Cap2 - Proposta indecente

Seiya era skatista, e levava tudo na brincadeira. Deixava sua irmã, Seika, de cabelos em pé.
Eles haviam ficado órfãos há alguns anos, e desde então Seika cuidara dele como se fosse sua mãe.
Apesar de Seiya ser bagunceiro e meio desatinado, Seika adorava o irmão, e ele seria capaz de qualquer coisa por ela.
Julian o chamou para fazer sua proposta. Shunrey se retirou, sem saber direito o que o riquinho iria dizer para o skatista.
Ele propôs que Seiya conquistasse Saori, em troca de U$1000.
Meio desconfiado, Seiya ouviu tudo o que o playboy tinha a dizer. Depois disso, declarou:
- Não sou esse tipo de gente. Não enganaria ninguém só pra faturar uma grana. Sou pobre, mas tenho dignidade!
- Deixa de ser orgulhoso, mané! Ela pode ser chata, mas é gostosa... Você aproveita e dá um trato na gata!
- Tô fora. Arruma outro otário pra fazer essa sujeira.

Deu as costas para Julian, que ficou abismado.
- Trouxa... Perder uma oportunidade como essa! Coisa de pobre metido a besta!

Seiya chegou em casa, e encontrou Seika deitada na cama.
- O que você tem, mana? Tá mal de novo?
- Seiya, preciso te contar uma coisa... Eu fiz exames, e descobri que tenho uma grave doença.
- Que doença?
- Leucemia...
- Não! Seika, não pode ser!
- Infelizmente, Seiya, é verdade. E nós temos que nos preparar para o pior.
- Nunca mais repita isso! Ora, você pode fazer um transplante de medula, quimioterapia, só não pode desistir de lutar!
- Seiya, cai na real. Somos pobres, não temos dinheiro para um transplante. Nem sabemos se encontraríamos um doador compatível.
- Sou seu irmão, e irmão pode doar!
- Nem sempre, você teria que fazer exames para vermos se é possível.
- Eu faço qualquer coisa, Seika. Por você, eu me visto de mulher e dublo a Jenifer Lopez, se for preciso!
Seika riu.
- Logo você, que vive com esses bermudões e essas camisas de flanela?
- Pra você ver como eu me preocupo com você, mana.
- Mas não adianta... Melhor nos acostumarmos com a idéia de que você terá de se virar sozinho quando eu...
- Seika, por favor! Já falei pra você não me repetir esse absurdo! Eu vou dar um jeito, mas você vai fazer esse transplante de qualquer maneira!

Seiya estava apavorado com a idéia de perder sua irmã.
Tinha que arrumar dinheiro pro transplante... Mas como?
De repente, lembrou-se de Julian.
"Mas não é certo! Eu vou enganar a tal garota, fingir que gosto dela...".
Passou o resto da noite pensando em seu problema.

No dia seguinte, Shunrey foi falar com Julian para saber se Seiya tinha topado participar do plano.
Julian começou a dizer:
- Sinto muito, Shunrey, mas o cara disse...
- A proposta ainda tá de pé?
Shunrey se afastou. Espantado, Julian olhou para Seiya, que perguntou novamente:
- E então?
- Negócio fechado! - disse Julian.

Os dois trocaram idéias sobre como Seiya deveria proceder.
Ele e Saori estudavam na mesma sala, mas nunca tinham conversado porque a classe era dividida em "panelinhas": ele ficava com a turma do skate, e ela só tinha uma amiga, Pandora.
- Ela vive na biblioteca - comentou Julian. Acho que lá é um bom lugar pra você se aproximar dela.
- Tá legal.
Na hora do intervalo, Saori foi à biblioteca, e Seiya a seguiu.

Mas não conseguiu chamar sua atenção. Ela parecia muito concentrada em sua leitura.
"Essa garota só pensa em estudar!", pensou ele.
Quando o sinal tocou, ela saiu. Seiya aproveitou pra dar uma espiada no livro que ela estivera lendo com tanto interesse.
Quase caiu pra trás quando leu um trecho:

"Tire a roupa".
A ordem veio seca, sem desejo - e, no entanto, nada mais erótico.
Mantendo a cabeça baixa em sinal de reverência, Maria desabotoou o vestido e deixou que escorregasse até o chão.
"Você não está se comportando bem, sabia?".
De novo o chicote estalou no ar.
"Precisa ser castigada. Uma menina da sua idade, como ousa me contrariar? Você devia estar de joelhos diante de mim!".
Maria fez menção de ajoelhar-se, mas o chicote a interrompeu; pela primeira vez, tocava sua carne - nas nádegas. Ardia, mas parecia não deixar marcas.
"Eu não disse para ajoelhar-se. Disse?".
"Não".
Outra vez o chicote tocou suas nádegas.
"Diga: 'Não meu senhor".
E mais uma chibatada.
Era o romance "Onze Minutos", do escritor Paulo Coelho. E o trecho que Seiya leu pode ser considerado "light", se comparado ao resto do romance.

"Uau! Quem diria... Com toda essa pose de durona, ela lê esse tipo de coisa!".
Mais do que nunca, era evidente que Saori precisava de alguém forte o suficiente para doma-la.

Notas da autora:

Por favor, comentem a fic, através de reviews ou e-mails: lukamel23hotmail.com
Mary, juro que não me lembrava que a dubladora da Julia Stiles no filme era a mesma da Saori, rsss...