A dor de uma perda!
/How the hell did we wind up like this
Why weren't we able?
To see the signs that we missed
And try to turn the tables//Como diabos nós terminamos desse jeito?
Porque nós não fomos capazes.
De ver os sinais que nos perdemos,
E tentar supera-los, /...
Nesse mundo, nessa época... Ainda existem seres chamados yokais. Seres quase extintos como muitos animais que conhecemos.Seres com formas parecidas á esses animais ou de uma forma que nunca poderemos imaginar, ao menos que podermos ver algum dia.Mas, também tem yokais com forma humana.Ou quase isso... E dois desses.Dois desses yokais que parecem humanos moram juntos em um apartamento...
Lutaram por suas vidas e foram felizes, porém não para sempre...
-Eu não agüento mais!-a yokai de olhos verdes penetrantes gritou enfurecida.Usava uma camisola azul.
-Como?-perguntou o yokai de olhos azuis, o qual estava sentado na mesa tomando seu café.
-Como?Eu não agüento essa nossa vida!-ela gritava.
-Eu não entendo Ayame.-ele disse se levantando.
-Não dá!Nossa vida não dá mais certo!-ela se lamentava.Estava com os olhos cheios de lágrimas.
-Como assim?-ele disse se aproximando dela.
-Não chegue perto de mim.-ela falou triste.-Você... Você só pensa no trabalho.Trabalho e Trabalho!
-Não é bem assim.-ele disse voltando a se aproximar.Mesmo ela dizendo que não.
- "Não é bem assim?" -ela repetiu o interrogando.-Kouga... Eu te amo!Mas... Há quanto tempo não ouço você dizer o mesmo?-ela deixou uma lágrima rolar por seu rosto.-Você me ama?Ou esse seu amor se apagou e agora é um amor platônico o meu?
-Que pergunta mais besta!-ele a encarou.-è claro que te amo.
-Parecia mais que amava seu trabalho... Há quanto tempo você chega cansado demais para mim?Há quanto tempo?-ela falava melancólica.
-Pare de falar besteiras.-ele estava começando a se irritar.
Ela caminhou até a porta.Pegou as chaves do carro.E antes de abri-la e ir olhou para ele.
-Kouga... Devemos dar um tempo.Para colocarmos a cabeça no lugar... Não agüento mais minha vida.-dizendo isso ela foi embora.
/I wish you'd unclench your fists
and unpack your suitcase
Lately there's been too much of this
don't think its too late/
/Eu gostaria que você não apertasse seus punhos
E desfizesse suas malas
Ultimamente vem acontecendo muito isso
Não pense que é tarde/
Kouga estava muito confuso.
-Eu te ignorei tanto assim?-se perguntou sentando se no sofá da sala.
+.+
Ayame apertou o botão do elevador.Mas, não teve paciência para espera-lo.Então resolveu descer pela escada.
Foi até a garagem e entrou no carro.
Saiu do prédio... Seria bom dar um passeio para refrescar as idéias.
+.+
Kouga tirou a aliança de seu dedo anular esquerdo.
-Talvez, há muito tempo eu não lhe digo que te amo.
Olhou dentro do anel onde tinha os escritos:
"Nosso amor é eterno... e sempre será".
/Nothing's wrong
just as long as
you know that someday I will/
/Nada está errado
Só até que
Você saiba que algum dia eu vou/
+.+
Ayame andava com o carro a mil por hora.Atravessa faróis vermelhos e chegou quase a atropelar uma senhora já de idade.
-Eu te amo, Kouga.Mas, eu não agüento mais os dias passarem... E ser tudo igual.Pois, há quanto tempo não nos abraçamos e juramos nos amar eternamente?Há quanto tempo não nos beijamos e dizemos que nos amamos?-ela chorava desesperadamente.
+.+
Kouga deixou a aliança cair no chão.Olhou para o objeto ali caído...
-Mesmo que você não esteja aqui... Eu te amo, Ayame!Eu te amo!
/Someday, somehow
gonna make it allright but
not right now
I know you're wondering when
(You're the only one who knows that)
Someday, somehow
gonna make it allright but
not right now
I know you're wondering when
(You're the only one who knows that)/
/Algum dia, de
alguma maneira
Vou fazer com que tudo fique bem, mas não agora.
Eu sei que você está pensando quando
(Você é a única que sabe disso)
Algum dia, de alguma forma.
Vou fazer com que tudo fique bem, mas não agora.
Eu sei que você está pensando quando
(Você é a única que sabe disso)/.
+.+
Foi inevitável!
A velocidade que ela corria... Não dava para brecar!
Não dava!
Foi fatal...
O carro em que Ayame estava se chocou com o que cruzava a avenida que ela percorria em alta velocidade.
Um choque...
Ayame sentiu uma dor profunda.
Não pelos estilhaços que lhe cortavam, mas sim por não ter dito a Kouga que o amava, sorrindo, o abraçando.Não ter lhe dado um último beijo.
E veio aquele sentimento de culpa.
De não ter escutado a opinião dele.
E de não tê-lo em seus braços pela última vez.
E mesmo com o sangue se misturando com suas lágrimas, juntou suas últimas forças.
-Kouga eu te amo!-gritou.Uma longa pausa...-E mesmo que não se lembre... Nosso amor é eterno e sempre será!A-Adeus!-sussurrou fechando os olhos.
Mas, ainda conseguiu escutar:
-Ela está falando.
-Não durma.Fique de olhos abertos.
-Sua respiração... Ela parou de respirar.
-Não...-ela não escutou mais nada.Mas, viu...:
Lembrou de quando tinha cinco anos... Lembrou o dia em que se escondeu de seu avô atrás do sofá.O dia em que teve um apagão, ou algo assim e estava com muito medo e Kouga a acalmou.E também prometeu que iriam se casar.Lembrou do dia em que seu avô faleceu.E do dia que se casou.Lembrou de Kouga e lembrou deste dia.O dia em que a culpa tomou sua alma e que seu medo se tornou realidade... Perdeu Kouga!E se perdeu!
Um dos bombeiros após tira-la do carro cobriu o corpo dela com um pano.
-ela não agüentou.-lamentou.
Olha como a vida é...
Ela bateu no carro e faleceu e o senhor que estava no outro carro estava em estado grave.Mas... Tinha chance de voltar a viver.
O fim...
/Well I hoped that since we're here
anyway
We could end up saying
Things we've always needed to say
So we could end up stringing
Now the story's played out like this
Just like a paperback novel
Lets rewrite an ending that fits
Instead of a Hollywood horror/
/Como diabos nós terminamos desse jeito
Porque nós não fomos capazes
De ver os sinais
E tentar superar
Agora a estória é contada assim
Exatamente como uma novela
Vamos reescrevê-la com um final apropriado
Em vez de um horror de Hollywood/
+.+
Kouga não agüentou mais.Precisava ir atrás de Ayame.Pegou a aliança e colocou de volta no dedo.
Saiu do prédio em um piscar de olhos.Percorreu quase todo seu bairro.Rápido como um raio.Graças a sua super velocidade.
Chegou na primeira avenida...
O cheiro de sangue... O mesmo carro...
Não podia ser!
Ele não queria acreditar.
Entrou multidão adentro.
Muitos policiais tentaram o afastar mais foi em vão.
-Eu não acredito!-ele dizia com lágrimas nos olhos.
-Meu senhor se afaste!-pediu um policial segurando o braço dele.
Kouga tirou o braço do policial de cima de seu braço.
-Ayame... È mentira.-ele se agachou perto do corpo coberto pelo pano.
-Senhor...-o policial o chamou.
-Me deixa!-falou olhando o policial com raiva e mostrando seus caninos.
O policial com medo se afastou e foi ajudar os outros policiais a afastar os repórteres.
Kouga recuou um pouco, mas, tirou o pano de cima do corpo de Ayame.-è mentira!-gritou.
Abraçou Ayame, que apesar, de tantos cortes não estava desfigurada.
-Perdão!-ele chorava.-Perdão!-repetiu.
Afastou se um pouco e beijou Ayame.
Não são assim em filmes, novelas, livros?
Por que ela não voltava a viver?
Por quê?
-Eu te amo!-a deitou e a cobriu.Tirou a aliança...
/Nothin's wrong
just as long as
you know that someday I will/
/Nada está errado
Só até queVocê saiba que algum dia eu vou/
-Você será enterrada com nossa aliança... Pois, nosso amor é eterno e sempre será.Por favor, não se esqueça disso... Não se esqueça!Pelo menos até o dia em que iremos nos reencontrar.-ele murmurou.
Olhou para suas mãos cheias de sangue.Ah!Se esse sangue fosse o seu e não o dela.
-Perdão!-ele chorava.Não escandalosamente.Apenas, silenciosamente.
Um pingo da água caiu sobre sua mão.Poderia ser uma lágrima, mas, não era.
Era a chuva...
Seria para deixar esse dia mais infeliz ou apagar as tristezas?
Continua...
