Vício CAPÍTULO II Amor de Obsessão

Aviso: Esta história é baseada em personagens e situações criadas por JK Rowling. Os direitos autorais pertencem a editoras como Bloomsbury Books, Scholastic Books e Raincoast Books, e Warner Bros., Inc. Não há intenção nenhuma de arrecadar dinheiro com essa prática ou violar leis. O principal objetivo deste fic é somente a divulgação de idéias e liberdade de imaginação. Respeito e admiro totalmente as obras de JK Rowling, não pretendendo de forma alguma roubar ou marginalizar seus personagens.

Sumário: O segundo capítulo de uma série. Sentimentos profundos são nutridos pelos amigos Harry Potter e Ron Weasley, ao mesmo tempo em que um aparente mal os ronda.

Casais: Harry/Ron; Harry/Draco; Draco/Snape; Lucius/Draco Categoria: Romance/Slash

Notas: Por favor, não encarem esta história com uma visão ofensiva ou julguem seu conteúdo apenas erótico. Há aqui a presença de sentimentos e emoções que obviamente não cabem num cenário pornô, onde a única preocupação é a prática desenfreada de sexo. Se por um acaso você é menor de idade ou possui algum trauma ou preconceito contra homossexualismo (relacionamento entre homens) não a leia. Não há necessidade de entupirem minha caixa de e- mail com comentários baixos sobre yaoi ou críticas ofensivas. Somos adultos e vivemos num país livre, por isso, vamos nos comportar e nos respeitar. Este texto contém incesto.



Draco Malfoy olhou para os dois lados do corredor. Não havia sinal de pessoa alguma. Já era muito tarde e quase todos encontravam-se em suas camas mergulhados em reconfortantes sonhos ou em turbulentos pesadelos. O vento soprava forte nas janelas e os galhos retorcidos das árvores que batiam nas vidraças detiveram o garoto durante um momento, julgando ouvir alguém se aproximar. Malfoy esticou sua mão cautelosamente até a maçaneta da sala que lhe era tão familiar. Girando-a com cuidado, atravessou a porta silenciosamente, fechando-a rapidamente atrás de si. O ambiente estava mal iluminado. Somente três lampiões colocados estrategicamente sobre cômodas produziam alguma luz ao local. Alguns vidros e recipientes com poções viscosas e de cor berrante se encontravam organizadas sobre inúmeras prateleiras de madeira. O ar possuía um cheiro afetado pela fragrância de uma solução cor de vinho que cozinhava em um pequeno caldeirão de latão sob a lareira. Draco não demonstrava interesse por nada que estivesse naquela sala, exceto pela silhueta que se recortava não tão nitidamente na penumbra. Snape, por detrás de sua mesa de mogno, olhava o aluno com olhos inquisidores e sua expressão causaria receio em qualquer um.

"Ora, ora, senhor Malfoy! Quão tarde aparece em minha sala! É um pouco fora do horário para aula de Poções, não é mesmo? A que honra devo a sua inesperada e tão ilustre visita?"

Havia um sarcasmo irritante na voz do professor de Poções. O aluno, porém, limitou-se a fazer uma careta de desdém e, fingindo não enxergar a gravidade no rosto de Snape, sentou-se em um divã de veludo verde e armação prateada próximo à lareira. Depois de um incômodo silêncio, Draco ergueu uma sobrancelha e murmurou arrogante.

"Professor Severus Snape, sinceramente a sua amargura está deplorável. Pensei que estivesse mais calmo depois de sua animada aula ontem à tarde onde roubou tantos pontos dos alunos da Grifinória. Hum, bem feito também pro idiota do Longbottom e pra sangue-ruim sebosa. Patéticos! Potter e Weasley devem estar se roendo de ódio com o que fez! Poderia ter tirado cinqüenta pontos de Potter e não míseros quinze. Ajudaria mais na hora da contagem de pontos das Casas no fim das aulas, como sabe..."

"Sr. Malfoy, quem o senhor pensa que é para interferir no meu modo de avaliar meus alunos? Não tente me ensinar como proceder em aula! Com quem acha que está falando?"

Snape possuía um visível aborrecimento que alterava as linhas de seu rosto pálido. Draco ria cinicamente e murmurou ainda arrogante enquanto colocava os pés sobre o divã.

"Eu sei porque o senhor está com sua antipatia mais aguçada do que o habitual. Afinal, não conseguiu o que tanto queria ontem à noite, não é mesmo? Pobrezinho...deve estar se sentido tão...carente...."

Neste momento, o professor de Poções bateu com força em sua mesa, alterando a sua voz, tomado pela raiva.

"Por que você não deixou a porta do seu quarto aberta ontem, Draco? Com quem pensa que está lidando? Acha que está brincando com seus coleguinhas que aceitam tudo o que faz!?"

"Com quem VOCÊ acha que está lidando, Snape! Acha mesmo que as coisas são tão fáceis assim? Pensa que sou seu brinquedo que vai estar sempre disponível quando tiver vontade? Eu não abri a porta porque não quis!"

Snape avançou em um rápido movimento para o garoto que deteve-se um instante.

"Draco, tenha cuidado com a sua língua! Eu sei que está mentindo! Engana-se terrivelmente se acha que sou algum idiota! Duvido muito que tenha passado alguma noite sequer sozinho. Com quem foi que deitou-se, seu prostitutozinho barato?"

Draco inclinou a cabeça para o lado, tocando por um momento seus cabelos sempre tão alinhados. Seus olhos azuis e gélidos exprimiam deboche. Snape, por sua vez, quase sempre tão contido e sombrio perdia agora totalmente sua postura. Quando Malfoy começou a voltar a falar, um sorriso inquietante estava em seu rosto.

"Professor Snape, o senhor é um homem muito sortudo, acredito eu...Na sua idade ter um aluno como eu que aceita satisfazer suas perversões terrenas sem nenhum tipo de reclamação deve ser, de fato, um mérito. Deve sentir-se bastante envaidecido quando o "prostitutozinho barato"deixa a porta de seu quarto aberta para que entre, ou então vem visitá-lo à noite quando ninguém mais o faria. Acredite! Um "prostitutozinho barato"poderia estar neste exato momento com qualquer um que quisesse. Talvez até mais de um..."

"Cale-se, Malfoy! Você não passa de um maldito filho da mãe assim como seu pai, Lucius! Por que veio? Veio só para garantir a sua nota no exame de sexta? Eu deveria era lançar um feitiço para fazê-lo engasgar-se com sua arrogância! Ou ainda poderia preparar uma poção que deformasse esse seu rostinho tão jovem e gotejá-la em seu caldeirão durante a aula. Imagine só! Acabaria inalando-a sem sequer desconfiar da gravidade da situação. Só perceberia seu efeito quando fosse rejeitado pelos qualquer uns com quem poderia estar agora..."

O sorriso de Draco vacilou. A imagem que veio em sua mente com a ameaça de Snape estava longe de ser um pensamento agradável. Porém, não demorou muito sua fraqueza. Em poucos segundos, seus olhos recuperaram o brilho agressivo novamente. A vontade de ferir coçava em suas veias.

"Não tenho medo de suas ameaças! O senhor jamais estragaria a melhor coisa que possui. Afinal, sou seu aluno jovem do qual não consegue tirar as mãos de cima e obviamente não quer que nenhum mal abata minha aparência. Responderei, então, à sua pergunta se tanto insiste. Se quer mesmo saber com quem passei a noite, deveria olhar mais de perto os treinos de Quadribol da Sonserina. Tem idéia do que nós fazemos no vestiário após os treinos? Ontem foi o dia perfeito para comemorarmos nossa clara futura vitória sobre o time da Lufa-lufa ao nosso próprio modo. Foi bastante divertido. Flint nem sempre é muito agradável, mas devo admitir que ele trepa como poucos. Meu corpo ainda está todo dolorido. Os outros não são nada maus, também. Inclusive, aprendi coisas que talvez o senhor se interesse em aprender algum dia. Pena que não pôde ver como me diverti. Foi tão bom virar a noite com todos aqueles jogadores, cujas habilidades e dotes o senhor já deixou de ter há bastante tempo..."

As palavras de Malfoy foram interrompidas por uma força que marcava seu rosto, avermelhando sua face pálida. Snape o havia silenciado com um tapa onde não medira forças. Draco instintivamente levara a mão ao queixo, apalpando-o com um murmúrio de dor. Snape o olhava como se pudesse matá-lo.

Ao tatear os lábios com a ponta dos dedos, o garoto deixou que um radiante sorriso iluminasse seu rosto ao comprovar que sangue gotejava deles.

"É assim que eu gosto..." disse Draco de olhos fechados excitando-se com a sensação de dor.

Erguendo-se sobre seus joelhos, o garoto entrelaçou o pescoço de Snape com seus braços e beijou-o com voracidade. A língua de Snape tomava conta de sua boca com fúria enquanto suas mãos arrancavam obscenas carícias do corpo do garoto. Os dois partiram ofegantes, o beijo. Draco puxou Snape para si, indicando com a cabeça para que ele sentasse-se no divã. Um murmúrio suplicante abandonou os lábios do professor de Poções quando o jovem ergueu-se, encostando as costas em seu peito. Seus quadris estreitos puseram-se sobre sua virilidade sentindo o volume rijo sob as vestes negras. Vagarosamente, Draco roçava-se, sentindo a sua própria ereção tomar vida enquanto Snape o forçava para baixo, afundando com paixão o rosto em seu pescoço, absorvendo seu perfume...

"Então, professor...Já pensou no que eu o havia perguntado....? murmurou Draco com a voz alterada.

"O que pretende, Draco?"__redargüiu Snape.

"O senhor já sabe...Eu quero Potter...hum...Quero fazê-lo guinchar como um elfo quando o tiver em minhas mãos. Quero que ele implore e choramingue feito uma virgenzinha..."

"Harry Potter...nunca se submeterá à você. Ele te odeia, Draco. Vai se dar muito mal...com essa obsessão em querer Potter...."

"É por isso....ah...hum...que...estou pedindo sua ajuda....O que eu quero já sabe..."

Neste momento, o garoto ardilosamente acelerou um pouco seu movimento e esfregava-se com mais vigor sobre o corpo do professor.

"Ah...hum...Profes...sor...Me conte o que sabe de Potter..."

"Já falamos sobre isso, Draco...hum...Eu não sei de nenhum segredo de Harry Potter..."

"Está mentindo...Eu ouvi no corredor quando Dumbledore disse ao senhor que deveria manter em sigilo algo de Potter que poderia ser muito perigoso se todos soubessem...Quero que me diga o que é..."

Snape já quase perdia a razão enquanto Draco o provocava daquele modo enlouquecedor.

"Eu...não sei nada à respeito de Harry Potter, Malfoy...Entenda de uma vez por todas!"

"Ah...hum...O senhor não me convence. Está com medo de Dumbledore, é? ... Que grande covarde!"

"Não sabe do que fala, seu arrogantezinho mimado..."

"Então, me conte...do que se trata..."

"Não posso, Draco..."

"Quer dizer...ah...que não vai me contar esse segredo tão misterioso...?"

"Não..."

Draco subitamente cessou seus movimentos. Snape olhou-o protestando.

"Então, professor..."_ murmurou Draco com olhos insuportavelmente desprezíveis_ "...me procure só quando estiver disposto a ajudar. Até lá, vire-se sozinho..."

O garoto, com um sorriso cínico, girou seu corpo até a porta. Snape o olhava ainda do divã com uma expressão furiosa. Aquele pirralho mimado deveria, de fato, achar-se muito importante. Não iria ser manipulado por alguém da laia de Draco. Ele poderia realmente achar-se muito esperto. No entanto, fora bastante ousadia dele julgar-se esperto o suficiente para tentar enganar o professor de Poções com suas chantagens ridículas. A mão de Malfoy ergueu-se até a maçaneta, girando-a e em seguida abrindo a porta. Neste exato momento, Snape levara a mão até o interior de suas vestes, puxado sua varinha. Um feitiço fora lançado e a porta escorregando da mão de Draco, fechou-se novamente com um barulho. O garoto olhou o professor com a irritação de alguém contrariado. Nervoso, ainda tentou abrir a porta com sua própria varinha.

"Não seja insistente, Draco. Ela não irá abrir. Esse feitiço não pode ser desfeito tão facilmente..."

"Qual é o seu problema? O que pretende me trancando aqui!?"

"Foi você quem começou isso, Draco."

Os olhos de Malfoy ardiam em um fogo que parecia querer atacar Snape.

"Abra essa maldita porta agora mesmo! Se não o fizer, eu vou gritar. Dumbledore não ficaria nada contente em saber que anda "molestando"um de seus alunos..."

"Cale a boca, seu intragável infeliz mimado! Como vai explicar o fato de estar em minha sala há essa hora?"

"Eu posso muito bem dizer que o senhor foi até a Casa da Sonserina e me trouxe até aqui à força."

"E por que você não haveria de ter gritado no momento em que estivesse em sua Casa? Bastante ingenuidade de sua parte, senhor Malfoy, achar que Dumbledore acreditaria em sua inocência. Ainda mais com os boatos lamentáveis à seu respeito entre os alunos. Seria a sua palavra contra minha. E acredite! Gozo da total confiança do diretor de Hogwarts. Francamente, garoto, não deveria fazer tanto esforço para parecer mais inteligente do que é..."

"Droga! Abra de uma vez essa porta!"

Snape aproximou-se de Draco com um olhar sombrio e estendeu uma mão para tocar em seu rosto. O garoto afastou-se do contato, porém foi puxado com violência pelo professor que o beijou à força. Apesar de tentar lutar, as tentativas de Draco livrar-se do abraço de Snape eram inúteis.

"Pára, Snape! Eu não quero!"

"Você procura confusão, apronta, provoca e quando finalmente consegue o que quer, foge? As coisas não são tão simples assim, Draco. Comigo as coisas são bem diferentes..."

Snape curvou-se para beijá-lo novamente. Porém, Draco num ímpeto de raiva, cuspiu no rosto do professor de Poções. Snape levou a mão ao rosto, olhando severamente para o garoto. Sua mão se direcionou aos cabelos de Draco, puxando-o com força para trás e fazendo-o soltar um longo gemido d dor. Snape limpou seu rosto com a outra mão, esfregando-a a seguir na cara do próprio Malfoy.

"A menininha está com raiva, é? Onde foi parar sua insolência? Não tente me agredir com suas baixezas. Tudo que vem de você, pra mim é patético!"

Snape levantou-o e em seguida empurrou-o contra sua mesa. Draco olhou-o desafiadoramente quando ele abriu sua roupa com violência.

"Resolveu usar a força agora pra conseguir trepar comigo, Snape? Você é medíocre! Eu te odeio!"

Snape avançou para Draco, abrindo suas pernas com violência sobre a mesa. O professor abriu sua própria calça com pressa e puxou Draco para si, ignorando seus protestos. Um grito abafado e uma palavra lamentavelmente vulgar e feia abandonaram os lábios do garoto quando Snape penetrou-o de uma só vez. Suas pernas estavam sobre os ombros do professor. O garoto ainda lutava para fugir quando o professor começou a investir contra ele sem piedade. Snape o machucava. Pensamentos diversos passavam pela mente de Draco quando ele parou de tentar livrar-se. Estava sendo possuído à força. Aquilo era um insulto contra a sua dignidade. Uma vozinha teimosa que sempre o atormentava nos momentos mais inoportunos murmurou.

"Que dignidade? Você acha que ainda possui alguma? A que ponto chegamos..."

Draco sentia vontade de amaldiçoar Snape e retalhá-lo por violentá-lo daquela maneira. Suas costas doíam com os impactos contra a mesa.

"Você procurou isso. Não, você não quer matá-lo. Estuprando-o ou não, ele te trata melhor do que seus namoradinhos inexperientes e tão pouco gentis... Por que não pode correspondê-lo, sendo menos arrogante? Ele realmente se importa com você..."

"Cale a boca! Ele não se importa. No fim das contas ele só quer meu corpo como todos querem..."

"E o que você quer dele? Por que vem aqui? É realmente só pelas notas? Veio hoje só para colher informações à respeito de Potter? No fundo, não desejava mesmo deitar-se com ele, mesmo que não conseguisse nada em troca?"

"Eu me vendo a ele e isso é tudo!"

"Há três meses atrás, deixou a porta de seu quarto aberta. Não houve exames. Não havia ainda descoberto que Potter possuía um segredo. Poderia estar naquela noite com qualquer outro. No entanto, preferiu seu professor. Por quê?"

Draco sentiu com desespero seu membro rijo despontar em sua virilha exigindo por um alívio. Snape soltava extasiados gemidos enquanto mexia-se dentro dele. O garoto mexia seus quadris não totalmente contra gosto. A dor esvaíra-se. Um prazer arrebatador tomava conta do jovem garoto da Sonserina. Estava perdendo o controle e não queria submeter-se a Snape. Jogando a cabeça para trás, tomado por aquela sensação, Draco murmurou com a voz alterada.

"Professor, me machuque... Me bata!"

"Não vou fazer seu jogo, Draco!"

"Droga, seu covarde! Por que nunca faz o que eu peço!?"

Malfoy sentiu-se preencher completamente por jarros fortes. Um último e longo gemido deixou os lábios de Snape antes que ele se afastasse e abandonasse o outro corpo sobre a mesa, em silêncio. Draco olhava para si. Ainda estava excitado. O professor gozara sem se importar com seu prazer."

"Snape...por favor..." murmurou Draco enrubescendo pela vergonha daquela situação.

Snape limitou-se a olhá-lo de uma maneira gélida. Dando as costas à Malfoy, ele disse sorrindo com sarcasmo.

"Que ironia! Vire-se sozinho, senhor Malfoy!"

Draco bufou de raiva com indignação. Ódio! Puro ódio! Snape ia pagar por aquela humilhação que o fizera passar. No entanto, sua prioridade não era essa. Tinha que dar um jeito em si mesmo. Praguejando debilmente, o garoto levou a mão até sua ereção e iniciou uma masturbação forçada, ansiando logo por seu alívio. Foi bastante rápido. Em alguns minutos chegou ao orgasmo. Snape o olhava com indiferença. Draco recuperou o fôlego e puxou sua capa, cobrindo-se.

"Vai pagar por isso, Snape! Como pôde me obrigar a...?"

"Não seja tolo, senhor Malfoy! Sei o quanto gostou! Seu corpo o dedurou..."

O garoto caminhou até o centro da sala, catando irritado suas roupas que estavam no chão. Neste momento, sua capa escorregou expondo suas costas. Então, a luz do lampião e do fogo da lareira revelaram o que Snape não vira antes na penumbra. Hematomas terríveis e algumas pequenas feridas magoavam a pele muito branca de Draco. Parecia ter sofrido um castigo terrível. Mais fácil, se as coisas tivessem sido dessa maneira. Snape aproximou-se abalado, segurando o pulso de Draco com uma mão e acabando de puxar a capa com a outra. O garoto protestou com uma expressão intrigada no rosto. Os olhos do professor arregalaram-se chocados com as inúmeras marcas que espalhavam-se não somente pelas costas do garoto, mas também por seus membros.

"Draco, o que houve? Quem fez isso com você?"

O garoto afastou-s bruscamente.

"Não é de sua conta. Só andei me divertindo um pouco..."

Snape o olhava com terror no rosto.

"Quem fez isso com você?"

"Já não falei que fiquei ontem com os alunos do time de Quadribol? Sabe que gosto que me batam! Eles não são uns covardes como o senhor que tem medo de me machucar. Eles acharam bem interessante minha proposta, sabia...?"

"Não diga bobagens, Draco! Você praticamente foi espancado!"

"E daí? O senhor me estuprou. Qual é a diferença? Não tente se livrar de sua culpa fingindo preocupação com o que eu faço ou deixo de fazer!"

Snape o olhava atordoado.

"Eu nunca faria uma coisa tão horrível com você..."

"Claro que não. O senhor é um covarde que não sabe nem lidar com a libido alheia. Patético!"

"Eu tenho pena de você, Malfoy. Você finge para você mesmo que sente-se bem deitando-se com qualquer um. Você não gosta de apanhar simplesmente. É uma necessidade para você! Quando começa a sentir suas emoções fluírem, você utiliza-se da dor para freá-las. É uma necessidade, odiar! Quer um comprovante que todas suas relações são só sexo. Quando olhar para esses hematomas, vai lembrar disso, não? Então, vai poder odiar todos como deve odiar a si mesmo. Deve-se sentir mesmo muito infeliz para permitir que o usem e tratem-no desse modo..."

"E daí!?" _ gritou Draco totalmente alterado enquanto seu rosto avermelhava- se_ "Sentimentos são fracos. Pessoas medíocres sentem emoções simplórias. Qual é o problema se eu evito essas aberrações? Eu jamais vou me envolver com alguém. Eu não confio em ninguém! Cedo ou tarde, as pessoas enganam e mentem. Eu não preciso e não quero sentimentos idiotas!"

"Quem te ensinou isso? Seu maldito pai, Lucius? É típico de um bruxo deplorável como ele! A diferença entre ele e você é que Lucius faz isso por ódio e você faz isso por medo. Medo de gostar um dia de alguém que não corresponda aos seus sentimentos. Pare de uma vez por todas de ser covarde e machucar-se desse modo. Chegará uma época em que terá que matar-se para calar suas emoções..."

"Chega! Não me interessa ouvir suas palavras, Snape! Minha vida e o que eu faço com ela não é de sua conta. Eu só vim até aqui para lhe tirar a informação de Potter que esconde. Você conseguiu o que queria de mim através da força. Agora, eu quero o meu pagamento. Diga-me logo o que quero saber!"

"Não vou pagar você porque você não é nenhuma prostituta apesar de se comportar como uma..."

Draco não controlava mais sua raiva.

"Se não me disser o que quero, Snape, juro que não terá mais oportunidade de encostar um dedo sequer em mim."

"Não diga idiotices, senhor Malfoy! Como pretende passar em Poções se não for se oferecendo à mim.? Duvido muito que suas notas sejam tão exemplares sem os pontos extras que consegue nesta sala enquanto todos em Hogwarts dormem. Seu pai ficaria furioso se soubesse que anda fracassando em mais alguma matéria, não?"

"Já chega, Snape! Diga logo o que esconde. Não quero mais perder um minuto sequer em sua companhia...!"

"Pode ir embora quando quiser. Seus admiradores devem estar fazendo fila na porta do seu quarto à uma hora dessas. Deve mesmo ser muito interessante sua proposta para eles, não? Três bofetões e você faz tudo o que eles quiserem..."

Neste momento, Draco perdeu toda a prudência que ainda lhe restava e avançou para o professor, tomado por um ódio profundo. Snape segurou seus pulsos com firmeza, magoando a pele alva.

"Nem tente, Draco..."

O garoto foi puxado até a porta e depois do professor de Poções dizer alto o contra feitiço para abri-la, jogou -o para fora, fazendo com que caísse de joelhos no chão do corredor. Snape atirou-lhe com irritação suas roupas.

"Vista-se antes de ir para seu quarto! Vê se não deixa ninguém vê-lo nu por aí. Tente terminar a noite sem precisar vender-se para livrar sua pele."

A porta fechou-se, deixando um furioso Draco do lado d fora. Seus olhos ardiam e o fato de ser contrariado o enlouquecia. Com pressa, vestiu-se e ainda irritado caminhou até a Sala Comunal da Sonserina. Teria chegado lá e se acabado praguejando contra Snape se em uma das escadas que subisse para o corujal não tivesse escutado vozes muito conhecidas.

Seus olhos gélidos procuraram na penumbra algum vulto, porém nada encontrou. Seus ouvidos se apuraram e ele ouviu mais claramente. Eram as vozes de Potter e Weasley.

"Acha mesmo que Sirius Black viria para Hogsmeade, Harry?"

"Ele disse que viria para o povoado um mês antes do Natal. Eu tentei dizê- lo que talvez não fosse seguro, mas ele insistiu que queria ver se eu estava bem. Lupin está com ele."

"Bem, nesse caso talvez tenha sido o certo mandar uma coruja alertando-o para não vir de modo algum. Quero dizer...Mesmo você querendo vê-lo, ia ser péssimo Black se aproximar daqui com todos aqueles dementadores rondando os arredores de Hogwarts. Francamente, essa foi uma idéia doentia de Fudge."

"Se ao menos não tivessem visto Sirius em Hogsmeade na Páscoa, não estariam todos esses dementadores por aí em seu encalço."

"Tem idéia de onde ele esteja, Harry?...Quero dizer...Da outra vez ele achou perigoso dizer onde estava escondido e suspeitávamos que fosse algum lugar distante e tropical..."

"Ele não foi tão longe dessa vez, Ron...Ele está em Londres"

Draco não acreditava nas coisas que ouvia. Há meses atrás, alguns bruxos haviam visto Black em Hogsmeade e os dementadores haviam sido acionados. Desde então, ele começara a ser perseguido implacavelmente tal como a vez que fugira de Askaban. Jamais poderia imaginar que Potter soubesse do seu paradeiro e ainda trocasse correspondências com ele, prevenindo-o do perigo. Harry havia dito que Black estava em Londres. Mas por que ele haveria de proteger um bruxo que traíra seus pais? Ao menos essa era a versão que Lucius lhe contara várias vezes. Uma coisa atordoava ainda mais o garoto da Sonserina. Não compreendia como ouvia claramente as vozes de Potter e Weasley e, no entanto não enxergava sequer suas sombras. Que feitiço era aquele que os dois deveriam estar usando? Aquele pensamento foi cortado por uma resposta imediata. Os dois garotos de repente tornaram-se visíveis aos seus olhos enquanto um tecido de uma capa escorregava por seus corpos. Draco precisou prender a respiração para não soltar uma exclamação de surpresa. Seria possível? Potter e Weasley estavam usando uma Capa da Invisibilidade! Era por isso que não conseguia vê-los. Agora que os dois garotos haviam tirado a Capa, Malfoy podia vê-los com seus uniforme e expressões preocupadas.

"Precisamos voltar para o dormitório, agora. Não deveríamos tirar a Capa da Invisibilidade. Filch pode acabar nos encontrando aqui" _ murmurou Ron olhando para os dois lados. Draco encolheu-se atrás da estátua de bronze onde estava.

"Tava muito abafado embaixo dela. Já vamos voltar. Vamos ficar aqui só mais um pouco. Têm se tornado raros os momentos em que conseguimos ficar à sós..."

Ron passou o braço em torno do ombro de Harry e beijou-lhe suavemente os lábios.

"Não se preocupe, Harry... Sirius vai ficar bem. Você tomou a atitude certa. Não seria bom ele se arriscar..."

"É...Talvez tenha razão...Estou certo que foi a melhor atitude"

Ron voltou a beijar Harry. Foi um beijo longo onde Harry acariciava com ternura a nuca do outro garoto. Ron sorriu e murmurou.

"Logo vai ser o feriado de Natal. Simas, Dino e Neville vão passá-lo com suas famílias. Vamos ter durante um bom tempo o dormitório só para a gente..."

"Estou contando os minutos para isso..."

Os beijos de ambos iam intensificando-se. Ron pressionava o corpo de Harry contra o corrimão da escada e já levava a mão sob suas vestes, quando Harry partiu o beijo, murmurando.

"Acho melhor pararmos, Ron..."

"Por quê?"__ perguntou Ron ainda beijando-lhe o pescoço.

"Porque sempre que começamos isso, não conseguimos parar depois..."

"Não me tortura desse modo, Harry...Me beija de novo, vai..."

Harry voltou a beijar o outro garoto com avidez. Harry sentiu mãos acariciarem com ousadia seu corpo. Hesitante, olhou para baixo e uma expressão receosa desenhou-se em seu rosto.

"Ron...Vamos parar! Filch pode aparecer!"

O garoto de cabelos ruivos olhou Harry considerando o que ele dissera. Depois de alguns segundos, Ron puxou Harry pela mão para dentro do corredor como se um lampejo de idéia o tivesse atravessado.

Draco ainda estava recostado na estátua de bronze. Todas as informações o chocavam. Tudo que ouvira era inacreditável. Potter travava algum tipo de amizade com Sirius Black e possuía uma rara Capa da Invisibilidade. No entanto, nada atordoava tanto o garoto de cabelos platinados quanto a intimidade que presenciara dos dois garotos. Obviamente, desconfiava que Potter e Weasley tivessem um relacionamento. Mas aquele olhar que Potter direcionava a Weasley o fazia ter uma estranha sensação. Um olhar de afeto, adoração, desejo e doce entrega. Nem mesmo um idiota poderia se manter indiferente àquilo. Nem mesmo Draco que negaria na frente de qualquer outra pessoa tamanho fascínio, poderia deixar de desejar aquele olhar para si. A cabeça do garoto da Sonserina parecia explodir. Como poderia explicar um sentimento daqueles para seu orgulho? Mas era verdade em seu coração a vontade de trocar naquele momento tudo o que possuía para estar no lugar do imbecil do Weasley. Seu corpo virou-se para o corredor que levava à Sala Comunal da Sonserina. No entanto, uma força maior o deteve. Os olhos gélidos miraram por um instante o corredor que Harry e Ron haviam tomado. Poderia alcançá-los se adiantasse o passo. Mas por que iria querer ver Potter e Weasley se esfregando pelo corredor? A vozinha em sua cabeça que tanto detestava não foi nem um pouco razoável.

"Você quer ver novamente aquele olhar apaixonado. Você quer segurar em sua mão qualquer migalha que venha de Potter mesmo que as emoções contidas no sorriso dele não sejam direcionadas à você. Quer admirá-lo mesmo que seja de longe..."

Draco seguiu pelo corredor no encalço dos dois garotos, tomando cuidado para que não fosse visto. Procurou-os em silêncio e virou-se para a esquerda quando ouviu o fechar suave de uma porta. Draco encontrara o que procurava. Um sorriso sarcástico apareceu em seu rosto. Quem eram as pessoas para julgá-lo vulgar quando o "ilustre" Potter vinha com seu "leal" amigo divertir-se em um banheiro masculino deserto? Malfoy abriu a porta com cuidado. Podia ouvir a respiração acelerada dos dois garotos vinda do terceiro boxe. Estava trancado por dentro. Murmúrios e palavras aleatórias ditas em meio à sensações diversas preenchiam o ambiente. Aproximando-se com cuidado, Draco encostou-se à porta do boxe, sentindo sua ereção pulsar sob suas vestes. Os gemidos de Potter estavam sendo por demais irresistíveis. O garroto da Sonserina não conseguia lutar contra sua mente. Imaginou-se dentro daquele boxe beijando Potter e tocando- o. Imaginou cada carícia sua sendo correspondida por seu arquiinimigo enquanto dizia seu nome. Se tivesse Potter para si pelo menos por algum tempo, obrigaria-no a humilhar-se diante de seus olhos. Possuiria-o várias vezes enquanto mordesse sua pele alva...Mostraria seu poder àquele maldito bruxo da Grifinória. Draco abriu os olhos, surpreso. Sem perceber o que fazia, levara instintivamente sua mão ao interior da calça e começara a masturbar-se com rapidez. Os olhos azuis dançaram em suas órbitas quando Draco sentiu seu gozo preencher sua mão depois de tocar-se pensando em Potter... Dentro do boxe, os gemidos de Ron e Harry aceleravam-se. Malfoy olhou-se atordoado e abandonando àquele cenário testemunho de sua fraqueza, o garoto seguiu até a Sala Comunal de sua Casa. Seu rosto estava ainda mais pálido do que o normal. Sua testa estava molhada de suor. Draco entrou em um dos banheiros da Casa da Sonserina e limpou-se do estado patético em que se encontrava ainda com sua cabeça rodando em mil pensamentos. Depois, subiu as escadas até o seu quarto. Era realmente uma sorte Lucius Malfoy, depois de tanto insistir, conseguir um quarto só para ele na Escola de Hogwarts. Quando alcançou o topo da escada, Draco olhou intrigado para a porta. Havia uma luz sob ela. A lareira devia estar acesa. Quem a teria acendido se não tinha pedido a ninguém para fazê-lo? Com indignação, Draco abriu a porta de seu quarto pensando que encontraria algum abusado se servindo do seu conforto. Então, deparou-se com a figura que menos esperava. Sentado em uma poltrona, imponente e com o olhar de desprezo habitual, estava Lucius Malfoy diante do fogo da lareira que ardia. Draco hesitou, sentindo o olhar de seu pai sobre si.

"Pai...O que...?"

"Pensei que iria ter que esperá-lo até amanhã. Com quantos fornica durante a noite, ante de dormir? Pela sua demora, parece ser a Escola inteira..."

Draco estava petrificado. Sentia-se tremer. Seu pai exercia aquele poder sobre ele. Precisou de algum tempo para o garoto voltar a si e fechar a porta.

"Não pensei que o senhor viesse, pai? O que aconteceu? Algum problema com a mamãe?"

"Qual é o problema, Draco? Por um acaso um pai dedicado não pode visitar o filho quando sente saudades? Sua mãe está bem. Está viajando por Praga. Venha me cumprimentar..."

O garoto sentia seu estômago revirar-se. Uma náusea o assolava com uma força surpreendente. Mesmo assim, ele conseguiu curvar-se sobre o pai e beijar-lhe o rosto com temor nos olhos."

"Seja bem vindo, pai...Me perdoe por tê-lo feito esperar"

"Com que estava, Draco?"

O garoto gaguejou hesitante e mentiu.

"Com alguns garotos da Sonserina..."

Lucius levantou-se e caminhou em direção à Draco. Sua voz era fria como a lâmina de uma faca.

"Isso não é hora de vir se deitar. Mandei buscar chá. Sirva-nos."

Draco olhou para a bandeja de prata sobre a cômoda. Ainda tremendo, ele segurou o bule em suas mãos, derramando chá em duas ornamentadas xícaras. Se perguntou por um breve momento quem trouxera chá para seu quarto. Certamente, seu pai deveria ter mandado os Elfos domésticos que trabalhavam na cozinha de Hogwarts trazê-lo. Lucius voltara a sentar-se. Draco entregou-lhe uma das xícaras. Quando voltou-se segurando a outra xícara, o garoto observou com repugnância que seu pai o olhava do modo que tanto odiava. Lucius fez menção para Draco aproximar-se e segurando seu pulso, disse com uma voz autoritária.

"Sente-se!"

Draco mais por ser puxado pelo pai do que por ação própria, sentou-se sobre os joelhos e Lucius que sorria de um modo que deixava no filho uma vontade louca de chorar.

"Você cresceu muito, Draco. Não é mais um menino. Já é quase um homem. Aposto que todos os garotos e garotas devem correr atrás de você"

Draco procurava não mexer-se. Lutava inutilmente contra os tremores que o assolavam. Lucius prosseguiu.

"Eu quase sinto saudades de quando era mais jovem. Nos divertíamos muito, não é mesmo...?"

O garoto sentia que seus olhos estavam avermelhando-se.

"Eu fiquei tão surpreso quando recebi sua carta dizendo que iria passar o Natal em Hogwarts. Qual é o problema? Alguém especial de quem não pode ficar longe um minuto sequer?"

Draco murmurou hesitante.

"Pai...Eu não estou gostando de ninguém....Já disse várias vezes..."

"Eu acho bom mesmo, Draco... Há direitos sobre si que só podem ser concedidos a mim. Afinal, ninguém o ama tanto quanto seu próprio pai. Ninguém quer tanto o seu bem quanto eu... Mas se eu por um acaso souber que você anda considerando demais os pirralhos com os quais se deita ou está nutrindo algum tipo de afeto por alguém... eu mato você, seu prostitutozinho vulgar..."

Draco sentiu uma mão subir por suas costas e, procurando livrar-se daquele contato que o enojava, levantou-se abruptamente. Metade do chá da xícara que o garoto segurava entornou no casaco de Lucius. Draco quando percebeu o que fizera, sentiu as pernas bambas. Seu pai o olhava furioso e avançou para o filho, dando-lhe um bofetão que o fez perder o equilíbrio e cair no chão.

"Perdão, pai...Não foi minha intenção..."

"Não adianta ser gentil com você, Draco! Esse seu atrevimento merece um castigo. Eu vou te ensinar a ter boas maneiras e a me respeitar, seu arrogantezinho idiota..."

Draco olhou com pavor Lucius vir em sua direção, atirando longe o casaco manchado de chá e abrindo o fecho de sua calça. Inutilmente, o garoto tentava desculpar-se enquanto encolhia-se contra a parede. Seus olhos estavam embaçados por lágrimas. A vozinha dentro de si gritava mais alto do que nunca.

"Pobrezinho...Mas uma vez vai submeter-se à seu pai!? Você está mais longe de Potter do que o Céu do Inferno. Eu tenho nojo de nossa própria vida..."