Harry Potter e a Ligação Silenciosa
Capítulo V - O terceiro chamado
_Achou o que você queria?_perguntou Harry. _Achei._respondeu Hermione, levantando a cabeça._Aqui está:
"Telepatia: a habilidade de conversar mentalmente. O Feitiço de Telepatia tem grande destaque no livro 'Os Feitiços Mais Difíceis do Mundo', de Edward Muller, onde ocupa o segundo lugar, perdendo apenas para o Feitiço da Vida, no qual uma pessoa saudável pode doar sua vida a alguém que ela queira proteger." "A Telepatia é um feitiço muito útil a bruxos das trevas, para que arquitetem seus esquemas de ataque. Para realizá-lo, são necessários dois bruxos com teor de poder mágico acima do normal: um para enviar a mensagem e outro para recebê-la. Para mandar uma mensagem telepática, é necessário que se coloque uma das mãos na varinha e se murmure 'telepatio!', pensando na pessoa que irá recebê-la e em seguida no texto da mensagem."
_Isso significa que estamos lidando com um bruxo muito, mas muito poderoso mesmo._murmurou Catherina. _Sem essa._disse Rony._Você recebeu as mensagens, então também é uma bruxa com "teor de poder mágico acima do normal". _Nem tanto._retrucou Catherina._ Sei lá, posso estar herdando essa habilidade de algum parente. Harry ia argumentar, mas quando olhou pela janela, viu as duas corujas, Edwiges e Nikki, chegarem, cada uma trazendo um bilhete de Sirius. O primeiro dizia:
Harry, Não posso contar com detalhes o que estamos fazendo, mas tenha absoluta certeza que é contra Voldemort. Trabalhamos paralelamente aos aurores do Ministério, e já prendemos um bom número de Comensais_ Voldemort está louco da vida, só não nos caça porque Dumbledore está no meio. Se acontecer algo estranho, não deixe de me escrever.
Sirius.
_Estranho._disse Harry._ Na última vez em que o vi, Voldemort não parecia temer a presença de Dumbledore. Seria agora mais um motivo para caçar esse grupo. _Está enganado._disse Hermione._ Voldemort se preocupou em... _Espera aí!_interrompeu Harry._ Você fala o nome dele, Mione? _Já faz um tempinho._respondeu ela._Mas como eu dizia, Voldemort se preocupou em te levar pra longe de Hogwarts no ano passado. Ele não assume pra si mesmo, mas tem medo sim do Dumbledore. _Agora, antes de abrirmos a segunda carta _disse Catherina._ Acho que o Harry vai ter que contar primeiro tin tin por tin tin do sonho que ele teve no aniversário dele. Rony e Hermione viraram-se abruptamente para Harry. _Que sonho?_disseram, ao mesmo tempo. Antes de abrirem a segunda carta, Harry teve que contar todo o sonho com a menina e como depois descobrira que ela era Catherina. Sem deixar os dois fazerem seus comentários, Harry começou a ler a segunda carta.
Harry, Eu simplesmente não acredito que Catherina McFisher está viva! Eu conheci os pais dela, o Pedro McFisher e a esposa dele, Laura, que era mais íntima a mim do que o marido. Ela era trouxa, mas adorava o mundo dos bruxos. Ela se ofereceu também para ser a fiel do segredo dos Potter na época, já que o casal McFisher estava prestes a fugir para o Brasil e Voldemort nunca iria alcançá-los. Seria mais seguro até do que fazer Dumbledore ou eu fiel do segredo. Vou escrever a Alvo sobre o seu sonho, já que supõe-se que a filhado casal McFisher, Catherina, tivesse sido morta, já que ela desapareceu de casa no mesmo dia da queda de Voldemort. Caso aconteça ainda mais algo, mês escreva.
Sirius.
_Então os Potter e os McFisher eram amigos?_disse Hermione._Isso explica bastante coisa... _Pra mim o Snuffles nos respondeu em grego._disse Rony._ Como é que a Catherina foi encontrada pelos pais dela e levada para o Brasil antes de ser pega por um Comensal? _E por que meu pai tinha que confiar tanto no Rabicho?_disse Harry._ Se a mãe de Catherina fosse a fiel dos meus pais, eles ainda estariam vivos! _E Voldemort continuaria forte, destruindo o mundo ao longo de todos esses anos._disse Catherina._ Não dá nem pra imaginar a situação em que estaria o planeta hoje. Harry sentiu um novo assomo de ódio por Voldemort. _Às vezes eu penso que seria melhor morrer. Queria que o Voldemort tivesse conseguido me matar quando eu ainda era um bebê! _Harry, por favor!_exclamou Hermione._ Não diga isso! Você não pode se deixar vencer! Catherina deu um tapa bem leve no ombro de Harry. _Você não pode fraquejar agora._disse._ Eu sei, todos esses anos você veio lutando contra Voldemort sem descanso, e dá mesmo vontade de desistir. Mas é justamente isso o que ele quer, e você sabe. Pode demorar, Harry, mas você um dia vai vencer Voldemort, e sozinho. Escreva o que estou dizendo. Rony e Hermione olharam para ela, espantados. Harry, mesmo sem saber como ela pudera escolher tão bem aquelas palavras, sentiu-se reconfortado. _Obrigado, Catherina._disse. _Ela está certa, pensou ele, minha mãe não me salvou apenas para que eu vivesse um pouco mais. Ela me salvou ara que eu vencesse Voldemort. E mais cedo ou mais tarde, é isso que eu vou fazer.
Os treinos da Grifinória para o jogo contra a Lufa-Lufa começaram, e apesar do nervosismo para seu primeiro jogo, Rony sentia-se confiante. Os treinos eram intensos, e Alícia se revelou uma capitã competente, e suas táticas eram tão incompreensíveis quanto as de Olívio Wood, o antigo capitão e goleiro. O jogo tão esperado contra a Lufa-Lufa seria na véspera do dia das bruxas. Faltando apenas dois dias para o jogo, Harry resolveu conversar seriamente com Catherina. As palavras dela tinham-no sustentado durante aqueles dias, e quase uma vez por dia via-se um aluno de Hogwarts chorando pela perda de alguém querido graças à Voldemort. Eram realmente tempos difíceis. Naquela noite, já era tarde quando Harry desceu à sala comunal, totalmente sem sono. Ele não sabia o porquê, mas o fato era de que não conseguia dormir. Encontrou Catherina sentada no sofá, com aquela mesma camisola lilás. _Catherina!_disse ele, ao vê-la._ Não pensei que te veria aqui. _Eu também._disse ela, sorrindo docemente. Harry sentou-se ao seu lado. _Bem... Você lembra do que você me disse no começo das aulas, no dia em que o Rony virou goleiro? _É claro que lembro. _Eu queria te agradecer de novo por aquilo. O que você disse me sustentou esse tempo todo. _Harry, o motivo de eu ter vindo para Hogwarts é esse: tentar amenizar a situação para o máximo de pessoas possível. _Lá no Brasil já sabem da volta de Voldemort? _Já, mas não estão tão apavorados quanto aqui. Afinal, um oceano os separa de Voldemort. _Cathy, por que você veio pra cá? É como se você quisesse duelar com ele. _Não, imagina. Sua mãe mudou o destino para que você vença, não eu, sabe? Minha missão aqui só é te proteger... Quero dizer, ajudar. Desta vez, Harry falou sem pensar. _É a segunda vez que você fala em me proteger. Por que isso? _Nada, falei por falar. _Não, não falou por falar. Você sabe algo que eu não sei. _Eu só vim pra cá porque achei que, depois de todas essas visões, nós temos uma espécie de elo. Eu não pude te deixar sozinho aqui desta vez. _Mas será que ninguém entende que eu sei me cuidar? __Não estou falando que você é imaturo, mas você não pode enfrentar tudo apenas com Rony e Hermione! Eu só me senti mais segura quando soube que também poderia te ajudar. _Eu não preciso de proteção!_gritou Harry. _Então, ótimo._disse Catherina, indo na direção da Mulher Gorda. _Você não vai sair!_disse Harry, exaltado. _Se você pode se cuidar sozinho, eu posso muito mais! Era outro chamado o que eu ouvi, e estava pensando primeiro no que fazer quando você chegou. Como você estava comigo da outra vez, eu fui atacada, mas quem está me chamado quer falar comigo! Me deixa em paz! Catherina já dizia a senha quando Harry, totalmente exaltado, puxou a varinha: _Estupefaça! Ela caiu desmaiada no chão, e a camisola subiu até bem mais acima dos joelhos, quando ela tocou o chão; Harry arrependeu-se no momento seguinte do que fizera e debruçou-se sobre ela. Qual era mesmo a palavra para acordar um estuporado? _Enervate!_disse Harry, apontando sua varinha para Catherina de novo. Meio zonza, ela abriu os olhos; Harry ajudou-a a se sentar, passando seu braço direito pelos ombros dela. _Me desculpe..._disse ele, vendo-a voltar a si._Acho que fiz uma besteira... _OK._disse Catherina._Acho que precisamos ser mais calmos. Ela ergueu a cabeça, e ela e Harry olharam-se nos olhos por um longo tempo, com muito pouca distância entre seus rostos: a idéia de um beijo passava por suas mentes, mas Catherina, vermelha, desviou o olhar e se afastou. _Bem... Acho que ser estuporada me deu um pouquinho de sono... Em todo o caso, Harry, obrigada. Ele sorriu, sem jeito. _Há males que vêm para o bem, não é?
No dia seguinte, sábado, Harry não viu Catherina descer para o café da manhã. _O que houve com a Catherina?_perguntou à Hermione. _Não sei, ela acordou logo depois de mim e disse que já estava descendo._respondeu Mione._Mas você disse que ela ouviu um terceiro chamado? Quando foi o segundo? Harry sorriu, culpado. _Xi, Mione, é uma história comprida... Harry passou um tempo contando sobre a outra ocasião em que Catherina ouvira o chamado telepático, com eventuais observações de Rony. _Ah, mas vocês não me contaram antes só porque sou monitora? Bom, agora não vou deixar vocês quebrarem as regras tão facilmente, mas no lugar dela eu também iria, com ou sem Harry. _Ela é totalmente doida._disse Harry._ Ficou lá, chamando o vulto, e quando ele lançou um feitiço verde, achei que poderia ser a Avada Kedavra. _Acho que nesse ponto é coisa da sua cabeça._disse Rony._ Se eu conseguisse chamar alguém por Telepatia, não mataria essa pessoa sem mais nem menos. _Você daria um péssimo vilão, Rony._disse Hermione, sem saber se elogiava ou xingava o amigo._ É nisso que Voldemort tem errado esses anos todos. Não sei onde está a diversão em ficar falando se deu plano para alguém que você vai matar. _Não fale muito alto._disse Harry._Não vamos dar idéia aos sonserinos. Mal disse isso, ele viu Catherina entrar no salão. Foi aí que o que quase acontecera no dia anterior veio à sua cabeça. É claro que aquilo deixou Harry mais acordado do que estava antes, mas percebeu que estava ficando vermelho ao vê-la de novo. Só que desta vez, ela não estava sozinha, e sim conversando com Alex Morgan. Os dois pareciam se dar bem. Bem até demais, pensou Harry. _Catherina separou-se dele e veio sentar-se com Harry, Rony e Hermione. _Desculpem o atraso._disse ela, sorrindo._ Estava conversando com um amigo. _Morgan é seu amigo?_depois de dizer isso, Harry surpreendeu-se com o tom ciumento em sua voz. _Bem... É. Não somos tão amigos quanto sou de vocês, principalmente da Mione, que tanto me ajudou quando... Hermione ficou lisonjeada e disse: _Mas nós estávamos falando dos seus dois últimos chamados telepáticos. Por que não me contou antes? _O terceiro foi porque aconteceu ontem, e o segundo poderia assustar você... _Você vai contar isso ao Snuffles, Harry?_disse Rony. _É, vou... Andei pensando se eu não devia ir falar com Dumbledore sobre essa quase "lenda" dos McFisher, o tal movimento contra Voldemort, e outras coisas... _Nããããão._disse Catherina._Esse negócio da lenda deve ser história. Não vamos perder tempo com a minha família, até porque devo ser a última dela. _Nem pensar._disse Hermione._ Alguns McFisher devem ter as chaves para muitas coisas que andam acontecendo. _Bom, vamos mudar de assunto _disse Harry._Ei, Rony, hoje é o último treino, hein? Amanhã é Grifinória x Lufa-Lufa! _Alguém sabe quem vai substituir o Diggory?_disse Hermione. _Não sei, mas ouvi uns boatos de que é uma menina._disse Rony. Havia muito tempo que Harry não voava livremente com sua Firebolt; na casa dos Weasley não se podia voar muito alto, ou os trouxas o veriam. Ele pensava em como poderia olhar para a cara do time da Lufa-Lufa no dia seguinte, já que a morte de Cedrico Diggory era a pior coisa que já acontecera ao time. _O Marcos Flint também saiu de Hogwarts, ouvi dizer que o novo artilheiro da Sonserina é um tal de Jake Warbeck._disse Catherina. _Warbeck? Não é o mesmo sobrenome da Celestina Warbeck, aquela cantora?_disse Hermione. _É isso aí._confirmou Rony._Bem capaz de eles serem parentes.
Naquela tarde, antes do último treino para o jogo, Harry escreveu uma longa carta a Sirius, falando dos três chamados de Catherina e o que acontecera em conseqüência deles. Mas colocou uma observação no fim da carta, dizendo: "Se bem que acho que a próxima vez que a Catherina for chamada, ela não vai nos contar, e sim ir direto ao que quer que seja".
_Ela vai ter que atender a algum chamado, Rabicho. Ninguém pode escapar à força de Lord Voldemort. Nem mesmo Harry Potter e Catherina McFisher. _Mas o senhor tem certeza de que ela também é culpada pela sua queda, Lord das Trevas? _Em parte sim, Rabicho. Em parte. A força que aquela menininha herdou, somada ao Supraforce, é algo que precisa estar a nosso favor. _Mas o mestre sabe que ela preferirá morrer a ser sensata e servi-lo. _Disso sei bem. Por isso mesmo meu comandado tem ordens para matá-la sem pensar duas vezes. Harry Potter não conseguirá me atrapalhar novamente. Depois que McFisher morrer, morrerão Dumbledore e toda a sua laia. Os Granger e os Weasley também terão sua parcela, e já até sei como começar... Até que, por fim, Harry Potter se torne alimento de Nagini. Ele sofrerá muito, mais do que uma pessoa pode agüentar sem perder a cabeça. Então ele será meu.
Harry acordou suando frio, e pôs a mão na cicatriz, que ardia dolorosamente. Ele sabia perfeitamente que o sonho fora real, e que ele tinha um elo com Voldemort que o permitia ter essa espécie de sonhos. Então era mesmo ele quem mandava as mensagens telepáticas a Catherina... É claro que Harry já suspeitava disso, mas agora tinha certeza... Ela era uma bruxa mais poderosa do que ela mesma imaginava, até Voldemort admitia que seria ótimo tê-la a seu lado... E por que seria ela responsável pela quase morte de Voldemort? Ela não podia ter feito algum feitiço como o que sua mãe fizera, era apenas um bebê... Segundo Voldemort, ela seria a primeira a morrer de uma série de pessoas como Dumbledore e... Rony e Hermione! A idéia de ver os amigos mortos causou em Harry a sensação de que engolia uma bigorna de chumbo. Devia avisá-los? Ele dissera que já sabia o que fazer... Com tantas noites pra sonhar com Voldemort, pensou Harry por fim, por que tinha de ser justamente nessa, na véspera do Jogo? Harry ficou um bom tempo acordado de preocupação até que o sono voltou e o venceu.
N/A. - Agora começam os misteriozinhos... Eu não sei se as respostas para os ditos "enigmas" servem, sou meio pessimista... Quando eu estou escrevendo essa nota, nem fiz o site ainda, talvez eu nem consiga... Mas, pela milésima primeira vez... Digam-me o que estão achando! Meu endereço eletrônico: amandadumbledore@bol.com.br
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