Vício

CAPÍTULO VII Amor de Solidão

Aviso: Esta história é baseada em personagens e situações criadas por JK Rowling. Os direitos autorais pertencem a editoras como Bloomsbury Books, Scholastic Books e Raincoast Books, e Warner Bros., Inc. Não há intenção nenhuma de arrecadar dinheiro com essa prática ou violar leis. O principal objetivo deste fic é somente a divulgação de idéias e liberdade de imaginação. Respeito e admiro totalmente as obras de JK Rowling, não pretendendo de forma alguma roubar ou marginalizar seus personagens.

Sumário: Angústia intercalada por amores e ódios.

Casais: Harry x Ron/ Draco x Harry

Categoria: Angst/Romance/Slash

Notas: Por favor, não encarem esta história com uma visão ofensiva ou julguem seu conteúdo apenas erótico. Há aqui a presença de sentimentos e emoções que obviamente não cabem num cenário pornô, onde a única preocupação é a prática desenfreada de sexo. Se por um acaso você é menor de idade ou possui algum trauma ou preconceito contra homossexualismo (relacionamento entre homens) não a leia. Não há necessidade de entupirem minha caixa de e- mail com comentários baixos sobre yaoi ou críticas ofensivas. Somos adultos e vivemos num país livre, por isso, vamos nos comportar e nos respeitar.

Apesar e não ser o casal favorito da maioria de leitores, sinto às vezes essa necessidade de escrever sobre Harry e Ron. Finalmente, o capítulo VII de "Vícios" atualizado! Desculpem-me pela demora e obrigada aqueles que postaram Reviews. Próximo capítulo, não percam Snape e Draco em uma das minhas partes favoritas dessa fic! Beijos . Green.

Harry e Ron desceram as escadas até o Salão Comunal da Grifinória e, não totalmente contentes, acompanharam os colegas até o Grande Salão para jantarem. Na verdade, os dois garotos prefeririam ficar à sós a rodeados de pessoas e barlbúria.

Hermione permanecera no dormitório. Depois de respirar aliviada por Harry não ter sido expulso de Hogwarts e comemorar entre os colegas, lembrou-se que havia sido negligente com seus deveres escolares nos últimos dias e precisava urgentemente recuperar o tempo perdido.

Ron olhava com mau-humor o ambiente ao seu redor enquanto enfiava sem vontade o garfo nas couves de Bruxelas. Harry aproximou-se dele e sussurrou em seu ouvido de modo que ninguém pudesse escutá-lo.

"Eu também estava à fim, Ron. Mas, o que podemos fazer...?"

"Acontece que hoje é sábado e mesmo após o jantar, haverá um monte de desocupados pelos corredores. É impossível ter alguma privacidade nessa escola!"

Essa última frase, Ron pronunciara particularmente alto, atraindo o olhar intrigado de alguns colegas que estavam perto. O menino de cabelos muito ruivos estava com mau-humor e Harry sabia que quando ele encontrava-se desse modo contrariado, nada era capaz de alegrá-lo.

Harry voltaria a beber seu suco de abóbora, caso um lampejo não tivesse freado seu movimento, fazendo com que o copo permanecesse apenas encostado em seus lábios entreabertos. Seu rosto transformou-se e uma expressão de excitação desenhou-se em cada centímetro de seu sorriso. Levantando-se repentinamente, o garoto puxou o outro menino que desistira de tentar forçar-se a comer e saiu arrastando-o pelos corredores.

"Harry, o que houve?"

"Vem comigo rápido..."

Os dois subiram apressadamente as escadas. Ron, ainda sem compreendê-lo, olhou curioso para o amigo quando este se deteve diante de um retrato de um bruxo com cara de desorientado e luvas em mãos trocadas. Procurando por algo, o garoto localizou uma porta e murmurou para Ron que ainda nada entendia e cujo olhar encontrava-se perdido.

"Espero que a senha não tenha mudado... Frescor de pinho!"

Imediatamente, a porta girou e Harry sorriu radiante quando puxou Ron para seu interior.

Quando o menino ruivo contemplou o lugar em que haviam acabado de entrar, seu queixo caiu com admiração. Era um banheiro extremamente luxuoso, com pisos de mármore e torneiras de ouro incrustadas de pedras preciosas. Uma banheira com a largura e comprimento de uma piscina encontrava-se lá cercada de seus ladrilhos muito alvos.

"Wow, Harry... Que lugar é este?"

"É o banheiro dor monitores. Cedrico tinha me dito como usá-lo quando precisei desvendar o mistério do ovo...Acho que já tinha falado dele para você, não é mesmo?"

Ron., boquiaberto, girava sobre seus calcanhares olhando tudo com surpresa. Nunca em sua vida vira algo semelhante, pois estava acostumado com os banheiros simples dos alunos comuns de Hogwarts e o da sua casa que não chegava nem perto daquele esplendor. Harry que no ano passado estivera lá, não demonstrava o mesmo entusiasmo do amigo, mas recordava-se bem da ocasião em que já o sentira.

"É estranho os monitores terem direito a um banheiro como esse! Não estou bem certo por quê, mas isso tudo me faz lembrar um motel..."

"Um... o quê? O que é um motel?" perguntou, Ron com interesse.

Harry riu consigo. Esquecera-se completamente que o mundo dos trouxas era novidade para o amigo.

"Nada... Esqueça!"

"Do quê está falando? Por que está rindo? Diga! Quero saber o que é um motel!"

Harry limpava as lentes dos óculos que haviam ficado embaçados com o vapor da água quente da banheira nas vestes enquanto pôs-se a explicar.

"Motel é um lugar onde trouxas se encontram para terem relações."

Ron arregalou seus olhos.

"Trouxas têm um lugar só para fazer esse tipo de coisa? Acho que no próximo ano, me inscreverei em "Estudo de Trouxas". Mas, como sabe que um motel é assim, Harry? Já esteve lá com algum trouxa? perguntou Ron adquirindo de súbito um ar muito sério.

"Claro que não..."

"Então, como sabe?"

"Sabendo... Quer dizer, imagino que um motel de luxo seja assim ... Sei lá!"

Ron ainda olhava desconfiado para Harry quando um irritante gemido atrás de si foi ouvido.

"Olá, Harry!"

Era a Murta-que-Geme que saíra de uma das inúmeras torneiras e mirava com deslumbramento o garoto de cabelos negros que olhava apreensivo para o outro. Era só o que faltava! Depois de escaparem dos colegas agora tinham que lidar com a Murta e seus costumeiros lamentos exaustivos.

"Olá, Murta" respondeu Harry fingindo prazer ao vê-la.

Harry havia se esquecido completamente que o fantasma da garota morta no banheiro costumava vagar por lá, espiando os monitores tomando banho.

Ron sussurrou no ouvido de Harry.

"Eu vou matar essa garota de novo se ela não der o fora!"

"O que faz por aqui, Harry?" murmurou a menina voado ao seu redor.

"Detenção!" foi a primeira coisa que veio à cabeça do garoto.

"Detenção...? O que vai ter que fazer no banheiro dos monitores?" perguntou Murta com um ar desconfiado, olhando Ron que a fuzilava m sua expressão.

"Vou ter que limpar o banheiro com o Ron como detenção!".

"Nunca ninguém foi mandado até aqui para cumprir detenção..."

"Ei, Murta, por que você não vai assombrar o banheiro da Sonserina, hein? O que houve com o banheiro das meninas no qual costuma ficar?" indagou Ron com impaciência.

Os olhos da menina imediatamente encheram-se de água e ela choramingou sentida.

"Estão me expulsando! Me tratam assim só porque estou morta. Se eu estivesse viva, iriam me tratar com o mesmo carinho quer tratam aquela dentuça com quem andam..."

Ron queimou-se com o comentário de Murta à respeito de Hermione e redargüiu alterado:

"Ela não tem mais dentes grandes! E mesmo que tivesse, isso não seria de sua conta! E não andamos com ela só por estar viva! Somos amigos dela porque ela é legal e não uma fantasma atormentada , chorona e intrometida como você!"

A menina bufou raivosa e iniciou um pranto irritante. Ron a olhou com indiferença.

"Era só o que faltava!"

Harry procurou consertar a situação ainda com alguma esperança que Ron e ele conseguissem a tão sonhada privacidade.

"Não chore, Murta! Ron não quis realmente dizer isso... Ele está só nervoso por causa da... detenção! Escute! Daqui a pouco, a professora Mc Gonnagal vai chegar e se nos ver conversando com você enquanto deveríamos estar limpando o banheiro, vai nos tirar mais pontos."

"Harry Potter não visita Murta há muito tempo..."

"É que... tenho tido muitas tarefas e... não tive tempo. Mas, se você for e não nos criar problemas com Mc. Gonnagal,, prometo visitá-la amanhã... Isso! Amanhã é domingo! Amanhã, eu irei visitá-la no banheiro das meninas!"

O rosto de Murta iluminou-se num sorriso.

"Está bem, então... Pode visitar Murta à tarde. Estarei esperando! Oh, Harry, divirta-se com sua detenção! Até amanhã!"

Enquanto a menina desaparecia no teto, Ron murmurou cínico.

"Pode crer que ele vai se divertir muito... Hmp, ainda tenho que aturar essa daí! Até com os mortos tenho que competir!"

Harry agachara-se próximo a uma torneira, girando-a e fazendo com que espuma com enormes bolhas de sabão esverdeadas preenchessem a água da banheira. Ron achou aquilo muito divertido e abriu mais umas dez torneiras, maravilhado com o tamanho e várias tonalidades das bolhas.

Harry abraçou-o por trás e murmurou próximo ao seu ouvido com uma remanescente pontada de amargura.

"Me perdoa por tudo, Ron... Desculpe-me por trair sua confiança com alguém como Draco..."

"Está tudo bem, Harry... Eu não quero mais voltar a falar nesse assunto. Tudo que eu quero é que as coisas voltem a ser como antes! Mas, quero que apenas uma coisa fique clara. Não vou agüentar se você fraquejar com Draco novamente e se aquilo voltar a acontecer, terei certeza de que as coisas não serão nunca mais como antes..."

"Eu tenho certeza que isso nunca acontecerá novamente, Ron! Eu nunca mais vou fraquejar. Foi uma idiotice minha da qual me arrependo profundamente..."

Os dois garotos olharam-se demoradamente. Pareciam perder-se um no olhar do outro.

"Eu amo você, Harry..."

"Eu também te amo, Ron..."

Harry beijou o outro garoto com desejo. Adorava beijá-lo. Poderia gastar anos de sua vida fazendo isso. Ron, por sua vez, respondia aos beijos do namorado, sentindo seus joelhos fraquejarem até que finalmente ambos deitaram-se sobre o mármore fria.

Ron abria com êxtase as roupas de Harry enquanto este mirava o rosto ligeiramente enrubescido do garoto de cabelos ruivos.

"Seu corpo é tão pequeno, Harry... Pensei que nunca mais o tocaria de novo! Tire a roupa! Quero olhar para você!"

Harry despiu-se com pressa da blusa e da calça que vestia. Não estava com as vestes de Hogwarts. Ron, sem procurar disfarçar, permitia que seus olhos inquietos percorressem o corpo de Harry de cima a baixo com um certo ar de malícia. Enquanto isso, o garoto de olhos verdes forçava o outro a despir- se também.

"Tire a roupa, Ron... Também quero olhar para seu corpo..."

"Não é tão bonito quanto o seu..."

Harry, sentindo-se já alterado pela atmosfera que os circundava na tensão de suas carícias, beijava Ron com um suave descontrole.

"É perfeito..."

Harry ajudou ao amigo a despir-se quase que totalmente de suas roupas. Quando ele também encontrava-se apenas de cueca, Harry o abraçou novamente. Ron soltou um breve gemido quando Harry sentou-se sobre sua virilha e iniciou um afetado movimento, esfregando-se contra o outro. O garoto de cabelos escuros fechou os olhos, tomado por um prazer profundo. Aquilo era irritantemente bom. Mal acreditava que estava novamente com o seu verdadeiro amor.

"Harry... Está me deixando louco..."

Ron puxou Harry para si. Os dois esfregavam-se um contra o outro naquela maneira depravada de masturbação.

"Estou muito molhado, Harry..."

"Eu também, Ron..."

"Me beija de novo..."

Harry beijou o garoto ruivo com possessividade. Ambos estavam perdendo o controle. Ron partiu o beijo com o rosto mais vermelho do que seus cabelos. Sussurrando próximo ao ouvido do garoto, ele murmurou ofegante:

"Tá, agora me beija lá embaixo..."

Harry corou violentamente. O modo como Ron o pedia aquilo ou qualquer outra coisa o excitava ainda mais. Palavras são inúteis para explicar as mais diversas sensações.

"Eu também quero fazer em você. Venha, Harry, vamos fazer..."

Ainda com as faces vermelhas, Harry mudou de posição antes de livrar Ron e a si mesmo de suas roupas íntimas. O garoto de cabelos escuros permaneceu por cima do outro e um longo gemido abandonou seus lábios quando sentiu seu membro sendo envolvido pela doçura daquela boca que o enlouquecia infernalmente e ao mesmo tempo o levava aos mais altos dos céus. Então, lutando contra seu prazer e procurando alguma concentração, Harry dispôs-se a chupar também Ron que excitado, mexia levemente seus quadris enquanto puxava o namorado mais para si em uma ânsia inigualável.

Os dois proporcionaram um ao outro, um prazer enlouquecedor ao mesmo tempo. Harry sentia já os espasmos invadirem seu corpo enquanto seus lábios deslizavam com pressa pela ereção do namorado.

Ron subitamente parou seu movimento e puxou Harry para si, abraçando-o contra seu corpo e abrindo-se totalmente, sabendo o prazer que proporcionava-lhe e que ansiava prolongar o mais quanto possível.

"Eu quero você dentro de mim, Harry...Venha..."

A razão havia há muito abandonado os dois. Não eram mais garotos jovens que procuravam saciar seu desejo. Eram amantes que sabiam controlar seu desejo com a habilidade precoce do amor.

"Abra as pernas mais, Ron..."

Harry o penetrou, procurando ainda uma sutil e desnecessária gentileza em suas investidas contra Ron que mergulhava o rosto em seu pescoço.

"Duvido que aquele maldito Malfoy faria você se sentir como eu faço..."

Harry beijava Ron com desespero em seus gestos, tomado por uma força que não era sua.

"Ele não é igual à você, Ron. Ninguém é..."

"Prometa que nunca mais o procurará, Harry..." sussurrava Ron com voz ofegante "Diga que o odeia..."

"Eu odeio o Malfoy... Eu tenho nojo dele..."

"J...Jure..."

"Eu juro..."

"Diga que faço m...melhor do que ele faria, Harry."

"Só você me deixa louco assim, Ron. Só você..."

Ron sentiu o líquido pérola preenchê-lo pouco antes dele mesmo gozar em meio aquelas menções sórdidas. Harry continuou beijando-o ainda abraçando- o. Recuperavam o fôlego enquanto Ron acariciava seu rosto com as costas de suas mãos. Aquele ligeiro lampejo de adoração novamente percorria inquietante o azul doentil daquelas pupilas sob os cílios longos do garoto de cabelos ruivos. Ele ainda sentia-se tonto pelo prazer que seu corpo sentira e as feições do rosto de Harry subitamente lhe pareciam torturantemente belas como as de veelas jovens e delicadas. Encontrava-se no habitual estágio de contemplação absoluta por aqueles brilhantes olhos verdes e pele alva sobre ossos pequenos que ainda tremiam pela habilidade demasiadamente precoce de carícias intimamente plenas e ao mesmo tempo turbulentas.

"Você é tão bonito, Harry... É a pessoa mais bela do mundo para mim"

"Verdade? Você achava Fleur também bonita... Não me diga que estamos empatados!" murmurou Harry com inconveniente sarcasmo.

Ron desviou os olhos com um ligeiro constrangimento.

"Ela só era bonita. E eu não fui apaixonado por ela como você insiste em dizer. Só me atraí pela aparência dela por ela ser meio veela. Já que estamos falando disso, acho que eu quem deveria ficar com ciúmes daquela apanhadora chinesa da Corvinal..."

Harry tossiu como se quisesse desconversar, apesar de sentir os olhos de Ron fixos em si.

"É... Tive realmente uma quedinha por ela... Ela é muito bonita, você sabe... Mas, também foi só isso... E ela não possui um caráter muito simpático, como sabe..."

Ron murmurou pensativo.

"Ainda bem, não é mesmo? Sorte minha você ter perdido o interesse por ela. Não sei se conseguiria competir com o rosto perfeito de Cho Chang..."

Harry abraçou Ron e olhou dentro de seus olhos.

"Sabia que eu te acho bonito? Mais bonito do que qualquer outro. E acho também que ninguém consegue competir com você..."

Ron corou e sorriu timidamente.

"Acho que realmente estamos muito apaixonados, não é mesmo, Harry? Eu... só penso em você... Sempre que algo vem à minha cabeça, você vem antes. Quando estamos longe, sinto-me péssimo..."

"Não, Ron. Eu não sinto paixão por você. Eu era apaixonado por você quando nos conhecemos. Quando eu gostava de você no primeiro ano e não sabia que você me correspondia, era paixão. Eu fazia de tudo para ficar ao seu lado, para chamar a sua atenção, para ficar a sós com você... Agora, é diferente. É mais calmo. Sinto-me sempre confiante. Agora sim, é amor..."

"Talvez, a maneira de sentirmos as coisas seja diferente, Harry. Em mim, as emoções apresentam-se mais turbulentas. Às vezes, tenho dificuldades de lidar com elas e organizá-las de um modo coerente. Mas, eu também tenho certeza que amo você... Agora mesmo que você ficou falando do nosso primeiro ano, acabei lembrando das primeiras vezes que ficamos juntos..."

"A melhor época da minha vida..."

Ron o mirou em silêncio por algum momento, acariciando seus cabelos com a ponta dos dedos.

"Posso te pedir uma coisa...?"

"O que é...?"

"Se masturbe na minha frente..."

As faces pálidas de Harry novamente ficaram repentinamente vermelhas e sua voz quando saiu foi trêmula.

"... Ron, eu tenho vergonha..."

"Eu gosto de olhar para você... Vamos lá, você já fez isso antes, Harry..."

Harry lembrou-se da época em que ainda não tinham feito amor e do início do quarto ano em que se aliviavam olhando um para o outro se tocando, desejando que fossem eles próprios que proporcionassem e recebessem do outro aquele prazer solitário.

Ron ainda acariciava a franja mal cortada de Harry.

"Faz muito tempo que não fazemos isso. Me deu um pouco de saudade dos velhos tempos. Não está com vergonha de mim, não é mesmo?"

"Estou sim... Naquela época, eu andava louco de desejo e não tinha limites..."

Ron sorriu.

"Eu gostava de te olhar fazendo aquilo quando no meio da noite nos beijávamos sob a Capa da Invisibilidade. Era tão bom... Eu pedia para você fazer aquilo na minha frente e depois acabava não agüentando e fazendo em mim mesmo também... Éramos tão bobos... Até que nos permitíssemos ir até o fim, essa era a nossa satisfação..."

Harry sorriu, baixando os olhos.

"Eu desejava fazer tudo que você quisesse... Mas, estava sempre preocupado se estávamos fazendo o certo... Afinal, éramos muito jovens e... acho que eu tinha um pouco de medo..."

"Eu me lembro que você na primeira vez que te pedi para se tocar diante de mim ficou com vergonha e no dia seguinte, durante as aulas, nem falou comigo..."

Harry lembrou-se com uma risada que Ron perguntara-lhe se aceitava fazer aquilo pela primeira vez quando ambos encontravam-se na Sala Comunal resolvendo os deveres de Adivinhação. Harry, sem saber o que responder na hora fechou os livros e subiu em silêncio as escadas do dormitório profundamente atordoado. A naturalidade com que o amigo o perguntava aquilo chegava a ser bizarra.

Três dias depois de trocarem apenas meias palavras, Ron o encurralou no dormitório, dizendo:

"Pare de me ignorar, Harry! Não acredito que ainda está me evitando por causa daquilo. Qual é o problema? Eu sei que você faz isso pensando em mim assim como eu também faço isso pensando em você. O que há de errado se presenciarmos? Eu estou ficando louco com seus beijos e mal tenho conseguido dormir à noite. Até Gina veio me dizer que estou horrível como um zumbi A culpa é sua por mexer tanto comigo..."

O menino de cabelos escuros murmurou com uma breve malícia nos olhos devido às lembranças que começaram a flutuar em sua mente.

"Está bem... Mas, quero que você também se toque, dizendo meu nome, olhando para mim ao mesmo tempo..."

Ron beijou-o com voracidade.

"Como nos velhos tempos..."

Ainda sustentando um o olhar do outro, os dois iniciaram aquele jogo provocante. Ron gemia muito alto enquanto seus próprios dedos percorriam sua ereção, chamando o nome do garoto de cabelos escuros que, totalmente tomado pela excitação, se masturbava com ânsia. Olhavam-se fixamente, vez ou outra beijando-se com desespero. Ron abria mais as pernas com um olhar afetado.

Nesse momento, algo de inesperado aconteceu. Harry, olhou profundamente para Ron e a lembrança de Draco Malfoy o provocando durante a detenção voltou letalmente à sua memória. A imagem daquele maldito arrogante erguendo para si aqueles olhos ao mesmo tempo gélidos e ao mesmo tempo, febris o trouxe uma nova onda de calor que percorreu rapidamente totalmente o seu corpo. Harry parou seu movimento, assustado com sua mente que pregava- lhe aquela terrível peça sem sentido. Amava Ron. Não necessitava de mais ninguém em seus devaneios...

Com uma súbita irritação, Harry parou seu movimento e sem olhar para trás, foi para o interior da banheira que transbordava sua peculiar espuma pelos ladrilhos claros. Ron o olhou intrigado e cessou também sua procura por prazer, aproximando-se de Harry...

" O que houve, Harry?"

"Acho que perdi minha coragem que me permitia fazer isso. Estou cansado desse jogo" mentiu o garoto com uma perfeição que surpreendeu a si mesmo. "E além do mais quero te dar prazer também... Não quer fazer amor comigo, Ron...?"

Ron ainda meio atordoado abraçou Harry e após vários beijos, virou-o contra a borda da banheira beijando seu pescoço. Harry virou-se novamente com um olhar autoritário.

"Assim, não! Quero continuar olhando em seus olhos enquanto fazemos..."

Ron consentiu ligeiramente atordoado e na água sentiu Harry ainda mais leve. O garoto puxou-o para si e entrelaçou com suas pernas a cintura do outro enquanto este o forçava contra os azulejos já sentindo o prelúdio do prazer que aquilo o proporcionava. Com os dedos ele penetrou Harry que fechou os olhos absorvendo a ligeira dor precedida do êxtase ao qual aquilo o levava.

"Gosta disso, Harry?"

"Sim, muito..."

Ron mexia levemente os dedos, contemplando com satisfação o rosto do outro garoto. Tomado pelo desejo, Harry por sua vez, mexia levemente os quadris, sentindo o membro rijo em sua virilha. Com uma voz trêmula, murmurou:

"Ron... Eu estou ficando muito excitado. Pare de me torturar..."

Ron retirou os dedos de dentro do outro garoto. Harry, com olhos embaçados, manteve as pernas entrelaçadas em torno do corpo de Ron que o mirava com adoração. Parecia ele ainda menor e, com ajuda da água, flutuava em seus braços. O garoto de cabelos ruivos pressionou-o mais contra os ladrilhos da banheira enquanto o penetrava com um desejo latejante e atordoante. Com voz trêmula, Harry implorou-o que fosse mais fundo, atingindo sua alma com um súbito de paixão e contínuo prazer enquanto afundava seu rosto no pescoço do namorado que forçava-o num movimento que adquiria progressivamente velocidade. Uma malícia natural dançava livre nos olhos de cada um dos garotos.

"Vá para o inferno, Malfoy" murmurou Harry em seus pensamentos escandalosos "É isso que eu amo. É ele quem me deixa deste jeito. Apenas ele, bastardo infeliz!"

Os dois moviam-se murmurando palavras aleatórias dentre as quais apenas seus nomes podiam ser ouvidos claramente. O garoto de olhos verdes puxou levemente o cabelo de Ron enquanto apertava-o mais com as pernas, antes que este gozasse fortemente e permitisse que um longo gemido abandonasse seus lábios. Em seguida, Harry também atingiu ao orgasmo enquanto sua consciência desvanecia e fagulhas daquele prazer avassalador embaçavam sua vista ou apenas as lentes dos óculos que podiam ser às vezes muito inconvenientes.

Demoraram alguns minutos para que abandonassem aquela inquebrável paz onde apenas devaneios e palavras de ternura atravessavam seus sentidos de maneira cálida e sensível e Ron, saindo da água, puxasse Harry para ser enxugado delicadamente por uma das inúmeras toalhas felpudas que encontravam-se em um canto. Beijaram-se novamente já vestidos e abandonaram aquele lugar ao qual voltariam algumas vezes no decorrer de seus estudos em Hogwarts.

Quando retornaram à Sala Comunal da Grifinória, ainda tinham seus dedos entrelaçados. Havia poucos alunos. Em uma mesa afastada, Hermione, de cabeça baixa, anotava em um pergaminho, informações encontradas em três livros com capa muito antiga.

"Olá, Mione!"

A menina ergueu os seus olhos para mirar os dois amigos. Sua atenção deteve- se nos cabelos molhados dos dois e na gola aberta da camisa de Ron antes que voltasse a escrever.

"Olá para vocês dois. Demoraram para voltar do jantar, não é mesmo?"

"É... O que está fazendo, Mione?" cortou Ron julgando que a amiga não tinha idéia do que deveriam estar fazendo.

"Estou estudando Aritmancia. Relaxei muito nos estudos nesses últimos dias. Falando nisso..." comentou ela, olhando de um para outro "...não vejo mais os dois estudando. Não querem nada mesmo, né?"

"Ah, Mione, hoje é sábado e estou muito cansado! Vou subir para o dormitório. Acho que amanhã vou dormir o dia inteiro. Estuda com ela, tá Harry?"

E o menino de cabelos ruivos subiu as escadas acenando para os dois. Hermione limitou-se a erguer uma sobrancelha e sorrir de modo irônico.

"Que bom que vocês fizeram as pazes . Acho que amanhã você também dormirá o dia inteiro, não é mesmo Harry?"

O garoto sentou-se do lado da amiga e murmurou, apoiando a cabeça numa pequena pilha de livros.

"Ele me desculpou, Hermione... Gostaria que esse dia não acabasse nunca..."

Hermione sorriu quando tarde da noite, ela colocou os livros dentro da mochila e contemplou Harry com uma expressão doce, dormido na mesa ao seu lado.

Draco Malfoy sentia-se tonto enquanto as veias de suas têmporas latejavam na medida em que uma profunda dor interna o torturava. Por que sentia-se daquele modo? Despeito? Orgulho ferido? Mágoa?

Há poucas horas atrás, Potter o havia dito coisas cruéis que ainda zumbiam em seu ouvido.

O sonserino conseguira chegar até o Grande Salão e sentar-se entre Crabble e Goyle. Observara de longe Potter e Weasley sentarem-se na mesa da Grifinória e depois de pouco tempo, saírem correndo com expressões felizes. Como sentia uma vontade irrefreável de saber aonde iriam. Como odiava aquele miserável Ronald Weasley por respirar todos os dias e ser a pedra angular da felicidade de seu arquiinimigo.

Draco mal tocara na comida e esquivara-se com mau-humor dos colegas que se aproximavam, perguntando-no se já sabia que a queixa contra Harry Potter havia sido tirada. Obviamente sabia, imbecis! Sabia de tudo que transpassava a vida de Potter. Sentia tudo que o rodeava de uma maneira bizarra. Sentia até mesmo o calor de seu fluxo sangüíneo que deveria esquentar com rapidez durante as preliminares com aquele lixo do Weasley.

Malfoy acompanhou com o olhar, Marcos Flint, seguido de perto por três outros garotos sonserinos, abandonar a poltrona onde estava sentado e vir até o lugar onde ele encontrava-se.

"Olá, Draco!"

O garoto ergueu seus olhos azuis contra gosto para fitar aqueles que perturbavam seu exílio voluntário. Ao contrário de Weasley, em sua opinião, não possuía o "dom" de apenas existir quando fazia-se necessário pelo intermédio de seu namorado ser um dos mais famosos bruxos. Todos o viam sem que ele optasse.

"O que quer, Flint? Se vai me falar da queixa de Potter, pegue seus amigos e vá para o Inferno...!"

"Menos arrogância, Malfoy. Ainda sou capitão do time de Quadribol e o entrego para Snape se não controlar sua língua. Hoje é sábado! Isso não o faz lembrar-se de nada?""

Realmente, Draco fez esforço para lembrar-se de que raios Flint estava falando. Sábado à noite! Como havia se esquecido...? Dia escolhido arbitrariamente para depravações, perversões, orgias e afins. O capitão do time sonserino realmente adorava aquelas sujeiras pouco convencionais do mesmo modo que adorava incluir Draco em sua rigorosa lista de participantes. O garoto de cabelos claros participara algumas vezes das fantasias berrantes do companheiro.

O que poderia dizer daquilo tudo? Prazeroso e interminável em sua natureza de lascívia irreprimida e ao mesmo tempo, fulgaz e impessoal. Era a última coisa que ele podia desejar depois da discussão que tivera com Potter onde perdera uma importante batalha. Não, definitivamente não tinha a mínima intenção de ver corpos lindos e despidos de garotos tão perfeitos como aqueles que Flint tinha em seus calcanhares e que agora olhavam Draco com uma insistência maliciosa e perturbadora. Não queria tocá-los ou ser tocado por eles. Ao menos, naquela noite queria permanecer com seus pensamentos e longe dos gemidos desinibidos de si mesmo ou de qualquer outra pessoa.

"Não estou afim, Flint! Procure William Law da Corvinal. Ele adora suas festinhas particulares..."

"Como assim não está afim, Draco?"

"Eu não quero, ora! Não consegue entender o que eu digo...?"

"Por que não quer, Draco?"

"Porque, ao contrário de você, minha juventude não gira apenas em torno de meus hormônios. Estou com problemas e quero pensar neles sem interrupções de ninguém..."

Flint o olhou com desdém e murmurou alguma coisa para os outros garotos que deram risinhos debochados. Malfoy girou os olhos com impaciência e deu-se por satisfeito quando o grupinho se afastou. Antes porém, Marcos murmurou, forçando uma autoridade em Draco que não possuía.

"Está bem, Malfoy. Mas, o assunto da arrogância será levado ao professor Snape."

Draco riu consigo. Não seria novidade para Snape sua arrogância. O professor de poções acostumara-se com suas palavras duras da mesma forma que acostumara-se com algumas noites frias em que na sua sala, Malfoy o mergulhava em um prazer torturante e incontrolável.

O garoto sonserino permaneceu olhando os nacos de madeira queimando no fogo da lareira de sua Sala Comunal. Inevitavelmente, lembrou-se das palavras de Snape sobre o fato de que toda sua perseguição a Potter acabaria mal. Por que não conseguia tirar o garoto da Grifinória de sua cabeça? Sempre pensara nele! Mas, agora estava tornando-se insuportável não ter a atenção daquele maldito. Desde que entrara naquela Escola, Draco o vira rodear-se de glórias e infelizes que não seriam nada sem ele. Odiava seus amiguinhos Weasley e Granger que gozavam de sua companhia todos os dias...

O garoto sentiu-se perdendo novamente o controle. Sem compreender bem o motivo, buscou alguma lembrança de Snape o dizendo que deveria mudar seu comportamento. Draco julgou-o idiota naquele momento. Pessoas são incapazes de mudar seu caráter. Apenas revelavam-se como as conveniências ou fingiam bondade quando na verdade, queriam que todas as coisas desmoronassem de uma vez por todas.

E ele? Estava desmoronando? Draco achou desinteressante questionar-se sobre aquilo porque, no fundo, sabia que talvez nunca erguera-se. Sempre, quando tentava manter-se de pé, alguém o empurrava sem receios e permanecia diante de si, em meio a gargalhadas explosivas. Estava sendo assim com Potter e agora era questão de honra castigar aquele bastardo presunçoso e medíocre.

Era tarde quando Draco atravessou o quadro de sua Sala Comunal. Por uma súbita vontade de conversar com o professor de Poções, abandonou a algazarra do ambiente onde encontrava-se. Imaginou-se entre a lúgubre atmosfera da Sala de Poções e os olhos escuros de Snape. Queria vê-lo, mesmo que no fundo não quisesse compartilhar de seus pensamentos. Só de sentir sua presença, numa ilógica certeza, sabia que sentiria-se melhor. Não era raro isso acontecer.

Draco caminhou com passos acelerados e ao atravessar um dos corredores, envolto em sua introspecção, não percebeu Harry Potter e Ron Weasley que, olhando para os dois lados, roubavam um do outro um último beijo na noite antes de voltarem para sua Sala Comunal. Nem eles também viram o sonserino, tão entretidos estavam um com a companhia do outro.

Lá fora, começava a nevar novamente e a frieza da noite entrava furtivamente por brechas de portas firmemente trancadas. Brechas essas invisíveis e eternas em sua sonsidade silenciosa e passividade odiosa.

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