão do garoto daquele programa de TV, mas continuavam comentando e correndo boatos. Sempre correm boatos. As pessoas diziam que Kikyou tinha largado Inu-Yasha por um outro cara, um mais velho e ousado ladrão, Onigumo. Inu-Yasha diziam que ela o tinha largado por ele ser hanyou, mas dizia só para ele mesmo.

Sango tentou animar Inu-Yasha dizendo que Kikyou não prestava, mas ela não conseguia dizer que todas as mulheres eram iguais.

- Vou dar um pulo na sua casa hoje - declarou ela. - Nós podemos ver um filme, comer, estudar ou fazer o que você quiser. O que me diz?

- Eu vou sair hoje - mentiu Inu-Yasha -, vou... na livraria, saiu um livro novo que eu quero comprar.

- Eu vou junto! - Sango realmente não desistiria. - Também quero comprar esse livro, seja lá qual for.

Inu-Yasha se virou para ela, o rosto abatido por não ter dormido quase nada a noite.

- Olha, Sango, eu sei que você quer me ajudar, agradeço antecipadamente seu ajuda, mas eu prefiro ficar sozinho hoje. Hoje e o resto da semana.

- Olha aqui você, você é meu amigo, único amigo - frisou ela -, e eu não vou deixar aquela idiota tirar você do mundo! - Inu-Yasha franziu as sobrancelhas, ele realmente não tinha entendido essa última passagem. - Eu disse que não vou deixar você fugir da sua vida por causa dela. Me faz mal ver você assim, Inu-Yasha. Por mais que você não queira, eu me preocupo com você!

- Se eu tivesse fugido, já estava longe há muito tempo.

Inu-Yasha correu em direção a sua casa. Sango ficou parada sozinha no ponto de ônibus.

Ele releu o poema pela quinta vez.

: Tenho que ser mais vivo : pensou Inu-Yasha. : Não posso deixar isso acabar com a minha vida. :

Ele tinha visto Kikyou e Onigumo numa motocicleta enquanto fazia o caminho em alta velocidade para sua casa. Isso quase o tinha puxado para a depressão de novo. Ele estava muito melhor, se comparado ao dia anterior.

Mas tinha a questão chave de novo. O que fazer com aquele poema?

Tinha um site, que uma vez ele entrara por engano, que tinham uns poemas. Inu-Yasha procurou no histórico e entrou no site. Fez um cadastro rápido e colocou o próprio nome como apelido. Postou o poema e esqueceu totalmente do site, a campainha estava tocando e Inu-Yasha sabia quem era.

- Entra, Sango! - ele gritou quando passava pela sala.

Sango abriu a porta e ficou parada enquanto Inu-Yasha saía da cozinha com um imenso saco de salgadinhos.

- Pensei que você não me queria aqui - disse ela.

- Pensou errado.

- Eu trouxe um filme - disse Sango que observava Inu-Yasha andando pela sala e jogando as almofadas espalhadas de volta no sofá. Depois ele passou a mexer na secretária eletrônica.

- Ação?

- Não sei, nunca vi o filme.

Inu-Yasha apertou o botão da secretária e a voz de Sesshou-Maru preencheu a sala.

: Inu-Yasha, a gravação se estendeu mais um pouco. Parece que eles gostaram da minha atuação e aumentaram meu papel. Bom, sorte minha. Acho que vou ficar mais umas duas semanas aqui. Sem fazer guerra em casa e NÃO entre no meu quarto : Sesshou-Maru fez uma pausa e deu para ouvir outra pessoa falando baixo. Depois ele respondeu um curto 'Me deixe em paz, sim?'. Depois voltou a falar. : Acho que é só. Até, Inu. :

- Yasha! Meu nome é Inu-Yasha!

- Não pensei que você estivesse tão decadente ao ponto de conversar com a secretária eletrônica - provocou Sango.

Inu-Yasha acertou uma almofada nela e esqueceu totalmente o irmão.

O computador avisou que tinha um novo e-mail assim que Inu-Yasha ligou. Dois e-mails para falar a verdade. Um deles era de Sesshou-Maru, falando exatamente a mesma coisa do recado no telefone. O outro, Inu-Yasha não sabia de quem era. Não era de Sango, com certeza. Ele abriu a mensagem e esperou carregar.

oi! é vc quem escreveu 'tempo'? ficou mto bom o poema!!! 1/2 trist mas tá 1000!!! vc tem icq ou messenger?? posso falar c/ vc né?

d onde vcs escritores tiram esses poemas? eu naum consigo fazer nenhum...

ok, xau!!

k-chan

Inu-Yasha olhava de olhos arregalados para a tela. Aquela garota era maluca ou o que? Ela parecia tão estranha. Copiou o e-mail dela e adicionou ao messenger. Sorte ou azar, ela estava on-line. : O que eu tenho a perder? : pensou Inu-Yasha.

Inu-Yasha --- Sango! Eu preciso falar com você!!! Entra na net! diz:

oi!