Vícios
Amor de Razão
CAPÍTULO V
Aviso: Esta história é baseada em personagens e situações criadas por JK Rowling. Os direitos autorais pertencem a editoras como Bloomsbury Books, Scholastic Books e Raincoast Books, e Warner Bros., Inc. Não há intenção nenhuma de arrecadar dinheiro com essa prática ou violar leis. O principal objetivo deste fic é somente a divulgação de idéias e liberdade de imaginação. Respeito e admiro totalmente as obras de JK Rowling, não pretendendo de forma alguma roubar ou marginalizar seus personagens.
Sumário: O segundo capítulo de uma série. Sentimentos profundos são nutridos pelos amigos Harry Potter e Ron Weasley, ao mesmo tempo em que um aparente mal os ronda.
Casais: Harry/Ron; Harry/Draco; Draco/Snape; Lucius/Draco Categoria: Romance/Slash/Angst
Notas: Por favor, não encarem esta história com uma visão ofensiva ou julguem seu conteúdo apenas erótico. Há aqui a presença de sentimentos e emoções que obviamente não cabem num cenário pornô, onde a única preocupação é a prática desenfreada de sexo. Se por um acaso você é menor de idade ou possui algum trauma ou preconceito contra homossexualismo (relacionamento entre homens) não a leia. Não há necessidade de entupirem minha caixa de e- mail com comentários baixos sobre yaoi ou críticas ofensivas. Somos adultos e vivemos num país livre, por isso, vamos nos comportar e nos respeitar.
Draco Malfoy bateu com suavidade na porta de sua sala favorita. O professor Snape abriu-a e não conseguiu reprimir a surpresa em seu rosto.
"Draco...? Não havia dito que viria..."
"Posso entrar, professor...? Gostaria de conversar um assunto com o senhor..."
O professor de Poções permitiu que o aluno entrasse, olhando para os dois lados do corredor, verificando se não existia a presença de alguém, além deles, naquele lugar. Quando fechou a porta atrás de si, ele indicou ao aluno, o divã de veludo verde para que se sentasse.
"Professor Snape, o que os outros professores e Dumbledore decidiram à respeito de Potter?"
Snape olhou intrigado o garoto que evitava encará-lo, mas respondeu.
"Ainda não decidiram nada. O diretor Dumbledore ficou bastante neutro. Mc. Gonnagal censurou a atitude de Harry Potter, mas parece não satisfeita com a idéia de expulsão. Hagrid o apóia. Os outros professores alegam que você deve tê-lo irritado bastante para que ele tomasse uma atitude daquelas...Hum, o que adianta serem bons professores se não sabem lidar com a disciplina? Enquanto eu não retirar minha queixa, as chances de expulsão são muito grandes. Finalmente, ele sairá de meu caminho..."
Malfoy o escutava vez ou outra piscando nervosamente seus olhos de um azul nauseante.
"Mas por que se interessa tanto, Draco? Foi para isso que veio aqui? Queria ter certeza que seu maior inimigo sofrerá essa punição? Deveria estar agora comemorando com os outros alunos da Sonserina."
Draco olhou para a lareira tentando buscar as palavras adequadas.
"Professor Snape, eu vim pedir para que retire a queixa contra Potter..."
O professor olhou sombriamente o garoto por quase um minuto antes de quebrar o silêncio.
"Como disse, Draco?"
"Não posso permitir que Potter seja simplesmente expulso de Hogwarts antes de eu colocar meus planos em prática e tê-lo em minhas mãos. Retire a queixa, eu peço!"
"O que está dizendo? Você ouviu o que ele disse durante a aula! Aquele garoto irritante ofendeu à você e à mim na frente dos outros alunos!"
"Eu o provoquei e o senhor também, professor. E além do mais, ele não disse nenhuma mentira"__ redargüiu Malfoy com um sorriso nervoso em seu rosto.
"Não, Draco. Desejei muito isso e finalmente vou ter Potter longe de meu caminho! Não me peça o impossível! A resposta é não!"
"Snape, não me negue isso!"
"Por que o provocou então, Malfoy? Pensei que suas intenções fossem humilhá- lo e causar-lhe mal!"
"Retire a queixa, Snape! Não posso deixá-lo ir embora livremente..."
"O que pensa, Malfoy? Acha que estou sempre pronto para cumprir suas vontades? Acha que seus desejos são leis?"
Draco ergueu-se do divã. Neste momento, Snape percebeu que o aluno, apesar do grande frio que fazia, estava descalço.
"Prefere negociar então, professor?"
Malfoy puxou a capa de seus ombros estreitos e permitiu que ela escorregasse livremente por seu corpo até alcançar o chão. Snape deitou, boquiaberto, os olhos no corpo branco como mármore e perfeito que estava à sua frente. Apesar de contemplá-lo inúmeras vezes nu, o professor de Poções ainda admirava-se com a beleza do jovem aluno. O garoto desviou os olhos, demonstrando naquele jogo lascivo, ainda algum pudor.
"Se retirar a queixa contra Potter, prometo ser mais dedicado. Não tenho sido tão atento às suas necessidades, não é mesmo, professor? Sei que desejaria a porta de meu quarto aberta sempre quando quisesse... Nesse caso, ofereço meu corpo para o uso que propor... Posso fazer tudo que o senhor mandar e também o senhor pode fazer comigo o que tiver vontade, começando desde já..."
Snape não moveu um músculo sequer. No lugar disso, manteve os olhos fixos em Malfoy enquanto este, confuso, incomodava-se com o silêncio. A respiração de Draco acelerou-se quando sentiu o professor aproximar-se. Não era a depravação que aquilo inspirava que o incomodava, mas sim a fragilidade com que tinha que pedir. Nem a fraqueza e nem a palavra pedir eram seus pontos fortes. Os dedos de Snape tocaram-lhe o rosto com delicadeza e seus lábios beijaram- lhe o pescoço cujas muitas veias eram visíveis assim como no resto de seu corpo pálido. O professor desceu as mãos até o peito do garoto e agradou- lhe os mamilos, fazendo com que um breve gemido abandonasse seus lábios. Sua boca beijou-os com ânsia enquanto suas mãos escorregaram até as pernas do aluno da Sonserina que sentiu uma atmosfera quente abraçar-lhe por completo. Snape continuou descendo as mãos até os joelhos de Draco que tremiam levemente. O sorriso do aluno vacilou quando para surpresa sua, o professor puxou novamente a capa até seus ombros, cobrindo seu corpo totalmente.
"Qual é o problema, Snape?"
"Você acha que pode resolver tudo o que quer vendendo seu corpo, Draco? Até quando fará de sua beleza seu único instrumento? O que será de você quando perder a juventude, garoto? Acha que seu preço é variante do prazer e desejo?"
"Não minta dizendo que não me deseja! Há alguns dias atrás praticamente me violentou nesta mesma sala e hoje coloca essa máscara puritana e tenta me ensinar lições de moral?"
Snape ajoelhou-se e olhou o aluno com profundidade.
"Draco, eu quero você mais do que tudo. Às vezes, meu desejo chega a cegar- me ou enlouquecer-me. Mas daí, percebo que tudo está errado. Não quero que as coisas sejam desse modo. Você é tão bonito e qualquer um me meu lugar o tomaria sem culpa alguma. Sei que você não viria à minha sala se sempre não quisesse algo em troca. Mesmo assim, não consigo recusá-lo. Ora, por que perderia tempo com alguém como eu se não fosse para adquirir vantagens quando tem todos os alunos à seus pés? Mas dói-me vê-lo rebaixar-se desse modo quando minha razão e lucidez sobrepõem-se à minha atração por você... Eu o quero muito...Mas não dessa maneira...."
Draco estava confuso com as palavras do professor.
"Só diz isso porque o convém. Não quer que Potter permaneça em Hogwarts e vem com essa história. Quando precisei de notas, sempre me aceitou com um sorriso no rosto. Não seria a primeira vez que tiraria vantagem da minha falta de bom senso, não é mesmo?"
"Faz tempo que você não vem até aqui, Malfoy. Senti saudades de você. Faz muito tempo que não te toco. Adoraria poder aceitar sua proposta, mas... é tão baixo... que até eu me assusto. Quando quer notas, se oferece. Quando queria descobrir o segredo de Potter, vinha me atormentar. E agora, que não quer que eu deixe que o expulsem, tenta se vender. Por que quer tanto abusar desse garoto? Por mais que não o suporte, não posso ficar feliz com um jogo sujo desses. A expulsão já é o suficiente... Posso aceitar suas migalhas, senhor Malfoy. Aceito-o em troca de notas porque de outro modo nem mesmo seu olhar eu teria, mas entenda que não posso ser conivente com seus planos mórbidos..."
"Será que não compreende? Eu não vou deixar que as coisas fiquem tão simples para ele! Eu tenho uma carta na mão contra Potter e não vou deixá- la de usar..."
"E por que não usa a informação que tem contra Potter neste exato minuto? Por que não o arrasta até uma sala vazia e o ameaça de ou se entregar às suas vontades ou observar Sirius Black perecer na mão dos dementadores?
"Eu não posso fazer isso agora. Essa é a minha última, a última cartada. Eu tentarei conquistá-lo. Eu quero conquistá-lo. Nada me agradaria mais do que ver Potter apaixonado por mim...para que eu pudesse fazer com ele o que quisesse....Porém, se ele não ceder...Se eu não o tiver pelo bem, eu o terei pelo mal..."
"Você se afunda mais a cada dia, Draco. Por que não pode corrigir-se? Por que não pode ser...?"
"...Normal como os outros!? Por quê? O que eu ganharia sendo ordinário e medíocre como os outros alunos? Viveria uma vidinha comum e infeliz, apaixonado por algum menininho ou alguma menininha idiota, desfilando de mãos dadas com eles pelos corredores e sonhando em algum dia ter notas ao menos regulares!"
"E o que ganha com sua vida diferente senão favores comprados por sua perversão e baixeza? Todos te usam por preços pequenos ou acabam te levando de graça. Qual é o problema com você? Não olha para si mesmo!? Acha que sua vida é melhor do que a mediocridade dos outros alunos?"
Draco parecia um animal acuado em um canto. As palavras lhe fugiam.
"Por que sua insistência em chantagear Potter? Quer degradá-lo como você?"
"Não fale do que não sabe, Snape! Você nem me conhece! Você não sabe o que eu penso! Eu sei o que é melhor para mim! Não se meta em minha vida! Retire a queixa!"
A voz de Draco tremia e seus olhos avermelhavam-se rapidamente.
"Assim você só causa mal a si mesmo, Malfoy! Não posso ser apático à maldade que pretende..."
"Só está fazendo isso para me ferir, Snape! Você sente prazer quando diz essas coisas!"
O garoto da Sonserina amarrou o nó de sua capa com mãos trêmulas e contendo uma crise de choro, correu até a porta, tentando inutilmente abri-la. O professor Snape havia lançado um feitiço para trancá-la, evitando que se alguém viesse procurá-lo, chocasse-se com a presença de Draco àquela hora em sua sala. Malfoy tirou a varinha do bolso da capa e com irritação e uma voz gaguejante lançou em vão o feitiço "Alohomorra". Snape aproximou-se do aluno com preocupação nos olhos.
"Draco...Pare com isso!"
"O senhor não me entende! Ninguém me entende!"
O garoto tremia fortemente.
"Olhe para mim..."
Draco foi forçado pelo professor a fitá-lo. Com incômodo, ele mirou aqueles olhos negros e profundos que não exprimiam a frieza e seriedade habituais. Havia preocupação no professor de Poções que segurava o aluno com firmeza pelos ombros. Então, Draco não contendo mais a tempestade que devastava a sua alma e o ardor que alfinetava seus olhos, fez algo totalmente humano e frágil. Ele levou a mão ao rosto pálido e chorou com sinceridade. Snape o olhava não acreditando no que via. O arrogante e petulante Malfoy estava diante de si com todas as armas abaixadas, vulnerável e fragilizado.
"Você só sabe lidar com assuntos fáceis como receber favores de seus serviços prestados. Quando as coisas são mais profundas, não agüenta, não é mesmo, Draco? Comporta-se como uma criança mimada..."
Draco não respondeu. Seus soluços ecoavam pela sala. Sobre a lareira, havia um quadro onde dois bruxos de aspecto sombrio seguravam, nas mãos, frascos que continham rins e corações de algum grande animal. Eles cochichavam entre si, comentários desagradáveis em relação ao garoto que chorava incontrolavelmente. Snape abraçou Draco contra seu peito, sentindo-o desamparado e sensível.
"O Weasley gosta de Potter e Potter gosta daquele idiota! Até o tapado do Longbottom tem uma namorada bonita que gosta dele! E eu? O que é que eu tenho? Ninguém me quer realmente! Ninguém gosta de mim! Ninguém me suporta!"
Draco falava entre soluços.
"...Potter tem que ser meu! Haverá um motivo para eu ficar feliz mesmo quando for para casa no Natal e ouvir as humilhações de meu pai! Haverá um motivo para eu continuar aqui nesse mundo podre se eu puder ter Potter para mim. Você não vê? Por pior que seja meu objetivo, eu dependo dele para continuar de pé!"
"Você se apega à emoções momentâneas e desafios impostos por si mesmo para satisfazer-se e conseguir viver. Lembra-se quando decidiu que ia me seduzir e levou quase um ano insistindo até que eu não tivesse mais forças para resisti-lo? Isso foi no seu segundo ano em Hogwarts. Essa foi sua vivência do segundo ano. Você sabia que eu estava atraído por você, mas que faria de tudo para não me permitir alguma ação...Você ficou todo feliz quando finalmente conseguiu me incluir em sua lista, não é mesmo? Afinal, era mais um desafio que vencia, senhor Malfoy!"
Uma voz interior dentro de Draco, murmurou nervosa.
"Não, não foi assim...Quer dizer...No início foi...Mas depois, o desafio foi deixado de lado..."
O garoto da Sonserina silenciou-a. Ele enxugou uma de suas faces com a palma da mão e puxou-a rapidamente do contato do rosto como se doesse.
"Com Potter é diferente..." __ limitou-se ele a dizer.
Snape olhou-o durante um momento avaliando a resposta que lhe fora dada. Depois de um longo silêncio, sua voz saiu preocupada e intrigada.
"Draco, não me diga que está se apaixonando por Harry Potter..."
Malfoy se assustou com as palavras do professor. Não sabia o que responder. Amor? Não, não podia senti-lo. Muito menos por Potter. Desejava sentir amor por alguém? Desejava ser amado? Achava que não, apesar de ter dito claramente há pouco que invejava até mesmo o Longbottom por gozar desse sentimento. Estava se contradizendo. Tudo que o garoto da Sonserina conseguiu responder ao professor foi um inseguro "não". Snape segurou a mão do garoto entre as suas e beijou-a com suavidade. Acariciando-a, sentiu cortes profundos em sua palma. Quando olhou-a, de fato estavam lá, cortes recentes e expostos. Um ferimento ou outro ainda sangrava um pouco.
"Foi você quem fez isso, Draco? Por que se cortou novamente? Não gosto que se machuque assim! Sabe disso...!"
Draco puxou a mão com irritação.
"Estava nervoso com a situação de Potter! Foi só uma distração! Isso não é nada..."
"Draco, eu quero ajudá-lo!"
A voz irritante fez Draco angustiar-se quando murmurou.
"Ele pode te salvar? Pode te dar Potter? Pode te matar e te criar de novo? Não, não pode! Ninguém mais pode te ajudar..."
Draco silenciou-a e murmurou com voz trêmula.
"Dê-me Potter, então! É tudo o que eu peço!"
Snape olhou-o em silêncio. O professor respirou fundo e murmurou depois de muito tempo.
"Eu temo em pensar no que pode fazer consigo mesmo se eu negar-lhe esse pedido. É isso o que mais me preocupa... Está bem, Draco...Eu retiro a queixa se você prometer que vai se cuidar melhor..."
Malfoy olhou-o com indignação.
"Eu sei me cuidar!"
Snape tomou novamente a mão do garoto. Porém, dessa vez, seu olhar não se fixou nas feridas que mirara outrora. Ao invés delas, fitou uma cicatriz fina, mas visível que estendia-se horizontalmente pelo pulso do aluno.
"Sabe mesmo, Draco?"
O garoto sentiu-se incomodar com aquela aparente preocupação do professor e puxou novamente a mão.
"Isso é coisa minha! Já disse que é uma cicatriz antiga! Já disse que não gosto de falar dela e não quero que fique me perguntando como eu a consegui..."
"Eu sei que você não gosta de falar disso e eu não vou perguntar novamente...Está bem, tirarei a queixa, mas espero que tenha consciência do que fará. Cuidado com o que faz, senhor Malfoy! Um dia acabará sucumbindo com sua arrogância... Acabará abocanhando mais comida do que pode mastigar e não terá o direito de reclamar. Agora, volte para seu quarto. Já está muito tarde..."
"Fará mesmo isso por mim, Snape...? Retirará a queixa?"
"Estou fazendo isso só por você, Draco...Por fim, acho que não sou capaz de dizer-lhe alguma vez sequer "não". "
Draco olhou o professor antes dele lançar o feitiço para abrir a porta. O garoto manteve-se parado e quando o professor mirou-o intrigado, murmurou sem graça.
"Snape...Não quer vir comigo para meu quarto...?"
O professor fitou-o com surpresa.
"Draco...Eu disse que poderia ir...A queixa irá ser retirada amanhã..."
"Eu sei que cumprirá sua palavra, Snape. Mas, não quer...?"
"Por que, Malfoy?"
O garoto sentiu suas faces corarem em constrangimento. Por que ficara daquele modo? Não era nenhum garotinho inocente que se envergonhava diante de seu professor. Já convidara muitos para sua cama sem intimidar-se.
"Porque estou com vontade de me deitar com o senhor, ora!...Quero dizer...Faz muito tempo que não fazemos, não é...?"
Snape sorriu vagamente.
"Podemos chamar isso de gratidão...?"
Draco irritava-se com aquela situação.
"Chame do que quiser..."
Snape olhou-o profundamente.
"Está bem...Não prefere ficar aqui...?"
"Não. Gosto do meu quarto e, além disso, se eu ficar aqui, vou ter que correr o risco de ser visto por Filch quando voltar de manhã para a Sala Comunal da Sonserina..."
Snape assentiu ainda incrédulo. Draco evitava seu olhar enquanto interiormente procurava compreender por que motivo convidara Snape para passar a noite consigo? Não mentira. Realmente sentiu no momento em que o professor o abraçara algo estranho. E, no momento, em que ele o mandara retirar-se, achou que por mais tarde que fosse, era cedo para deixar sua companhia. Iria punir-se no dia seguinte por ter baixado sua guarda e ter dito mais coisas do que deveria dizer. Cuidaria de lembrar-se que não deveria ser tão fraco e sentimental. No entanto, ia pensar nisso só no dia seguinte...
Ambos, professor e aluno, caminharam por corredores de uma Hogwarts adormecida e escura sem ousarem quebrar o silêncio e compreendendo sem palavras, que certos acontecimentos daquela noite jamais deveriam voltar a serem mencionados novamente.
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Snape entrou no quarto acompanhado do proprietário daquele luxuoso ambiente. Estava bem quente e aconchegante em seu interior. Draco fez menção para que o professor se sentasse enquanto corria para a lareira que estava acesa.
"Estou congelando até os ossos..." comentou o garoto enquanto esfregava as mãos próximas ao fogo.
"Não é de admirar-se, senhor Malfoy. Está coberto só pela capa e está descalço. Francamente, que idéia sair assim de seu quarto!"
Draco sorriu e abriu seu guarda roupa, puxando de dentro um robe de veludo preto e vestindo-o em seguida, ainda tremendo de frio. Snape que sentara-se na poltrona que ficava próxima à lareira, percorreu os olhos pelo quarto. Já estivera lá algumas vezes, mas em poucas vezes, prestara muita atenção no lugar. Era realmente um ambiente belo e sofisticado. Draco surpreendeu o professor.
"Admirando minha extravagância, professor?'".
Snape respondeu com um sorriso à pergunta do garoto e com curiosidade, caminhou até uma cômoda onde um pequeno frasco transparente contendo um fino líquido verde se encontrava.
"Preparando poções escondido, senhor Malfoy?"
Draco caminhou até o vidrinho e segurou-o em suas mãos alvas.
"Flores raras da Áustria misturadas com essência de lágrimas de veela, farelo cutâneo de fadas indianas e asas de mariposas da Bélgica. Uma colônia mais rara do que qualquer outra coisa neste quarto. Foi dada à mim por minha mãe. É o perfume que eu uso todas as manhãs".
Snape tomou-o com delicadeza de suas mãos e segurou-o próximo ao pescoço do garoto, espirrando do lança perfume a fragrância em sua pele pálida. Draco encolheu-se um pouco com o contato do líquido frio. O professor curvou-se e aspirou o perfume deliciado.
"Então, é esse o perfume tão doce que sinto quando está próximo à mim... Gosto dele em você. Gosto quando entra em minha sala e emana esse cheiro, tão atraente e exibido com seus cabelos e roupas impecáveis. Gosto quando caminha pelo Grande Salão e os rapazes do último ano o olham com desejo enquanto finge que não vê. Acho-o gracioso em suas roupas de Quadribol enquanto desfila pelo campo como se fosse seu, antes de alguma partida. Adoro-o todo dia em silêncio e desejo sentir essa fragrância quando está longe de mim..."
Draco tinha os olhos perdidos. Ninguém antes havia falado com ele daquele modo. Seu coração palpitava acelerado. Snape, sem dúvida, não era como os garotos que vinham até seu quarto e, sem nenhuma palavra, tiravam-lhe as roupas antes que pedisse. Era um homem inteligente que certamente não dizia nenhuma bobagem e o esmerava mesmo que não possuísse merecimento algum. O garoto ergueu-se na ponta dos pés e puxou o professor para baixo, forçando-o a beijar-lhe. Os lábios se tocaram ávidos. Draco sentia a língua do professor invadir sua boca com desejo. Ambos envolveram-se num abraço profundo, tomados pela emoção. Snape mergulhou a cabeça no pescoço de seu aluno, aspirando novamente seu perfume adocicado. Ainda beijando-se, os dois conseguiram alcançar a poltrona onde Snape sentou-se e puxou Draco para seu colo. O garoto sentou-se de frente para o professor e abraçava-o com ânsia. Languidamente, Malfoy começou a mover-se sobre a ereção do professor que já despontava, esfregando-se com depravação. Um gemido rouco abandonou os lábios de Snape quando este lembrou-se que o garoto estava coberto somente pela capa e o robe de veludo preto. Os olhos dos dois chocaram-se e então, Malfoy deu um daqueles seus sorrisos que era capaz de derreter bronze.
"Você gosta de provocar, não é mesmo senhor Malfoy? __ murmurou Snape sentindo os quadris do aluno da Sonserina esfregarem-se em si com um pouco mais de rapidez".
O professor deslizou suas mãos de um modo obsceno pelo corpo de Draco e puxou suas únicas vestes sem pressa. O garoto gemeu baixinho quando seus mamilos foram beijados, chupados e logo em seguida mordiscados com força. Malfoy sustentava o olhar de Snape até o momento em que dedos insistentes penetraram-lhe sem pudor e um prazer violento o tomou.
"Também posso provocá-lo, senhor Malfoy. Gosta disso?"
"Hum...Sim, muito...ah..."
Draco murmurava palavras aleatórias enquanto Snape voltava a chupar-lhe os mamilos e com a outra mão livre acariciava sua ereção. Aquilo era demais para Malfoy. Já perdera o controle totalmente. Seu corpo queimava e quando abriu seus olhos febris para olhar para Snape, pediu sem palavras o que ambos queriam. Nesse momento, Snape cessou suas carícias lascivas e permitiu que o garoto, sem inibição, abrisse sua calça. Erguendo-se e com os olhos fixos no professor, o garoto da Sonserina, sentou-se sobre a virilha de Snape, gemendo debilmente enquanto era preenchido totalmente por seu membro rijo.
Snape deixou que ele permanecesse um tempo parado, absorvendo aquela sensação enquanto arfava levemente. Draco sentia uma febre avassaladora tomar conta de seu corpo. Iniciou seu movimento com rapidez enquanto o professor deslizava novamente a mão até sua virilha, masturbando-o. Não, Snape de fato, não era como os garotos com quem Draco se deitava. Não era um daqueles tipinhos que vez ou outra sabiam ser lamentáveis e perdiam- se no prazer sem se importar com ele. Snape sabia com precisão o que fazer. Sabia exatamente o que ele queria. Seria possível que ele lesse seus pensamentos? Essa era a única explicação para estar sendo levado às alturas daquele modo. O garoto curvou-se e murmurou excitado, inúmeras sujeiras depravadas e obscenidades no ouvido do professor.
"O que está fazendo, Draco? Está me deixando louco..."
Ambos moviam-se cada vez mais rápido.
"Hoje, na sua aula, antes de Potter criar confusão, eu senti vontade de trepar com o senhor quando me devorou com os olhos na hora em que entrei na sala. Fiquei com vontade de ir até sua mesa...hum...e...hum...masturbá-lo ali mesmo na frente de todos...hum... Vai ser o que vou fazer durante as próximas aulas quando sentar ao meu lado para elogiar minhas poções... Vou fazer isso daqui a pouco também...ah...hum...Vou deixá-lo gozar onde quiser e vou querer gozar em sua boca também, professor...hum... E depois vai me foder novamente...hum..."
Os dois gozaram quase ao mesmo tempo. Draco sentia como se sua alma vagasse fora de seu corpo. Snape beijou-lhe ainda com desejo. O garoto recuperou o fôlego quase totalmente, antes de levantar-se e puxar, sorrindo, o professor para a sua cama. Com dedos ávidos, ele começou a tocar no professor, excitando-o novamente enquanto percorria a mão até seu membro. Com rapidez, começou a masturbá-lo como dissera que faria. Era bom naquilo e o professor de Poções acariciava com paixão o corpo do garoto, tomado por um profundo prazer. Por que estava fazendo aquilo? Os pensamentos de Malfoy retornavam confusos e inquisidores. Não era certo se envolver daquele modo. Deveria frear-se? Auto flagelar-se impiedosamente a fim de estacar seu prazer e emoções? Seria mais correto expulsar o professor de seu quarto e punir-se em sua solidão por tamanha entrega e fraqueza...? Mas estava tão bom...Não, não queria parar... Pelo menos, não dessa vez...Poderia se castigar mais tarde. Naquele momento, ele sentia uma afeição muito forte por Snape. Queria proporcioná-lo prazer e também ansiava recebê-lo. Estaria morto se aquele pensamento pudesse ser ouvido por Lucius. Poderia ser imprudente só naquela noite. Depois, acertaria, sozinho, as contas consigo mesmo. Snape puxou Draco para si e voltou a beijá-lo com a respiração alterada pela excitação que o torturava. O garoto fechou os olhos. A madrugada ia alta e a noite esfriava mais enquanto os dois, abraçados, mergulhavam naquela entrega sem limites.
Amor de Razão
CAPÍTULO V
Aviso: Esta história é baseada em personagens e situações criadas por JK Rowling. Os direitos autorais pertencem a editoras como Bloomsbury Books, Scholastic Books e Raincoast Books, e Warner Bros., Inc. Não há intenção nenhuma de arrecadar dinheiro com essa prática ou violar leis. O principal objetivo deste fic é somente a divulgação de idéias e liberdade de imaginação. Respeito e admiro totalmente as obras de JK Rowling, não pretendendo de forma alguma roubar ou marginalizar seus personagens.
Sumário: O segundo capítulo de uma série. Sentimentos profundos são nutridos pelos amigos Harry Potter e Ron Weasley, ao mesmo tempo em que um aparente mal os ronda.
Casais: Harry/Ron; Harry/Draco; Draco/Snape; Lucius/Draco Categoria: Romance/Slash/Angst
Notas: Por favor, não encarem esta história com uma visão ofensiva ou julguem seu conteúdo apenas erótico. Há aqui a presença de sentimentos e emoções que obviamente não cabem num cenário pornô, onde a única preocupação é a prática desenfreada de sexo. Se por um acaso você é menor de idade ou possui algum trauma ou preconceito contra homossexualismo (relacionamento entre homens) não a leia. Não há necessidade de entupirem minha caixa de e- mail com comentários baixos sobre yaoi ou críticas ofensivas. Somos adultos e vivemos num país livre, por isso, vamos nos comportar e nos respeitar.
Draco Malfoy bateu com suavidade na porta de sua sala favorita. O professor Snape abriu-a e não conseguiu reprimir a surpresa em seu rosto.
"Draco...? Não havia dito que viria..."
"Posso entrar, professor...? Gostaria de conversar um assunto com o senhor..."
O professor de Poções permitiu que o aluno entrasse, olhando para os dois lados do corredor, verificando se não existia a presença de alguém, além deles, naquele lugar. Quando fechou a porta atrás de si, ele indicou ao aluno, o divã de veludo verde para que se sentasse.
"Professor Snape, o que os outros professores e Dumbledore decidiram à respeito de Potter?"
Snape olhou intrigado o garoto que evitava encará-lo, mas respondeu.
"Ainda não decidiram nada. O diretor Dumbledore ficou bastante neutro. Mc. Gonnagal censurou a atitude de Harry Potter, mas parece não satisfeita com a idéia de expulsão. Hagrid o apóia. Os outros professores alegam que você deve tê-lo irritado bastante para que ele tomasse uma atitude daquelas...Hum, o que adianta serem bons professores se não sabem lidar com a disciplina? Enquanto eu não retirar minha queixa, as chances de expulsão são muito grandes. Finalmente, ele sairá de meu caminho..."
Malfoy o escutava vez ou outra piscando nervosamente seus olhos de um azul nauseante.
"Mas por que se interessa tanto, Draco? Foi para isso que veio aqui? Queria ter certeza que seu maior inimigo sofrerá essa punição? Deveria estar agora comemorando com os outros alunos da Sonserina."
Draco olhou para a lareira tentando buscar as palavras adequadas.
"Professor Snape, eu vim pedir para que retire a queixa contra Potter..."
O professor olhou sombriamente o garoto por quase um minuto antes de quebrar o silêncio.
"Como disse, Draco?"
"Não posso permitir que Potter seja simplesmente expulso de Hogwarts antes de eu colocar meus planos em prática e tê-lo em minhas mãos. Retire a queixa, eu peço!"
"O que está dizendo? Você ouviu o que ele disse durante a aula! Aquele garoto irritante ofendeu à você e à mim na frente dos outros alunos!"
"Eu o provoquei e o senhor também, professor. E além do mais, ele não disse nenhuma mentira"__ redargüiu Malfoy com um sorriso nervoso em seu rosto.
"Não, Draco. Desejei muito isso e finalmente vou ter Potter longe de meu caminho! Não me peça o impossível! A resposta é não!"
"Snape, não me negue isso!"
"Por que o provocou então, Malfoy? Pensei que suas intenções fossem humilhá- lo e causar-lhe mal!"
"Retire a queixa, Snape! Não posso deixá-lo ir embora livremente..."
"O que pensa, Malfoy? Acha que estou sempre pronto para cumprir suas vontades? Acha que seus desejos são leis?"
Draco ergueu-se do divã. Neste momento, Snape percebeu que o aluno, apesar do grande frio que fazia, estava descalço.
"Prefere negociar então, professor?"
Malfoy puxou a capa de seus ombros estreitos e permitiu que ela escorregasse livremente por seu corpo até alcançar o chão. Snape deitou, boquiaberto, os olhos no corpo branco como mármore e perfeito que estava à sua frente. Apesar de contemplá-lo inúmeras vezes nu, o professor de Poções ainda admirava-se com a beleza do jovem aluno. O garoto desviou os olhos, demonstrando naquele jogo lascivo, ainda algum pudor.
"Se retirar a queixa contra Potter, prometo ser mais dedicado. Não tenho sido tão atento às suas necessidades, não é mesmo, professor? Sei que desejaria a porta de meu quarto aberta sempre quando quisesse... Nesse caso, ofereço meu corpo para o uso que propor... Posso fazer tudo que o senhor mandar e também o senhor pode fazer comigo o que tiver vontade, começando desde já..."
Snape não moveu um músculo sequer. No lugar disso, manteve os olhos fixos em Malfoy enquanto este, confuso, incomodava-se com o silêncio. A respiração de Draco acelerou-se quando sentiu o professor aproximar-se. Não era a depravação que aquilo inspirava que o incomodava, mas sim a fragilidade com que tinha que pedir. Nem a fraqueza e nem a palavra pedir eram seus pontos fortes. Os dedos de Snape tocaram-lhe o rosto com delicadeza e seus lábios beijaram- lhe o pescoço cujas muitas veias eram visíveis assim como no resto de seu corpo pálido. O professor desceu as mãos até o peito do garoto e agradou- lhe os mamilos, fazendo com que um breve gemido abandonasse seus lábios. Sua boca beijou-os com ânsia enquanto suas mãos escorregaram até as pernas do aluno da Sonserina que sentiu uma atmosfera quente abraçar-lhe por completo. Snape continuou descendo as mãos até os joelhos de Draco que tremiam levemente. O sorriso do aluno vacilou quando para surpresa sua, o professor puxou novamente a capa até seus ombros, cobrindo seu corpo totalmente.
"Qual é o problema, Snape?"
"Você acha que pode resolver tudo o que quer vendendo seu corpo, Draco? Até quando fará de sua beleza seu único instrumento? O que será de você quando perder a juventude, garoto? Acha que seu preço é variante do prazer e desejo?"
"Não minta dizendo que não me deseja! Há alguns dias atrás praticamente me violentou nesta mesma sala e hoje coloca essa máscara puritana e tenta me ensinar lições de moral?"
Snape ajoelhou-se e olhou o aluno com profundidade.
"Draco, eu quero você mais do que tudo. Às vezes, meu desejo chega a cegar- me ou enlouquecer-me. Mas daí, percebo que tudo está errado. Não quero que as coisas sejam desse modo. Você é tão bonito e qualquer um me meu lugar o tomaria sem culpa alguma. Sei que você não viria à minha sala se sempre não quisesse algo em troca. Mesmo assim, não consigo recusá-lo. Ora, por que perderia tempo com alguém como eu se não fosse para adquirir vantagens quando tem todos os alunos à seus pés? Mas dói-me vê-lo rebaixar-se desse modo quando minha razão e lucidez sobrepõem-se à minha atração por você... Eu o quero muito...Mas não dessa maneira...."
Draco estava confuso com as palavras do professor.
"Só diz isso porque o convém. Não quer que Potter permaneça em Hogwarts e vem com essa história. Quando precisei de notas, sempre me aceitou com um sorriso no rosto. Não seria a primeira vez que tiraria vantagem da minha falta de bom senso, não é mesmo?"
"Faz tempo que você não vem até aqui, Malfoy. Senti saudades de você. Faz muito tempo que não te toco. Adoraria poder aceitar sua proposta, mas... é tão baixo... que até eu me assusto. Quando quer notas, se oferece. Quando queria descobrir o segredo de Potter, vinha me atormentar. E agora, que não quer que eu deixe que o expulsem, tenta se vender. Por que quer tanto abusar desse garoto? Por mais que não o suporte, não posso ficar feliz com um jogo sujo desses. A expulsão já é o suficiente... Posso aceitar suas migalhas, senhor Malfoy. Aceito-o em troca de notas porque de outro modo nem mesmo seu olhar eu teria, mas entenda que não posso ser conivente com seus planos mórbidos..."
"Será que não compreende? Eu não vou deixar que as coisas fiquem tão simples para ele! Eu tenho uma carta na mão contra Potter e não vou deixá- la de usar..."
"E por que não usa a informação que tem contra Potter neste exato minuto? Por que não o arrasta até uma sala vazia e o ameaça de ou se entregar às suas vontades ou observar Sirius Black perecer na mão dos dementadores?
"Eu não posso fazer isso agora. Essa é a minha última, a última cartada. Eu tentarei conquistá-lo. Eu quero conquistá-lo. Nada me agradaria mais do que ver Potter apaixonado por mim...para que eu pudesse fazer com ele o que quisesse....Porém, se ele não ceder...Se eu não o tiver pelo bem, eu o terei pelo mal..."
"Você se afunda mais a cada dia, Draco. Por que não pode corrigir-se? Por que não pode ser...?"
"...Normal como os outros!? Por quê? O que eu ganharia sendo ordinário e medíocre como os outros alunos? Viveria uma vidinha comum e infeliz, apaixonado por algum menininho ou alguma menininha idiota, desfilando de mãos dadas com eles pelos corredores e sonhando em algum dia ter notas ao menos regulares!"
"E o que ganha com sua vida diferente senão favores comprados por sua perversão e baixeza? Todos te usam por preços pequenos ou acabam te levando de graça. Qual é o problema com você? Não olha para si mesmo!? Acha que sua vida é melhor do que a mediocridade dos outros alunos?"
Draco parecia um animal acuado em um canto. As palavras lhe fugiam.
"Por que sua insistência em chantagear Potter? Quer degradá-lo como você?"
"Não fale do que não sabe, Snape! Você nem me conhece! Você não sabe o que eu penso! Eu sei o que é melhor para mim! Não se meta em minha vida! Retire a queixa!"
A voz de Draco tremia e seus olhos avermelhavam-se rapidamente.
"Assim você só causa mal a si mesmo, Malfoy! Não posso ser apático à maldade que pretende..."
"Só está fazendo isso para me ferir, Snape! Você sente prazer quando diz essas coisas!"
O garoto da Sonserina amarrou o nó de sua capa com mãos trêmulas e contendo uma crise de choro, correu até a porta, tentando inutilmente abri-la. O professor Snape havia lançado um feitiço para trancá-la, evitando que se alguém viesse procurá-lo, chocasse-se com a presença de Draco àquela hora em sua sala. Malfoy tirou a varinha do bolso da capa e com irritação e uma voz gaguejante lançou em vão o feitiço "Alohomorra". Snape aproximou-se do aluno com preocupação nos olhos.
"Draco...Pare com isso!"
"O senhor não me entende! Ninguém me entende!"
O garoto tremia fortemente.
"Olhe para mim..."
Draco foi forçado pelo professor a fitá-lo. Com incômodo, ele mirou aqueles olhos negros e profundos que não exprimiam a frieza e seriedade habituais. Havia preocupação no professor de Poções que segurava o aluno com firmeza pelos ombros. Então, Draco não contendo mais a tempestade que devastava a sua alma e o ardor que alfinetava seus olhos, fez algo totalmente humano e frágil. Ele levou a mão ao rosto pálido e chorou com sinceridade. Snape o olhava não acreditando no que via. O arrogante e petulante Malfoy estava diante de si com todas as armas abaixadas, vulnerável e fragilizado.
"Você só sabe lidar com assuntos fáceis como receber favores de seus serviços prestados. Quando as coisas são mais profundas, não agüenta, não é mesmo, Draco? Comporta-se como uma criança mimada..."
Draco não respondeu. Seus soluços ecoavam pela sala. Sobre a lareira, havia um quadro onde dois bruxos de aspecto sombrio seguravam, nas mãos, frascos que continham rins e corações de algum grande animal. Eles cochichavam entre si, comentários desagradáveis em relação ao garoto que chorava incontrolavelmente. Snape abraçou Draco contra seu peito, sentindo-o desamparado e sensível.
"O Weasley gosta de Potter e Potter gosta daquele idiota! Até o tapado do Longbottom tem uma namorada bonita que gosta dele! E eu? O que é que eu tenho? Ninguém me quer realmente! Ninguém gosta de mim! Ninguém me suporta!"
Draco falava entre soluços.
"...Potter tem que ser meu! Haverá um motivo para eu ficar feliz mesmo quando for para casa no Natal e ouvir as humilhações de meu pai! Haverá um motivo para eu continuar aqui nesse mundo podre se eu puder ter Potter para mim. Você não vê? Por pior que seja meu objetivo, eu dependo dele para continuar de pé!"
"Você se apega à emoções momentâneas e desafios impostos por si mesmo para satisfazer-se e conseguir viver. Lembra-se quando decidiu que ia me seduzir e levou quase um ano insistindo até que eu não tivesse mais forças para resisti-lo? Isso foi no seu segundo ano em Hogwarts. Essa foi sua vivência do segundo ano. Você sabia que eu estava atraído por você, mas que faria de tudo para não me permitir alguma ação...Você ficou todo feliz quando finalmente conseguiu me incluir em sua lista, não é mesmo? Afinal, era mais um desafio que vencia, senhor Malfoy!"
Uma voz interior dentro de Draco, murmurou nervosa.
"Não, não foi assim...Quer dizer...No início foi...Mas depois, o desafio foi deixado de lado..."
O garoto da Sonserina silenciou-a. Ele enxugou uma de suas faces com a palma da mão e puxou-a rapidamente do contato do rosto como se doesse.
"Com Potter é diferente..." __ limitou-se ele a dizer.
Snape olhou-o durante um momento avaliando a resposta que lhe fora dada. Depois de um longo silêncio, sua voz saiu preocupada e intrigada.
"Draco, não me diga que está se apaixonando por Harry Potter..."
Malfoy se assustou com as palavras do professor. Não sabia o que responder. Amor? Não, não podia senti-lo. Muito menos por Potter. Desejava sentir amor por alguém? Desejava ser amado? Achava que não, apesar de ter dito claramente há pouco que invejava até mesmo o Longbottom por gozar desse sentimento. Estava se contradizendo. Tudo que o garoto da Sonserina conseguiu responder ao professor foi um inseguro "não". Snape segurou a mão do garoto entre as suas e beijou-a com suavidade. Acariciando-a, sentiu cortes profundos em sua palma. Quando olhou-a, de fato estavam lá, cortes recentes e expostos. Um ferimento ou outro ainda sangrava um pouco.
"Foi você quem fez isso, Draco? Por que se cortou novamente? Não gosto que se machuque assim! Sabe disso...!"
Draco puxou a mão com irritação.
"Estava nervoso com a situação de Potter! Foi só uma distração! Isso não é nada..."
"Draco, eu quero ajudá-lo!"
A voz irritante fez Draco angustiar-se quando murmurou.
"Ele pode te salvar? Pode te dar Potter? Pode te matar e te criar de novo? Não, não pode! Ninguém mais pode te ajudar..."
Draco silenciou-a e murmurou com voz trêmula.
"Dê-me Potter, então! É tudo o que eu peço!"
Snape olhou-o em silêncio. O professor respirou fundo e murmurou depois de muito tempo.
"Eu temo em pensar no que pode fazer consigo mesmo se eu negar-lhe esse pedido. É isso o que mais me preocupa... Está bem, Draco...Eu retiro a queixa se você prometer que vai se cuidar melhor..."
Malfoy olhou-o com indignação.
"Eu sei me cuidar!"
Snape tomou novamente a mão do garoto. Porém, dessa vez, seu olhar não se fixou nas feridas que mirara outrora. Ao invés delas, fitou uma cicatriz fina, mas visível que estendia-se horizontalmente pelo pulso do aluno.
"Sabe mesmo, Draco?"
O garoto sentiu-se incomodar com aquela aparente preocupação do professor e puxou novamente a mão.
"Isso é coisa minha! Já disse que é uma cicatriz antiga! Já disse que não gosto de falar dela e não quero que fique me perguntando como eu a consegui..."
"Eu sei que você não gosta de falar disso e eu não vou perguntar novamente...Está bem, tirarei a queixa, mas espero que tenha consciência do que fará. Cuidado com o que faz, senhor Malfoy! Um dia acabará sucumbindo com sua arrogância... Acabará abocanhando mais comida do que pode mastigar e não terá o direito de reclamar. Agora, volte para seu quarto. Já está muito tarde..."
"Fará mesmo isso por mim, Snape...? Retirará a queixa?"
"Estou fazendo isso só por você, Draco...Por fim, acho que não sou capaz de dizer-lhe alguma vez sequer "não". "
Draco olhou o professor antes dele lançar o feitiço para abrir a porta. O garoto manteve-se parado e quando o professor mirou-o intrigado, murmurou sem graça.
"Snape...Não quer vir comigo para meu quarto...?"
O professor fitou-o com surpresa.
"Draco...Eu disse que poderia ir...A queixa irá ser retirada amanhã..."
"Eu sei que cumprirá sua palavra, Snape. Mas, não quer...?"
"Por que, Malfoy?"
O garoto sentiu suas faces corarem em constrangimento. Por que ficara daquele modo? Não era nenhum garotinho inocente que se envergonhava diante de seu professor. Já convidara muitos para sua cama sem intimidar-se.
"Porque estou com vontade de me deitar com o senhor, ora!...Quero dizer...Faz muito tempo que não fazemos, não é...?"
Snape sorriu vagamente.
"Podemos chamar isso de gratidão...?"
Draco irritava-se com aquela situação.
"Chame do que quiser..."
Snape olhou-o profundamente.
"Está bem...Não prefere ficar aqui...?"
"Não. Gosto do meu quarto e, além disso, se eu ficar aqui, vou ter que correr o risco de ser visto por Filch quando voltar de manhã para a Sala Comunal da Sonserina..."
Snape assentiu ainda incrédulo. Draco evitava seu olhar enquanto interiormente procurava compreender por que motivo convidara Snape para passar a noite consigo? Não mentira. Realmente sentiu no momento em que o professor o abraçara algo estranho. E, no momento, em que ele o mandara retirar-se, achou que por mais tarde que fosse, era cedo para deixar sua companhia. Iria punir-se no dia seguinte por ter baixado sua guarda e ter dito mais coisas do que deveria dizer. Cuidaria de lembrar-se que não deveria ser tão fraco e sentimental. No entanto, ia pensar nisso só no dia seguinte...
Ambos, professor e aluno, caminharam por corredores de uma Hogwarts adormecida e escura sem ousarem quebrar o silêncio e compreendendo sem palavras, que certos acontecimentos daquela noite jamais deveriam voltar a serem mencionados novamente.
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Snape entrou no quarto acompanhado do proprietário daquele luxuoso ambiente. Estava bem quente e aconchegante em seu interior. Draco fez menção para que o professor se sentasse enquanto corria para a lareira que estava acesa.
"Estou congelando até os ossos..." comentou o garoto enquanto esfregava as mãos próximas ao fogo.
"Não é de admirar-se, senhor Malfoy. Está coberto só pela capa e está descalço. Francamente, que idéia sair assim de seu quarto!"
Draco sorriu e abriu seu guarda roupa, puxando de dentro um robe de veludo preto e vestindo-o em seguida, ainda tremendo de frio. Snape que sentara-se na poltrona que ficava próxima à lareira, percorreu os olhos pelo quarto. Já estivera lá algumas vezes, mas em poucas vezes, prestara muita atenção no lugar. Era realmente um ambiente belo e sofisticado. Draco surpreendeu o professor.
"Admirando minha extravagância, professor?'".
Snape respondeu com um sorriso à pergunta do garoto e com curiosidade, caminhou até uma cômoda onde um pequeno frasco transparente contendo um fino líquido verde se encontrava.
"Preparando poções escondido, senhor Malfoy?"
Draco caminhou até o vidrinho e segurou-o em suas mãos alvas.
"Flores raras da Áustria misturadas com essência de lágrimas de veela, farelo cutâneo de fadas indianas e asas de mariposas da Bélgica. Uma colônia mais rara do que qualquer outra coisa neste quarto. Foi dada à mim por minha mãe. É o perfume que eu uso todas as manhãs".
Snape tomou-o com delicadeza de suas mãos e segurou-o próximo ao pescoço do garoto, espirrando do lança perfume a fragrância em sua pele pálida. Draco encolheu-se um pouco com o contato do líquido frio. O professor curvou-se e aspirou o perfume deliciado.
"Então, é esse o perfume tão doce que sinto quando está próximo à mim... Gosto dele em você. Gosto quando entra em minha sala e emana esse cheiro, tão atraente e exibido com seus cabelos e roupas impecáveis. Gosto quando caminha pelo Grande Salão e os rapazes do último ano o olham com desejo enquanto finge que não vê. Acho-o gracioso em suas roupas de Quadribol enquanto desfila pelo campo como se fosse seu, antes de alguma partida. Adoro-o todo dia em silêncio e desejo sentir essa fragrância quando está longe de mim..."
Draco tinha os olhos perdidos. Ninguém antes havia falado com ele daquele modo. Seu coração palpitava acelerado. Snape, sem dúvida, não era como os garotos que vinham até seu quarto e, sem nenhuma palavra, tiravam-lhe as roupas antes que pedisse. Era um homem inteligente que certamente não dizia nenhuma bobagem e o esmerava mesmo que não possuísse merecimento algum. O garoto ergueu-se na ponta dos pés e puxou o professor para baixo, forçando-o a beijar-lhe. Os lábios se tocaram ávidos. Draco sentia a língua do professor invadir sua boca com desejo. Ambos envolveram-se num abraço profundo, tomados pela emoção. Snape mergulhou a cabeça no pescoço de seu aluno, aspirando novamente seu perfume adocicado. Ainda beijando-se, os dois conseguiram alcançar a poltrona onde Snape sentou-se e puxou Draco para seu colo. O garoto sentou-se de frente para o professor e abraçava-o com ânsia. Languidamente, Malfoy começou a mover-se sobre a ereção do professor que já despontava, esfregando-se com depravação. Um gemido rouco abandonou os lábios de Snape quando este lembrou-se que o garoto estava coberto somente pela capa e o robe de veludo preto. Os olhos dos dois chocaram-se e então, Malfoy deu um daqueles seus sorrisos que era capaz de derreter bronze.
"Você gosta de provocar, não é mesmo senhor Malfoy? __ murmurou Snape sentindo os quadris do aluno da Sonserina esfregarem-se em si com um pouco mais de rapidez".
O professor deslizou suas mãos de um modo obsceno pelo corpo de Draco e puxou suas únicas vestes sem pressa. O garoto gemeu baixinho quando seus mamilos foram beijados, chupados e logo em seguida mordiscados com força. Malfoy sustentava o olhar de Snape até o momento em que dedos insistentes penetraram-lhe sem pudor e um prazer violento o tomou.
"Também posso provocá-lo, senhor Malfoy. Gosta disso?"
"Hum...Sim, muito...ah..."
Draco murmurava palavras aleatórias enquanto Snape voltava a chupar-lhe os mamilos e com a outra mão livre acariciava sua ereção. Aquilo era demais para Malfoy. Já perdera o controle totalmente. Seu corpo queimava e quando abriu seus olhos febris para olhar para Snape, pediu sem palavras o que ambos queriam. Nesse momento, Snape cessou suas carícias lascivas e permitiu que o garoto, sem inibição, abrisse sua calça. Erguendo-se e com os olhos fixos no professor, o garoto da Sonserina, sentou-se sobre a virilha de Snape, gemendo debilmente enquanto era preenchido totalmente por seu membro rijo.
Snape deixou que ele permanecesse um tempo parado, absorvendo aquela sensação enquanto arfava levemente. Draco sentia uma febre avassaladora tomar conta de seu corpo. Iniciou seu movimento com rapidez enquanto o professor deslizava novamente a mão até sua virilha, masturbando-o. Não, Snape de fato, não era como os garotos com quem Draco se deitava. Não era um daqueles tipinhos que vez ou outra sabiam ser lamentáveis e perdiam- se no prazer sem se importar com ele. Snape sabia com precisão o que fazer. Sabia exatamente o que ele queria. Seria possível que ele lesse seus pensamentos? Essa era a única explicação para estar sendo levado às alturas daquele modo. O garoto curvou-se e murmurou excitado, inúmeras sujeiras depravadas e obscenidades no ouvido do professor.
"O que está fazendo, Draco? Está me deixando louco..."
Ambos moviam-se cada vez mais rápido.
"Hoje, na sua aula, antes de Potter criar confusão, eu senti vontade de trepar com o senhor quando me devorou com os olhos na hora em que entrei na sala. Fiquei com vontade de ir até sua mesa...hum...e...hum...masturbá-lo ali mesmo na frente de todos...hum... Vai ser o que vou fazer durante as próximas aulas quando sentar ao meu lado para elogiar minhas poções... Vou fazer isso daqui a pouco também...ah...hum...Vou deixá-lo gozar onde quiser e vou querer gozar em sua boca também, professor...hum... E depois vai me foder novamente...hum..."
Os dois gozaram quase ao mesmo tempo. Draco sentia como se sua alma vagasse fora de seu corpo. Snape beijou-lhe ainda com desejo. O garoto recuperou o fôlego quase totalmente, antes de levantar-se e puxar, sorrindo, o professor para a sua cama. Com dedos ávidos, ele começou a tocar no professor, excitando-o novamente enquanto percorria a mão até seu membro. Com rapidez, começou a masturbá-lo como dissera que faria. Era bom naquilo e o professor de Poções acariciava com paixão o corpo do garoto, tomado por um profundo prazer. Por que estava fazendo aquilo? Os pensamentos de Malfoy retornavam confusos e inquisidores. Não era certo se envolver daquele modo. Deveria frear-se? Auto flagelar-se impiedosamente a fim de estacar seu prazer e emoções? Seria mais correto expulsar o professor de seu quarto e punir-se em sua solidão por tamanha entrega e fraqueza...? Mas estava tão bom...Não, não queria parar... Pelo menos, não dessa vez...Poderia se castigar mais tarde. Naquele momento, ele sentia uma afeição muito forte por Snape. Queria proporcioná-lo prazer e também ansiava recebê-lo. Estaria morto se aquele pensamento pudesse ser ouvido por Lucius. Poderia ser imprudente só naquela noite. Depois, acertaria, sozinho, as contas consigo mesmo. Snape puxou Draco para si e voltou a beijá-lo com a respiração alterada pela excitação que o torturava. O garoto fechou os olhos. A madrugada ia alta e a noite esfriava mais enquanto os dois, abraçados, mergulhavam naquela entrega sem limites.
