N.A: Cá está ele, o Capítulo 11... este capítulo é um pouco diferente dos outros! É um abrir do coração da Ginny e do Harry ao mundo e um ao outro!! Como é que isto vai acabar, não conto para já mas sei que me vão matar! Sei que vão!! Vou calar-me!!!

Bjs

CACL

Disc. Pertencem aos seus donos e não a esta pobre fã que parece não ter mais nada para fazer nas suas férias!!!!

Para... para... deixa eu ver eu tinha o nome aqui mesmo debaixo da língua... achei! Para a minha família, porque nos ouvimos!!!!

Capítulo 11

Abrir o coração...



Ginny parou como estátua de pedra e numa reacção instintiva desatou a correr pelo jardim. Harry levantou-se e começou a correr atrás dela. Sabia como Ginny ficava ao ouvir a palavra Tiro, o sonho que ela tinha tido, ele não tinha percebido nada do que se tinha passado, mas tinha apreendido que a palavra tiro podia ser mortal para ela, ela quase se tinha atirado ao mar, e se ela saísse do jardim e corresse para a estrada, os carros, as pessoas, ele não podia deixá-la sozinha, não naquele estado e não porque... porque...

- PORRA!!!- pensou Harry- Se eu sou o famoso Harry Potter, o Rapaz que Sobreviveu, se eu "vi" a morte de frente como posso ser incapaz de admitir que amo, que amo a Ginny... espera... já disse!!!

Harry abanou a cabeça como a enxotar pensamentos, o jardim estava deserto e o portão aberto. Ginny tinha fugido para o exterior.

Saiu para a rua desesperado, olhando em seu redor viu que Ginny tinha desaparecido de vista. As ruas estavam iluminadas mas muito pouco, os becos eram desertos e húmidos, a cidade desconhecida e Ginny devia estar no meio dum conflito interior, não a podia abandonar nas ruas de Paris.

Ainda pensou em chamar Ron e Hermione mas desistiu, essa noite era deles e só deles, ele não tinha o direito de se intrometer. Assim sendo abriu o portão lentamente e caminhou para a rua. Uma hora e meia depois sentou-se num banco de jardim ao pé da Torre Eiffel, ao pé dum par de mendigos tapados por capas que já tinham sido remendadas mais de vinte vezes. Colocou a cabeça nas mãos, tendo apoiado os cotovelos nos joelhos. Onde estaria Ginny!? Ele sabia que ela tinha alguma coisa com tiros, já quase morrera por causa dum pesadelo, talvez alguém tivesse morto a sua família... atirado sobre a sua família...

Uma mistura de sons e imagens correu a sua cabeça muito rapidamente, uma bela senhora parecida com Ginny, um homem parecido com ele, um rapaz pequeno felizes juntos. O som de tiros, um outro homem a puxá-lo a impedi-lo de chegar a uma janela e espreitar lá para fora, outro tiro. Uma menina pequenina a empurrá-lo para longe, de novo o sítio escuro e abafado que já vira, a menina a desaparecer, o fatídico som duma arma, um grito tão abafado, tão abafado que ficou a fazer eco numa parte remota da sua mente.

- Tudo bem meu jovem...- perguntou um dos mendigos, que pela voz era um homem.

Harry abanou a cabeça levemente. O outro mendigo, que pela voz era uma mulher perguntou:

- Bem... nem tudo pode ser fácil... tens problemas de quê??

Harry riu um pouco e passado pouco tempo disse:

- É que eu nem sei bem ao certo... a minha cabeça está no meio duma tempestade de lembranças, e o meu coração está numa guerra fria com o último pingo de razão que me resta...

Os mendigos assentiram e estenderam as mãos para uma lata de livro que parecia ser a sua fogueira. Harry não se lembrava de a Ter visto quando se tinha sentado, uma dor na cabeça lembrou-o de que preocupado como estava em encontrar Ginny e em perceber do que se estava a lembrar era normal que não visse metade do que lhe tinha aparecido à frente.

- Sabes rapaz- disse o mendigo- a memória é uma coisa muito boa, se tiveres boas recordações para balançares com as más... por exemplo, se tiveres um som que odeies, como o som dum tiro, isso há de ter um motivo talvez alguém de quem gostes tenha levado um tiro, no entanto esse tiro que magoou a pessoa que amavas também te pode ter aproximado de outra, ajudando-te a criar laços... por isso no fundo não é tão mau assim...

Harry lembrou-se de Ginny, dela brincar com ele e lhe chamar Rapaz da Cicatriz, lembrou-se da cicatriz que ela própria tinha, resultado dum tiro?!, quem poderia dizer, no entanto essa mesma cicatriz que provocava pesadelos a Ginny tinha-os aproximado duma maneira incrível, a aventura do barco na qual Ginny quase morrera, a maneira como ela se tinha agarrado a ele como se ele fosse o único ser no mundo capaz de a proteger...

A mendiga começou a falar também:

- Entre razão e coração que ninguém ponha o bordão... não se pode delimitar os dois nem apontar o que está certo e o que está errado, na realidade tanto para o amor como para a razão estarem equilibrados exigem sempre um pouco um do outro...

Harry piscou os olhos e a mendiga tentou explicar-se melhor enquanto puxava a capa mais para cima, a noite estava a ficar fria, Harry estendeu as suas mãos também para o fogo e tentou aquecer-se.

- Agora deste um bom exemplo rapaz... o teu coração diz que o fogo é bom, é quente, é paixão e a tua razão completa dizendo que se aproximares demais te podes queimar e ficares com marcas para toda a vida...

Harry pareceu ficar mais confuso.

- Então o ideal é eu não me envolver...

Harry teve a sensação de que a mendiga tinha sorrido antes de dizer.

- Bem... mais ou menos... afinal tu e o fogo não são da mesma classe, são?! Tu és humano e ele é um elemento. Ambos estão vivos certo, só que o fogo para viver tem de "matar" outros elementos como a madeira e o ar e tu tens de "matar" outros como os animais que te dão carne, peixe, os legumes... portanto, são parecidos mas ao mesmo tempo diferentes...

- Como eu e a Ginny!

Os mendigos não disseram nada e Harry sem saber muito bem porquê continuou:

- Eu e ela somos parecidos... cada vez acho mais que o nosso passado teve algo em comum, os tiros que a assombram também me assombram, temos um presente em comum, vestimos roupas ricas mas sentimo-nos como pobres por dentro, e o nosso futuro...- hesitou- o nosso futuro vai depender duma verdade...

- A sério!? Pensei que dependia do que sentias... – Harry piscou os olhos ao ouvir um dos mendigos- quer dizer, estamos em Paris, a Cidade do Amor, e se a amares não interessa essa tal verdade, desde que se apreenda a perdoar...

Harry pensou durante algum tempo... Ele amava Ginny, não tinha dúvidas disso, mas o que o incomodava parecia ser o facto de que Ginny o tinha usado, de que ela o estava a usar.

- Mas- disse uma vozinha na sua mente- não estás tu também a usá-la... quer dizer se não fores ela é que vai pagar, quer dizer ela já pagou todas as despesas para te trazer aqui... e tu aceitaste o acordo dela...

Harry levantou a cabeça para as estrelas, talvez ele devesse pedir ajuda Divina, talvez devesse realmente perdoar Ginny, talvez nem devesse arriscar saber se era o tal afilhado pegar em Ginny e fugirem os dois de lá, isto se ela o amasse... mas onde estaria Ginny?!?!

~ * ~

Ginny estava sentava num beco, no meio da escuridão, mal sabia ela que uns olhos vermelhos a observavam felizes por a terem encontrado desprotegida. Andou em seu redor devagar, tal qual um predador e aproximou-se lentamente dela. Estava prestes a atacá-la quando duas vozes gritaram para o beco:

- OH daí...

- Menina!?!?

Ginny levantou a cabeça, tinha a face toda borrada da pintura, os olhos vermelhos e ainda chorava, e agora tremia de frio. O caçador afastou-se pelas sombras, duas testemunhas não era bem do que estava a precisar. Os dois vultos aproximaram-se.

- Vem para ao pé de nós!

- Sim, para o quente! Aí vais congelar!!!!

Ginny sorriu e assentiu. Os dois rapazes de rua de bonés na cabeça, casacos compridos e fortes, e cara brancas de frio ajudaram Ginny a levantar-se e com ela no meio dirigiram-se para uma pequena casa, uma espécie de cave. Entraram pé ante pé e foram apanhados em flagrante pela mãe.

- Onde estavam!?!?!- perguntou uma senhora rechonchuda- camas vazias, nem um bilhete... ia morrendo de preocupação...

Ginny sorriu, esta senhora lembrava-lhe a sua mãe. De súbito a senhora pareceu reparar em Ginny.

- Olá querida! Posso saber o que desejas!?!? Espera, pela tua cara estavas lá fora a morrer ao frio...

Ginny assentiu num gesto de cabeça e o sorriso da senhora tronou-se tronurento.

- Anda querida... vem sentar-te connosco, já jantamos mas podes sempre

aquecer-te connosco ao pé da fogueira... precisas de alguma coisa!?!?

Ginny assentiu num gesto de cabeça e murmurou:

- Preciso dum concelho... ou quem sabe apenas dum ouvido amigo...

A senhora tronou a sorrir desta vez compreensivamente e ordenou aos rapazes para se deitarem enquanto encaminhava Ginny para ao pé da lareira e lhe estendia uma manta. A casa não era de ricos, toda ela devia caber numa das muitas divisões da casa de Ron, talvez na casa de banho!?!? A manta era velha e remendada mas dava aquele que só mantas daquele género dão, um calor tão humano como um abraço, nenhuma manta nova ou de tecidos finos poderia imitar aquele calor.

A senhora tirou então como por magia um par de caneca com chá lá dentro do nada e deu uma a Ginny. Esta agradeceu e segurou a sua caneca com força nas mãos. A senhora não lhe perguntou nada, era como se esperasse que Ginny se sentisse pronta para falar. Por fim esta suspirou e começou a sua narrativa:

- Eu não devia... mas eu... a culpa é toda do Rapaz da Cicatriz, até ele aparecer tudo estava bem, bem quer dizer tinha a cabeça a prémio mas tinha vivido com isso até ao momento poderia viver até ser apanhada ou deixar de ser considerada criminosa... mas depois ele apareceu e eu... eu usei-o para conseguir uma nova vida, mas para conseguir uma nova vida precisava de dinheiro e ele poderia dar-me muito mas, aos poucos... OH! Eu quis desistir, quis ser mesmo outra pessoa, outra qualquer, uma pessoa honesta, mas eu não posso mudar o passado e aos olhos da lei uma vez criminosa para sempre criminosa...

Por esta altura Ginny tinha começado a chorar.

- Eu não devia... mas eu amo-o... amo-o tanto... mas eu acredito... eu acredito que ele seja quem eu queria que ele fosse... ele não pode, eu não posso... ele vai ter tudo, casa, família, dinheiro, atenção... eu nunca pertenci a esse mundo, não faço parte e uma parte de mim não o quer deixar, quer ficar com ele, mas outra parte quer... quer que ele vá e que tenha tudo com que sempre sonhou...

Ginny começou a chorar sem parar e com soluços e a senhora abraçou-a. Ginny murmurou então:

- Porquê...

~ * ~

»»Mais Tarde««

Harry caminhava de regresso a casa com as mãos nos bolsos e uma rosa na mão. Tinha-a arrancado dos jardins de ao pé da Torre como que para agradecer aqueles dois estranhos que o tinha ouvido mas quando tinha voltado para onde os tinha deixado ele tinham desaparecido, sem deixar o mais pequeno rasto.

Um carro passou a toda a velocidade por cima duma poça de água e molhou Harry. Depois de ter praguejado Harry olhou em redor, foi aí que a viu. Do outro lado da rua, imponente como uma estrela, estava Virgínia Weasley com o mais sorriso que Harry alguma vez lhe tinha visto.

- Gin... Ginny...- sussurrou sorrindo.

- Harry!- viu os lábios de Ginny dizerem.

Sorriu de novo e antes que pudesse falar, só ouviu Ginny dizer:

- Eu amo-te... perdoa-me por te ter usado...

Harry sorriu e disse para Ginny:

- Também te amo... perdoa-me tu também...

Ginny começou a correr, atravessando meia estrada pois a meio um carro surgiu do nada e atropelou-a. Deixando Harry completamente horrorizado na margem, antes de gritar desesperado:

- G-I-N-N-Y!!!!!!!!!!!!!!

Fim do Capítulo 11

N.a: Eu não sei porquê mas acho que gosto de cortar os capítulos nas melhores partes... é só uma impressão... assim bastante vaga... indefenida... bem, quero saber o que acham!?!? Se este capítulo só complicou, se facilitou, se deu para perceber o que eles sentiam... Talvez devessem contar mais o que se passou com a Ginny, mas eu quero contá-lo lá mais para a frente!!! Por isso, até lá mais para a frente!!!