ESCLARECIMENTO!
Olá! Espero que gostem desse capítulo. Existem algumas passagens em élfico nele. As mais importantes estão em itálico, ok? Algumas que nem são tão necessárias pra entender o texto foram deixadas no sindarin mesmo.
Capítulo XI – O Abismo de Helm
Aragorn cavalgava à toda velocidade que podia. Precisava chegar até o forte o mais rápido possível, principalmente depois de ter visto todas as fileiras de Orcs de Saruman. Isengard deveria estar vazia a uma hora dessas. Deveriam ser mais de dez mil orcs marchando rapidamente até o Abismo. Às vezes ele olhava para trás para ver se não estava sendo seguido: com sorte, talvez Éomer e os cavaleiros de Edoras aparecessem, ou pior: batedores nos malditos wargs.
Ele sentia frio: o vento passava rápido por ele, e a sensação térmica era piorada pelas roupas molhadas. A cabeça doía, ele tinha despencado de muito alto, e ele também havia perdido o pingente de Arwen. Olhou para trás, e cavalos se aproximavam. Não pareciam com os homens de Rohan, os homens de Rohan cavalgavam usando suas armaduras, e capas verdes, e carregavam lanças. Os estranhos encobriam-se com mantos cinzentos, e pareciam querer alcança-los. Aragorn aumentou a velocidade para fugir deles, falava palavras em élfico para Brego, mas ouviu algo que não parecia pertencer àquela terra. Algo que trouxe esperança: uma risada cristalina.
- Ai na vedui Dúnadan! Mae govannen! – uma voz estranhamente familiar, que lhe lembrava os tempos de sua juventude, enquanto ainda era criança... Enquanto ainda era Estel. Um sorriso tomou seus lábios e ele puxou rapidamente a rédea de Brego, fazendo o cavalo empinar e voltar, em direção aos cavaleiros.
- Elrohir! É uma grande alegria encontra-lo irmão! Quase não acreditei quando ouvi sua voz. – disse Aragorn, abraçando o gêmeo e rindo. E olhou para o resto do grupo: Vendeniel, Amras, Elladan e Fingwë. – Sabia que viriam, Gandalf nos disse. É bom vê-los. Mas devemos partir. Explicarei no caminho – e dizendo isso, virou e começou a correr, enquanto o grupo fazia o mesmo para alcança-lo.
- A guerra é iminente. – disse Vendeniel. – ouvimos Gwaihir dizer que havia um grande exército se concentrando em Isengard.
Aragorn olhou para ela. Nunca antes o guardião parecera tão austero e tão grave. – Havia? Não, Vendeniel, não havia... Há, e eles estão vindo na nossa direção. Eu os vi, dez mil orcs, meio-orcs e bárbaros da Terra Parda... não há esperança.
- Sempre houve esperança. – disse Elladan, alcançando Aragorn pelo outro lado. – Você é a Esperança dos Homens. Lembre-se das palavras de Gilraen... – Aragorn ficou silencioso por um tempo, e então sorriu. – Vamos!
Pelo caminho ele contou rapidamente tudo o que acontecera com a sociedade que partiu de Lothlórien. Frodo e Sam foram para Mordor, Pippin e Merry foram levados pelos Uruk de Saruman, Boromir estava morto. Ele, Legolas e Gimli estavam à disposição de Rohan, preparados para lutar na guerra, e Gandalf havia partido atrás de reforços.
Meia hora depois, eles chegavam na Fortaleza do Abismo de Helm. O lugar estava caótico, haviam refugiados, e soldados, e muitas pessoas indo e vindo. Vendeniel estava atônita, procurava alguém na multidão. Entregou seu cavalo para um escudeiro, e desceu. Estava com o capuz sobre o rosto. E então ela viu. Ele estava lá, estava com Aragorn, os dois se reencontravam depois do acidente com os wargs. E então Legolas entrou por uma porta grande de madeira. Vendeniel não hesitou em seguí-lo, mas ela mesma não reparou que alguém viu para onde ela tinha ido.
Legolas estava no arsenal, muitos pensamentos tomavam sua mente, e ele estava concentrado em seus próprios assuntos. Não percebeu quando alguém entrou na sala e caminhou silenciosamente até ele. Percebeu uma mão em seu ombro e se virou.
No momento em que ele viu Vendeniel, um turbilhão de emoções passou por sua cabeça, misturando a surpresa com a alegria, o conforto, e a preocupação por ela estar tão perto de uma guerra tão iminente. Ambos abraçaram-se, e permaneceram ali, juntos, sem mencionar uma só palavra, pelo que lhes pareceram eras.
Vendeniel só queria saber de manter sua cabeça no ombro de Legolas, de sentir a respiração dele e de ouvir o seu coração bater. Queria abraça- lo com força, e esquecer de todos os seus problemas, pensar que só haviam eles no mundo, que não havia nenhum maldito anel, nem orcs, nem guerras, nem Sauron. A mão afagando o seu cabelo, a voz falando palavras suaves no seu ouvido, palavras cujo significado ela não conseguia, não queria compreender, mas cujo som a acalmava profundamente.
- Senti sua falta. – por fim ela disse, com a voz embargada.
- Eu também. – disse ele. – pensei em você todos os dias em que estive viajando, queria encontrar você, olhar nos seus olhos, poder tocar o seu rosto, ouvir o som do seu riso, abraçar-lhe... Meu único contentamento era saber que você estava em segurança.
- Achei que vocês estivessem em Lórien. Elrond nos mandou para lá.
Legolas sorriu. – Então espero que você tenha gostado do presente.
Ela sorriu, e olhou fundo nos olhos dele. Sua mão estava pousada na face o elfo e os seus rostos se aproximaram. Vendeniel fechou os olhos, mas no mesmo momento, a porta se abriu. Os dois se separaram rapidamente, mas não tinham certeza se que a pessoa que entrou tinha os visto. Vendeniel olhou para o estranho, que também a olhava com perplexidade. Fingwë.
No outro momento, o elfo vanyarin saia bruscamente, sem olhar ou perguntar nada. Vendeniel sentiu-se terrível e seguiu o primo, sem parar para explicar nada à Legolas. Fingwë subiu uma escada até chegar à um terraço de observação, um dos mais altos do local.
- Fingwë...
- Eu vi Vende. Eu vi uma coisa que odiei ter visto. – disse ele, sem olhar no rosto dela.
Vendeniel se esforçou para não chorar. Pobre Fingwë, seu primo, seu melhor amigo. Ambos tinham sido muito próximos desde a infância. – Eu não posso mudar o que você viu. – Ela pôs a mão no ombro do primo, num gesto de compreensão. Ele se afastou bruscamente.
- Não encoste-se em mim. Volte para ele.
- Fingwë – disse Vendeniel – Por favor, me escute...
Ele se virou. Estava chorando, e seu rosto misturava ódio e tristeza. – Não, Vendeniel. Eu não tenho e eu não quero escutar você! Volte para ele, volte para aquele elfo cinzento.
- Eu...
- Chega! Cale a boca! Você nos traiu. Traiu a mim, ao seu irmão. O que houve? Será que nós não poderíamos compreender? Então é por isso que você esteve tão atônita ultimamente. Só queria encontra-lo, ficar com ele! E quanto a nós? Nós que sempre estivemos com você? Nós não temos importância, não mesmo.
- Mas...
Ele estava quase gritando. – Você não entende, Vende? É tão cega assim? Não sabe por que eu vim para cá? Não sabe por que eu estou me submetendo à tudo isso? Por que eu... – ele parou, tomando fôlego e coragem - Eu... Eu te amo! Eu queria que você estivesse em Tilion ainda, e que eu pudesse chegar ao seu pai e pedir-lhe em casamento, eu queria poder passar o resto dos meus dias com você, ter filhos, sem me preocupar com drogas de guerras, e humanos, orcs... eu queria estar com você, eu! Não aquele desgraçado! - disse ele, as últimas palavras saíram rápidas. Um silêncio mortal se abateu perante os dois. Vendeniel estava surpresa, ela nunca percebera isso antes. Ela limpou as lágrimas que escorriam pelo seu rosto.
-Desculpe-me. – disse ela, recuperando-se do choque – você tem razão, Fingwë, eu estou ficando cega. Desculpe-me.
A expressão no rosto dele mudara, para aquela mesma pena fraternal que ele mostrava quando Vendeniel era jovem e se machucava, e ele cuidava dela. E a abraçou. Como um irmão faria. – Vende... Vende, eu é que lhe peço desculpas. Não acho que o coração seja algo fácil de domar.
- Você está sofrendo. Eu senti pena de você quando nos viu, mesmo sem saber o que você sente por mim...
Ele sorriu, animador, e a segurou pelos ombros, como se explicasse algo à alguma criança pequena. – Olhe... Eu não quero que você sinta pena de mim. Eu só quero... Eu só quero que você seja feliz, não importa com quem...
- Fingwë...
- Olha, vamos esquecer o que houve. Eu não vi vocês lá, e eu continuo gostando muito de você. Agora, leve a sua vida normalmente. Não se preocupe nem comigo, nem com o Legolas (ela percebeu a resignação contida na voz de Fingwë quando ele pronunciou esse nome). No final a escolha será sua. – disse ele, beijando a testa da prima. E saiu. – Ah, fique calma. Eu não vou contar ao Amras. Você lhe dirá isso quando chegar a hora.
Vendeniel viu Fingwë dar as costas e sair. E meditou sobre as palavras dele, chegando a uma terrível conclusão no final. Não era apenas um triângulo amoroso em jogo. Haviam muitas coisas mais envolvidas, como por exemplo, Valinor e Mandos.
Vendeniel saiu do arsenal, mas Legolas não estava mais lá. Nem Fingwë. Ela saiu do aposento e foi interceptada por Aragorn.
- Senhora. – disse ele. – o Rei de Rohan deseja conhecê-la.
Vendeniel seguiu Aragorn até uma outra sala grande, com uma mesa larga e uma cadeira grande. Havia uma grande tapeçaria de um cavalo branco sobre o fundo dourado. E na cadeira estava sentado Théoden, o filho de Thengel e Senhor da Terra dos Cavaleiros. Ele era velho, e apesar de alto, os sinais da velhice tomavam seu rosto e o seu corpo. Seus cabelos batiam no ombro e eram claros.
- Salve, Senhor da Terra dos Cavaleiros. Hannon le.
Ele a olhou. – Salve Vendeniel o Athangaear. – disse ele.
- Ela é uma guerreira valorosa, Senhor. – disse Aragorn. – Ela veio do Oeste Longínquo. Veio em nome dos Valar. É irmã de Amras, que o senhor já conhece.– Theóden olhou com surpresa para a elfa. – Peço sua permissão para lutar, meu Senhor. – disse ela, ainda ajoelhada.
Havia uma moça na sala, Vendeniel já havia notado a presença dela antes. Parecia ser muito jovem. Era bela, mas tinha uma beleza fria, como a de uma garota que ainda não é completamente mulher, ou a de um lírio tocado pela geada. Havia tristeza nela, e Vendeniel sentiu pena da jovem, que olhava atônita de Théoden para Aragorn e para a elfa.
- Senhora. – disse Théoden – Sua linhagem é nobre, e há nobreza em seu rosto. Mas eu vou lhe pedir que desça para as cavernas, e que se proteja lá até a guerra acabar. Lute para defender as mulheres e crianças.
- Mas... – disse ela.
Aragorn interveio. – Meu senhor... Por favor, ela é uma grande ajuda! Qualquer ajuda é bem vinda! Gandalf diria isso...
- Campos de batalha não são para mulheres, Aragorn. Não insista.
Vendeniel se sentiu realmente enfurecida. Levantou-se e fez uma reverência sarcástica. – Então, meu senhor, com sua permissão, estou me retirando daqui. – Ela virou as costas e saiu. Olhou para fora da sala, a confusão pelo pátio da fortaleza ainda continuava. O barulho do ferro sendo batido pelos ferreiros, e o som de vozes, choro e dos cavalos se misturavam de maneira caótica. Ela olhou para o céu, que começava a adquirir um brilho avermelhado à oeste. Estava anoitecendo. Ela pode distinguir Legolas e Gimli, com Elladan, Elrohir e Amras. Não havia sinal de Fingwë.
- Vende – disse Amras. – O quê...
- Ele. – disse Vendeniel. – O Rei não permite que eu lute.
Legolas olhava a cena. Ele escondia, mas estava aliviado por Vendeniel não precisar lutar. Aragorn havia mencionado algo a respeito de dez mil orcs, e com certeza, a elfa estaria mais segura nas cavernas. De repente ele se deu conta de que estava sendo egoísta e imaturo. Mas esse pensamento logo sumiu da sua cabeça. Amras e Aragorn fariam o possível para que ela lutasse. E esse pensamento enfureceu Legolas.
Algum tempo depois, Aragorn foi até Vendeniel, que ajudava a equipar os camponeses que iriam lutar. – Senhora, está tudo bem.
- Hã? – ela perguntou.
- Eu falei com o rei. – disse Aragorn, sorrindo. – E ele permitiu sua permanência aqui. Ele não sabia quem você era, nem conhecia o seu valor.
Vendeniel sorriu sarcástica. – Com ou sem o consentimento dele eu lutaria. Apesar de meu irmão dizer que se responsabiliza por mim, eu sou a única que pode decidir minhas ações. Mas muito obrigado, Dúnadan, obrigado por me ajudar. – disse ela, se curvando. E então continuou, falando em élfico. – iNão há muita esperança, não é?
- Não, não há. Mas nós temos que resistir./i – disse ele.
Vendeniel olhou para baixo. – iOs Valar estão conosco. Isso pode ser útil.
- Espero que seja, mas a batalha dependerá mais de nós mesmos do que deles. Eu queria ter à minha disposição os meus parentes, os Guardiões do Norte. Ou um bom grupo de arqueiros élficos./i
Vendeniel desembainhou a espada. – Aragorn, você é um bom líder. Eu lhe ofereço minha espada. De hoje em diante, eu prestarei meus serviços para Aragorn, filho de Arathorn, herdeiro de Isildur e Rei de Gondor! – Aragorn sorriu, e agradeceu em élfico.
Amras chamou Vendeniel, e ela foi até o irmão. Aragorn continuou ali, dando instruções para os homens, e animando-os. Legolas entrou sorrateiramente, e sua expressão não era a melhor possível.
- Vamos, armem-se. Vocês devem estar protegidos para poder lutar contra os orcs! – dizia o humano.
Legolas riu completamente irônico. – E o que isso irá adiantar? Não há esperança!
- Legolas, dartho!
i- Olhe para eles, Aragorn. /i– disse Legolas, em élfico. – iOlhe o medo estampado nos rostos deles! Você acha que eles são bons guerreiros? São camponeses, não sabem lutar! Vão todos morrer!
- Então eu morrerei como um deles!/i – disse Aragorn, encerrando a conversa, e dando as costas para o elfo. Legolas também bufou e seguiu na direção contrária. Aquele não estava sendo um bom dia. Havia discutido com Aragorn, e lutaria ao lado de Vendeniel. Tudo bem, talvez a presença da elfa ali o animasse, mas não a presença dela no campo de batalha. Mas não havia nada a fazer, ele teria que se conformar, com ela, com Aragorn, com os guerreiros e tudo mais. Sentiu vontade de fazer com que o mundo inteiro explodisse.
Já estava anoitecendo, e o céu estava com nuvens escuras e pesadas. A umidade do ar aumentava, e os rohirrim estavam recolhendo mulheres e crianças para as cavernas. Éowyn, a jovem moça irrequieta que Vendeniel vira com Théoden, e que era a sobrinha do rei, cuidaria dos refugiados. Havia desespero no ar, mulheres que se despediam dos maridos e dos filhos. Todos os homens que conseguissem carregar armas iriam lutar. Alguns estavam bem armados, com elmos e cotas de malhas, e espadas largas. Outros ainda lutavam com suas ferramentas de trabalho e usavam meros gibões de couro. Haviam crianças ali, aterrorizadas, mas não podiam demonstrar seus medos: eram grandes e iriam lutar como homens adultos. Não podiam decepcionar suas famílias e ao Rei.
Perto das oito horas, quando a fortaleza já havia sido evacuada e os homens começavam a se organizar nas muralhas e nos pátios, um exército, de uns cem homens, começou a se aproximar dos portões. Elrohir correu para a muralha.
- Elrohir, o que você vê? – perguntou Aragorn.
- É um grupo de uns cem homens. Não carregam insígnias da mão branca, mas trazem estandartes branco-prateado. Carregam arcos e lanças, estão bem equipados. Ei, espere!
Elladan estava debruçado na ameia também, e olhou. Mas não se preocupou, simplesmente riu. – É Haldir! Haldir lidera o grupo!
Aragorn suspirou. – Pelos Valar. Uma grande ajuda chega numa hora inesperada.
Os portões foram abertos e os elfos entraram: todos usavam as capas cinzentas de Lothlórien e armaduras prateadas, carregavam espadas, lanças, arcos e escudos. Haldir vinha à frente, com uma capa cor de vinho e a armadura dourada. Parou em frente a Théoden e se curvou. – Salve Théoden, Rei de Rohan. Que nesses dias escuros possamos mais uma vez honrar a aliança entre elfos e homens, para o bem da Terra Média!
Théoden sorriu. Elladan comentou baixo para os elfos. – Olhem, há elfos de Lórien, de Valfenda e dos Portos! Garanto que foram Ada, Círdan e Galadriel. – enquanto isso, Aragorn e Haldir se abraçavam, e Haldir reverenciou o dúnadan, demonstrando que o seguiria.
Logo depois da chegada dos elfos, os homens novamente se organizaram na muralha e esperaram. Começou a chover, primeiro fracamente, e logo a intensidade foi aumentando, até que caía uma tempestade, com raios e trovões riscando o horizonte. O único som ouvido era o das gotas pesadas caindo nas cotas metálicas. Os vanyarin de Vendeniel ostentavam suas auras, pálidas e fracas, com um aspecto espectral graças à chuva. Ninguém falava, apenas olhavam para o horizonte. Às vezes, um espirro ou soluço era ouvido. Vendeniel olhava Aragorn do seu lado direito. O dúnadan parecia muito mais austero e estava extremamente sério. Sua mão buscava o cabo da espada que trazia. Do seu outro lado estavam Amras e Fingwë, ambos parados, como estátuas dos dias antigos, mas a elfa sentia a inquietação neles. Legolas estava do lado direito de Aragorn, e aparentava a mesma tênue calma e silêncio dos outros. Às vezes seu olhar se dirigia a Vendeniel, mas ele olhava para Fingwë, suspirava e voltava a olhar o horizonte. Ele não havia falado com a elfa depois do incidente dentro do Arsenal. Ela também desejava muito falar com ele. Ao lado de Legolas estava Gimli, que não conseguia enxergar através da muralha e demonstrava abertamente sua inquietação. Elladan e Elrohir estavam do lado do anão, e não demonstravam nenhuma reação.
O barulho da chuva aumentava. A escuridão cobria o céu, e mesmo para os elfos era difícil enxergar o que ocorria no horizonte, se nenhum trovão rasgasse o céu. Mas logo um outro barulho tomou o ar. Algo metálico, uma batida terrível, misturada com os gritos e vozes roucas falando palavras em línguas ininteligíveis. De repente, o barulho de um relâmpago e a luz de um trovão.
Haviam chegado.
Cabou... finalmente! Desculpem o atraso, mas tive uns probleminhas aqui... é que tem um computador só aqui em casa... Tem algumas passagens em élfico e eu espero que apareça o itálico nelas... U.u'... Bom, era pra ter a parte da batalha nesse capítulo... Mas ele já deu cinco páginas inteiras no Word, e se eu colocasse tudo o que eu quero, o capítulo ficaria extremamente exaustivo. O próximo deve ser atualizado no fim de semana. Vou tentar começar a adicionar um capítulo por semana, ok? E ah, deixem seus reviews!! Beijos Dark Lali
Olá! Espero que gostem desse capítulo. Existem algumas passagens em élfico nele. As mais importantes estão em itálico, ok? Algumas que nem são tão necessárias pra entender o texto foram deixadas no sindarin mesmo.
Capítulo XI – O Abismo de Helm
Aragorn cavalgava à toda velocidade que podia. Precisava chegar até o forte o mais rápido possível, principalmente depois de ter visto todas as fileiras de Orcs de Saruman. Isengard deveria estar vazia a uma hora dessas. Deveriam ser mais de dez mil orcs marchando rapidamente até o Abismo. Às vezes ele olhava para trás para ver se não estava sendo seguido: com sorte, talvez Éomer e os cavaleiros de Edoras aparecessem, ou pior: batedores nos malditos wargs.
Ele sentia frio: o vento passava rápido por ele, e a sensação térmica era piorada pelas roupas molhadas. A cabeça doía, ele tinha despencado de muito alto, e ele também havia perdido o pingente de Arwen. Olhou para trás, e cavalos se aproximavam. Não pareciam com os homens de Rohan, os homens de Rohan cavalgavam usando suas armaduras, e capas verdes, e carregavam lanças. Os estranhos encobriam-se com mantos cinzentos, e pareciam querer alcança-los. Aragorn aumentou a velocidade para fugir deles, falava palavras em élfico para Brego, mas ouviu algo que não parecia pertencer àquela terra. Algo que trouxe esperança: uma risada cristalina.
- Ai na vedui Dúnadan! Mae govannen! – uma voz estranhamente familiar, que lhe lembrava os tempos de sua juventude, enquanto ainda era criança... Enquanto ainda era Estel. Um sorriso tomou seus lábios e ele puxou rapidamente a rédea de Brego, fazendo o cavalo empinar e voltar, em direção aos cavaleiros.
- Elrohir! É uma grande alegria encontra-lo irmão! Quase não acreditei quando ouvi sua voz. – disse Aragorn, abraçando o gêmeo e rindo. E olhou para o resto do grupo: Vendeniel, Amras, Elladan e Fingwë. – Sabia que viriam, Gandalf nos disse. É bom vê-los. Mas devemos partir. Explicarei no caminho – e dizendo isso, virou e começou a correr, enquanto o grupo fazia o mesmo para alcança-lo.
- A guerra é iminente. – disse Vendeniel. – ouvimos Gwaihir dizer que havia um grande exército se concentrando em Isengard.
Aragorn olhou para ela. Nunca antes o guardião parecera tão austero e tão grave. – Havia? Não, Vendeniel, não havia... Há, e eles estão vindo na nossa direção. Eu os vi, dez mil orcs, meio-orcs e bárbaros da Terra Parda... não há esperança.
- Sempre houve esperança. – disse Elladan, alcançando Aragorn pelo outro lado. – Você é a Esperança dos Homens. Lembre-se das palavras de Gilraen... – Aragorn ficou silencioso por um tempo, e então sorriu. – Vamos!
Pelo caminho ele contou rapidamente tudo o que acontecera com a sociedade que partiu de Lothlórien. Frodo e Sam foram para Mordor, Pippin e Merry foram levados pelos Uruk de Saruman, Boromir estava morto. Ele, Legolas e Gimli estavam à disposição de Rohan, preparados para lutar na guerra, e Gandalf havia partido atrás de reforços.
Meia hora depois, eles chegavam na Fortaleza do Abismo de Helm. O lugar estava caótico, haviam refugiados, e soldados, e muitas pessoas indo e vindo. Vendeniel estava atônita, procurava alguém na multidão. Entregou seu cavalo para um escudeiro, e desceu. Estava com o capuz sobre o rosto. E então ela viu. Ele estava lá, estava com Aragorn, os dois se reencontravam depois do acidente com os wargs. E então Legolas entrou por uma porta grande de madeira. Vendeniel não hesitou em seguí-lo, mas ela mesma não reparou que alguém viu para onde ela tinha ido.
Legolas estava no arsenal, muitos pensamentos tomavam sua mente, e ele estava concentrado em seus próprios assuntos. Não percebeu quando alguém entrou na sala e caminhou silenciosamente até ele. Percebeu uma mão em seu ombro e se virou.
No momento em que ele viu Vendeniel, um turbilhão de emoções passou por sua cabeça, misturando a surpresa com a alegria, o conforto, e a preocupação por ela estar tão perto de uma guerra tão iminente. Ambos abraçaram-se, e permaneceram ali, juntos, sem mencionar uma só palavra, pelo que lhes pareceram eras.
Vendeniel só queria saber de manter sua cabeça no ombro de Legolas, de sentir a respiração dele e de ouvir o seu coração bater. Queria abraça- lo com força, e esquecer de todos os seus problemas, pensar que só haviam eles no mundo, que não havia nenhum maldito anel, nem orcs, nem guerras, nem Sauron. A mão afagando o seu cabelo, a voz falando palavras suaves no seu ouvido, palavras cujo significado ela não conseguia, não queria compreender, mas cujo som a acalmava profundamente.
- Senti sua falta. – por fim ela disse, com a voz embargada.
- Eu também. – disse ele. – pensei em você todos os dias em que estive viajando, queria encontrar você, olhar nos seus olhos, poder tocar o seu rosto, ouvir o som do seu riso, abraçar-lhe... Meu único contentamento era saber que você estava em segurança.
- Achei que vocês estivessem em Lórien. Elrond nos mandou para lá.
Legolas sorriu. – Então espero que você tenha gostado do presente.
Ela sorriu, e olhou fundo nos olhos dele. Sua mão estava pousada na face o elfo e os seus rostos se aproximaram. Vendeniel fechou os olhos, mas no mesmo momento, a porta se abriu. Os dois se separaram rapidamente, mas não tinham certeza se que a pessoa que entrou tinha os visto. Vendeniel olhou para o estranho, que também a olhava com perplexidade. Fingwë.
No outro momento, o elfo vanyarin saia bruscamente, sem olhar ou perguntar nada. Vendeniel sentiu-se terrível e seguiu o primo, sem parar para explicar nada à Legolas. Fingwë subiu uma escada até chegar à um terraço de observação, um dos mais altos do local.
- Fingwë...
- Eu vi Vende. Eu vi uma coisa que odiei ter visto. – disse ele, sem olhar no rosto dela.
Vendeniel se esforçou para não chorar. Pobre Fingwë, seu primo, seu melhor amigo. Ambos tinham sido muito próximos desde a infância. – Eu não posso mudar o que você viu. – Ela pôs a mão no ombro do primo, num gesto de compreensão. Ele se afastou bruscamente.
- Não encoste-se em mim. Volte para ele.
- Fingwë – disse Vendeniel – Por favor, me escute...
Ele se virou. Estava chorando, e seu rosto misturava ódio e tristeza. – Não, Vendeniel. Eu não tenho e eu não quero escutar você! Volte para ele, volte para aquele elfo cinzento.
- Eu...
- Chega! Cale a boca! Você nos traiu. Traiu a mim, ao seu irmão. O que houve? Será que nós não poderíamos compreender? Então é por isso que você esteve tão atônita ultimamente. Só queria encontra-lo, ficar com ele! E quanto a nós? Nós que sempre estivemos com você? Nós não temos importância, não mesmo.
- Mas...
Ele estava quase gritando. – Você não entende, Vende? É tão cega assim? Não sabe por que eu vim para cá? Não sabe por que eu estou me submetendo à tudo isso? Por que eu... – ele parou, tomando fôlego e coragem - Eu... Eu te amo! Eu queria que você estivesse em Tilion ainda, e que eu pudesse chegar ao seu pai e pedir-lhe em casamento, eu queria poder passar o resto dos meus dias com você, ter filhos, sem me preocupar com drogas de guerras, e humanos, orcs... eu queria estar com você, eu! Não aquele desgraçado! - disse ele, as últimas palavras saíram rápidas. Um silêncio mortal se abateu perante os dois. Vendeniel estava surpresa, ela nunca percebera isso antes. Ela limpou as lágrimas que escorriam pelo seu rosto.
-Desculpe-me. – disse ela, recuperando-se do choque – você tem razão, Fingwë, eu estou ficando cega. Desculpe-me.
A expressão no rosto dele mudara, para aquela mesma pena fraternal que ele mostrava quando Vendeniel era jovem e se machucava, e ele cuidava dela. E a abraçou. Como um irmão faria. – Vende... Vende, eu é que lhe peço desculpas. Não acho que o coração seja algo fácil de domar.
- Você está sofrendo. Eu senti pena de você quando nos viu, mesmo sem saber o que você sente por mim...
Ele sorriu, animador, e a segurou pelos ombros, como se explicasse algo à alguma criança pequena. – Olhe... Eu não quero que você sinta pena de mim. Eu só quero... Eu só quero que você seja feliz, não importa com quem...
- Fingwë...
- Olha, vamos esquecer o que houve. Eu não vi vocês lá, e eu continuo gostando muito de você. Agora, leve a sua vida normalmente. Não se preocupe nem comigo, nem com o Legolas (ela percebeu a resignação contida na voz de Fingwë quando ele pronunciou esse nome). No final a escolha será sua. – disse ele, beijando a testa da prima. E saiu. – Ah, fique calma. Eu não vou contar ao Amras. Você lhe dirá isso quando chegar a hora.
Vendeniel viu Fingwë dar as costas e sair. E meditou sobre as palavras dele, chegando a uma terrível conclusão no final. Não era apenas um triângulo amoroso em jogo. Haviam muitas coisas mais envolvidas, como por exemplo, Valinor e Mandos.
Vendeniel saiu do arsenal, mas Legolas não estava mais lá. Nem Fingwë. Ela saiu do aposento e foi interceptada por Aragorn.
- Senhora. – disse ele. – o Rei de Rohan deseja conhecê-la.
Vendeniel seguiu Aragorn até uma outra sala grande, com uma mesa larga e uma cadeira grande. Havia uma grande tapeçaria de um cavalo branco sobre o fundo dourado. E na cadeira estava sentado Théoden, o filho de Thengel e Senhor da Terra dos Cavaleiros. Ele era velho, e apesar de alto, os sinais da velhice tomavam seu rosto e o seu corpo. Seus cabelos batiam no ombro e eram claros.
- Salve, Senhor da Terra dos Cavaleiros. Hannon le.
Ele a olhou. – Salve Vendeniel o Athangaear. – disse ele.
- Ela é uma guerreira valorosa, Senhor. – disse Aragorn. – Ela veio do Oeste Longínquo. Veio em nome dos Valar. É irmã de Amras, que o senhor já conhece.– Theóden olhou com surpresa para a elfa. – Peço sua permissão para lutar, meu Senhor. – disse ela, ainda ajoelhada.
Havia uma moça na sala, Vendeniel já havia notado a presença dela antes. Parecia ser muito jovem. Era bela, mas tinha uma beleza fria, como a de uma garota que ainda não é completamente mulher, ou a de um lírio tocado pela geada. Havia tristeza nela, e Vendeniel sentiu pena da jovem, que olhava atônita de Théoden para Aragorn e para a elfa.
- Senhora. – disse Théoden – Sua linhagem é nobre, e há nobreza em seu rosto. Mas eu vou lhe pedir que desça para as cavernas, e que se proteja lá até a guerra acabar. Lute para defender as mulheres e crianças.
- Mas... – disse ela.
Aragorn interveio. – Meu senhor... Por favor, ela é uma grande ajuda! Qualquer ajuda é bem vinda! Gandalf diria isso...
- Campos de batalha não são para mulheres, Aragorn. Não insista.
Vendeniel se sentiu realmente enfurecida. Levantou-se e fez uma reverência sarcástica. – Então, meu senhor, com sua permissão, estou me retirando daqui. – Ela virou as costas e saiu. Olhou para fora da sala, a confusão pelo pátio da fortaleza ainda continuava. O barulho do ferro sendo batido pelos ferreiros, e o som de vozes, choro e dos cavalos se misturavam de maneira caótica. Ela olhou para o céu, que começava a adquirir um brilho avermelhado à oeste. Estava anoitecendo. Ela pode distinguir Legolas e Gimli, com Elladan, Elrohir e Amras. Não havia sinal de Fingwë.
- Vende – disse Amras. – O quê...
- Ele. – disse Vendeniel. – O Rei não permite que eu lute.
Legolas olhava a cena. Ele escondia, mas estava aliviado por Vendeniel não precisar lutar. Aragorn havia mencionado algo a respeito de dez mil orcs, e com certeza, a elfa estaria mais segura nas cavernas. De repente ele se deu conta de que estava sendo egoísta e imaturo. Mas esse pensamento logo sumiu da sua cabeça. Amras e Aragorn fariam o possível para que ela lutasse. E esse pensamento enfureceu Legolas.
Algum tempo depois, Aragorn foi até Vendeniel, que ajudava a equipar os camponeses que iriam lutar. – Senhora, está tudo bem.
- Hã? – ela perguntou.
- Eu falei com o rei. – disse Aragorn, sorrindo. – E ele permitiu sua permanência aqui. Ele não sabia quem você era, nem conhecia o seu valor.
Vendeniel sorriu sarcástica. – Com ou sem o consentimento dele eu lutaria. Apesar de meu irmão dizer que se responsabiliza por mim, eu sou a única que pode decidir minhas ações. Mas muito obrigado, Dúnadan, obrigado por me ajudar. – disse ela, se curvando. E então continuou, falando em élfico. – iNão há muita esperança, não é?
- Não, não há. Mas nós temos que resistir./i – disse ele.
Vendeniel olhou para baixo. – iOs Valar estão conosco. Isso pode ser útil.
- Espero que seja, mas a batalha dependerá mais de nós mesmos do que deles. Eu queria ter à minha disposição os meus parentes, os Guardiões do Norte. Ou um bom grupo de arqueiros élficos./i
Vendeniel desembainhou a espada. – Aragorn, você é um bom líder. Eu lhe ofereço minha espada. De hoje em diante, eu prestarei meus serviços para Aragorn, filho de Arathorn, herdeiro de Isildur e Rei de Gondor! – Aragorn sorriu, e agradeceu em élfico.
Amras chamou Vendeniel, e ela foi até o irmão. Aragorn continuou ali, dando instruções para os homens, e animando-os. Legolas entrou sorrateiramente, e sua expressão não era a melhor possível.
- Vamos, armem-se. Vocês devem estar protegidos para poder lutar contra os orcs! – dizia o humano.
Legolas riu completamente irônico. – E o que isso irá adiantar? Não há esperança!
- Legolas, dartho!
i- Olhe para eles, Aragorn. /i– disse Legolas, em élfico. – iOlhe o medo estampado nos rostos deles! Você acha que eles são bons guerreiros? São camponeses, não sabem lutar! Vão todos morrer!
- Então eu morrerei como um deles!/i – disse Aragorn, encerrando a conversa, e dando as costas para o elfo. Legolas também bufou e seguiu na direção contrária. Aquele não estava sendo um bom dia. Havia discutido com Aragorn, e lutaria ao lado de Vendeniel. Tudo bem, talvez a presença da elfa ali o animasse, mas não a presença dela no campo de batalha. Mas não havia nada a fazer, ele teria que se conformar, com ela, com Aragorn, com os guerreiros e tudo mais. Sentiu vontade de fazer com que o mundo inteiro explodisse.
Já estava anoitecendo, e o céu estava com nuvens escuras e pesadas. A umidade do ar aumentava, e os rohirrim estavam recolhendo mulheres e crianças para as cavernas. Éowyn, a jovem moça irrequieta que Vendeniel vira com Théoden, e que era a sobrinha do rei, cuidaria dos refugiados. Havia desespero no ar, mulheres que se despediam dos maridos e dos filhos. Todos os homens que conseguissem carregar armas iriam lutar. Alguns estavam bem armados, com elmos e cotas de malhas, e espadas largas. Outros ainda lutavam com suas ferramentas de trabalho e usavam meros gibões de couro. Haviam crianças ali, aterrorizadas, mas não podiam demonstrar seus medos: eram grandes e iriam lutar como homens adultos. Não podiam decepcionar suas famílias e ao Rei.
Perto das oito horas, quando a fortaleza já havia sido evacuada e os homens começavam a se organizar nas muralhas e nos pátios, um exército, de uns cem homens, começou a se aproximar dos portões. Elrohir correu para a muralha.
- Elrohir, o que você vê? – perguntou Aragorn.
- É um grupo de uns cem homens. Não carregam insígnias da mão branca, mas trazem estandartes branco-prateado. Carregam arcos e lanças, estão bem equipados. Ei, espere!
Elladan estava debruçado na ameia também, e olhou. Mas não se preocupou, simplesmente riu. – É Haldir! Haldir lidera o grupo!
Aragorn suspirou. – Pelos Valar. Uma grande ajuda chega numa hora inesperada.
Os portões foram abertos e os elfos entraram: todos usavam as capas cinzentas de Lothlórien e armaduras prateadas, carregavam espadas, lanças, arcos e escudos. Haldir vinha à frente, com uma capa cor de vinho e a armadura dourada. Parou em frente a Théoden e se curvou. – Salve Théoden, Rei de Rohan. Que nesses dias escuros possamos mais uma vez honrar a aliança entre elfos e homens, para o bem da Terra Média!
Théoden sorriu. Elladan comentou baixo para os elfos. – Olhem, há elfos de Lórien, de Valfenda e dos Portos! Garanto que foram Ada, Círdan e Galadriel. – enquanto isso, Aragorn e Haldir se abraçavam, e Haldir reverenciou o dúnadan, demonstrando que o seguiria.
Logo depois da chegada dos elfos, os homens novamente se organizaram na muralha e esperaram. Começou a chover, primeiro fracamente, e logo a intensidade foi aumentando, até que caía uma tempestade, com raios e trovões riscando o horizonte. O único som ouvido era o das gotas pesadas caindo nas cotas metálicas. Os vanyarin de Vendeniel ostentavam suas auras, pálidas e fracas, com um aspecto espectral graças à chuva. Ninguém falava, apenas olhavam para o horizonte. Às vezes, um espirro ou soluço era ouvido. Vendeniel olhava Aragorn do seu lado direito. O dúnadan parecia muito mais austero e estava extremamente sério. Sua mão buscava o cabo da espada que trazia. Do seu outro lado estavam Amras e Fingwë, ambos parados, como estátuas dos dias antigos, mas a elfa sentia a inquietação neles. Legolas estava do lado direito de Aragorn, e aparentava a mesma tênue calma e silêncio dos outros. Às vezes seu olhar se dirigia a Vendeniel, mas ele olhava para Fingwë, suspirava e voltava a olhar o horizonte. Ele não havia falado com a elfa depois do incidente dentro do Arsenal. Ela também desejava muito falar com ele. Ao lado de Legolas estava Gimli, que não conseguia enxergar através da muralha e demonstrava abertamente sua inquietação. Elladan e Elrohir estavam do lado do anão, e não demonstravam nenhuma reação.
O barulho da chuva aumentava. A escuridão cobria o céu, e mesmo para os elfos era difícil enxergar o que ocorria no horizonte, se nenhum trovão rasgasse o céu. Mas logo um outro barulho tomou o ar. Algo metálico, uma batida terrível, misturada com os gritos e vozes roucas falando palavras em línguas ininteligíveis. De repente, o barulho de um relâmpago e a luz de um trovão.
Haviam chegado.
Cabou... finalmente! Desculpem o atraso, mas tive uns probleminhas aqui... é que tem um computador só aqui em casa... Tem algumas passagens em élfico e eu espero que apareça o itálico nelas... U.u'... Bom, era pra ter a parte da batalha nesse capítulo... Mas ele já deu cinco páginas inteiras no Word, e se eu colocasse tudo o que eu quero, o capítulo ficaria extremamente exaustivo. O próximo deve ser atualizado no fim de semana. Vou tentar começar a adicionar um capítulo por semana, ok? E ah, deixem seus reviews!! Beijos Dark Lali
