The Christmas Arc O Arco Natalino
A iniciativa: A iniciativa de traduzir esse arco de fics surgiu da união do meu gosto pela história, com a vontade que uma grande amiga minha tinha de estar lendo as fics (vontade provavelmente gerada por toda a propaganda que eu mesma fiz do trabalho realizado pela D.C...."). Como tive o trabalho de traduzir, estou aproveitando para colocar a tradução a disposição de todos, para que mais pessoas possam admirar o ótimo trabalho realizado por esta autora.
Avisos: Esta história possui detalhes que...não cabe a mim estar
revelando agora. O fato é que tive uma grande surpresa ao chegar no final do
arco, e talvez eu devesse dar alguns avisos sobre o conteúdo futuro dessa série
composta por 6 fics. Porém, reconheço que boa parte
de minha surpresa foi causada por conta dos poucos avisos dados pela própria
autora, e sendo assim, eu apenas reproduzirei no inicio de cada uma das fics que compõem o arco, os avisos feitos pela própria
autora. Não esperem que eu me responsabilize por entregar o que ela não quis
que fosse entregado antes da leitura.
E como um PS, eu não recomendo que pessoas de coração fraco acompanhem esse
arco...
Eu possuo autorização expressa de D.C Logan para colocar seus fics em minha página e nos locais aonde publico meus fics, portanto, por favor, não use essa tradução sem que eu também dê a MINHA permissão ok?
Disclaimer da tradutora: Estávamos jogando Já-Ken-Po, D.C. Logan, eu, e os executivos da Sunrise, apostando os direitos autorais de Gundam Wing. Quem ganhou foram os executivos, deixando eu e a pobre D.C. na mão e sem direitos. E sim, isso significa que isso é um trabalho de ficção sem fins lucrativos, e que no final do jogo, eu me dei pior do que todo mundo, por que a historia também não pertence a mim e sim a D.C. (ou seja, só eu fiquei sem nada TT)
Se você apreciou o trabalho da D.C Logan
com este arco mande um e-mail diretamente para ela (em inglês, é claro )
para: maxwellssalvagegeocities.com, e caso você precise de auxilio com a
elaboração de seu e-mail, sinta-se a vontade para pedir minha ajuda. Caso você
queira prestigiar os outros trabalhos da autora, visite seu site:
Maxwell's Salvage ().
Mas...caso você queira ME parabenizar pela tradução e
iniciativa (puxa vida, como você é gentil =) pode entrar em contato comigo
pelos e-mails e dispositivos de sempre ta? Inclusive reviews.
Dedicado a Lien Li, que merecia mais do que isso, só por me agüentar "
The Christmas Arc:
Lembranças
by D.C. Logan (maxwellssalvagegeocities.com)
Avisos: Menção de 1x2x1
Sumário: Sequência
de "Cinco Anéis Dourados" – Heero e Duo consideram
seu relacionamento e trocam anéis.
Notas: O Christmas
Arc ganhou a categoria de Angst no concurso 'Little Piece of Gundam Wing' promovido em 2002
por Dacia.
Ah, esses eram os momentos pelos quais ele vivia. Heero puxou o corpo adormecido de Duo contra seu peito e descansou seu queixo suavemente em seu ombro morno. Eles estavam seguindo sua tradição usual de Natal, e Duo, relaxado e tranqüilo como Heero raramente o via, tinha caído em um sono leve com suas costas descansadas sobre o peito de Heero e suas pernas espalhadas em um desarranjo casual pelo resto do sofá. Duo acreditava que a véspera de natal era um período para reflexão e agradecimento, e Heero estava mais do que feliz em poder participar da quieta celebração – especialmente porque os agradecimentos eram divididos entre os dois.
Ele olhou para os dedos entrelaçados mesmo durante o sono – e não era óbvio aonde uma mão acabava e a outra começava. Dois anéis dourados estavam entre os dedos, um com uma fênix estilizada, o outro com um símbolo antigo representando um coração. Os dois anéis haviam sido um presente de um companheiro que havia descoberto o verdadeiro valor de amigos com os quais ele havia dividido um inferno como o de uma guerra e experiências que vieram depois. E esses haviam provado ser um presente realmente valioso.
Ele ainda lembrava com uma claridade impressionante o primeiro momento no qual ele e Duo haviam reconhecido que corações semelhantes batiam em seus corpos. Era a alta temporada do inverno, e eles estavam esperando por um veículo de transporte para levá-los de volta a estação e a escola na qual estavam. Ele notou que Duo tremia não intencionalmente por conta da baixa temperatura e, em um gesto de consideração raro de sua parte, ele colocou sua pesada jaqueta – morna com seu calor, rica com seu aroma – nos ombros de Duo. Incerto de como sua ação seria recebida, ele assistiu cuidadosamente, e relaxou apenas quando Duo aninhou-se no calor emprestado.
E então confundiu-se, quando Duo virou-se e envolveu Heero no casaco junto a ele, embalando a jaqueta quente em ambos. Inclinando seu rosto contra o peito de Heero confortavelmente.
Heero, inicialmente chocado com o contato inesperado, hesitou por um momento, e então abraçou-o de volta, colocando seu braços em volta de Duo e puxando-o para mais perto de seu peito. Duo havia suspirado em alegria e relaxado dentro do abraço sem reservas.
E assim seu relacionamento havia começado. Não havia sido sempre fácil, mas havia levado ambos ao ponto em que eles encontravam-se agora, e por isso Heero estava grato.
Mas as memórias nem sempre haviam sido felizes…
- -
Duo virou sua face cheia de dor e confusão na direção dele. Não querendo entender ou compreender o que Heero havia acabado de dizer a ele.
Heero sentiu uma emoção desconfortavelmente semelhante a remorso.
"Que tipo de futuro nós podemos ter juntos Heero? Nós não conseguimos nos comunicar de um dia para o outro, nós brigamos por coisas pequenas e grandes, e nós nem sequer conseguimos nos reconciliar com você longe a metade do tempo. Isso se parece com algo que podemos usar como base para uma relação permanente? Parece?". Duo, frustrado além das palavras, virou-se na cama e olhou pela janela. Sabendo por experiência amarga que Heero ia ignorar a discussão e pensar muito pouco sobre o que tinha inspirado seu desabafo.
Heero parou. Ele não conseguiu achar palavras para responder. Duo tinha alguns pontos válidos. Apesar de lhe doer admitir, uma grande parte dos problemas que eles tinham caiam somente sobre seus ombros. Duo estava disposto a mudar e adaptar seu estilo de vida para encaixar Heero em sua já complexa rotina. Estaria ele forçando Duo a fazer a maioria dos ajustes? Ele parou e congelou em uma realização súbita de que isso era exatamente o que ele havia feito. Mas mesmo assim, as palavras recusavam-se a vir.
Duo olhou para a expressão confusa de Heero e suspirou. Não havia esperança para essa noite, eles teriam de continuar a desconfortável discussão pela manhã quando ambos estivessem mais acordados. Ele estendeu uma mão para Heero, que a aceitou com uma expressão preocupada em seu rosto, e o guiou para a cama a seu lado.
Heero não conseguia evitar os pensamentos de rodarem em seu cérebro. Ele podia lembrar uma dezena ou mais de vezes nas quais Duo havia tentado estruturar sua vida baseada no pouco tempo que Heero estava disposto a dedicar a seu relacionamento. Ele sentiu a respiração de Duo tornar-se regular e lenta, sentiu o ritmo de sua respiração aumentar e diminuir em um ritmo não sincronizado com a sua. Não importava o quão pequeno fosse o privilégio, ele se sentia honrado em dividir sua vida com ele. Que Duo houvesse dado o primeiro passo e continuado a investir mais em sua relação do que ele, havia perturbado seu senso de honra e orgulho. Isso podia não ter importância para Duo, mas importava para ele.
Ele lembrou de momentos queridos com uma aspereza agridoce – chegar em casa um dia tarde da noite para encontrar Duo, dormindo profundamente, abraçado em volta do travesseiro de Heero e usando uma de suas camisetas velhas – como se, mesmo sem sua presença – Duo estivesse tentando manter uma pequena parte dele próxima a si. Os olhos de Duo, brilhando com alegria contida no dia em que ele contou a Heero sobre a primeira obra de arte que ele vendeu. E lágrimas preciosas, divididas com ele, quando, em um momento de fraqueza, salvo no abrigo de seus braços, ele havia confessado seu amor por ele pela primeira vez.
Analisar dessa forma era doloroso. Ele permaneceu acordado com seus pensamentos como companhia até tarde da noite. Jogando como advogado do diabo com seu presente e futuro.
Quando a manhã chegou silenciosamente, os pensamentos de Heero vagarosamente tornaram-se mais coerentes. Ele olhou para o anel que Quatre havia dado a ele, e pensou novamente sobre tudo aquilo que ele representava. Sua conexão com os outros pilotos, a fé de Quatre no fato de que o coração de Heero era forte e o símbolo do âmago de sua personalidade. E ele chegou a surpreendente conclusão de que seu coração não era seu. A fé de Duo nele era o que havia mantido-o. As vezes isso era a única coisa que ficava entre ele e a morte. Ele levantou a mão de Duo, mole por conta do sono, e olhou para o símbolo gravado ali, a fênix levantando-se das chamas, um símbolo antigo do renascimento através do fogo e da morte.
E na quieta e reflexiva escuridão do início da manhã, Heero tomou sua decisão.
- -
Duo vagarosamente chegou a conclusão de que alguém estava traçando um dedo molhado pela lateral de seu pescoço e seguindo-o com uma boca talentosa. Enquanto ele acordava de um sonho particularmente erótico, a sensação parecia como uma extensão de seu sonho-fantasia. Ele levou alguns poucos momentos pra perceber que tudo estava acontecendo no mundo real também. A boca de Heero habilmente seguia o caminho que seu dedo fazia através do peito de Duo. Ele sentiu os pulmões de Duo expandindo-se em reação e olhou para olhos confusos e excitados com um sorriso genuíno raro em seu rosto.
"Bom Dia", ele sussurrou, sua respiração morna sobre a pele.
Duo encontrou o olhar dele com uma questão em seus olhos. Heero não respondeu com palavras, mas ao invés disso, abaixou sua cabeça para passar sua boca sobre o coração de Duo, sentindo o aumento do ritmo embaixo de sua língua. Heero ajeitou Duo para que ele ficasse completamente de costas e então abraçou-se contra seu peito, entrelaçando seus dedos sobre o coração de Duo e repousando seu queixo na almofada improvisada. E então esperou em expectativa. Duo era observador – ele não levaria muito tempo para notar.
Mas Duo, ainda instável por conta de um sono perturbado, levou muito mais tempo do que ele havia antecipado. Heero sentia-se mais relaxado do que ele podia se lembrar em muitos meses, e silenciosamente saboreou o suspense do momento. Ele estava observando os olhos de Duo passeando por seu peito e capturou a faísca de dúvida antes que os olhos de Duo movessem-se para olhar para os seus. Uma questão encontrava-se ali novamente, ainda mais forte desta vez, e esta continha em si uma dúvida sobre ele ter visto o que achava ter visto ou não, e uma sombra de reserva e descrença.
Duo levantou sua mão diante do fraco brilho do amanhecer. Havia luz suficiente apenas para que ele pudesse distinguir que possuía um anel em seu dedo, que não era o seu. Ele olhou novamente para as mãos de Heero apenas para ter certeza. Sua fênix piscou alegremente direto do dedo de Heero. Ele levou um momento perguntando-se por que ele não tinha acordado quando Heero trocou o anel em seu dedo, e percebeu repentinamente que não havia acordado por que o calor transferido do dedo de Heero para o anel tinha a mesma sensação que o seu próprio anel. E então o significado implicado em tal ação lhe ocorreu e ele levantou seu olhar para a face de Heero
Ele olhou pensativamente a Heero sem fazer um som sequer. E ele podia ver que Heero estava observando seu rosto, buscando por sinais de sua decisão. Eles podiam fazer esse relacionamento funcionar? Poderia ele confiar que Heero tomaria conta de seu coração com sua própria vida?
Ele fechou seu olhos para pensar, apesar de que era difícil ser objetivo com o peso do corpo superior de Heero subindo e descendo a cada suspiro.
Heero sentiu o corpo de Duo ficar tenso, e quando seus olhos fecharam-se, ele pensou no pior. Rejeição, raiva, e sim, humilhação por ter assumido tudo aquilo sem seu consenso expresso. Mas então ele sentiu o corpo morno embaixo do seu relaxar, e o coração assumir um ritmo regular, e assim, sua esperança renovou-se.
Duo abriu seus olhos e encontrou o olhar de Heero. Havia algo a mais naquele olhar que não estivera ali antes, amor certamente, sobre isso não havia qualquer tipo de dúvida, mas agora havia ainda respeito, e compreensão.
Heero passou a língua pelos lábios e falou em uma voz rouca por conta da emoção, "Está tudo bem para você Duo?"
Duo esperou o período de oito batimentos cardíacos antes de dar sua resposta. " É mais do que eu pensava, e mais do que eu esperava", ele parou para recolher seus pensamentos. "Você tem certeza de que podemos fazer isso funcionar?"
"Não", Heero respondeu honestamente. "Mas eu estou disposto a me manter tentando melhorar nos detalhes, se você estiver disposto a trabalhar junto comigo..."
Duo pensou sobre a briga que eles haviam tido a apenas cerca de seis horas, sobre o que ele tinha pedido a Heero, e o que Heero tinha pedido para ele em retorno. Eles tinham muito pela frente, mas ele sentia-se encorajado pelo fato de que Heero tinha tomado um passo tão significativo. E ele chegou a lenta conclusão de que para Heero, tentar significava muito mais do que conseguir significava para muitos casais. Ele pensou ainda em quão difícil provavelmente tinha sido tomar essa decisão, e o quão importante o relacionamento deles devia ser para ele, para que ele tivesse tomado um passo tão importante.
Heero continuou quando o silêncio de Duo o deixou nervoso. "Eu estive pensando, já passou do tempo de eu pensar um pouco – não, não proteste – Eu sei que eu estava errado. E sim, eu sei que vai ser muito difícil em algumas vezes, mas nada que não possamos superar juntos. Nenhum de nós tem vidas simples, e isso já implica que não teremos um relacionamento simples. Mas eu estou convencido de que podemos resolver as coisas de um jeito ou de outro. Nós temos de cuidar um do outro, manter nossos corações na mente um do outro – mesmo quando as palavras entrarem no caminho. Por favor diga que você vai tentar Duo, você esta me matando aqui..."
Duo aproximou-se mais e envolveu Heero em seu braços, apertando-o com força contra seu peito, e ele soluçou em reação a onda emocional que invadiu seu sistema. Lágrimas não contidas escaparam pelos cantos de seus olhos , e ele sentiu alegria, como não havia sentido em mais anos do que ele podia se lembrar.
Heero sentiu uma sensação de alívio avassalador – ele não teria de fazer isso sozinho novamente. Ele tinha o apoio e o amor de alguém que realmente o entendia pelo que ele era, e que se importava com ele, e o aceitava independentemente de suas ações. Ele tinha um parceiro, companheiro, e amigo para a vida, e por qualquer outra coisa que aparecesse em seus caminhos.
Ele levantou sua cabeça, entrelaçou sua mão com a outra que era praticamente tão familiar quanto a sua, e seus olhos encontraram os de seu parceiro para vida.
"Feliz Natal Duo"
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