Harry Potter e a Ligação Silenciosa
Capítulo Dois - O Broche Azul Estrelado
Harry esfregou os olhos por trás dos óculos, sem acreditar. Rony dirigiu-se a ele, Gina, Fred e Jorge:
_Bem, pessoal, aqui está a Hermione. E essa é a menina brasileira, a...
_Catherina McFisher._disse a garota, sorrindo._Prazer em conhecê-los.
Ela tinha cabelos pretos longos e lisos, soltos atrás da orelha, e olhos verdes brilhantes, os mais expressivos (até mais que os de Dumbledore) que Harry já vira. Gina sorriu. Catherina era magra e um pouco mais alta do que Harry, e usava uma malha também azul que disfarçava ligeiramente seu broche.
_Ei, gente._disse Rony._ Vocês já podem se mexer!
Os gêmeos, Harry e Gina se levantaram e apertaram a mão de Catherina, um por um. Quando foi a vez de Harry, assim como a maioria das pessoas, a primeira coisa que ela notou foi sua cicatriz.
_Harry Potter, não é?_disse ela._Prazer em conhecê-lo.
Ele sentiu uma onda de rubor crescente, que só o deixou sorrir e pôr um pouco mais de força no aperto.
_Ei, Mione, a propósito _disse Rony._ Você não me falou de onde você conhece a Catherina.
_Ah _disse Hermione._ O pai dela era inglês, foi o melhor amigo do meu pai, sem que o meu pai descobrisse que ele era bruxo. Casou com a mãe dela, que era brasileira e passava um tempo aqui.
_Eu vivi até os cinco anos aqui na Inglaterra._disse Catherina, com um leve tremor na voz por falar de seus pais mortos._ Por isso aprendi a falar inglês. Aí nos mudamos para o Brasil, e lá aprendi português. Já estou no quinto ano, fiz os quatro primeiros no Colégio São Paulo de Feitiçaria. Quando eu fiquei sabendo da volta de... Vocês-Sabem-Quem, supliquei para meus pais me deixarem mudar para Hogwarts... Foi a última escolha que eles fizeram.
Fred e Jorge, que sempre brincavam e faziam piadas, permaneceram quietos.
_Ih, gente _disse Catherina, injetando ânimo na voz._ O clima ficou meio down depois que eu cheguei. Me desculpem.
_Que é isso._falou Rony.
_Ei, Rony, vá mostrar o meu quarto pra elas, já que elas vão dormir lá._disse Gina.
Rony subiu com Hermione, Catherina e Harry, que acabou indo também.
_Acho que falei demais._disse Catherina, num tom tímido.
_A sua história é bem interessante._Harry ouviu-se dizendo._ Eu soube pelo Rony o que aconteceu com você.
_Nunca pensei que fosse ouvir que a minha história é interessante justamente de Harry Potter._disse Catherina._ Mas foi mais triste do que interessante...
_Por Deus, Harry, não a faça falar sobre isso agora._retorquiu Hermione._ Você sabe, aconteceu há pouco tempo...
_Não _interrompeu Catherina._ Acho que é bom mesmo que vocês saibam.
_Você tem certeza?_disse Harry, por experiência própria._ É muito difícil ter que narrar algo como isso.
Eles entraram no quarto de Gina. Hermione se sentou na cama dela, ao lado de Catherina; Rony sentou-se num banquinho e Harry ficou encostado na parede.
_Como você soube da... Volta de Você-Sabe-Quem?_disse Rony, soltando sua curiosidade.
_Eu tive uma série de visões ao longo desses últimos quatro anos._disse Catherina, olhando para o teto._ Há quatro anos, quando eu soube que era uma bruxa e entrei para o Colégio São Paulo, eu tive um sonho, no fim do ano letivo. Era um menino idêntico ao Harry, falando com um homem de duas caras, uma olhando para ele, outra para um espelho grande, num lugar amplo rodeado de fogo. Meu pai, que era bruxo e tinha a formação dele em Hogwarts, me ouviu contar a ele meu sonho. Então ele mandou uma coruja a Dumbledore, que na resposta se mostrou surpreso e narrou o acontecido no alçapão do terceiro andar. Minha coruja, a Nikki, quase teve um treco no meio da viagem, coitadinha.
_Até Dumbledore andou espalhando as coisas que faço._disse Harry._ A Catherina me viu no sonho dela com o Quirrell, no primeiro ano.
_Eu tive um sonho desses a cada ano._continuou Catherina._ O segundo foi na Câmara Secreta, e depois a visão do esconderijo embaixo do Salgueiro Lutador. Mas a volta de Voldemort...
_Você também fala o nome dele?_disse Harry, vendo Rony se encolher ligeiramente.
_É, não falei lá embaixo porque sei que todos teriam a mesma reação do Rony._disse Catherina, com a mão de Hermione em seu ombro._ Como eu disse, ao ver a volta de Voldemort no meio da minha aula de Previsões foi a gota d'água. Saí da aula e corri pra mandar uma coruja pros meus pais.
Neste ponto Catherina não agüentou, e lágrimas surgiram nos seus olhos. Hermione a abraçou. Harry e Rony se entreolharam, sem saber o que dizer.
_Desculpem-me. _disse Catherina, pela segunda vez. Harry viu uma leve expressão de raciocínio no rosto de Rony. Até ali, apenas Harry percebera o broche dela.
_Vamos levantar o ânimo._disse ele._Ei, Rony, quando o Dino e a mãe dele vêm?
_Ah, eles não vão ficar aqui._disse Rony._Vão ficar na casa dos... hum... de um colega do meu pai.
Mais tarde Harry viria saber que Dino e sua mãe ficaram na casa de Amos Diggory, mas Rony não quisera mencioná-lo para baixar ainda mais o ânimo. O filho de Amos, Cedrico Diggory, fora morto por Voldemort no ano anterior, e Harry vinha culpando-se por isso as férias inteiras.
_Então... Vamos jogar quadribol no jardim?_convidou Rony.
Faltando duas semanas para o início das aulas, os Weasley, Harry, Catherina e Hermione foram ao Beco Diagonal. Deveriam até ter ido mais tarde, mas Hermione argumentou veementemente, alegando que devia começar a estudar os novos livros e que nos últimos dias o Beco Diagonal ficaria cheio demais. Daquela vez Harry conseguiu usar o pó de flu corretamente, sem ir parar num lugar errado (como a Travessa do Tranco).
Hermione estava certa; eles encontraram o Beco quase vazio, mas ninguém sabia se era realmente por que faltava algum tempo para a volta a Hogwarts ou pelo medo da presença de Voldemort. Foram primeiro ao Gringotes (o banco dos bruxos). A sra. Weasley quase esvaziou seu cofre, e Harry novamente ficou encabulado ao abrir seu cofre cheio de ouro. Catherina retirou uns galeões de seu cofre também, que não era muito vazio nem muito cheio. Para surpresa de Harry e Rony, Hermione levou-os até seu novo cofre.
_Já estava na hora._disse ela._Eu não podia passar o resto da vida trocando libras em galeões, sicles e nuques.
Harry comprou, além dos livros novos, mais vidros de tinta, penas e pergaminhos. A roupa a rigor do ano passado ainda lhe servia, e ficou alegre ao ver Jorge e Fred entrando sorrateiramente numa loja de roupas.
Mais tarde, quando todos lanchavam no Caldeirão Furado, Catherina disse, examinando sua lista de material:
_Xi, esqueci do "Esclarecendo o Futuro"!_ela se levantou._ Me esperem, vou na Floreios e Borrões comprar e já volto.
Tomado de súbita intuição, Harry consultou sua lista e não encontrou o livro de Feitiços na sua sacola. Foi atrás de Catherina.
Ela andava rápido, e Harry não conseguiu alcançá-la. Quando ela entrou na loja, desistiu de correr e foi andando. Chegou na loja e deteve-se à porta. Viu alguém inconfundível conversando com Catherina no balcão.
_Draco Malfoy._disse o menino, estendendo a mão para ela.
_Catherina McFisher._disse ela, apertando a mão dele.
Com tanta gente no mundo para ela conhecer, pensou Harry, por que ela tinha que dar de cara justo com Malfoy? _Em que casa você está?_perguntou Draco à ela.
_Não sei bem _respondeu ela._ Vou ser selecionada separadamente, sabe? Em Hogwarts é meu primeiro ano, mas já estou na quinta série.
_E seus pais, de que casa foram? Os meus foram da Sonserina.
_Bom, meu pai foi da Corvinal, e minha mãe era trou...
_Catherina!_chamou Harry, fingindo que só agora chegara na loja._Como você corre! Eu me lembrei que me esqueci do livro de Feitiços.
Malfoy amarrou a cara para Harry.
_De onde vocês se conhecem?_disse à Catherina.
_Estou hospedada na casa dos...
_Catherina! Olha aí, seu livro já chegou!_interrompeu Harry, chamando a atenção dela para a atendente com o livro na mão. Harry comprou rapidamente seu livro de Feitiços para que tudo o que Malfoy pudesse dizer fosse: "Nos vemos em Hogwarts, Catherina. Até mais!".
Voltando para o Caldeirão Furado, Catherina adivinhou:
_Pelo jeito, você e Draco não se suportam muito.
_Exato, _confirmou Harry_ eu não andaria com ele se fosse você. Mas escuta, seu pai foi mesmo da Corvinal?
_Foi._disse Catherina._ Mas eu não quero ir pra lá. Não conheço ninguém.
_Eu conheço._respondeu Harry, pensando em Cho._Em que casa você está pensando em entrar?
_Não sei... Lufa-Lufa, talvez... Quem sabe Grifinória.
_Hermione, Rony e eu somos da Grifinória.
_Mione me disse. Só não sei se a minha coragem é suficiente.
Harry pensou em perguntar sobre o broche dela naquele momento, mas eles haviam acabado de chegar no Caldeirão.
Nem mesmo Catherina mostrou-se muito ansiosa no dia para pegar o Expresso de Hogwarts. Em toda a Toca havia um clima de preguiça, emanada por todos os jovens.
No caminho para King's Cross, Harry teve a certeza de que Catherina cairia na Grifinória. Afinal, ao saber da volta de Voldemort, ela viera correndo ao país onde ele estava.
Depois dela, Harry, Rony e Hermione pegarem uma cabine vaga no trem, Mione tirou do malão o Livro padrão de Feitiços, 5ª série e pôs-se a ler. Catherina ficou simplesmente olhando pela janela, e Rony e Harry ficaram falando sobre quadribol.
_Pôxa, Harry, você é apanhador da Grifinória e ainda não escolheu um time pra torcer!_exclamou Rony.
_Sei lá, Rony, nunca parei pra pensar... Talvez o Puddlemere United.
_Que é isso, Harry, os Cannons são os melhores!_argumentou Rony, já que ele mesmo era torcedor dos Chudley Cannons.
_Inclusive, Harry _disse Hermione sem levantar os olhos do livro_ se neste ano for haver a Copa de Quadribol, vocês terão que escolher um goleiro novo.
_E um capitão._disse Harry._Talvez a Alícia.
_Ou Angelina._disse Rony._Ela já está no último ano.
_Fred e Jorge também._disse Harry._Mas nem pensar. Fico imaginando nossos treinos com um deles como capitão.
_Ei _supôs Rony._ e se você fosse o capitão, Harry?
_Nããããããão._retrucou ele._ Eu não sei liderar, só pegar o pomo.
_Coisa que faz muito bem._disse Hermione._ Mas ano que vem vocês não tem escapatória, as três artilheiras e os batedores vão acabar Hogwarts, e o goleiro novo não vai poder ser o capitão. Você tem alguma idéia de quem pode ser o goleiro novo?
_Não, nenhuma. Espero que alguém do time tenha alguma idéia._Harry subitamente teve sua própria idéia._ Ei, Rony... Por que não você?
Rony quase caiu de susto.
_Você endoidou, Harry? Andou comendo alguma gemialidade Weasley?
Harry percebera que, durante as férias, Rony só jogara como goleiro, e só agora caíra a ficha.
Mais tarde a mulher com o carrinho de comida veio. Harry comprou sapos de chocolate para todos, mas só depois que a mulher se afastou foi que Catherina se lembrou:
_Puxa! Eu andei querendo provar os Feijõezinhos de Todos os Sabores!
Ela saiu correndo da cabine e foi atrás da mulher.
_Esquecida, essa menina._disse Rony.
_E estranha._disse Harry.
_Puxa, o que vocês têm contra ela?_replicou Hermione.
_Nada._apressou-se a dizer Harry._ Só acho curioso o broche dela. Desde que a conheci não a vi um momento sequer sem ele.
_Ah, uma vez eu perguntei a ela._disse Mione, achando graça._ Desde criança ela o usa, disse que se sente fraca sem ele.
_Quer dizer que com ele ela sente forte?_disse Rony, confuso.
_Ora, pessoal, é só um amuleto!_disse Hermione.
_Mas em que sentido um broche poderia fortificar alguém?_disse Harry.
_Traiçoeiros, vocês, hein?_disse Catherina, entrando na cabine com os Feijõezinhos na mão._Foi só eu sair daqui...
Harry ficou envergonhado. Hermione disse:
_Eles estão curiosos por causa do seu broche, Cathy.
_Eu ouvi._disse ela._ Ele se chama Supraforce.
_Foi você quem batizou?_disse Rony estranhando o nome.
_O Supraforce tem uma longa história que não começa comigo._disse Catherina._ Ele foi criado por um bruxo chamado Rogério Toldo, há uns dois séculos. Ele era... Meu bisavô. Casou uma veela, e um dia ela foi traída. Ao invés de matar meu bisavô, que é o que as veelas costumam fazer nesses casos, ela tirou o que era mais importante pra ele, o Supraforce. _E por que o Supraforce é tão importante?_disse Harry.
_Ele tem cinco essências, cada uma representada por uma ponta da estrela: coragem união, fortaleza, esperança e amor. Quem o usa (na época o meu bisavô) não sofre de falta de nenhuma dessas qualidades. Mas quando minha bisavó passou a usá-lo, acabou depositando dentro dele o dom da beleza pelo qual uma veela é conhecida. O broche chegou à minha avó, que era sua filha mais velha. O broche então chegou à minha mãe mas ela não gostava do fato beleza que ele trazia. Por isso, desde que sou um bebê eu o uso.
_Uau._disse Rony._Isso é que é história de família.
_Só me deixe entender uma coisa._disse Hermione._Sua mãe não era trouxa?
_Era._disse Catherina._ Desde a minha trisavó, que também era veela, ela é a única trouxa deste lado da família, mas isso não a impedia de usar o Supraforce.
_Muito legal._murmurou Rony.
_Mas se você usa o broche, você tem coragem suficiente para cair na Grifinória._disse Harry.
_Não eu não vou usar o broche quando experimentar o Chapéu Seletor. Não estaria sendo honesta comigo mesma.
_Você está certa._disse Hermione.
_Ih, acho que por minha causa o clima ficou down de novo._disse Catherina._Vamos jogar alguma coisa.
_Tipo Snap Explosivo._disse Rony. Que tal?
Eles passaram o resto da tarde jogando e conversando. Quando chegaram à estação de Hogsmeade, já de noite, podia-se ver o castelo de Hogwarts, com suas inúmeras torres. Catherina ficou simplesmente encantada.
_Mas é realmente lindo!_exclamou.
Harry ficou pensando em como ela podia achar um castelão encardido realmente lindo.
N/A - Todo mundo que leu já sacou o que vai acontecer entre o sr. Potter e a srta. McFisher... Mas estou me esforçando para não fazer um romance melado, podem confiar, mas é que estou tentando imaginar como funciona a cabeça de um menino apaixonado... Como sempre, peço a sua opinião; você já conhece o meu e-mail.
Capítulo Dois - O Broche Azul Estrelado
Harry esfregou os olhos por trás dos óculos, sem acreditar. Rony dirigiu-se a ele, Gina, Fred e Jorge:
_Bem, pessoal, aqui está a Hermione. E essa é a menina brasileira, a...
_Catherina McFisher._disse a garota, sorrindo._Prazer em conhecê-los.
Ela tinha cabelos pretos longos e lisos, soltos atrás da orelha, e olhos verdes brilhantes, os mais expressivos (até mais que os de Dumbledore) que Harry já vira. Gina sorriu. Catherina era magra e um pouco mais alta do que Harry, e usava uma malha também azul que disfarçava ligeiramente seu broche.
_Ei, gente._disse Rony._ Vocês já podem se mexer!
Os gêmeos, Harry e Gina se levantaram e apertaram a mão de Catherina, um por um. Quando foi a vez de Harry, assim como a maioria das pessoas, a primeira coisa que ela notou foi sua cicatriz.
_Harry Potter, não é?_disse ela._Prazer em conhecê-lo.
Ele sentiu uma onda de rubor crescente, que só o deixou sorrir e pôr um pouco mais de força no aperto.
_Ei, Mione, a propósito _disse Rony._ Você não me falou de onde você conhece a Catherina.
_Ah _disse Hermione._ O pai dela era inglês, foi o melhor amigo do meu pai, sem que o meu pai descobrisse que ele era bruxo. Casou com a mãe dela, que era brasileira e passava um tempo aqui.
_Eu vivi até os cinco anos aqui na Inglaterra._disse Catherina, com um leve tremor na voz por falar de seus pais mortos._ Por isso aprendi a falar inglês. Aí nos mudamos para o Brasil, e lá aprendi português. Já estou no quinto ano, fiz os quatro primeiros no Colégio São Paulo de Feitiçaria. Quando eu fiquei sabendo da volta de... Vocês-Sabem-Quem, supliquei para meus pais me deixarem mudar para Hogwarts... Foi a última escolha que eles fizeram.
Fred e Jorge, que sempre brincavam e faziam piadas, permaneceram quietos.
_Ih, gente _disse Catherina, injetando ânimo na voz._ O clima ficou meio down depois que eu cheguei. Me desculpem.
_Que é isso._falou Rony.
_Ei, Rony, vá mostrar o meu quarto pra elas, já que elas vão dormir lá._disse Gina.
Rony subiu com Hermione, Catherina e Harry, que acabou indo também.
_Acho que falei demais._disse Catherina, num tom tímido.
_A sua história é bem interessante._Harry ouviu-se dizendo._ Eu soube pelo Rony o que aconteceu com você.
_Nunca pensei que fosse ouvir que a minha história é interessante justamente de Harry Potter._disse Catherina._ Mas foi mais triste do que interessante...
_Por Deus, Harry, não a faça falar sobre isso agora._retorquiu Hermione._ Você sabe, aconteceu há pouco tempo...
_Não _interrompeu Catherina._ Acho que é bom mesmo que vocês saibam.
_Você tem certeza?_disse Harry, por experiência própria._ É muito difícil ter que narrar algo como isso.
Eles entraram no quarto de Gina. Hermione se sentou na cama dela, ao lado de Catherina; Rony sentou-se num banquinho e Harry ficou encostado na parede.
_Como você soube da... Volta de Você-Sabe-Quem?_disse Rony, soltando sua curiosidade.
_Eu tive uma série de visões ao longo desses últimos quatro anos._disse Catherina, olhando para o teto._ Há quatro anos, quando eu soube que era uma bruxa e entrei para o Colégio São Paulo, eu tive um sonho, no fim do ano letivo. Era um menino idêntico ao Harry, falando com um homem de duas caras, uma olhando para ele, outra para um espelho grande, num lugar amplo rodeado de fogo. Meu pai, que era bruxo e tinha a formação dele em Hogwarts, me ouviu contar a ele meu sonho. Então ele mandou uma coruja a Dumbledore, que na resposta se mostrou surpreso e narrou o acontecido no alçapão do terceiro andar. Minha coruja, a Nikki, quase teve um treco no meio da viagem, coitadinha.
_Até Dumbledore andou espalhando as coisas que faço._disse Harry._ A Catherina me viu no sonho dela com o Quirrell, no primeiro ano.
_Eu tive um sonho desses a cada ano._continuou Catherina._ O segundo foi na Câmara Secreta, e depois a visão do esconderijo embaixo do Salgueiro Lutador. Mas a volta de Voldemort...
_Você também fala o nome dele?_disse Harry, vendo Rony se encolher ligeiramente.
_É, não falei lá embaixo porque sei que todos teriam a mesma reação do Rony._disse Catherina, com a mão de Hermione em seu ombro._ Como eu disse, ao ver a volta de Voldemort no meio da minha aula de Previsões foi a gota d'água. Saí da aula e corri pra mandar uma coruja pros meus pais.
Neste ponto Catherina não agüentou, e lágrimas surgiram nos seus olhos. Hermione a abraçou. Harry e Rony se entreolharam, sem saber o que dizer.
_Desculpem-me. _disse Catherina, pela segunda vez. Harry viu uma leve expressão de raciocínio no rosto de Rony. Até ali, apenas Harry percebera o broche dela.
_Vamos levantar o ânimo._disse ele._Ei, Rony, quando o Dino e a mãe dele vêm?
_Ah, eles não vão ficar aqui._disse Rony._Vão ficar na casa dos... hum... de um colega do meu pai.
Mais tarde Harry viria saber que Dino e sua mãe ficaram na casa de Amos Diggory, mas Rony não quisera mencioná-lo para baixar ainda mais o ânimo. O filho de Amos, Cedrico Diggory, fora morto por Voldemort no ano anterior, e Harry vinha culpando-se por isso as férias inteiras.
_Então... Vamos jogar quadribol no jardim?_convidou Rony.
Faltando duas semanas para o início das aulas, os Weasley, Harry, Catherina e Hermione foram ao Beco Diagonal. Deveriam até ter ido mais tarde, mas Hermione argumentou veementemente, alegando que devia começar a estudar os novos livros e que nos últimos dias o Beco Diagonal ficaria cheio demais. Daquela vez Harry conseguiu usar o pó de flu corretamente, sem ir parar num lugar errado (como a Travessa do Tranco).
Hermione estava certa; eles encontraram o Beco quase vazio, mas ninguém sabia se era realmente por que faltava algum tempo para a volta a Hogwarts ou pelo medo da presença de Voldemort. Foram primeiro ao Gringotes (o banco dos bruxos). A sra. Weasley quase esvaziou seu cofre, e Harry novamente ficou encabulado ao abrir seu cofre cheio de ouro. Catherina retirou uns galeões de seu cofre também, que não era muito vazio nem muito cheio. Para surpresa de Harry e Rony, Hermione levou-os até seu novo cofre.
_Já estava na hora._disse ela._Eu não podia passar o resto da vida trocando libras em galeões, sicles e nuques.
Harry comprou, além dos livros novos, mais vidros de tinta, penas e pergaminhos. A roupa a rigor do ano passado ainda lhe servia, e ficou alegre ao ver Jorge e Fred entrando sorrateiramente numa loja de roupas.
Mais tarde, quando todos lanchavam no Caldeirão Furado, Catherina disse, examinando sua lista de material:
_Xi, esqueci do "Esclarecendo o Futuro"!_ela se levantou._ Me esperem, vou na Floreios e Borrões comprar e já volto.
Tomado de súbita intuição, Harry consultou sua lista e não encontrou o livro de Feitiços na sua sacola. Foi atrás de Catherina.
Ela andava rápido, e Harry não conseguiu alcançá-la. Quando ela entrou na loja, desistiu de correr e foi andando. Chegou na loja e deteve-se à porta. Viu alguém inconfundível conversando com Catherina no balcão.
_Draco Malfoy._disse o menino, estendendo a mão para ela.
_Catherina McFisher._disse ela, apertando a mão dele.
Com tanta gente no mundo para ela conhecer, pensou Harry, por que ela tinha que dar de cara justo com Malfoy? _Em que casa você está?_perguntou Draco à ela.
_Não sei bem _respondeu ela._ Vou ser selecionada separadamente, sabe? Em Hogwarts é meu primeiro ano, mas já estou na quinta série.
_E seus pais, de que casa foram? Os meus foram da Sonserina.
_Bom, meu pai foi da Corvinal, e minha mãe era trou...
_Catherina!_chamou Harry, fingindo que só agora chegara na loja._Como você corre! Eu me lembrei que me esqueci do livro de Feitiços.
Malfoy amarrou a cara para Harry.
_De onde vocês se conhecem?_disse à Catherina.
_Estou hospedada na casa dos...
_Catherina! Olha aí, seu livro já chegou!_interrompeu Harry, chamando a atenção dela para a atendente com o livro na mão. Harry comprou rapidamente seu livro de Feitiços para que tudo o que Malfoy pudesse dizer fosse: "Nos vemos em Hogwarts, Catherina. Até mais!".
Voltando para o Caldeirão Furado, Catherina adivinhou:
_Pelo jeito, você e Draco não se suportam muito.
_Exato, _confirmou Harry_ eu não andaria com ele se fosse você. Mas escuta, seu pai foi mesmo da Corvinal?
_Foi._disse Catherina._ Mas eu não quero ir pra lá. Não conheço ninguém.
_Eu conheço._respondeu Harry, pensando em Cho._Em que casa você está pensando em entrar?
_Não sei... Lufa-Lufa, talvez... Quem sabe Grifinória.
_Hermione, Rony e eu somos da Grifinória.
_Mione me disse. Só não sei se a minha coragem é suficiente.
Harry pensou em perguntar sobre o broche dela naquele momento, mas eles haviam acabado de chegar no Caldeirão.
Nem mesmo Catherina mostrou-se muito ansiosa no dia para pegar o Expresso de Hogwarts. Em toda a Toca havia um clima de preguiça, emanada por todos os jovens.
No caminho para King's Cross, Harry teve a certeza de que Catherina cairia na Grifinória. Afinal, ao saber da volta de Voldemort, ela viera correndo ao país onde ele estava.
Depois dela, Harry, Rony e Hermione pegarem uma cabine vaga no trem, Mione tirou do malão o Livro padrão de Feitiços, 5ª série e pôs-se a ler. Catherina ficou simplesmente olhando pela janela, e Rony e Harry ficaram falando sobre quadribol.
_Pôxa, Harry, você é apanhador da Grifinória e ainda não escolheu um time pra torcer!_exclamou Rony.
_Sei lá, Rony, nunca parei pra pensar... Talvez o Puddlemere United.
_Que é isso, Harry, os Cannons são os melhores!_argumentou Rony, já que ele mesmo era torcedor dos Chudley Cannons.
_Inclusive, Harry _disse Hermione sem levantar os olhos do livro_ se neste ano for haver a Copa de Quadribol, vocês terão que escolher um goleiro novo.
_E um capitão._disse Harry._Talvez a Alícia.
_Ou Angelina._disse Rony._Ela já está no último ano.
_Fred e Jorge também._disse Harry._Mas nem pensar. Fico imaginando nossos treinos com um deles como capitão.
_Ei _supôs Rony._ e se você fosse o capitão, Harry?
_Nããããããão._retrucou ele._ Eu não sei liderar, só pegar o pomo.
_Coisa que faz muito bem._disse Hermione._ Mas ano que vem vocês não tem escapatória, as três artilheiras e os batedores vão acabar Hogwarts, e o goleiro novo não vai poder ser o capitão. Você tem alguma idéia de quem pode ser o goleiro novo?
_Não, nenhuma. Espero que alguém do time tenha alguma idéia._Harry subitamente teve sua própria idéia._ Ei, Rony... Por que não você?
Rony quase caiu de susto.
_Você endoidou, Harry? Andou comendo alguma gemialidade Weasley?
Harry percebera que, durante as férias, Rony só jogara como goleiro, e só agora caíra a ficha.
Mais tarde a mulher com o carrinho de comida veio. Harry comprou sapos de chocolate para todos, mas só depois que a mulher se afastou foi que Catherina se lembrou:
_Puxa! Eu andei querendo provar os Feijõezinhos de Todos os Sabores!
Ela saiu correndo da cabine e foi atrás da mulher.
_Esquecida, essa menina._disse Rony.
_E estranha._disse Harry.
_Puxa, o que vocês têm contra ela?_replicou Hermione.
_Nada._apressou-se a dizer Harry._ Só acho curioso o broche dela. Desde que a conheci não a vi um momento sequer sem ele.
_Ah, uma vez eu perguntei a ela._disse Mione, achando graça._ Desde criança ela o usa, disse que se sente fraca sem ele.
_Quer dizer que com ele ela sente forte?_disse Rony, confuso.
_Ora, pessoal, é só um amuleto!_disse Hermione.
_Mas em que sentido um broche poderia fortificar alguém?_disse Harry.
_Traiçoeiros, vocês, hein?_disse Catherina, entrando na cabine com os Feijõezinhos na mão._Foi só eu sair daqui...
Harry ficou envergonhado. Hermione disse:
_Eles estão curiosos por causa do seu broche, Cathy.
_Eu ouvi._disse ela._ Ele se chama Supraforce.
_Foi você quem batizou?_disse Rony estranhando o nome.
_O Supraforce tem uma longa história que não começa comigo._disse Catherina._ Ele foi criado por um bruxo chamado Rogério Toldo, há uns dois séculos. Ele era... Meu bisavô. Casou uma veela, e um dia ela foi traída. Ao invés de matar meu bisavô, que é o que as veelas costumam fazer nesses casos, ela tirou o que era mais importante pra ele, o Supraforce. _E por que o Supraforce é tão importante?_disse Harry.
_Ele tem cinco essências, cada uma representada por uma ponta da estrela: coragem união, fortaleza, esperança e amor. Quem o usa (na época o meu bisavô) não sofre de falta de nenhuma dessas qualidades. Mas quando minha bisavó passou a usá-lo, acabou depositando dentro dele o dom da beleza pelo qual uma veela é conhecida. O broche chegou à minha avó, que era sua filha mais velha. O broche então chegou à minha mãe mas ela não gostava do fato beleza que ele trazia. Por isso, desde que sou um bebê eu o uso.
_Uau._disse Rony._Isso é que é história de família.
_Só me deixe entender uma coisa._disse Hermione._Sua mãe não era trouxa?
_Era._disse Catherina._ Desde a minha trisavó, que também era veela, ela é a única trouxa deste lado da família, mas isso não a impedia de usar o Supraforce.
_Muito legal._murmurou Rony.
_Mas se você usa o broche, você tem coragem suficiente para cair na Grifinória._disse Harry.
_Não eu não vou usar o broche quando experimentar o Chapéu Seletor. Não estaria sendo honesta comigo mesma.
_Você está certa._disse Hermione.
_Ih, acho que por minha causa o clima ficou down de novo._disse Catherina._Vamos jogar alguma coisa.
_Tipo Snap Explosivo._disse Rony. Que tal?
Eles passaram o resto da tarde jogando e conversando. Quando chegaram à estação de Hogsmeade, já de noite, podia-se ver o castelo de Hogwarts, com suas inúmeras torres. Catherina ficou simplesmente encantada.
_Mas é realmente lindo!_exclamou.
Harry ficou pensando em como ela podia achar um castelão encardido realmente lindo.
N/A - Todo mundo que leu já sacou o que vai acontecer entre o sr. Potter e a srta. McFisher... Mas estou me esforçando para não fazer um romance melado, podem confiar, mas é que estou tentando imaginar como funciona a cabeça de um menino apaixonado... Como sempre, peço a sua opinião; você já conhece o meu e-mail.
