Capítulo 06:
A Roupa Nova de Rei.
Já era tarde e Shinji tinha que voltar ao seu apartamento para se aprontar para o turno da noite do "Segundo Impacto". Depois de agradecer a cortesia de Tabris, ele e Rei voltam ao hall de entrada. E o atarefado rapaz, sem dizer nada, começa a calçar os seus tênis para o longo caminho de volta.
- Shinji-kun, você está bravo? - Pergunta educadamente Kaworu, ao notar a fisionomia fechada do seu novo conhecido.
- Rei? - Indaga a persocom, curiosa, com seus olhos belos e inexpressivos.
- Desculpe-me, Kaworu, não estou bravo. Estou é com vergonha por ter ficado tão empolgado com um simples boato! - Responde Shinji Ikari, evitando fitar diretamente os olhos de seu interlocutor.
- Mas é o sonho de tudo mundo, Shinji-kun: A existência de uma máquina com forma humana que possui sentimentos e age livremente entre as pessoas... - Responde Kaworu como que para tentar consolar o seu novo amigo.
- Só falta a Rei ter sido criada num laboratório super-secreto como parte de um plano de dominação mundial.... - Comenta Shinji, começando a dar mais uma de suas "viajadas" nas asas de sua imaginação fértil.
- Mas por um motivo qualquer este plano foi abandonado e o protótipo largado num depósito de lixo, até que um rapaz chamado Shinji Ikari aparece do nada para resgatá-lo. - Kaoru entra na brincadeira e começa a desenvolver a historinha, achando graça nisto.
- E este cara, não sabendo de nada, pega a Rei pensando que ela é um persocom comum. - Prossegue o jovem Ikari.
- E então vem uns homens estranhos vestidos de preto para recuperá-la. - Responde Kaworu, empolgado.
- E esses caras são agentes de um laboratório misterioso pertencentes à uma mega-corporação secreta. - Shinji continua, associando a informação anterior com a primeira coisa que lhe vem à cabeça.
- Daí, esses caras invadem o teu apartamento e te seqüestram, levando a Rei junto consigo. E enquanto os cientistas deles trabalham para recuperar os dados armazenados na memória da persocom numa base secreta isolada do resto do mundo, você é interrogado e torturado, ficando horas sem comer e sem dormir, tendo apenas três crioulos musculosos te vigiando. Aí, um deles vai com a sua cara e começa a alisar a sua perna e... - Sorri maliciosamente o jovem de cabelos prateados, enquanto passa a mão no ombro de um constrangido Shinji.
- K-kaworu! Isto não está em nenhum script de filme que eu conheço! - Exaspera-se Shinji, compreendendo o que seu anfitrião queria insinuar.
- Se empolgou, heim? - Diz Kaworu, dando um tapinha amistoso no ombro de Shinji.
- É claro. É o sonho de todo garoto que leva uma vidinha como a minha... Só faltava eu virar piloto de um mecha experimental desenvolvido pelo Governo. - Responde o jovem estudante de cursinho, dando de ombros e pensando alto.
- Ela é mesmo diferente? - Pergunta Kaworu para Tabris, ignorando o último comentário de Shinji.
- É A aparência dela não combina com nenhum modelo de persocom fabricado pelas empresas existentes. - Comenta Tabris, fitando Rei de forma analítica.
- Então só pode ser uma persocom montada. Vou verificar mais um pouco. Perguntarei num fórum de discussão de montadores de persocoms... - Responde o jovem Nagisa, com uma expressão mais séria do que o normal.
- Obrigado. Fórum? O que é isto? É aquela marca de roupas? - Indaga Shinji mostrando o seu completo despreparo para coisas ligadas à internet.
- Deixe o seu e-mail para mantermos contato. - Responde Kaworu, fazendo força para não rir do novato.
- Heim? Não tenho nada disso. Vou deixar o meu telefone... Deixe me ver... papel... papel... - Shinji tenta inutilmente procurar em seus bolsos alguma coisa em que pudesse anotar qualquer informação. A única coisa que consegue demonstrar é o seu esquecimento crônico e sua total falta de planejamento, até para as coisas mais simples.
- É só falar para a Tabris, Shinji-kun. Esqueceu que estamos na era da informação? - Kaworu sorri de forma condescendente.
- Eu vou registrar - Diz a bela persocom, sorrindo de forma elegante.
Após uma brevíssima pausa, a persocom particular de Kaworu entra em modo de anotação de dados. As pálpebras ficam pesadas e um barulho característico de computador pode ser ouvido.
- Quando quiser. - Diz Tabris, entrando no modo de registro de mensagens.
- T-tá... Hã.... 13... - Impressionado com a tecnologia demonstrada pela persocom, Shinji começa a dizer o número de seu telefone de forma hesitante, mal podendo acreditar no que via.
Sem que ele percebesse, Rei começa a emitir o típico barulho do modo de anotação de dados, quase ao mesmo tempo que Tabris, apenas observando o comportamento dela. Tal fato não passa despercebido pela mente perspicaz de Kaworu, que fica impressionado ao ver o procedimento da misteriosa persocom.
- Está registrado. - Conclui Tabris, voltando a exibir seu sorriso característico.
- Que barato! - Apesar desta rotina ser corriqueira e banal, Shinji se empolga, como se fosse um caipira diante das maravilhas tecnológicas da cidade grande.
- Shinji-kun, pode perguntar o número de seu telefone para a Rei? - Pergunta subitamente Kaworu, com o ar mais sério do mundo.
- Heim? Para quê? - Responde Shinji, totalmente desconcertado e sem entender a verdadeira intenção do ricaço.
- Experimente... - Insiste o jovem Nagisa.
- Rei, qual é o número do meu telefone? - Pergunta Shinji, mal adivinhando a intenção de seu novo "amigo".
- 13-2424-1313-BAK-A00. - Responde Rei com uma voz de inflexão levemente metálica e de forma precisa, sem hesitar.
- C-como??? E-ela conseguiu falar algo além de "Rei". - Shinji fica incrédulo, enquanto Kaworu tenta disfarçar uma risadinha.
- Ela tem um programa de aprendizagem instalado. - Kaworu começa a falar com o máximo de naturalidade possível.
- Hã?
- Você disse que ela estava no lixo, não foi? - Kaworu se antecipa, procurando estruturar sua argumentação diante da dúvida óbvia de seu novo "chegado".
- Sim...
- Pode ser que os dados anteriores tenham sido perdidos ou o cara que foi o primeiro dono tenha formatado-os antes de jogá-la fora.
- Formatado? Como assim? - Pergunta Shinji mais uma vez fazendo força para não torrar o seu pobre cérebro, já que precisaria dele para entrar na universidade.
- É mais ou menos como pegar uma fita de vídeo e regravá-la por cima. Os dados novos apagam os antigos. A função de aprendizagem está operando. - Comenta o jovem milionário, com o máximo de simplicidade possível para um novato assumido como Shinji.
- E...
- Acho que, se você ensiná-la com paciência, ela pode aprender a falar e a fazer um monte de coisas... - Conclui Kaworu, dando um leve sorriso com uma certa ponta de melancolia.
- Sério??? - Shinji se empolga e mal consegue reprimir a sua ansiedade, mas...
- Só se você ensinar direitinho...
- Tipo, cozinhar, passar roupa, pegar mp3 e outras coisas a mais? - Pergunta ingenuamente o jovem Ikari.
- Sim. O que você quer dizer com as "coisas a mais"? - Kaworu sorri com a resposta e começa a direcionar a conversa para algo mais "quente", bem ao seu estilo.
- Beeem... ficar, beijar na boca, andar de mãos dadas... - Shinji fica envergonhado da sua quase nula experiência em assuntos "íntimos" e tenta ser o mais politicamente correto possível.
- Desista. Acho que ela por si pode até aprender isto... Pena que o futuro professor dela não seja muuito experiente nestas matérias... - Comenta ironicamente o jovem adolescente, que tinha muito mais experiência "prática" do que o jovem Ikari.
- O que quer dizer com isto, Kaworu??? - Shinji arregala os olhos novamente, o que faz Kaworu se divertir com a cena.
- Bem, se você quiser algumas aulinhas práticas sobre "interação humana avançada", a gente pode combinar um horário nos finais de semana à noite... - Responde Kaworu, se aproximando de forma insinuante perto do seu novo conhecido.
- Hã... E-esquece. - O jovem Ikari começa a ficar desconfiado e instintivamente recua.
- Que pena... E olha que sou bem paciente... - Murmura baixinho o jovem aristocrata, fingindo desapontamento. Decerto oportunidades futuras não faltariam...
- Mas... Kaworu.... Tem que ser eu para ensinar a Rei? - Shinji percebe a enorme responsabilidade que se delineia em sua frente e compreensivelmente fica inseguro.
- O atual dono dela é você. Por isto, ela fará exatamente o que você ensinar.
- Exatamente o que eu ensinar?... - Insiste Shinji.
- Quer dizer que eu... não preciso comprar nenhum programa?
- É claro que precisa.
Ao ouvir esta seca afirmação de Kaworu em tons inequívocos, o entusiasmo de Shinji se esvai rapidamente e ele cai, paralisado no chão, ao se lembrar de sua absoluta falta crônica de dinheiro.
- Não sei que tipo de programa dá para instalar nela, mas, quando aprender mais coisas, ela mesma poderá dizer a você. É como se ela "lembrasse" o que aprendeu com o dono anterior. - Comenta o garoto de cabelos cinzas ao fitar Rei, que era quase da mesma altura dele.
Ao mesmo tempo em que Kaworu disse estas palavras, a persocom de nome Rei abaixa ligeiramente a cabeça e o seu olhar parece fitar o infinito, em busca de lembranças de um passado há muito esquecido e de um futuro que jamais começou.
- "Rei... Será impressão minha ou ela fez uma cara triste agora?" - Apenas Shinji nota o estranho comportamento da garota robótica.
- A gente mantém contato. - Conclui laconicamente Kaworu Nagisa, momentaneamente imerso em seus pensamentos.
- Valeu por tudo. Eu nem sei como te agrade...
- Se me sugere... A gente poderia se encontrar mais vezes... A gente tem muito a aprender um com outro... - Ao perceber a "deixa" dada pelo inexperiente estudante, Kaworu se adianta e se despede, segurando as duas mãos de shinji com as duas, tocando-as com seus dedos finos e delicados.
- "Cara esquisito!"
- Voltem sempre!
Antes que Shinji saia do recinto, Kaworu faz um sinal discreto para que ele se aproxime, como se quisesse dizer algo urgente. O tímido estudante se aproxima e o jovem superdotado começa a cochichar no seu ouvido, num tom mais sério:
- "Mesmo que ela aprenda a falar e a fazer um monte de coisas, mesmo que ela seja uma gracinha... É melhor não se apaixonar por ela, se não quiser sofrer depois..." - Kaworu conclui a sua recomendação com um olhar de infinita tristeza e melancolia.
- Hein? - Como sempre, o acanhado estudante não entende nada o que seu interlocutor quis dizer.
A porta se fecha e tanto Shinji como Rei saem da mansão, indo em direção ao portão de entrada. No caminho, o rapaz começa a tentar pensar no que o misterioso Kaworu acabara de dizer.
- "Ela é uma persocom... Como eu posso me apaixonar? Embora ela seja muito bonitinha!" - Constata o jovem garçom do bar "Segundo Impacto" ao ver a beleza singular de sua persocom.
Esforçando-se para manter-se de bom humor, ele faz um sinal de positivo para a Rei, gesto este que é imitado por ela, comprovando as palavras de Kaworu sobre a capacidade dela de auto-aprendizado.
- Como posso fazer para ensinar as coisas para você?
Só que antes de obter uma resposta, a camiseta de Rei arria, deixando uma parte de seus seios à mostra. Já que o número da roupa era muito grande para o seu tamanho.
- Nãããooo! Precisamos comprar roupas, roupas novas! Não acha, Rei? - Diz Shinji colocando ambas as mãos nos lados do rosto, ao ver a humilhante cena.
- Rei? - Sua jovem robótica acompanhante não entende o motivo do desespero de seu jovem mestre.
- S-só que... eu não tenho nenhuma grana e só vou receber no mês que vem... Já gastei quase todo o dinheiro do mês no aluguel... Me desculpe... - Cheio de impotência e frustração, Shinji começa a rolar pelo chão com pura raiva de si mesmo.
- Rei. - A misteriosa persocom começa a imitar o seu mestre, rolando e girando, mas com maior elegância e precisão nos movimentos.
O restante do trajeto de volta foi feito em silêncio e sem maiores incidentes. Finalmente o estudante e sua persocom voltam ao modesto condomínio aonde viviam.
Shinji se preparava para abrir a porta, quando encontra com a Dona Maya no corredor. Ela parecia estar esperando por eles e estava com um pacote em suas mãos.
- Shinji? - Pergunta a senhoria, com ar simpático.
- D-dona Ibuki? - Shinji hesita por um instante, já que raramente tinha contato com a dona do apartamento.
- Posso atrapalhar um instante? Isto é para vocês.
Dito isto, ela entrega o pacote nas mãos do rapaz. Ele fica evidentemente desconcertado e sem saber o que dizer.
- É uma coisinha que não uso mais. É para a Rei usar....São roupas.
- Muito obrigado! - Pela primeira vez, o jovem estudante de cursinho, respira aliviado. Afinal de contas, nem só de azar ele vivia.
- Espero que eu não tenha sido muito intrometida. - Sorri a jovem senhoria, feliz por ter feito a boa ação do dia..
- De jeito nenhum, me ajudou para caramba! - Responde Shinji, eufórico.
- Que bom.... Bons estudos! - Cumprimenta Maya, com um ar benevolentemente maternal.
- Obrigado!
Finalmente uma brisa parecia afastar as preocupações e a maré de azar que invadia a vida do estudante Shinji Ikari. Além de ser muito bonita, Maya era dona de um sorriso encantador que parecia trazer paz e serenidade à vida do pobre jovem.
- Que sorte a minha de morar num apartamento tendo uma senhoria como ela...Como sou feliz... Pensando bem, é muito melhor do que morar de sapo num pensionato cheia de garotas nervosas e histéricas que nem aquele tal do Keitarô Urashima... - Shinji começa a "viajar" novamente enquanto ele termina de fechar a porta do seu apartamento para ter um pouco de privacidade antes de chegar a hora de ir ao serviço.
Alguns minutos mais tarde...
- M-mas o que é isto que a senhoria deu??? - Shinji fica abismado e sem saber o que fazer diante da insólita cena.
Após vestir o presente dado pela senhorita Maya, Chii estava bem diferente do seu "self" habitual, vestindo um provocante vestido com um decote exagerado, detalhes em metal e couro e generosas aberturas laterais para as pernas ficarem bem à mostra. Definitivamente não podia ser um traje para moças de família...
- B-bem, como e-eu p-poderia dizer? A-acho q-que ficou "sexy" este vestido em você, Rei....
- Rei!
Como se sentisse o elogio, Rei abraça o seu jovem mestre, fazendo-o cair de bunda no chão, com ela por cima, enlaçando o seu pescoço com seus braços delicados, enquanto o seu peito sente a pressão de um par de coisas macias e tenras.
- Então a Rei poderá fazer tudo o que eu ensinar. Mas, o que será que eu posso fazer por ela? Navegar na Rede? Baixar Mp3? Fazer a faxina do apê? Lavar minhas roupas? Não manjo de muita coisa... Ah, quem me dera se eu entendesse de informática e internet que nem o Kensuke... É, Shinji Ikari... só mesmo por um motivo misterioso dos desígnios divinos você está presente neste mundo... E ainda não encontrou a sua razão de existir... - Monologa o estudante magro e franzino, tentando se conter ao abraço caloroso e excitante de sua persocom.
Aquele toque macio e envolvente começava a aquecê-lo, despertando nele desejos há muito reprimidos. Contudo, lembrando-se de que ela era uma persocom e não uma humana, Shinji se levanta,
- T-tudo bem... Não sei se vou ser um excelente professor, mas prometo que vou te ensinar tudo o que eu sei, Rei - Disse Shinji, conformado, acariciando a cabeça de sua companheira robótica.
- Rei! - Como se entendesse o que o seu mestre estava dizendo, Rei abraça-o novamente de forma inesperada, desequilibrando-o desta vez por completo e fazendo Shinji cair deitado no carpete da quitinete, com ela por cima.
O estudante e a persocom ficam caídos por alguns instantes, enquanto o pobre rapaz tenta tatear as cegas, tentando encontrar um ponto de apoio para poder se levantar sem precisar empurrar Rei de lado.
Só que a única coisa que a mão do jovem Ikari encontra é um belo par de nádegas que ficaram expostas, já que o vestido era bem curto.
- Rei?
- Preciso comprar algumas calcinhas para você... urgentemente... - Comenta Shinji enquanto tenta cobrir a bunda de sua persocom, ajeitando o vestido.
O seu vizinho do andar de baixo fica novamente furioso pela barulheira e começa a cutucar o teto com a ponta de uma vassoura. Só que isto não seria o único problema que o estudante de cursinho teria naquele final de semana. Ao tentar se levantar, com a Rei ainda por cima, Shinji sente uma dor lancinante tomar conta de suas pernas e costas, não somente pelos tombos sofridos, mas também pelo esforço da caminhada que fizera naquela tarde.
- Ai!... Ui!... M-minhas pernas! E a-ainda t-tenho que lembrar de c-comprar uma p-pomada para contusões... Ui... ser pobre sofre....
- Rei?
Escrito por: Calerom
Última Versão: 26 de Julho de 2004 19:18 Hrs.
E-Mail: myamauchi1969yahoo.com.brNotas:
01 - Esta fic segue a divisão de capítulos da versão brasileira, publicada pela JBC.
02 - A divisão por volumes foi uma forma que encontrei para evitar que a fic se transformasse numa saga enorme, além de facilitar a comparação com a série original pelos leitores;
03 - Peço desculpas aos meus leitores pela demora nas atualizações desta e de outra fic. Em parte devido ao meu novo emprego/mudança de cidade e em parte por causa de circunstâncias alheias a nossa vontade.
04 - Assim que por em ordem as outras fics, pretendo iniciar o volume 2, na verdade, o primeiro capítulo dele está pronto, mas ficaria imensamente agradecido se os leitores lessem e comentassem o Evabits-Volume1, dando o necessário feedback para a continuidade deste projetinho.
05 - Meus agradecimentos para o pessoal que acompanhou esta fic no Webfanfics Fórum, em especial a Wishmistress, o Angel of FLCL, a Yasashii, a Chii Motosuwa e outros. Também aproveito para cumprimentar Against pelo comentário que me passou no Fanfiction.net;
06 - Para a pequena "Atashi": Como sei que gosta de poesia, permita-me que transcreva estas linhas, tiradas do Volume 10 do Chobits, a título de uma pequena lembrança que possa alegrar suas horas. See Ya!
Pouco a Pouco - A Cidade sem Ninguém:
"Uma vez perdi aquilo que é mais importante.Eu também tive... Uma experiência muito dolorosa.
Uma experiência, muito, muito dolorosa.
Que me aperta o coração até hoje.
Eu perdi aquilo que é mais importante.
Mas continuo sofrendo dor... continuo sofrendo,
Mesmo assim, estou procurando
Por isso estou procurando
Eu sou eu.
Eu sou um deles.
Como eu sou eu,
Como eu não sou uma pessoa...
... Ainda assim...
... Por isso mesmo...
... Eu busco a pessoa que goste de mim por eu ser eu mesma...
... Eu busco a pessoa de que eu goste por ela ser ela mesma
A pessoa só para mim.
Eu compreendo voc
Eu sou voc
Por isso entendo
Tem uma pessoa dentro de mim que enche o meu coração
Quando essa pessoa ri, eu fico feliz,
Quando essa pessoa está perto de mim, eu fico feliz.
É verdade. Para mim, quando essa pessoa está feliz, eu fico feliz.
Aquela pessoa é especial, é diferente das outras.
Então você encontrou,
Algo que existe naquela pessoa e que é diferente das outras.
Algo que é especial naquela pessoa por ser somente dela.
Você encontrou...
Alguém que é importante...
Alguém que é especial...
A pessoa só para você.
É muito bom descobrir...
Algo que aquela pessoa não pode fazer,
Algo que só aquela pessoa consegue fazer.
Assim como eu encontrei...
E passei a gostar daquela pessoa por ela ser ela...
Espero que ela encontre em mim...
Aquilo que eu posso fazer por eu ser eu
E Aquilo que eu não posso fazer por eu ser eu.
Espero que ela encontre isso...
E que depois...
Passe a gostar de mim...
Por eu ser eu mesma.
No meio de toda a multidão
Eu quero que esta pessoa me descubra
E que passe a gostar de mim".
