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Amor de Sedução
CAPÍTULO III
Aviso: Esta história é baseada em personagens e situações criadas por JK Rowling. Os direitos autorais pertencem a editoras como Bloomsbury Books, Scholastic Books e Raincoast Books, e Warner Bros., Inc. Não há intenção nenhuma de arrecadar dinheiro com essa prática ou violar leis. O principal objetivo deste fic é somente a divulgação de idéias e liberdade de imaginação. Respeito e admiro totalmente as obras de JK Rowling, não pretendendo de forma alguma roubar ou marginalizar seus personagens.
Sumário: O segundo capítulo de uma série. Sentimentos profundos são nutridos pelos amigos Harry Potter e Ron Weasley, ao mesmo tempo em que um aparente mal os ronda.
Casais: Harry/Ron; Harry/Draco; Draco/Snape; Lucius/Draco Categoria: Romance/Slash/Angst
Notas: Por favor, não encarem esta história com uma visão ofensiva ou julguem seu conteúdo apenas erótico. Há aqui a presença de sentimentos e emoções que obviamente não cabem num cenário pornô, onde a única preocupação é a prática desenfreada de sexo. Se por um acaso você é menor de idade ou possui algum trauma ou preconceito contra homossexualismo (relacionamento entre homens) não a leia. Não há necessidade de entupirem minha caixa de e- mail com comentários baixos sobre yaoi ou críticas ofensivas. Somos adultos e vivemos num país livre, por isso, vamos nos comportar e nos respeitar. Este texto contém incesto.
Draco acordou sentindo-se exausto. Seu corpo doía como nunca e sentia seu rosto arder. Estava nu sobre sua cama em meio aos lençóis. Perdera um pouco a noção de tempo. Que horas deveriam ser? Sua cabeça doeu com mais intensidade quando procurou lembrar-se do que acontecera. A claridade do dia invadia as frestas da janela e iluminava o amplo quarto com todos os seus móveis lustrosos. Os acontecimentos da noite anterior voltavam pouco a pouco com todas as suas imagens nauseantemente horrendas. Draco procurou, receoso, a imagem mais cruel e assustadora em seu quarto. Foi com satisfação que deparou-se sozinho naquele lugar. Sobre seu travesseiro havia um bilhete escrito com uma caligrafia firme e sofisticada.
[Querido Draco,
Minhas obrigações no mundo dos Bruxos não poderiam esperar "A Bela Adormecida" ter a boa vontade de abrir os olhos. Talvez dessa vez eu tenha sido demasiadamente severo consigo. Espero que não tenha danificado demais seu belo corpo. Tome de uma vez por todas consciência de que não são meu objetivo e desejo machucá-lo ou tomá-lo à força do modo que por vezes sou obrigado a tomar. Minha intenção é fazê-lo ter consciência do respeito e retribuição que me deves. Se quiser continuar a divertir-se com seus "coleguinhas", eu não me importo. A única coisa que não quero é vê-lo colocar seus relacionamentos acima do nosso amor. Você haverá de vir passar o Natal com sua família assim como deve ser. Peça à enfermeira de Hogwarts que lhe receite alguma poção para atenuar algum hematoma que tenha permanecido visível demais. Afinal, a última coisa que havemos de querer são comentários. Aquilo que acontece em nossa família é somente de nosso interesse. Sem mais me prolongar, despeço-me ressaltando sua beleza, filho. Você, de fato, é perfeito como nenhum outro. Não restam dúvidas do motivo pelo qual seus admiradores o perseguem tanto. Além disso, não pude deixar de notar suas habilidades que melhoram a cada dia. Realmente, você faz jus à fama de prostituto que possui, Draco. Adoro vê-lo choramingar ou fingir resistência. Aliás, você pode sempre dizer que não deseja, mas eu sei que no fundo cede à lascívia quando o toco. Mal posso esperar para revê-lo novamente, querido... Espero que ao menos neste ano seja capaz de trazer melhores notas. Não se esqueça do motivo pelo qual aí está...
Com amor,
Lucius Maloy]
Com um ímpeto de desespero e ódio, Draco rasgou o bilhete em mil pedaços. Seu coração batia acelerado. A coerência estava longe de si. Sem tentativa de controlar a sua raiva, o garoto lançou diversos objetos de seu quarto contra a parede, arranhando a seguir o rosto com as próprias unhas enquanto filetes de derrota escorriam de suas pupilas inchadas.
"Maldito! Por que faz isso comigo? Por que me usa desse modo? Acha que sou seu brinquedo? Acha que sou sua latrina? Eu te odeio! Eu te odeio!"
Então, o garoto ajoelhou-se no chão, completamente frágil e mergulhou em sua dor. Chorou como uma criança pequena que necessita de cuidados. A sua sensibilidade fora trazida à tona brutalmente. Draco não soube quanto tempo permaneceu naquele estado. Provavelmente, mais de uma hora. Felizmente era sábado e não precisava comparecer a nenhuma aula. Fragilizado, ele ergueu-se e ainda abalado, limpou-se no banheiro. Fazia muito tempo que Lucius fazia aquilo com ele e ele guardava aquele segredo só para si. O garoto manteve-se um bom tempo sob o chuveiro, mirando as cicatrizes em seus pulsos. A qualquer momento, poderia reabri-las. Aquele era um dia perfeito para morrer... Draco vestiu-se e olhou-se profundamente no espelho. A vozinha desafiadora despertou com armas a postos.
"Não, você não vai se matar. É tão covarde para isso..."
"Cale a boca..."
"Vá lá para fora. Bote sua máscara de arrogância e desfile pelos corredores. Vá representar no seu teatro diário..."
"Eu quero morrer..."
"Não. Uma coisa ainda o mantém aceso. Esqueceu que agora tem Potter em suas mãos? Pode chantageá-lo quando quiser..."
Draco tinha os olhos muito vagos.
"Acha que Potter pode algum dia me olhar como estava olhado para o Weasley?"
"...Não..."
"Eu posso obrigá-lo a olhar, sabia?"
"Não, não pode. Deixe de ser idiota e arrogante. E, afinal de conas, pensei que você repudiasse o amor...."
O garoto abandonou seu quarto. Quem agora o via, jamais poderia enxergar o menino frágil que há pouco chorara. A frieza em seu rosto chegava a irritar. Uma voz o deteve enquanto descia as escadas. Era o professor de Poções Snape.
"Draco, ia procurá-lo em seu quarto agora mesmo..."
Erguendo olhos de rancor, Draco o encarou.
"O que quer agora? Já não é suficiente o que teve na noite passada?"
O olhar do professor estava bem diferente do da noite anterior. Em suas feições, nenhuma alteração.
"Por favor, Draco, me escute. Não quero que discutamos mais..."
Malfoy ainda o olhava com desconfiança.
"Não deveria ter me tratado daquela maneira..."
"Eu sei...Estou realmente...hum...arrependido por ter sido tão duro com você. Afinal, você é muito jovem eu não deveria ter falado daquele modo..."
Draco permitiu que Snape lhe tocasse o ombro.
"Eu perdi o controle com você. Prometo que isso não se repetirá..."
O garoto mantinha os baços cruzados sobre a cintura, avaliando o pedido de desculpas.
"Não me rejeite. Sabe que não quero o seu mal, Draco...Assim como também sabe que não vou poder conviver com seu rancor e desprezo..."
O frio gélido parecia vacilar como se um vento quente de primavera soprasse. Snape avançou um pouco mais e com um gesto de ternura que parecia tão surpreendente para qualquer aluno de Hogwarts, exceto Draco, depositou um beijo em sua testa. Draco normalmente fazia força para demonstrar domínio e arrogância na frente de qualquer um. No entanto, naquele momento, as palavras de ternura o emocionavam de um modo único. Poderia cravas as unhas em seus braços muito brancos ou morder os lábios com força com o intuito de silenciar seus sentimentos. Porém, frágil como estava por dentro, sua pouca idade revelou- se em seus olhos tímidos avermelhados e na voz trêmula.
"Não está zangado comigo, Snape? Não me odeia?"
O professor de Poções puxou Draco para si e abraçou-o com desespero.
"Como poderia odiá-lo, Draco?"
Malfoy não respondeu ao abraço, mas tampouco o recusou. Sentia o coração de Snape bater junto a si. Uma tranqüilidade parecia envolvê-lo. A vozinha chata certamente deveria estar adormecida. Os dois mantiveram-se assim durante um longo tempo. Uma bruxa de cabelos ruivos e crespos os olhava intrigada de dentro de seu quadro Expressionista. Snape soltou pouco a pouco o abraço. Draco o olhava com o cenho franzido.
"E quanto a Potter, professor?"
Snape o olhou profundamente e ia começar a falar, mas foi silenciado pelo próprio aluno.
"Está tudo bem. Falamos nisso mais tarde..."
O professor de Poções esboçou um sorriso e beijou com carinho a mão de Draco.
"Diabinho, você é incorrigível..."
Malfoy tentou forçar-se a não sorrir sem sucesso. Seu rosto com traços ainda infantis despontou num meio sorriso bem diferente do debochado habitual. No entanto, neste momento em que sua barreira baixou guarda, Snape conseguiu enxergar além da meiguice daquele gesto. Draco deveria ter chorado. A mágoa ainda flutuava inquieta em suas pupilas.
"O que aconteceu, Draco? Há algo que queira me contar...?"
O garoto ainda surpreso reergueu rapidamente sua muralha.
"Por que está me perguntando isso...?"
"Há algo que eu deva saber?"_ insistiu Snape.
Malfoy hesitou. O professor não sabia o que Lucius fazia com ele. Ninguém deveria saber. Melhor que fosse assim. Draco jamais aceitaria que sentissem pena de sua vida ou o vissem como um fraco. A imundice que coçava em seu corpo e sua alma ficaria para sempre enclausurada no silêncio da angústia.
"Não, Snape. Não há nada que deva saber, exceto que... acho que vou precisar daquela poção para curar hematomas..."
"Depois do almoço, venha até minha sala. Aprontarei uma até lá..."
Malfoy permitiu que Snape o abraçasse mais uma vez antes de despedir-se e rumar para o Grande Salão.
A semana seguiu sem grandes novidades, exceto pela estranha e repentina calma do professor Snape na aula de Poções. Todos os alunos da Grifinória comentavam o seu relapso na errante perseguição contra eles. O final do ano aproximava-se e os estudantes de Hogwarts animavam-se com o feriado de Natal que passariam com suas famílias. Harry Potter, Ron Weasley e Hermione Granger eram três dos poucos que passariam as férias de Natal na Escola. Os três amigos haviam combinado de permanecerem juntos no fim do ano. Draco apesar de desejar passar o feriado em qualquer lugar longe de Lucius, não teve direito de escolha. Seus dias arrastaram-se até que suas forças foram totalmente recuperadas. Tinindo de arrogância, ele finalmente contou para Snape o segredo que descobriras de Potter. O professor de Poções ouvira tudo muito surpreso e confirmara as suspeitas do garoto de que era exatamente aquilo que Dumbledore pedira sigilo. Foram inúteis os apelos para Malfoy dar por encerrado aquele assunto e esquecer de uma vez por todas o que descobrira. Draco em sua maldade máxima estava disponível a usar aquela informação contra Potter no momento certo. Era sem disfarçar que seus olhos gélidos não desgrudavam de Harry. Agora era mais evidente do que nunca sua fixação pelo garoto. A cena que presenciara de Potter e Weasley no banheiro ainda o perseguia. A expressão de afeto do seu arquiinimigo o assaltava constantemente e o distanciava da realidade. Em breve, teria Potter em suas mãos. Aquela era uma obsessão que tomara proporções incontroláveis. Freqüentemente, havia o silencioso confronto onde os dois garotos se fuzilavam com os olhos. A cada dia, Harry perdia mais a sua paciência. Aquela ousadia de Malfoy o irritava loucamente. Ron também estava tomando sua dose de aborrecimento. Enciumado, respondia com agressões todas as habituais provocações de Draco.
As coisas finalmente tomaram rumos drásticos na aula de Transformação. A professora Mc. Gonnagal ensinava os alunos da Sonserina e Grifinória a transformarem por uma hora escaravelhos e percevejos em moedas de nuques e cicles. O olhar habitual de Malfoy queimava em Potter. A paciência segura apenas por um tênue fio.
"Que pena que você não pode correr até o Beco Diagonal e comprar roupas novas, Weasley. Aposto que você nunca viu tanto dinheiro antes em sua vida."
Ron fez menção de atacar Draco, porém seu braço foi seguro com firmeza por Mione, prevenindo-o de não perder o controle.
"Acho que quando Weasley entrar de férias vai cavar todo o jardim daquilo que ele chama de casa, procurando percevejos..."
"Não dê atenção à ele, Ron!"__ disse Hermione olhando Draco com desprezo__ "Ele só faz isso porque deve ter inveja de você".
"E por que eu invejaria o idiota do Weasley, sua exibida intragável? Vê se dá um jeito nesse seu cabelo ridículo e nessa sua cara medonha antes de falar de mim. Aliás, nunca ouse falar de mim. Não quero meu nome apodrecendo nessa sua boca mal lavada, sangue ruim "
Harry que tentara conter-se até aquele momento, mandou a prudência para o inferno. Sem medir sua força, ele avançou para Draco e começou uma briga onde os dois rolaram no chão, se batendo. Alguns alunos os separaram bastante atordoados com a dimensão do ponto em que a rivalidade de ambos chegara. Harry com a gola de sua veste rasgada e, firmemente seguro por Simas e Dino, mexia-se ainda tentando livrar-se para reiniciar seu ataque. Draco o olhava com atrevimento enquanto seu nariz sangrava. A professora Minerva aproximou-se dos dois alunos chocada.
"Sr. Potter e Sr. Malfoy, como explicam isso?"
"Potter me atacou, professora".__ queixou-se Draco com voz de injustiçado.
"Sr. Potter, por que fez isso?"
"Ele provocou Ron e chamou Mione de sangue ruim, professora".
"É verdade isso, Sr.Malfoy? Não acredito no que presenciei. Onde pensam que estão para se degladiarem como dois animais? Francamente, não aturarei esse comportamento em minha aula. Vinte pontos a menos para cada Casa e uma detenção para os dois".
Ouviu-se murmúrios dos alunos que foram imediatamente silenciados. Draco foi mandado à enfermaria. Antes de sair, passou perto de Harry e olhou-o desafiadoramente. Os dois assassinaram-se em silêncio. Quando a porta da sala fechou-se atrás de si, Malfoy levou a mão ao nariz e mirou demoradamente seu próprio sangue enquanto sorria com malícia.
"Hmp, Potter...Tudo que vem de você, para mim é mel. Logo logo, acertaremos nossas contas sem a intromissão de ninguém'..."
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"Eu mato aquele desgraçado do Malfoy!" __ berrou Ron na Sala Comunal enquanto esmurrava com força uma mesa, chamando a atenção de outros alunos da Grifinória que lá estavam.
"O que está havendo com ele ultimamente? Parece pior do que nunca!"__ queixou-se Hermione atirando a mochila em uma cadeira com irritação__ "Por culpa dele, Harry perdeu a paciência, os pontos e ainda tomou uma detenção".
"Por favor, Mione! Faça um feitiço para transformar aquele maldito Malfoy em um inseto para eu esmagar ele de uma vez por todas! Eu sei que você deve conhecer algum bom feitiço!"
"Não, Ron, eu não vou fazer isso! E não deixe a professora Mc. Gonnagal escutar isso porque do jeito que ela ficou furiosa hoje durante a aula, vai acabar te punindo também".
"Ela poderia ter sido mais razoável com Harry, Mione! Afinal, depois do que Malfoy falou para você, ele merecia ser expulso!"
"É melhor você se acalmar, Ron! Amanhã teremos aula de Poções e com certeza será um dia daqueles com Snape paparicando Draco e tirando pontos de nós até por respirarmos".
"Era para eu levar o castigo e não Harry! Seria bom ter que sofrer uma detenção junto com o cretino do Malfoy! Assim eu quebraria a cara dele sem ninguém para atrapalhar!"
Naquele momento, Harry atravessou o quadro da Mulher Gorda, usando suas roupas de Quadribol. Estivera treinando com o time da Grifinória no estádio até àquela hora. Seu rosto estava cansado e seus cabelos úmidos.
"Oi pra vocês!" __ disse ele aproximando-se dos amigos e largando-se numa poltrona.
"Olá, Harry! Como foi o treino? Pensei que ia ficar até mais tarde..."__ disse Mione consultando o seu relógio de pulso.
"O braço da Kate ainda está meio dolorido do último treino. Sem ela e Ron na artilharia ficou difícil jogar. E além disso...Não estava conseguindo me concentrar..."
Harry conseguira o posto de Capitão do time de Quadribol da Grifinória. A votação dos alunos para escolhê-lo fora quase unânime. O posto de goleiro deixado por Olívio Wood e artilheira deixado por Angelina Johnson foram preenchidos respectivamente por Gina e Ron Weasley. Ron ficara muito satisfeito quando fora convocado por Harry. O melhor de tudo foi ele conseguir corresponder às expectativas do amigo. O seu desempenho no Quadribol era realmente muito bom, apesar de também não ser o melhor. O único ponto negativo para o garoto era o excesso de treinos que diminuíam o seu tempo para aprontar os deveres. Como Harry já era acostumado à essa rotina, sabia organizar-se bem. Porém, Ron não. Sempre adiava seus trabalhos para o dia seguinte a acabava somente os fazendo no dia de entrega. Suas notas estavam bastante regulares. Já Gina havia sido mais uma indicação de Madam Hooch. A menina, sem dúvida era uma das alunas preferidas da professora de vôo e também não deixava dúvidas sobre sua habilidade e bom desempenho. O Sr. e a Sra. Weasley haviam ficado bastante radiantes com o fato de quatro de seus sete filhos estarem no time da Grifinória e fazendo um esforço muito grande haviam comprado uma boa vassoura Halley Comet para a filha. Harry e Mione juntos presentearam Ron com uma Nimbus 2003.
"Desculpe não ter podido ir ao treino hoje, Harry. Mas com a raiva que estou de Malfoy duvido muito que marcasse algum ponto."
"Está tudo bem, Ron...Afinal, é a primeira vez que você falta a um treino".
O quadro da Mulher Gorda voltou a girar e Gina atravessou-o extremamente graciosa em suas vestes de Quadribol e com os cabelos muito ruivos caindo pelos ombros. Enquanto ela cruzava a sala alguns garotos viraram a cabeça para olhá-la. Gina havia se tornado muito popular depois que entrara para o time. Sua beleza parecia ter se tornado mais evidente depois que seu rosto iluminara-se com o orgulho de jogar na posição de goleira. Durante muito tempo, a menina fora apaixonada por Harry. Nos três últimos meses ela começara a namorar Neville, contrariando todo os garotos "populares" de Hogwarts que insistiam em flertá-la. Os dois pareciam realmente gostarem um do outro e juntos pareciam mesmo se divertirem. No entanto, era com pesar que vez ou outra Ron capturava algum olhar triste de Gina para Harry. Aquela era sua maior mágoa. Entristecia-se muito pelo fato de sua irmã sofrer por não ter o afeto correspondido por Harry enquanto ele mesmo o chamava para sua cama quando ninguém estava por perto.
"Olá! Qual é o problema, Ron? Soube que Malfoy arrumou confusão na aula de Transformação..." disse Gina apoiando-se na cadeira do irmão.
"Aquele cretino está com os dias contados. Eu vou acabar com ele!"
"Não, não vai não! Não vale a pena ser expulso por causa de Draco Malfoy. Deixe para arrasar com ele quando jogarmos contra a Sonserina."
"É...Eu vou poder derrubar ele da vassoura e depois pisoteá-lo!"
"Não, você não vai. Melhor se acalmar. Tome! Fred e Jorge te mandaram isso..."
Gina tirou de dentro das vestes uma garrafinha de cerveja amanteigada e entregou-a à Ron sorrindo.
"Qual vai ser a sua detenção, Harry?" continuou ela virando-se para o outro garoto.
"A professora Mc. Gonnagal disse que daqui à uma hora vou ter que me apresentar na sala de aula para limpar as gaiolas..."
"Não é tão ruim assim sua detenção, não é mesmo?"
"Não, se não tivesse que cumpri-la junto do Draco" disse Harry com uma ligeira irritação.
"Não vá agredi-lo novamente, Harry..." interveio Mione preocupada.
Gina despediu-se quando Neville a chamou para se juntar à uma animada conversa na qual se incluía Simas, Parvati e Lilá. Hermione puxou o livro de História da Magia da mochila e começou a fazer suas tarefas, vez ou outra levantando a cabeça para opinar na conversa dos amigos. Quando faltavam vinte minutos para Harry ter que se apresentar na sala de Mc. Gonnagal ele subiu para trocar de roupa com Ron ao seu lado. Foi sem timidez que ele começou a tirar a roupa na frente do outro garoto.
"Era só o que faltava! Nunca tive tanta vontade de acabar com Draco!" retrucou Harry atirando sua Firebolt na cama.
Ron concordava com as reclamações do amigo entre cada gole de cerveja que bebia. Harry jogou a capa de Hogwarts por sobre seus ombros depois de vestir-se.
"Aposto que Draco deve estar todo feliz por vocês dois terem que cumprir detenção juntos. Ele está doido para se aproximar de você. Viu o modo como ele te olhou durante a semana inteira? Parecia até que estava se oferecendo..."
"Ainda com essa história, Ron? Malfoy me odeia! Aliás, isso tudo é porque ele me odeia!"
"Aquele miserável te olha de um modo estranho! Tenho certeza que ele vai tentar alguma coisa hoje!"
"Se ele tentar, eu arrebento de novo o nariz dele! E dessa vez não vou nem me importar se vou ser expulso ou não!"
Aquela conversa parecia ter deixado Ron mais chateado. De repente, silenciara-se mergulhado nos seus próprios pensamentos. Fora trazido à realidade somente quando Harry tocou-lhe a nuca com carinho.
"Não se preocupe, Ron! Ele não vai me agarrar nem nada parecido! Eu sei me defender! Não está pensando que vou deixar ele se aproximar, está?"
"Não, claro que não... Mas não gosto da idéia de vocês dois cumprirem detenção juntos. Alguma coisa nisso tudo está me perturbando..."
"Está parecendo até a professora Sibila fazendo predições. Não me diga que Draco vai me matar hoje à noite, Ron..."
Antes de sair, Harry lançou um olhar para a garrafa com três dedos de cerveja que o outro garoto segurava.
"Posso beber um pouco?" perguntou Harry virando-se para Ron.
O menino de cabelos ruivos esticou a garrafa para o amigo. Porém, Harry desprezou-a e, então, com lábios entreabertos depositou um cálido beijo na boca de Ron. Foi um beijo demorado e, diga-se de passagem, repleto de erotismo. A língua de Harry invadiu possessivamente a boca do namorado. Ao partirem o beijo, Ron fazia força para recuperar o ar.
"Na sua boca, a bebida é mais deliciosa e me esquenta mais rápido. Eu volto mais tarde para beber o resto. Me espera acordado, tá?"
Harry saiu com um sorriso e com a certeza de que varrera todas as chateações, ciúmes e raiva de Ron. Dentro do quarto, o garoto ruivo tinha as faces muito vermelhas.
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Malfoy ansiara por aquele momento durante a tarde inteira. Finalmente, se tivesse sorte, teria um momento à sós com Potter sem a intromissão do maldito Weasley ou de qualquer outro. Seus olhos possuíam um brilho diferente enquanto caminhava pelos corredores até a sala da professora Mc. Gonnagal. Draco jantara animadamente com Crabble e Goyle, surpreendendo aos amigos que certamente esperavam vê-lo furioso e mordaz por causa do soco que levara de seu arquiinimigo. Madame Pomprey havia dado um jeito em seu nariz e nenhum sinal da briga que havia ocorrido de manhã era mais visível em seu rosto. Draco finalmente chegou à porta que procurava e depois de bater, entrou. Foi com satisfação que ele encontrou Harry diante da mesa da professora que, com cara amarrada, rabiscava algo em um pedaço de pergaminho.
"Finalmente chegou, Sr. Malfoy! Estava falando agora mesmo com o Sr. Potter que terei que me retirar para uma reunião com Dumbledore e os diretores das Casas afim de resolver alguns assuntos de importância. Estou escrevendo as tarefas que selecionei para os dois..."
O rosto de Draco iluminara-se. Sua expressão radiante não deixou de ser percebida por Harry que o fuzilou com seus olhos semicerrados. A professora Mc. Gonnagal entregou o pedaço de pergaminho aos garotos acrescentando:
"Não quero discussões ou brigas. Estou muito desgostosa com os dois e se eu souber que se degladiaram aqui como aconteceu de manhã, pessoalmente cuidarei para que haja expulsão. Por vias das dúvidas, pedi para Filch vez ou outra vir dar uma olhada nos senhores. Então, nem pensem em aprontar algo depois que eu der as costas."
A professora saiu ainda lançando olhares decepcionados para os garotos. Malfoy não se importou com nada do que ela dissera tão feliz estava com o rumo que as coisas haviam tomado. Devia estar mesmo com muita sorte. Mal chegara e conseguira o que tanto queria. Realmente, não esperava que as coisas se dessem de modo tão rápido. A lista de tarefas incluía limpar todas as gaiolas dos animais que se encontravam na sala e arrumar os armários que estavam um verdadeiro caos. Draco torceu o nariz para as gaiolas com animais para Transformação. Harry pôs-se a trabalhar em silêncio.
"Isso é trabalho para Elfos Domésticos! Imagine só eu ter que cuidar desses bichos sujos!" resmungava o garoto da Sonserina enquanto limpava as gaiolas de alguns pássaros azuis turquesa.
Quando Harry dava comida à uma salamandra chinesa, Filch apareceu na sala com sua expressão carrancuda e olhando desconfiado para os dois garotos. Draco sentou-se no chão para empilhar alguns livros do armário. Seu ataque foi iniciado neste momento.
"Ei, Potter! Ficou muito "nervosinho" hoje quando insultei sua "namoradinha"?"
Harry levantou a vista de seu trabalho pronto para cumprir o que dissera a Ron à respeito de quebrar a cara de Malfoy sem se importar com a expulsão caso fosse necessário.
"Não diga idiotices, Draco! Hermione não é minha namorada e também se fosse, isso não seria de sua conta!"
Harry sentiu seu sangue ferver quando Malfoy deu um sorriso debochado e murmurou:
"Não estou me referindo à sangue ruim com cara de trasgo! Estou me referindo ao idiota do Weasley!"
Harry largou o que fazia e avançou para Draco segurando-o pela gola da camisa.
"Quer que eu arrebente de novo seu nariz, Malfoy?"
"Por um acaso falei alguma mentira? Vai negar que Weasley é a sua "menininha"? Eu diria que a Granger é sua namorada se não estivesse tão óbvio que você e Weasley se pegam".
A resposta de Draco atordoara completamente Harry. Seu rosto irritado vacilou um minuto enquanto procurava palavras.
"Não seja cretino! Não sabe o que está dizendo! Ron é meu amigo..." mentiu o garoto totalmente confuso.
"É mesmo? E quem então será a dona do coração do "famoso" Potter? Você mesmo já falou que a sangue ruim não é sua namorada. A miserável irmã do Weasley anda agora com o tapado do Longborrom depois de passar anos lambendo o seu chão e não conseguir nada... Será que a sujeitinha é aquela apanhadora da Corvinal? É a tal da Cho Chang como alguns dizem, mesmo ela sendo uma oferecida que pega mais garotos da casa dela do que pomos de ouro? Acho que também não...Bom, até agora todas as pistas apontam para o imbecil do Weasley!"
"Cale a boca!"
"Admita, Potter! Qual é o problema? Está querendo preservá-lo? Está com vergonha de dizer que seu amigo é a sua menininha? Ou será que você que é a dele...?"
"Para de falar assim do Ron, seu filho da p...!"
Neste momento, Filch entrou na sala com uma expressão ameaçadora em sua cara feia.
"Se eu ouvir mais alguma gritaria, vou ter prazer em castigá-los pessoalmente! A professora Mc. Gonnagal vai ficar sabendo disso! Agora, voltem já a trabalhar!"
Harry esperou Filch dar as costas para avançar novamente no outro garoto.
"Não é assunto seu com quem ando ou não, Malfoy! O que você tem a ver com isso? Não lhe devo satisfação!"
"Francamente, Potter! Você é medíocre! Com tantos garotos melhores por aí, você tinha que se envolver justamente com o pé-rapado do Weasley!?"
Harry já não sabia mais o que dizer. Não acreditava no rumo que aquela conversa tomara. Numa tentativa infantil de vencer aquela discussão, ele vociferou:
"E com quem você fica, Malfoy? Será a sebosa da Pansy Parkinson ou será um daqueles gorilas com quem anda? Ou ainda seria Marcos Flint com quem você é sempre visto!?"
Para surpresa do garoto da Grifinória, a sua tentativa de ferir parecia não causar mal algum ao outro que ainda sorria.
"A Pansy...? É, eu já fiquei com ela algumas vezes. Ela é meio apaixonada por mim, mas francamente eu estaria perdido com alguém como ela! Sabia que já no primeiro encontro ela levanta a saia e deixa a gente fazer tudo o que quiser? Hmp, é uma vadia mesmo... Quanto à Crabble e Goyle, você só pode estar brincando. Mas se refere-se à Flint, digo que ele não é meu namorado, mas já ficamos juntos várias vezes e, acredite, ele é bem imprevisível. Não é do tipo de garoto limitado como deve ser o Weasley! Aposto que o ruivinho lá não deve deixar você fazer tudo o que quiser, não é mesmo, Potter? Aposto que ele deve choramingar a noite toda com aquela cara idiota dele! Odeio esses tipinhos! São chatos..."
"Chega, Malfoy!"
Harry tremia da cabeça aos pés. As palavras lhe fugiam. Ouvia Draco falar daquele modo vulgar e não conseguia reagir. Finalmente, depois de um longo tempo, murmurou:
"Você é deplorável, Malfoy!"
Harry sentara-se no chão, procurando fugir daquele assunto e pôs-se a tentar organizar alguns pergaminhos, sem saber direito o que estava fazendo. Draco sentou-se ao seu lado com a expressão menos sarcástica.
"Sabia que eu já dormi com metade dos alunos de Hogwarts, Potter? Não precisa ficar com essa cara de espanto e muito menos tentar negar que há entre você e Weasley. Já vi muitos iguais a vocês pelos corredores. Hpm, namorados...Que piada! Basta um deles dar as costas para o outro procurar outra companhia!"
Harry há muito perdera a capacidade de reagir.
"Eu só não me meto com sangue-ruins! Teria nojo até de beijá-los! Ei, você conhece William Law, batedor da Corvinal? Ele é quase um prostituto! Tão bonito e andou perdendo tempo correndo atrás da tal de Cho Chang! Um dia eu estava treinando com o time da Sonserina e ele estava inspecionando o campo. Então, eu o chamei pro vestiário. No início, ele veio com aquela conversa. "Não, eu não quero. Não sou disso! Eu não gosto!", mas bastou brincar um pouquinho com ele para que aceitasse tudo e ainda viesse me procurar todo dia..."
Harry conhecia William Law da Corvinal. Era um garoto muito bonito, com cabelos castanhos e olhos azuis. A imagem dele e Malfoy juntos no vestiário, tentou em vão ser afastada pelo garoto da Grifinória que começava a tentar lutar contra seus pensamentos.
"Aquela pele pálida...aquelas mãos fortes...aquela boca..."murmurou Draco de olhos fechados.
Harry estava atônito. Não sabia se deveria se levantar do chão e sair correndo ou lá permanecer para enfrentar Malfoy.
"Ele beija tão bem que eu pedi para ele..."
A expressão no rosto de Harry ficou púrpura quando ele notou algo que o apavorou. No baixo ventre de Draco, sua ereção tomava vida com intensidade enquanto ele murmurava coisas obscenas à respeito do garoto da Corvinal.
"Malfoy..." murmurou Harry com uma voz trêmula.
Draco abriu seus olhos e mirou a si mesmo. Um sorriso desenhou-s em uma de suas faces quando aconteceu algo inesperado por Harry. Sua respiração vacilou quando o garoto da Sonserina abriu sua calça sem nenhuma timidez e envolveu seu próprio membro com as mãos e começou a masturbar-se, ainda murmurando palavras.
"Draco...O que está fazendo, seu idiota? Filch vai voltar a qualquer momento! Vai ser expulso se for visto se masturbando na sala de aula!"
Parecia que as palavras não chegavam aos ouvidos daquele pervertido. Bom, era problema dele se queria ser expulso. Harry sabia que deveria sair dali. Não ia ser expulso de Hogwarts pela libido de Malfoy! Se ele queria se dar mal, conseguiria isso sozinho! Harry mexeu-se para levantar-se. No entanto, o garoto não conseguiu evitar o impulso de olhar para Draco. Então, ele viu o garoto de cabelos loiros pender a cabeça para o lado gemendo baixinho enquanto fazia sua mão descer e subir com perícia, procurando alívio. Neste momento, as faces do garoto que observava atordoado aquela cena, queimaram como brasas. Tudo que viesse de Malfoy era nojento para ele. Se tivesse imaginado aquilo tudo em um outro lugar, talvez achasse desprezível. No entanto, Harry ter o garoto ao seu lado naquela sala vazia, se tocando, era algo que decididamente estava mexendo com ele. Os olhos muito verdes de Harry detiveram-se um minuto no rosto de Draco. E, observando-o, sem ser para agredi-lo com insultos ou atacá-lo, ele enxergou algo que possivelmente nunca notara antes. Malfoy era um ser desprezível, mas nenhuma dúvida poderia ser levantada à respeito de seu rosto perfeito. Era, de fato, bonito aquele arrogantezinho metido e asqueroso! O coração de Harry acelerava enquanto suas pernas tremiam. Sua razão dizia para sair dali. No entanto, não conseguia fazê-lo. Então, naquele momento, Draco jogou mais sujo, dando continuidade ao seu plano. Ele ergueu seus olhos febris e silenciou-se. Enquanto mirava fixamente Potter, continuava a se masturbar. Harry estava confuso. Seu corpo começava a responder àquele olhar. Seu desejo estava eriçado com toda aquela provocação. Então, ele tomou uma atitude da qual se arrependeria para sempre. Ainda sustentando o olhar de Draco, Harry guiou sua mão até a barriga do outro garoto e deslizou-a languidamente até o pênis ereto de Malfoy. O garoto da Sonserina, por sua vez, soltou um longo gemido quando o outro o tocou daquele modo ousado. Naquela sala vazia onde o silêncio era quebrado pelos animaizinhos em suas gaiolas, Harry cedeu ao jogo de Draco e tocou-o até que chegasse ao orgasmo. Durante o ato, Malfoy sorriu radiante com sua vitória e fechou os olhos. Harry, por sua vez, não raciocinava direito o que fazia. Seus olhos arregalaram-se quando seu corpo sentiu a mão de Draco abrir sua calça e começar a masturbá-lo também...
"Espera, Draco... O que está fazendo?"
"O mesmo que você, Potter...Eu sei que você também quer...Está todo molhado...Como é gostoso tocar em você...Adoro vê-lo excitado." respondeu Malfoy deslizando seus dedos pela ereção na virilha de Harry que também necessitava de um alívio.
"Você aprendeu a fazer isso tão bem com o Weasley, Potter? Ou será que só está querendo me impressionar...?" murmurou o garoto da Sonserina enquanto Harry ainda deslizava a mão pelo seu membro.
Os dois arquiinimigos proporcionaram-se um prazer intenso. Era uma cena estranha aquela trégua sinistra onde ambos haviam se perdido. No fim, Harry olhou com uma expressão indecifrável em seu rosto o líquido pérola que estava em seus dedos. Malfoy, satisfeito com seu plano, abotoava a sua calça enquanto limpava sua própria mão num lenço verde que tirara do bolso, atirando-o em seguida para Harry.
"Melhor você se limpar antes que Filch apareça, Potter"
Harry olhou o lenço que lhe fora dado. Era um dos lenços pertencentes somente aos alunos da Sonserina. Na sua borda, havia uma serpente prateada. Malfoy aproximou-se de Harry com seu ar arrogante habitual. O menino de olhos verdes desviou-se quando ele fez menção de tocar-lhe o rosto.
"Qual é o problema, Potter? Vai negar também que adorou o que fiz em você?"
"Chega, Draco! Eu não deveria! Estou com nojo de mim mesmo por sua causa! Fui um fraco idiota por deixar me levar por sua baixeza..."
O sorriso de Draco desapareceu de seu rosto pálido.
"Baixeza minha, Potter? Você se esqueceu que quem começou foi você?"
"Não, não foi. Foi você! E foi de propósito!"
"Como você é covarde, Potter! Está querendo provar sua inocência jogando toda a responsabilidade para mim!"
"Não estou jogando minha culpa para você. Muito pelo contrário! Nunca me arrependi tanto de algo como agora!"
"Fala isso, mas ficou bastante satisfeito quando gozou na minha mão!"
Harry não deu mais ouvidos à Draco e fez menção de sair, porém algo que o ardiloso garoto da Sonserina lhe disse, o freiou.
"Imagine se Weasley soubesse disso, Potter! Pobrezinho! O idiota ficaria tão triste. Aposto que ia chorar como uma garotinha pelos corredores quando soubesse que o santo Potter o traiu!"
A atitude que respondeu à essa provocação de Draco foi um ato impensado de Harry que já perdera toda a sua coerência, razão e paciência. O garoto lançou as mãos ao pescoço de Malfoy, apertado-o com força. O garoto da Sonserina sufocou um grito rouco com a surpresa do ataque. Suas mãos inutilmente tentavam libertá-lo.
"Você já me encheu, Malfoy! Lave a sua boca quando falar de Ron na minha frente! E nem pense em chegar perto dele com seu veneno ou eu juro que acabo com você! Se abrir sua boca para tecer intrigas entre ele e eu, juro que quebro seu pescoço em três!"
Harry soltou-o ainda com o rosto alterado. Malfoy levou a mão à garganta, procurando recuperar o ar.
"Maldito seja, Potter!"
"Você queria criar confusão entre Ron eu para nos ferir? É isso que pretende, Draco?"
Neste momento, os olhos de Draco tornaram-se vagos.
"Ainda não sabe o que eu quero, Potter? É tão cego assim? O que eu quero é você!"
Harry sentiu o chão fugir de seus pés. As palavras de Ron voltaram à sua cabeça. Como era possível? Só o ódio existia entre os dois! Não era possível! Draco só podia estar blefando.
"Não minta, Malfoy! Eu odeio você e você também me odeia!"
"Eu te odeio tanto quanto te desejo, Potter! Não finja não saber! Não viu o quanto eu queria o que aconteceu aqui? Não viu o modo como sempre o olho?"
"Você é doente, Malfoy!"
"Mas bem que você gostou de tocar e brincar um pouquinho com esse doente, não é mesmo, Potter? Só que eu não me contento apenas com essas brincadeirinhas infantis! Eu quero o que você tem de melhor, Potter..."
"Morra esperando por isso! Nunca mais porei minhas mãos sobre você!"
Draco levantou seus olhos cheios de malícia. Harry recuou um pouco quando ele aproximou-se como uma prostituta que se oferece.
"O que Weasley faz de tão maravilhoso, Potter? Ele deixa você bater nele? Ele é sempre a sua menininha ou você também é a dele? Do que você gosta? Aposto que deve ter ficado somente com o Weasley nesse tempo todo. Eu posso fazê-lo divertir-se muito, sabia? Pode me bater se quiser! Pode me pegar à força! Eu permito tudo...Duvido que Weasley deixe você fazer qualquer coisa! Mas, se preferir, as coisas podem ser de outro modo. Prefere que eu bata em você? Diga do que gosta, Potter! Weasley não precisa saber..."
Uma confusão voltara à cabeça de Harry. Tomado pela raiva, ele puxou Draco pelo colarinho da camisa com mãos trêmulas.
"Tudo o que eu quero é que você feche a boca, Malfoy!"
"Hum...Prefere com violência, Potter? Que bom! Eu também!"
Atordoação, impotência... Harry sempre estava preparado para os ataques de Draco Malfoy. Já havia se acostumado com suas provocações durante as aulas e no dia a dia. No entanto, ele não estava preparado para aquele tipo de ataque. Pensamentos confusos o assolavam e um vislumbre de Draco sob seu domínio era insistente em sua mente. Foi mais uma atitude impensada do que uma agressão. Mordido pela raiva, Harry com fúria, beijou a boca de Malfoy. O garoto de olhos azuis não fez esforço para esconder sua surpresa. Harry puxou-o para si com violência enquanto sua língua invadia a boca de seu adversário. Quando largou-o, Harry atirou-o contra a parede, dizendo:
"Não tente se meter ente Ron e eu! Nunca chegará aos pés dele porque eu o amo tanto quanto te odeio! E isso já é o suficiente por uma vida inteira! Esse beijo foi de ódio! É a única coisa que terá de mim! Um beijo de desprezo dado para calar a sua boca imunda!"
Malfoy o olhava com uma expressão terrível no rosto. Nesse momento, ouviu-se barulho na porta e a professora Mc. Gonnagel voltou. Seu rosto olhou intrigado para os dois garotos antes de lhes dar uma bronca pelo que Filch lhe dissera e dispensá-los. Harry mal ouviu o que a professora dissera. Saiu atordoado e perdido pelo corredor. A voz de Draco o atacou pela última vez na noite quando os dois garotos cruzaram a porta da sala de Transformação.
"Ainda não acabou, Potter! Você me paga!"
Amor de Sedução
CAPÍTULO III
Aviso: Esta história é baseada em personagens e situações criadas por JK Rowling. Os direitos autorais pertencem a editoras como Bloomsbury Books, Scholastic Books e Raincoast Books, e Warner Bros., Inc. Não há intenção nenhuma de arrecadar dinheiro com essa prática ou violar leis. O principal objetivo deste fic é somente a divulgação de idéias e liberdade de imaginação. Respeito e admiro totalmente as obras de JK Rowling, não pretendendo de forma alguma roubar ou marginalizar seus personagens.
Sumário: O segundo capítulo de uma série. Sentimentos profundos são nutridos pelos amigos Harry Potter e Ron Weasley, ao mesmo tempo em que um aparente mal os ronda.
Casais: Harry/Ron; Harry/Draco; Draco/Snape; Lucius/Draco Categoria: Romance/Slash/Angst
Notas: Por favor, não encarem esta história com uma visão ofensiva ou julguem seu conteúdo apenas erótico. Há aqui a presença de sentimentos e emoções que obviamente não cabem num cenário pornô, onde a única preocupação é a prática desenfreada de sexo. Se por um acaso você é menor de idade ou possui algum trauma ou preconceito contra homossexualismo (relacionamento entre homens) não a leia. Não há necessidade de entupirem minha caixa de e- mail com comentários baixos sobre yaoi ou críticas ofensivas. Somos adultos e vivemos num país livre, por isso, vamos nos comportar e nos respeitar. Este texto contém incesto.
Draco acordou sentindo-se exausto. Seu corpo doía como nunca e sentia seu rosto arder. Estava nu sobre sua cama em meio aos lençóis. Perdera um pouco a noção de tempo. Que horas deveriam ser? Sua cabeça doeu com mais intensidade quando procurou lembrar-se do que acontecera. A claridade do dia invadia as frestas da janela e iluminava o amplo quarto com todos os seus móveis lustrosos. Os acontecimentos da noite anterior voltavam pouco a pouco com todas as suas imagens nauseantemente horrendas. Draco procurou, receoso, a imagem mais cruel e assustadora em seu quarto. Foi com satisfação que deparou-se sozinho naquele lugar. Sobre seu travesseiro havia um bilhete escrito com uma caligrafia firme e sofisticada.
[Querido Draco,
Minhas obrigações no mundo dos Bruxos não poderiam esperar "A Bela Adormecida" ter a boa vontade de abrir os olhos. Talvez dessa vez eu tenha sido demasiadamente severo consigo. Espero que não tenha danificado demais seu belo corpo. Tome de uma vez por todas consciência de que não são meu objetivo e desejo machucá-lo ou tomá-lo à força do modo que por vezes sou obrigado a tomar. Minha intenção é fazê-lo ter consciência do respeito e retribuição que me deves. Se quiser continuar a divertir-se com seus "coleguinhas", eu não me importo. A única coisa que não quero é vê-lo colocar seus relacionamentos acima do nosso amor. Você haverá de vir passar o Natal com sua família assim como deve ser. Peça à enfermeira de Hogwarts que lhe receite alguma poção para atenuar algum hematoma que tenha permanecido visível demais. Afinal, a última coisa que havemos de querer são comentários. Aquilo que acontece em nossa família é somente de nosso interesse. Sem mais me prolongar, despeço-me ressaltando sua beleza, filho. Você, de fato, é perfeito como nenhum outro. Não restam dúvidas do motivo pelo qual seus admiradores o perseguem tanto. Além disso, não pude deixar de notar suas habilidades que melhoram a cada dia. Realmente, você faz jus à fama de prostituto que possui, Draco. Adoro vê-lo choramingar ou fingir resistência. Aliás, você pode sempre dizer que não deseja, mas eu sei que no fundo cede à lascívia quando o toco. Mal posso esperar para revê-lo novamente, querido... Espero que ao menos neste ano seja capaz de trazer melhores notas. Não se esqueça do motivo pelo qual aí está...
Com amor,
Lucius Maloy]
Com um ímpeto de desespero e ódio, Draco rasgou o bilhete em mil pedaços. Seu coração batia acelerado. A coerência estava longe de si. Sem tentativa de controlar a sua raiva, o garoto lançou diversos objetos de seu quarto contra a parede, arranhando a seguir o rosto com as próprias unhas enquanto filetes de derrota escorriam de suas pupilas inchadas.
"Maldito! Por que faz isso comigo? Por que me usa desse modo? Acha que sou seu brinquedo? Acha que sou sua latrina? Eu te odeio! Eu te odeio!"
Então, o garoto ajoelhou-se no chão, completamente frágil e mergulhou em sua dor. Chorou como uma criança pequena que necessita de cuidados. A sua sensibilidade fora trazida à tona brutalmente. Draco não soube quanto tempo permaneceu naquele estado. Provavelmente, mais de uma hora. Felizmente era sábado e não precisava comparecer a nenhuma aula. Fragilizado, ele ergueu-se e ainda abalado, limpou-se no banheiro. Fazia muito tempo que Lucius fazia aquilo com ele e ele guardava aquele segredo só para si. O garoto manteve-se um bom tempo sob o chuveiro, mirando as cicatrizes em seus pulsos. A qualquer momento, poderia reabri-las. Aquele era um dia perfeito para morrer... Draco vestiu-se e olhou-se profundamente no espelho. A vozinha desafiadora despertou com armas a postos.
"Não, você não vai se matar. É tão covarde para isso..."
"Cale a boca..."
"Vá lá para fora. Bote sua máscara de arrogância e desfile pelos corredores. Vá representar no seu teatro diário..."
"Eu quero morrer..."
"Não. Uma coisa ainda o mantém aceso. Esqueceu que agora tem Potter em suas mãos? Pode chantageá-lo quando quiser..."
Draco tinha os olhos muito vagos.
"Acha que Potter pode algum dia me olhar como estava olhado para o Weasley?"
"...Não..."
"Eu posso obrigá-lo a olhar, sabia?"
"Não, não pode. Deixe de ser idiota e arrogante. E, afinal de conas, pensei que você repudiasse o amor...."
O garoto abandonou seu quarto. Quem agora o via, jamais poderia enxergar o menino frágil que há pouco chorara. A frieza em seu rosto chegava a irritar. Uma voz o deteve enquanto descia as escadas. Era o professor de Poções Snape.
"Draco, ia procurá-lo em seu quarto agora mesmo..."
Erguendo olhos de rancor, Draco o encarou.
"O que quer agora? Já não é suficiente o que teve na noite passada?"
O olhar do professor estava bem diferente do da noite anterior. Em suas feições, nenhuma alteração.
"Por favor, Draco, me escute. Não quero que discutamos mais..."
Malfoy ainda o olhava com desconfiança.
"Não deveria ter me tratado daquela maneira..."
"Eu sei...Estou realmente...hum...arrependido por ter sido tão duro com você. Afinal, você é muito jovem eu não deveria ter falado daquele modo..."
Draco permitiu que Snape lhe tocasse o ombro.
"Eu perdi o controle com você. Prometo que isso não se repetirá..."
O garoto mantinha os baços cruzados sobre a cintura, avaliando o pedido de desculpas.
"Não me rejeite. Sabe que não quero o seu mal, Draco...Assim como também sabe que não vou poder conviver com seu rancor e desprezo..."
O frio gélido parecia vacilar como se um vento quente de primavera soprasse. Snape avançou um pouco mais e com um gesto de ternura que parecia tão surpreendente para qualquer aluno de Hogwarts, exceto Draco, depositou um beijo em sua testa. Draco normalmente fazia força para demonstrar domínio e arrogância na frente de qualquer um. No entanto, naquele momento, as palavras de ternura o emocionavam de um modo único. Poderia cravas as unhas em seus braços muito brancos ou morder os lábios com força com o intuito de silenciar seus sentimentos. Porém, frágil como estava por dentro, sua pouca idade revelou- se em seus olhos tímidos avermelhados e na voz trêmula.
"Não está zangado comigo, Snape? Não me odeia?"
O professor de Poções puxou Draco para si e abraçou-o com desespero.
"Como poderia odiá-lo, Draco?"
Malfoy não respondeu ao abraço, mas tampouco o recusou. Sentia o coração de Snape bater junto a si. Uma tranqüilidade parecia envolvê-lo. A vozinha chata certamente deveria estar adormecida. Os dois mantiveram-se assim durante um longo tempo. Uma bruxa de cabelos ruivos e crespos os olhava intrigada de dentro de seu quadro Expressionista. Snape soltou pouco a pouco o abraço. Draco o olhava com o cenho franzido.
"E quanto a Potter, professor?"
Snape o olhou profundamente e ia começar a falar, mas foi silenciado pelo próprio aluno.
"Está tudo bem. Falamos nisso mais tarde..."
O professor de Poções esboçou um sorriso e beijou com carinho a mão de Draco.
"Diabinho, você é incorrigível..."
Malfoy tentou forçar-se a não sorrir sem sucesso. Seu rosto com traços ainda infantis despontou num meio sorriso bem diferente do debochado habitual. No entanto, neste momento em que sua barreira baixou guarda, Snape conseguiu enxergar além da meiguice daquele gesto. Draco deveria ter chorado. A mágoa ainda flutuava inquieta em suas pupilas.
"O que aconteceu, Draco? Há algo que queira me contar...?"
O garoto ainda surpreso reergueu rapidamente sua muralha.
"Por que está me perguntando isso...?"
"Há algo que eu deva saber?"_ insistiu Snape.
Malfoy hesitou. O professor não sabia o que Lucius fazia com ele. Ninguém deveria saber. Melhor que fosse assim. Draco jamais aceitaria que sentissem pena de sua vida ou o vissem como um fraco. A imundice que coçava em seu corpo e sua alma ficaria para sempre enclausurada no silêncio da angústia.
"Não, Snape. Não há nada que deva saber, exceto que... acho que vou precisar daquela poção para curar hematomas..."
"Depois do almoço, venha até minha sala. Aprontarei uma até lá..."
Malfoy permitiu que Snape o abraçasse mais uma vez antes de despedir-se e rumar para o Grande Salão.
A semana seguiu sem grandes novidades, exceto pela estranha e repentina calma do professor Snape na aula de Poções. Todos os alunos da Grifinória comentavam o seu relapso na errante perseguição contra eles. O final do ano aproximava-se e os estudantes de Hogwarts animavam-se com o feriado de Natal que passariam com suas famílias. Harry Potter, Ron Weasley e Hermione Granger eram três dos poucos que passariam as férias de Natal na Escola. Os três amigos haviam combinado de permanecerem juntos no fim do ano. Draco apesar de desejar passar o feriado em qualquer lugar longe de Lucius, não teve direito de escolha. Seus dias arrastaram-se até que suas forças foram totalmente recuperadas. Tinindo de arrogância, ele finalmente contou para Snape o segredo que descobriras de Potter. O professor de Poções ouvira tudo muito surpreso e confirmara as suspeitas do garoto de que era exatamente aquilo que Dumbledore pedira sigilo. Foram inúteis os apelos para Malfoy dar por encerrado aquele assunto e esquecer de uma vez por todas o que descobrira. Draco em sua maldade máxima estava disponível a usar aquela informação contra Potter no momento certo. Era sem disfarçar que seus olhos gélidos não desgrudavam de Harry. Agora era mais evidente do que nunca sua fixação pelo garoto. A cena que presenciara de Potter e Weasley no banheiro ainda o perseguia. A expressão de afeto do seu arquiinimigo o assaltava constantemente e o distanciava da realidade. Em breve, teria Potter em suas mãos. Aquela era uma obsessão que tomara proporções incontroláveis. Freqüentemente, havia o silencioso confronto onde os dois garotos se fuzilavam com os olhos. A cada dia, Harry perdia mais a sua paciência. Aquela ousadia de Malfoy o irritava loucamente. Ron também estava tomando sua dose de aborrecimento. Enciumado, respondia com agressões todas as habituais provocações de Draco.
As coisas finalmente tomaram rumos drásticos na aula de Transformação. A professora Mc. Gonnagal ensinava os alunos da Sonserina e Grifinória a transformarem por uma hora escaravelhos e percevejos em moedas de nuques e cicles. O olhar habitual de Malfoy queimava em Potter. A paciência segura apenas por um tênue fio.
"Que pena que você não pode correr até o Beco Diagonal e comprar roupas novas, Weasley. Aposto que você nunca viu tanto dinheiro antes em sua vida."
Ron fez menção de atacar Draco, porém seu braço foi seguro com firmeza por Mione, prevenindo-o de não perder o controle.
"Acho que quando Weasley entrar de férias vai cavar todo o jardim daquilo que ele chama de casa, procurando percevejos..."
"Não dê atenção à ele, Ron!"__ disse Hermione olhando Draco com desprezo__ "Ele só faz isso porque deve ter inveja de você".
"E por que eu invejaria o idiota do Weasley, sua exibida intragável? Vê se dá um jeito nesse seu cabelo ridículo e nessa sua cara medonha antes de falar de mim. Aliás, nunca ouse falar de mim. Não quero meu nome apodrecendo nessa sua boca mal lavada, sangue ruim "
Harry que tentara conter-se até aquele momento, mandou a prudência para o inferno. Sem medir sua força, ele avançou para Draco e começou uma briga onde os dois rolaram no chão, se batendo. Alguns alunos os separaram bastante atordoados com a dimensão do ponto em que a rivalidade de ambos chegara. Harry com a gola de sua veste rasgada e, firmemente seguro por Simas e Dino, mexia-se ainda tentando livrar-se para reiniciar seu ataque. Draco o olhava com atrevimento enquanto seu nariz sangrava. A professora Minerva aproximou-se dos dois alunos chocada.
"Sr. Potter e Sr. Malfoy, como explicam isso?"
"Potter me atacou, professora".__ queixou-se Draco com voz de injustiçado.
"Sr. Potter, por que fez isso?"
"Ele provocou Ron e chamou Mione de sangue ruim, professora".
"É verdade isso, Sr.Malfoy? Não acredito no que presenciei. Onde pensam que estão para se degladiarem como dois animais? Francamente, não aturarei esse comportamento em minha aula. Vinte pontos a menos para cada Casa e uma detenção para os dois".
Ouviu-se murmúrios dos alunos que foram imediatamente silenciados. Draco foi mandado à enfermaria. Antes de sair, passou perto de Harry e olhou-o desafiadoramente. Os dois assassinaram-se em silêncio. Quando a porta da sala fechou-se atrás de si, Malfoy levou a mão ao nariz e mirou demoradamente seu próprio sangue enquanto sorria com malícia.
"Hmp, Potter...Tudo que vem de você, para mim é mel. Logo logo, acertaremos nossas contas sem a intromissão de ninguém'..."
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"Eu mato aquele desgraçado do Malfoy!" __ berrou Ron na Sala Comunal enquanto esmurrava com força uma mesa, chamando a atenção de outros alunos da Grifinória que lá estavam.
"O que está havendo com ele ultimamente? Parece pior do que nunca!"__ queixou-se Hermione atirando a mochila em uma cadeira com irritação__ "Por culpa dele, Harry perdeu a paciência, os pontos e ainda tomou uma detenção".
"Por favor, Mione! Faça um feitiço para transformar aquele maldito Malfoy em um inseto para eu esmagar ele de uma vez por todas! Eu sei que você deve conhecer algum bom feitiço!"
"Não, Ron, eu não vou fazer isso! E não deixe a professora Mc. Gonnagal escutar isso porque do jeito que ela ficou furiosa hoje durante a aula, vai acabar te punindo também".
"Ela poderia ter sido mais razoável com Harry, Mione! Afinal, depois do que Malfoy falou para você, ele merecia ser expulso!"
"É melhor você se acalmar, Ron! Amanhã teremos aula de Poções e com certeza será um dia daqueles com Snape paparicando Draco e tirando pontos de nós até por respirarmos".
"Era para eu levar o castigo e não Harry! Seria bom ter que sofrer uma detenção junto com o cretino do Malfoy! Assim eu quebraria a cara dele sem ninguém para atrapalhar!"
Naquele momento, Harry atravessou o quadro da Mulher Gorda, usando suas roupas de Quadribol. Estivera treinando com o time da Grifinória no estádio até àquela hora. Seu rosto estava cansado e seus cabelos úmidos.
"Oi pra vocês!" __ disse ele aproximando-se dos amigos e largando-se numa poltrona.
"Olá, Harry! Como foi o treino? Pensei que ia ficar até mais tarde..."__ disse Mione consultando o seu relógio de pulso.
"O braço da Kate ainda está meio dolorido do último treino. Sem ela e Ron na artilharia ficou difícil jogar. E além disso...Não estava conseguindo me concentrar..."
Harry conseguira o posto de Capitão do time de Quadribol da Grifinória. A votação dos alunos para escolhê-lo fora quase unânime. O posto de goleiro deixado por Olívio Wood e artilheira deixado por Angelina Johnson foram preenchidos respectivamente por Gina e Ron Weasley. Ron ficara muito satisfeito quando fora convocado por Harry. O melhor de tudo foi ele conseguir corresponder às expectativas do amigo. O seu desempenho no Quadribol era realmente muito bom, apesar de também não ser o melhor. O único ponto negativo para o garoto era o excesso de treinos que diminuíam o seu tempo para aprontar os deveres. Como Harry já era acostumado à essa rotina, sabia organizar-se bem. Porém, Ron não. Sempre adiava seus trabalhos para o dia seguinte a acabava somente os fazendo no dia de entrega. Suas notas estavam bastante regulares. Já Gina havia sido mais uma indicação de Madam Hooch. A menina, sem dúvida era uma das alunas preferidas da professora de vôo e também não deixava dúvidas sobre sua habilidade e bom desempenho. O Sr. e a Sra. Weasley haviam ficado bastante radiantes com o fato de quatro de seus sete filhos estarem no time da Grifinória e fazendo um esforço muito grande haviam comprado uma boa vassoura Halley Comet para a filha. Harry e Mione juntos presentearam Ron com uma Nimbus 2003.
"Desculpe não ter podido ir ao treino hoje, Harry. Mas com a raiva que estou de Malfoy duvido muito que marcasse algum ponto."
"Está tudo bem, Ron...Afinal, é a primeira vez que você falta a um treino".
O quadro da Mulher Gorda voltou a girar e Gina atravessou-o extremamente graciosa em suas vestes de Quadribol e com os cabelos muito ruivos caindo pelos ombros. Enquanto ela cruzava a sala alguns garotos viraram a cabeça para olhá-la. Gina havia se tornado muito popular depois que entrara para o time. Sua beleza parecia ter se tornado mais evidente depois que seu rosto iluminara-se com o orgulho de jogar na posição de goleira. Durante muito tempo, a menina fora apaixonada por Harry. Nos três últimos meses ela começara a namorar Neville, contrariando todo os garotos "populares" de Hogwarts que insistiam em flertá-la. Os dois pareciam realmente gostarem um do outro e juntos pareciam mesmo se divertirem. No entanto, era com pesar que vez ou outra Ron capturava algum olhar triste de Gina para Harry. Aquela era sua maior mágoa. Entristecia-se muito pelo fato de sua irmã sofrer por não ter o afeto correspondido por Harry enquanto ele mesmo o chamava para sua cama quando ninguém estava por perto.
"Olá! Qual é o problema, Ron? Soube que Malfoy arrumou confusão na aula de Transformação..." disse Gina apoiando-se na cadeira do irmão.
"Aquele cretino está com os dias contados. Eu vou acabar com ele!"
"Não, não vai não! Não vale a pena ser expulso por causa de Draco Malfoy. Deixe para arrasar com ele quando jogarmos contra a Sonserina."
"É...Eu vou poder derrubar ele da vassoura e depois pisoteá-lo!"
"Não, você não vai. Melhor se acalmar. Tome! Fred e Jorge te mandaram isso..."
Gina tirou de dentro das vestes uma garrafinha de cerveja amanteigada e entregou-a à Ron sorrindo.
"Qual vai ser a sua detenção, Harry?" continuou ela virando-se para o outro garoto.
"A professora Mc. Gonnagal disse que daqui à uma hora vou ter que me apresentar na sala de aula para limpar as gaiolas..."
"Não é tão ruim assim sua detenção, não é mesmo?"
"Não, se não tivesse que cumpri-la junto do Draco" disse Harry com uma ligeira irritação.
"Não vá agredi-lo novamente, Harry..." interveio Mione preocupada.
Gina despediu-se quando Neville a chamou para se juntar à uma animada conversa na qual se incluía Simas, Parvati e Lilá. Hermione puxou o livro de História da Magia da mochila e começou a fazer suas tarefas, vez ou outra levantando a cabeça para opinar na conversa dos amigos. Quando faltavam vinte minutos para Harry ter que se apresentar na sala de Mc. Gonnagal ele subiu para trocar de roupa com Ron ao seu lado. Foi sem timidez que ele começou a tirar a roupa na frente do outro garoto.
"Era só o que faltava! Nunca tive tanta vontade de acabar com Draco!" retrucou Harry atirando sua Firebolt na cama.
Ron concordava com as reclamações do amigo entre cada gole de cerveja que bebia. Harry jogou a capa de Hogwarts por sobre seus ombros depois de vestir-se.
"Aposto que Draco deve estar todo feliz por vocês dois terem que cumprir detenção juntos. Ele está doido para se aproximar de você. Viu o modo como ele te olhou durante a semana inteira? Parecia até que estava se oferecendo..."
"Ainda com essa história, Ron? Malfoy me odeia! Aliás, isso tudo é porque ele me odeia!"
"Aquele miserável te olha de um modo estranho! Tenho certeza que ele vai tentar alguma coisa hoje!"
"Se ele tentar, eu arrebento de novo o nariz dele! E dessa vez não vou nem me importar se vou ser expulso ou não!"
Aquela conversa parecia ter deixado Ron mais chateado. De repente, silenciara-se mergulhado nos seus próprios pensamentos. Fora trazido à realidade somente quando Harry tocou-lhe a nuca com carinho.
"Não se preocupe, Ron! Ele não vai me agarrar nem nada parecido! Eu sei me defender! Não está pensando que vou deixar ele se aproximar, está?"
"Não, claro que não... Mas não gosto da idéia de vocês dois cumprirem detenção juntos. Alguma coisa nisso tudo está me perturbando..."
"Está parecendo até a professora Sibila fazendo predições. Não me diga que Draco vai me matar hoje à noite, Ron..."
Antes de sair, Harry lançou um olhar para a garrafa com três dedos de cerveja que o outro garoto segurava.
"Posso beber um pouco?" perguntou Harry virando-se para Ron.
O menino de cabelos ruivos esticou a garrafa para o amigo. Porém, Harry desprezou-a e, então, com lábios entreabertos depositou um cálido beijo na boca de Ron. Foi um beijo demorado e, diga-se de passagem, repleto de erotismo. A língua de Harry invadiu possessivamente a boca do namorado. Ao partirem o beijo, Ron fazia força para recuperar o ar.
"Na sua boca, a bebida é mais deliciosa e me esquenta mais rápido. Eu volto mais tarde para beber o resto. Me espera acordado, tá?"
Harry saiu com um sorriso e com a certeza de que varrera todas as chateações, ciúmes e raiva de Ron. Dentro do quarto, o garoto ruivo tinha as faces muito vermelhas.
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Malfoy ansiara por aquele momento durante a tarde inteira. Finalmente, se tivesse sorte, teria um momento à sós com Potter sem a intromissão do maldito Weasley ou de qualquer outro. Seus olhos possuíam um brilho diferente enquanto caminhava pelos corredores até a sala da professora Mc. Gonnagal. Draco jantara animadamente com Crabble e Goyle, surpreendendo aos amigos que certamente esperavam vê-lo furioso e mordaz por causa do soco que levara de seu arquiinimigo. Madame Pomprey havia dado um jeito em seu nariz e nenhum sinal da briga que havia ocorrido de manhã era mais visível em seu rosto. Draco finalmente chegou à porta que procurava e depois de bater, entrou. Foi com satisfação que ele encontrou Harry diante da mesa da professora que, com cara amarrada, rabiscava algo em um pedaço de pergaminho.
"Finalmente chegou, Sr. Malfoy! Estava falando agora mesmo com o Sr. Potter que terei que me retirar para uma reunião com Dumbledore e os diretores das Casas afim de resolver alguns assuntos de importância. Estou escrevendo as tarefas que selecionei para os dois..."
O rosto de Draco iluminara-se. Sua expressão radiante não deixou de ser percebida por Harry que o fuzilou com seus olhos semicerrados. A professora Mc. Gonnagal entregou o pedaço de pergaminho aos garotos acrescentando:
"Não quero discussões ou brigas. Estou muito desgostosa com os dois e se eu souber que se degladiaram aqui como aconteceu de manhã, pessoalmente cuidarei para que haja expulsão. Por vias das dúvidas, pedi para Filch vez ou outra vir dar uma olhada nos senhores. Então, nem pensem em aprontar algo depois que eu der as costas."
A professora saiu ainda lançando olhares decepcionados para os garotos. Malfoy não se importou com nada do que ela dissera tão feliz estava com o rumo que as coisas haviam tomado. Devia estar mesmo com muita sorte. Mal chegara e conseguira o que tanto queria. Realmente, não esperava que as coisas se dessem de modo tão rápido. A lista de tarefas incluía limpar todas as gaiolas dos animais que se encontravam na sala e arrumar os armários que estavam um verdadeiro caos. Draco torceu o nariz para as gaiolas com animais para Transformação. Harry pôs-se a trabalhar em silêncio.
"Isso é trabalho para Elfos Domésticos! Imagine só eu ter que cuidar desses bichos sujos!" resmungava o garoto da Sonserina enquanto limpava as gaiolas de alguns pássaros azuis turquesa.
Quando Harry dava comida à uma salamandra chinesa, Filch apareceu na sala com sua expressão carrancuda e olhando desconfiado para os dois garotos. Draco sentou-se no chão para empilhar alguns livros do armário. Seu ataque foi iniciado neste momento.
"Ei, Potter! Ficou muito "nervosinho" hoje quando insultei sua "namoradinha"?"
Harry levantou a vista de seu trabalho pronto para cumprir o que dissera a Ron à respeito de quebrar a cara de Malfoy sem se importar com a expulsão caso fosse necessário.
"Não diga idiotices, Draco! Hermione não é minha namorada e também se fosse, isso não seria de sua conta!"
Harry sentiu seu sangue ferver quando Malfoy deu um sorriso debochado e murmurou:
"Não estou me referindo à sangue ruim com cara de trasgo! Estou me referindo ao idiota do Weasley!"
Harry largou o que fazia e avançou para Draco segurando-o pela gola da camisa.
"Quer que eu arrebente de novo seu nariz, Malfoy?"
"Por um acaso falei alguma mentira? Vai negar que Weasley é a sua "menininha"? Eu diria que a Granger é sua namorada se não estivesse tão óbvio que você e Weasley se pegam".
A resposta de Draco atordoara completamente Harry. Seu rosto irritado vacilou um minuto enquanto procurava palavras.
"Não seja cretino! Não sabe o que está dizendo! Ron é meu amigo..." mentiu o garoto totalmente confuso.
"É mesmo? E quem então será a dona do coração do "famoso" Potter? Você mesmo já falou que a sangue ruim não é sua namorada. A miserável irmã do Weasley anda agora com o tapado do Longborrom depois de passar anos lambendo o seu chão e não conseguir nada... Será que a sujeitinha é aquela apanhadora da Corvinal? É a tal da Cho Chang como alguns dizem, mesmo ela sendo uma oferecida que pega mais garotos da casa dela do que pomos de ouro? Acho que também não...Bom, até agora todas as pistas apontam para o imbecil do Weasley!"
"Cale a boca!"
"Admita, Potter! Qual é o problema? Está querendo preservá-lo? Está com vergonha de dizer que seu amigo é a sua menininha? Ou será que você que é a dele...?"
"Para de falar assim do Ron, seu filho da p...!"
Neste momento, Filch entrou na sala com uma expressão ameaçadora em sua cara feia.
"Se eu ouvir mais alguma gritaria, vou ter prazer em castigá-los pessoalmente! A professora Mc. Gonnagal vai ficar sabendo disso! Agora, voltem já a trabalhar!"
Harry esperou Filch dar as costas para avançar novamente no outro garoto.
"Não é assunto seu com quem ando ou não, Malfoy! O que você tem a ver com isso? Não lhe devo satisfação!"
"Francamente, Potter! Você é medíocre! Com tantos garotos melhores por aí, você tinha que se envolver justamente com o pé-rapado do Weasley!?"
Harry já não sabia mais o que dizer. Não acreditava no rumo que aquela conversa tomara. Numa tentativa infantil de vencer aquela discussão, ele vociferou:
"E com quem você fica, Malfoy? Será a sebosa da Pansy Parkinson ou será um daqueles gorilas com quem anda? Ou ainda seria Marcos Flint com quem você é sempre visto!?"
Para surpresa do garoto da Grifinória, a sua tentativa de ferir parecia não causar mal algum ao outro que ainda sorria.
"A Pansy...? É, eu já fiquei com ela algumas vezes. Ela é meio apaixonada por mim, mas francamente eu estaria perdido com alguém como ela! Sabia que já no primeiro encontro ela levanta a saia e deixa a gente fazer tudo o que quiser? Hmp, é uma vadia mesmo... Quanto à Crabble e Goyle, você só pode estar brincando. Mas se refere-se à Flint, digo que ele não é meu namorado, mas já ficamos juntos várias vezes e, acredite, ele é bem imprevisível. Não é do tipo de garoto limitado como deve ser o Weasley! Aposto que o ruivinho lá não deve deixar você fazer tudo o que quiser, não é mesmo, Potter? Aposto que ele deve choramingar a noite toda com aquela cara idiota dele! Odeio esses tipinhos! São chatos..."
"Chega, Malfoy!"
Harry tremia da cabeça aos pés. As palavras lhe fugiam. Ouvia Draco falar daquele modo vulgar e não conseguia reagir. Finalmente, depois de um longo tempo, murmurou:
"Você é deplorável, Malfoy!"
Harry sentara-se no chão, procurando fugir daquele assunto e pôs-se a tentar organizar alguns pergaminhos, sem saber direito o que estava fazendo. Draco sentou-se ao seu lado com a expressão menos sarcástica.
"Sabia que eu já dormi com metade dos alunos de Hogwarts, Potter? Não precisa ficar com essa cara de espanto e muito menos tentar negar que há entre você e Weasley. Já vi muitos iguais a vocês pelos corredores. Hpm, namorados...Que piada! Basta um deles dar as costas para o outro procurar outra companhia!"
Harry há muito perdera a capacidade de reagir.
"Eu só não me meto com sangue-ruins! Teria nojo até de beijá-los! Ei, você conhece William Law, batedor da Corvinal? Ele é quase um prostituto! Tão bonito e andou perdendo tempo correndo atrás da tal de Cho Chang! Um dia eu estava treinando com o time da Sonserina e ele estava inspecionando o campo. Então, eu o chamei pro vestiário. No início, ele veio com aquela conversa. "Não, eu não quero. Não sou disso! Eu não gosto!", mas bastou brincar um pouquinho com ele para que aceitasse tudo e ainda viesse me procurar todo dia..."
Harry conhecia William Law da Corvinal. Era um garoto muito bonito, com cabelos castanhos e olhos azuis. A imagem dele e Malfoy juntos no vestiário, tentou em vão ser afastada pelo garoto da Grifinória que começava a tentar lutar contra seus pensamentos.
"Aquela pele pálida...aquelas mãos fortes...aquela boca..."murmurou Draco de olhos fechados.
Harry estava atônito. Não sabia se deveria se levantar do chão e sair correndo ou lá permanecer para enfrentar Malfoy.
"Ele beija tão bem que eu pedi para ele..."
A expressão no rosto de Harry ficou púrpura quando ele notou algo que o apavorou. No baixo ventre de Draco, sua ereção tomava vida com intensidade enquanto ele murmurava coisas obscenas à respeito do garoto da Corvinal.
"Malfoy..." murmurou Harry com uma voz trêmula.
Draco abriu seus olhos e mirou a si mesmo. Um sorriso desenhou-s em uma de suas faces quando aconteceu algo inesperado por Harry. Sua respiração vacilou quando o garoto da Sonserina abriu sua calça sem nenhuma timidez e envolveu seu próprio membro com as mãos e começou a masturbar-se, ainda murmurando palavras.
"Draco...O que está fazendo, seu idiota? Filch vai voltar a qualquer momento! Vai ser expulso se for visto se masturbando na sala de aula!"
Parecia que as palavras não chegavam aos ouvidos daquele pervertido. Bom, era problema dele se queria ser expulso. Harry sabia que deveria sair dali. Não ia ser expulso de Hogwarts pela libido de Malfoy! Se ele queria se dar mal, conseguiria isso sozinho! Harry mexeu-se para levantar-se. No entanto, o garoto não conseguiu evitar o impulso de olhar para Draco. Então, ele viu o garoto de cabelos loiros pender a cabeça para o lado gemendo baixinho enquanto fazia sua mão descer e subir com perícia, procurando alívio. Neste momento, as faces do garoto que observava atordoado aquela cena, queimaram como brasas. Tudo que viesse de Malfoy era nojento para ele. Se tivesse imaginado aquilo tudo em um outro lugar, talvez achasse desprezível. No entanto, Harry ter o garoto ao seu lado naquela sala vazia, se tocando, era algo que decididamente estava mexendo com ele. Os olhos muito verdes de Harry detiveram-se um minuto no rosto de Draco. E, observando-o, sem ser para agredi-lo com insultos ou atacá-lo, ele enxergou algo que possivelmente nunca notara antes. Malfoy era um ser desprezível, mas nenhuma dúvida poderia ser levantada à respeito de seu rosto perfeito. Era, de fato, bonito aquele arrogantezinho metido e asqueroso! O coração de Harry acelerava enquanto suas pernas tremiam. Sua razão dizia para sair dali. No entanto, não conseguia fazê-lo. Então, naquele momento, Draco jogou mais sujo, dando continuidade ao seu plano. Ele ergueu seus olhos febris e silenciou-se. Enquanto mirava fixamente Potter, continuava a se masturbar. Harry estava confuso. Seu corpo começava a responder àquele olhar. Seu desejo estava eriçado com toda aquela provocação. Então, ele tomou uma atitude da qual se arrependeria para sempre. Ainda sustentando o olhar de Draco, Harry guiou sua mão até a barriga do outro garoto e deslizou-a languidamente até o pênis ereto de Malfoy. O garoto da Sonserina, por sua vez, soltou um longo gemido quando o outro o tocou daquele modo ousado. Naquela sala vazia onde o silêncio era quebrado pelos animaizinhos em suas gaiolas, Harry cedeu ao jogo de Draco e tocou-o até que chegasse ao orgasmo. Durante o ato, Malfoy sorriu radiante com sua vitória e fechou os olhos. Harry, por sua vez, não raciocinava direito o que fazia. Seus olhos arregalaram-se quando seu corpo sentiu a mão de Draco abrir sua calça e começar a masturbá-lo também...
"Espera, Draco... O que está fazendo?"
"O mesmo que você, Potter...Eu sei que você também quer...Está todo molhado...Como é gostoso tocar em você...Adoro vê-lo excitado." respondeu Malfoy deslizando seus dedos pela ereção na virilha de Harry que também necessitava de um alívio.
"Você aprendeu a fazer isso tão bem com o Weasley, Potter? Ou será que só está querendo me impressionar...?" murmurou o garoto da Sonserina enquanto Harry ainda deslizava a mão pelo seu membro.
Os dois arquiinimigos proporcionaram-se um prazer intenso. Era uma cena estranha aquela trégua sinistra onde ambos haviam se perdido. No fim, Harry olhou com uma expressão indecifrável em seu rosto o líquido pérola que estava em seus dedos. Malfoy, satisfeito com seu plano, abotoava a sua calça enquanto limpava sua própria mão num lenço verde que tirara do bolso, atirando-o em seguida para Harry.
"Melhor você se limpar antes que Filch apareça, Potter"
Harry olhou o lenço que lhe fora dado. Era um dos lenços pertencentes somente aos alunos da Sonserina. Na sua borda, havia uma serpente prateada. Malfoy aproximou-se de Harry com seu ar arrogante habitual. O menino de olhos verdes desviou-se quando ele fez menção de tocar-lhe o rosto.
"Qual é o problema, Potter? Vai negar também que adorou o que fiz em você?"
"Chega, Draco! Eu não deveria! Estou com nojo de mim mesmo por sua causa! Fui um fraco idiota por deixar me levar por sua baixeza..."
O sorriso de Draco desapareceu de seu rosto pálido.
"Baixeza minha, Potter? Você se esqueceu que quem começou foi você?"
"Não, não foi. Foi você! E foi de propósito!"
"Como você é covarde, Potter! Está querendo provar sua inocência jogando toda a responsabilidade para mim!"
"Não estou jogando minha culpa para você. Muito pelo contrário! Nunca me arrependi tanto de algo como agora!"
"Fala isso, mas ficou bastante satisfeito quando gozou na minha mão!"
Harry não deu mais ouvidos à Draco e fez menção de sair, porém algo que o ardiloso garoto da Sonserina lhe disse, o freiou.
"Imagine se Weasley soubesse disso, Potter! Pobrezinho! O idiota ficaria tão triste. Aposto que ia chorar como uma garotinha pelos corredores quando soubesse que o santo Potter o traiu!"
A atitude que respondeu à essa provocação de Draco foi um ato impensado de Harry que já perdera toda a sua coerência, razão e paciência. O garoto lançou as mãos ao pescoço de Malfoy, apertado-o com força. O garoto da Sonserina sufocou um grito rouco com a surpresa do ataque. Suas mãos inutilmente tentavam libertá-lo.
"Você já me encheu, Malfoy! Lave a sua boca quando falar de Ron na minha frente! E nem pense em chegar perto dele com seu veneno ou eu juro que acabo com você! Se abrir sua boca para tecer intrigas entre ele e eu, juro que quebro seu pescoço em três!"
Harry soltou-o ainda com o rosto alterado. Malfoy levou a mão à garganta, procurando recuperar o ar.
"Maldito seja, Potter!"
"Você queria criar confusão entre Ron eu para nos ferir? É isso que pretende, Draco?"
Neste momento, os olhos de Draco tornaram-se vagos.
"Ainda não sabe o que eu quero, Potter? É tão cego assim? O que eu quero é você!"
Harry sentiu o chão fugir de seus pés. As palavras de Ron voltaram à sua cabeça. Como era possível? Só o ódio existia entre os dois! Não era possível! Draco só podia estar blefando.
"Não minta, Malfoy! Eu odeio você e você também me odeia!"
"Eu te odeio tanto quanto te desejo, Potter! Não finja não saber! Não viu o quanto eu queria o que aconteceu aqui? Não viu o modo como sempre o olho?"
"Você é doente, Malfoy!"
"Mas bem que você gostou de tocar e brincar um pouquinho com esse doente, não é mesmo, Potter? Só que eu não me contento apenas com essas brincadeirinhas infantis! Eu quero o que você tem de melhor, Potter..."
"Morra esperando por isso! Nunca mais porei minhas mãos sobre você!"
Draco levantou seus olhos cheios de malícia. Harry recuou um pouco quando ele aproximou-se como uma prostituta que se oferece.
"O que Weasley faz de tão maravilhoso, Potter? Ele deixa você bater nele? Ele é sempre a sua menininha ou você também é a dele? Do que você gosta? Aposto que deve ter ficado somente com o Weasley nesse tempo todo. Eu posso fazê-lo divertir-se muito, sabia? Pode me bater se quiser! Pode me pegar à força! Eu permito tudo...Duvido que Weasley deixe você fazer qualquer coisa! Mas, se preferir, as coisas podem ser de outro modo. Prefere que eu bata em você? Diga do que gosta, Potter! Weasley não precisa saber..."
Uma confusão voltara à cabeça de Harry. Tomado pela raiva, ele puxou Draco pelo colarinho da camisa com mãos trêmulas.
"Tudo o que eu quero é que você feche a boca, Malfoy!"
"Hum...Prefere com violência, Potter? Que bom! Eu também!"
Atordoação, impotência... Harry sempre estava preparado para os ataques de Draco Malfoy. Já havia se acostumado com suas provocações durante as aulas e no dia a dia. No entanto, ele não estava preparado para aquele tipo de ataque. Pensamentos confusos o assolavam e um vislumbre de Draco sob seu domínio era insistente em sua mente. Foi mais uma atitude impensada do que uma agressão. Mordido pela raiva, Harry com fúria, beijou a boca de Malfoy. O garoto de olhos azuis não fez esforço para esconder sua surpresa. Harry puxou-o para si com violência enquanto sua língua invadia a boca de seu adversário. Quando largou-o, Harry atirou-o contra a parede, dizendo:
"Não tente se meter ente Ron e eu! Nunca chegará aos pés dele porque eu o amo tanto quanto te odeio! E isso já é o suficiente por uma vida inteira! Esse beijo foi de ódio! É a única coisa que terá de mim! Um beijo de desprezo dado para calar a sua boca imunda!"
Malfoy o olhava com uma expressão terrível no rosto. Nesse momento, ouviu-se barulho na porta e a professora Mc. Gonnagel voltou. Seu rosto olhou intrigado para os dois garotos antes de lhes dar uma bronca pelo que Filch lhe dissera e dispensá-los. Harry mal ouviu o que a professora dissera. Saiu atordoado e perdido pelo corredor. A voz de Draco o atacou pela última vez na noite quando os dois garotos cruzaram a porta da sala de Transformação.
"Ainda não acabou, Potter! Você me paga!"
