N.A: Sowy! Demorei demais!! Já comecei o próximo capítulo mas as minhas notas andam pelas ruas da amargura!!! Eu hoje tive um choque no meu intocável orgulho como não tinha... Como NUNCA tive!!!!! Por isso por favor compreendam que isto é capaz de demorar um pouco a ser actualizado...
Bjs
Cat
"Um universo paralelo é contar a mesma história duma maneira diferente..."
Capítulo Dezasseis
E se...
»» Dimensão Paralela 224D
Harry puxou Ginny mais para si. Os seios nus desta roçaram levemente contra o peito de Harry e este beijou-lhe os cabelos. Ginny era tudo o que ele queria, tudo o que ele precisava, tudo o que ele desejava...
No dia seguinte quando desceu para o almoço Harry encontrou Ron, Hermione e Ginny a conversarem alegremente. Estavam bastante felizes e Ron estava um pouco corado. Harry sorriu ao vê-lo passar a mão pela cintura de Hermione. Casados há quatro meses Ron e Hermione eram sem dúvida o casal sensação, Sirius tinha adoptado Hermione! Para ele ela era agora a sua Nora e não havia nada a fazer! Qualquer ofensa dirigida a Hermione era como se fosse dirigida a ele, e ninguém de Paris, pelo menos ninguém são, queria ofender o grande, poderoso e rico Sirius Black. Principalmente agora que ele tinha reencontrado o seu Afilhado, que só por acaso, diziam os rumores, iria casar em breve...
Claro que os rumores também acrescentavam que a donzela seria escolhida num baile, como a Cinderela e Harry sabia que isso era mentira. Ele já tinha encontrado a sua Cinderela e na realidade ele é que tinha sido a Cinderela, Ron tinha sido o seu Fado Padrinho e tinha-o vestido, Hermione a sua Fada Madrinha que o tinha educado e Ginny tinha sido quem revelará tudo de bom que existia nele, tinha sido a princesa que dançara com ele.
Ginny correu para ele assim que o viu, deu-lhe um beijo terno e disse:
- Grandes notícias!! A Herm está grávida!!!!
Harry piscou os olhos e olhou para Hermione. Realmente ela estava um pouco mais gorda, mas Harry pensara que isso se tinha devido a uma melhoria considerável na alimentação e nas condições de vida.
- Não é espectacular??- perguntou Ginny com um enorme sorriso.
Harry sorriu colocou uma madeixa de cabelo de Ginny atrás da sua orelha e comentou:
- Completamente!!
Ginny sorriu, beijou-o de novo e correu de novo para ao pé de Hermione que estava a discutir com Ron a melhor maneira de contarem tudo a Sirius de modo a conseguirem evitar uma enorme festa. Harry sorriu, pois nunca lhe passaria pela cabeça o que se estava nesse momento a desenrolar dentro de Ginny ou que estava a ser observado por um par de olhos sedentos de sangue, sangue Potter.
~ * ~
Ginny piscou os olhos, isto não lhe estava a acontecer, não lhe podia estar a acontecer!!!! Sirius, possuído por Voldemort, voltou a repetir o que tinha dito:
- A festa para anunciar a gravidez da Hermione é hoje à noite... Até lá Srta.
Weasley aconselho-lhe que desapareça da vida do meu Afilhado e do Mapa para SEMPRE! Senão terei de a mandar prender...
- Mas eu...- começou Ginny com lágrimas nos olhos.
- Srt.a Weasley faça um favor a si própria e cala-se! Tudo o que disser poderá e será usado contra si... E se não saí desta sala em menos de cinco minutos eu tirar-lhe-ei tudo o que puder está a ouvir-me? TUDO!!!
Ginny piscou os olhos e juntando as mãos como que a rezar murmurou:
- Tudo??
- OH sim!- disse Sirius- Tudo! Tudo o que não for só seu primeiro!! Tudo o que tiver em sociedade com o meu Afilhado, com a Hermione e outros!! E depois tudo o que for só seu... A Justiça é boa Srta. Weasley, mas também é cega e o seu olfacto ultimamente só fareja o dinheiro... E como creio que sabe... Dinheiro não é algo que falte nesta casa!
Ginny começou a tremer. Ela conhecia bem os Direitos da Mulher, eram poucos e raramente usados. Se aquele monstro desconfia-se de algo, ele poderia até tirar-lhe, ele poderia tirar-lhe...
Ginny mordeu o lábio e pediu:
- Dê-me uma hora para arrumar tudo...
- Meia hora Sr.ta Weasley...- disse Sirius ajeitando uns papeis em cima da mesa- E já estou a ser bastante generoso...
Ginny assentiu e saiu do escritório calmamente. No entanto assim que estava cá fora desatou a correr varrida em lágrimas até ao primeiro andar, até ao seu quarto onde iria fazer a sua mala.
~ * ~
Harry olhou-se ao espelho e pensou para si mesmo que aquele smoking verde escuro assentava-lhe quem nem uma luva. Perfeito. Desceu da frente dos quatro espelhos disposto à sua volta e olhou para as ruas de Paris. Aí viu algo que lhe cortou o ar. Ginny com uma mala de mão a chamar um táxi. Isso não seria nada de especial se ela não tivessem vestidas roupas de viagem, um ar moribundo e chorasse.
- Ela vai-se embora...- pensou Harry.
O som de alguém a bater à porta ouviu e Harry disse mecanicamente:
- Entre!
- AH! Harry!- disse Sirius entrando - Tudo bem??
Harry tentou desviar-se de Sirius para chegar à porta murmurando:
- Sim... Com sua licença!
Sirius agarrou-o e puxando-o para si disse:
- Então Harry... Deixa-me ver-te...- afastou-o um pouco de si, mas segurando-o sempre – Hummm... Isso fica-te bem! Pareces-te bastante com o teu pai!
Harry assentiu. Gostava bastante do seu Padrinho, mas nesta altura desejava que ele se evaporasse. Tinha que chegar à porta... Tinha de impedir Ginny de se ir embora, tinha que saber porque se ia ela embora. Que se estava a passar? Porque é que Sirius não saia do caminho, não se aperceberia de que ele tinha mais que fazer do que ouvir o quanto aquele fato lhe ficava bem.
- Pareces nervoso Harry. Passa-se algo??- perguntou Sirius.
Já fora de si Harry soltou-se do seu Padrinho e desceu as escadas, apoiado no corrimão quase deitando Ron e Hermione, que passavam em direcção da sala de jantar, ao chão. Murmurou um rápido "Desculpem" e continuou a correr.
Quando chegou à porta o táxi de Ginny já se perdia ao fundo da rua. Chamou um táxi que passava lá perto com um assobio e usou a frase que dentro de alguns anos se iria tronar famosa nos filmes de acção:
- Siga aquele carro!
~ * ~
Ginny desceu do táxi, pagou ao taxista e pegando nas suas malas preparou-se para comprar um bilhete de comboio. Estava preste a pagar ao senhor da bilheteira quando alguém a puxou. Ginny voltou-se para ver Harry a olhar para ela com um ar magoado.
- Porquê?- perguntou Harry - Porquê??
Ginny mordeu o lábio, não queria dar parte de fraca. Mas a pressão era muita e as variações de humor que se faziam quando se tinha o que ela tinha estavam a começar a fazer efeito e antes que Ginny ou Harry se percebessem do que se passava, Ginny tinha lançado os seus braços em redor do pescoço de Harry e chorava o seu nome:
- Harry...
Harry abraçou Ginny de volta e apertou-a com força sussurrando ao seu ouvido:
- Estou aqui Ginny...
Ginny assentiu.
~ * ~
Harry não queria acreditar, mas também não tinha lógica Ginny estar a mentir. Observou-a. Tinha arranjado através de Karl um pequeno apartamento para ela do outro da cidade. Se fosse verdade, se Sirius realmente não a queria ver, ele tinha de fazer o Padrinho acreditar que ela estava a milhas. Ginny dormia descansadamente numa cama de casal. As suas lágrimas tinham secado, mas ela continuava, na opinião de Harry, bastante branca.
Aproximou-se dela e tocou-lhe ao de leve nos cabelos, ela sorriu no sono, lentamente, resmungou algo que não passou dum suspiro incompreensível e continuou a dormir descansadamente. Harry beijou-lhe os cabelos e colocou a mão sobre a barriga de Ginny. Eles iam ser pais. Ele ia ter um filho... Ou uma filha...
Ginny tinha fugido por causa disso. Sirius tinha ameaçado tirar tudo, também havia de lhe tirar o bebé. Entre os seus soluços Ginny tinha explicado que escreveria a Harry a dizer-lhe que ele era pai, quando tivesse a certeza que Sirius não lhe poderia tirar o bebé. Nessa altura Ginny tinha sorrido e comentando que seria uma espécie de souvenir de Harry, visto que o amor dela por ele jamais acabaria.
Harry pegou no seu casaco e acordou Ginny o tempo suficiente para lhe dizer que ia para casa. Não queria que Sirius desconfiasse do seu pequeno plano, se ele descobrisse tudo estaria perdido...
~ * ~
Quando Harry chegou a casa Hermione chorava desconsoladamente. Teatralmente, tal como Hermione e Ginny lhe tinham ensinado, Harry entrou cabisbaixo e sem dizer uma palavra subiu para o andar de cima. Ao ver isto, todos tiraram a conclusão que Harry queria que tirassem...
Ginny tinha desaparecido para nunca mais voltar.
Hermione tornou a chorar desalmadamente e Ron pediu a Fleur para lhe fazer um chá calmante. Na situação de Hermione nervos era tudo o que ela não precisava, as mudanças súbitas de humor estavam a dar com Ron em louco, pior que isso só mesmo as vontades súbitas por Maçãs Caramelizadas que Hermione tinha. A meio da noite lá tinha que ele ir a uma feira popular ou a um circo comprar as benditas maçãs, ou quando Hermione se queria mexer, acordar as empregadas para estas fazerem as benditas maçãs...
Nas palavras de Fleur, "O pior ainda estava para vir...", noites sem dormir ao som dos choros do pequeno que aí vinha. As empregadas andavam desesperadas e rezavam para que a sua senhora fosse uma boa mãe e não deixasse o pequeno aos seus cuidados...
Harry fechou-se no quarto com um sorriso no rosto. Tinha conseguido...
~ * ~
Mesmo dentro de Sirius, Voldemort sentiu. Algo se mexia, forças misteriosas juntavam-se para tornar a sua maldição cada vez mais difícil de realizar. O que seria?? Concentrou-se... Algo novo vinha a caminho, sangue Potter, mais sangue Potter...
Na cama Sirius sentou-se de repente... Não podia ser... Mas era... Um novo Potter vinha a caminho!! Tinha estado tão concentrado em fazer a Weasley desaparecer que não sentira que ela tinha o seu pior inimigo com ela... Um novo Potter... Pior... Um Weasley Potter!!!!
Levantou-se. Tinha de a encontrar e eliminar...
~ * ~
Aconteceu dois dias depois... Paris acordou rodeada de cartazes com a fotografia de Ginny e com a frase "PROCURA-SE... RECOMPENSA DE 1 000 000£". A caminho do apartamento de Ginny, Harry arrancou um dos cartazes e estudou-o com atenção. A fotografia de Ginny estava mesmo má, ela era muito mais nova e bonita do que a foto mostrava.
Subiu as escadas do prédio sendo cumprimentado pela Porteira, que julgava que tinha arrendado um escritório a um pobre médico, e pelo vizinho do 2ºEsq que achava que Harry se chamava Henry e que era um pobre estudante.
Batendo duas vezes seguidas e a seguir uma vez, Harry meteu a chave na porta e entrou. Ginny atirou-se para os seus braços e cumprimentou-o, contando-lhe como ficara assustada quando vira todos aqueles cartazes espalhados pelas ruas. Eram tantos que ela do 3º andar conseguia vê-los.
Harry acalmou-a dizendo que todos lá em casa acreditavam que ela estava bem longe e que por isso Ginny estava segura. Ainda um pouco nervosa Ginny assentiu comentando que parecia ter voltado a Londres, cidade da qual agora admitia sentir falta, pois lá pelo menos conhecia todos os becos e saídas, enquanto aqui se fosse apanhada não saberia por onde fugir...
- Ginny, se não saires daqui ninguém sabe de ti...- comentou Harry- E se ninguém souber de ti ninguém te entrega!!!
- Mas e se a Porteira vem cá?? Ontem parou aí à porta mexendo nas chaves!!!
Harry piscou os olhos.
- Porquê?
Ginny corou e disse:
- Eu... bem... Tropecei e acho que ela deve ter ouvido...
Harry levantou-se rapidamente e começou a observar Ginny:
- Estás bem??
- Harry...- começou Ginny a dizer.
- Magoaste-te? Porque é que não me contaste!!!
- Harry...- disse Ginny seriamente- Estou bem! Apenas tropecei!!!
Harry assentiu e passando a mão pelo queixo disse:
- Se a Porteira cá vier e te vir... Bem, não te escondas nem te mostres de rompante...
- Isso eu sei!- disse Ginny alegremente - Finjo de conta que ela me apanhou de surpresa a meio de algo!!!
Harry assentiu e Ginny perguntou:
- E se ela me perguntar quem eu sou??- corou um pouco - Posso dizer que sou a tua esposa???
Harry sorriu e passando a mão pela face de Ginny comentou:
- Deves!
~ * ~
Estava difícil, mas ele ia encontrá-la. Na verdade tinha o plano perfeito mesmo debaixo do tecto onde agora habitava. A Weasley e a Granger eram amigas. E se... E se alguma coisa acontecesse à Granger?? Complicações no parto? Uma queda? Algo!!! Quanto tempo conseguiria a Weasley continuar escondida...
Sabia que ela estava perto. Conseguia senti-la... Não conseguia saber era onde. O amor do Potter por ela era grande, estava a protegê-la, a baralhar os seus sentidos... Sentia-a em Paris... Mas em Paris onde??
Havia tantas casas, tantos becos, tantas pontes onde ela se poderia ter enfiado como o rato escorregadio que era... Tantos sítios... Tão pouco tempo... Tinha de agir rápido, estava a demorar demasiado tempo com o Potter, na realidade estava a adorar brincar com ele, mas ele começava a desconfiar, via isso no olhar dele...
Afinal ele estava a esconder a Weasley... Fingia estar de luto permanente, saia de casa sem avisar para não ser seguido e voltava horas depois...
E a Weasley não era parva... Nas condições em que estava estar escondida era o melhor que ela tinha a fazer...
Mas... E se... E se algo acontecesse à Granger...
~ * ~
Tinha sido como se um punhal que tivesse sido espetado nas costas mesmo na bacia. Hermione não conseguiu conter um berro de dor e levou as mãos rapidamente à barriga. Ron deixou cair a colher da sopa e levantando-se ajoelhou-se ao pé de Hermione preocupado:
- Mione que se passa??
- Dói-me...- murmurou Hermione entre berros controlados - Parece-me que vou morrer!!!
Ron deu ordens para chamarem imediatamente o médico. Pegou em Hermione ao colo e disse às criadas para irem tratar do quarto deles rapidamente. Abrirem a cama, as janelas, tirarem um dos pijamas de Hermione... Prepararem tudo...
Hermione chorava encostada ao ombro de Ron. Entre soluços e enquanto Ron a levava para o quarto perguntou:
- E se o Andrew morrer???
Ron sorriu, Hermione estava tão convencida de que era um rapaz, puxou-a mais para si e disse:
- Nem tu, nem o Andrew vão morrer!! Vais ver que isto acaba por ser normal...
Mas Ron sabia que não era e também sabia que Hermione sabia. Mas sabia também que se ele acreditasse nisso e passasse a sua confiança a Hermione esta acalmaria e com sorte a dor poderia acabar por passar ou pelo menos por se tronar mais leve...
Quando o Dr. Lupin chegou Hermione estava mais branca que os lençóis brancos e Ron estava mais desesperado que um homem perdido no deserto cheio de sede a correr atrás de miragens de cascatas de água que se evaporavam ao mínimo toque.
Lupin sorriu para Hermione e disse:
- Bom... Tudo bem... Mas vamos levar-te para o hospital para eu ver isso melhor, ok?
Hermione tentou dissimular uma dor aguda que lhe veio naquela altura e sorriu dizendo que sim com a cabeça. Ron beijou Hermione dizendo que já voltava e seguiu com Lupin para fora do quarto. Assim que chegaram lá fora Lupin olhou seriamente para Ron e comentou:
- Não te vou mentir Ron... A coisa está muito feia!!!
Ron assentiu e cerrou os punhos com força. Já desconfiava disso.
- Que se passa ao certo Dr. Lupin???
Lupin abanou a cabeça e disse:
- Não sei ao certo... Mas sei que as dores da tua esposa não são normais e pior, parecem estar a afectar o bebé, ele pode nascer prematuro... Ou pior ficar preso dentro da barriga dela e acabar por matar ambos...
Ron cerrou os punhos ainda com mais força e foi numa voz trémula que perguntou:
- O que sugere então??
- Vou levar a tua esposa para o hospital e lá com mais dados poderei decidir mais razoavelmente... Mas temo que o teu filho esteja perdido Ron... A não ser que as dores passem rápido vou ter de fazer uma cesariana de emergência para tentar salvar a tua esposa... Se tudo correr bem, ela ficará boa num instante, embora tema que possa não voltar a ter filhos... Se tudo correr muito, muito bem, o teu filho é posto numa incubadora e sobrevive assim como a tua esposa... Mas se algo correr mal... Podes despedir-te dos dois...
Ron sentiu uma lágrima a descer-lhe pelo rosto. Hermione perdida... O seu filho perdido... Tinha acordado num pesadelo...
Lupin olhou tristemente para Ron e comentou à medida que descia as escadas:
- Está nas tuas mãos contar-lhe ou não... Mando o Krum chamar-vos quando chegar a ambulância...
~ * ~
Ginny olhava para Harry horrorizada.
- Diz-me que estás a mentir!!!
Harry olhou para Ginny seriamente e comentou:
- Mas achas que eu ia brincar com isto Ginny????
Ginny correu a abraçar em Harry, em seguida soltou-se rapidamente e disse:
- Eu tenho de ir ter com a Herm!!!!
- Tu és louca????- perguntou Harry - Eles apanhavam-te num instante!!!!
- A Herm pode morrer Harry!!!- tronou Ginny- Ela é a minha melhor amiga, é a minha ÚNICA amiga!!!!! Por favor...
Harry olhou para Ginny que o confrontava com o olhar. Gostava de poder dizer que não, que ela não ia a lado nenhum, que ia ficar ali fechada como tinha ficado até aí em segurança. Mas era impossível, Ginny não deixaria. E além do mais ela tinha razão... Hermione podia morrer... Ginny podia nunca mais ver a rapariga que um dia, no sonho de ir ter com o noivo que tanto amava, tinha arriscado a sua vida e com uma data de leis inventadas a tinha tirado do que seria a morte certa....
Além do mais, era de Ginny que estavam a falar. Se ela não fosse a bem iria a mal... Mas Harry sabia que mais cedo ou mais tarde a encontraria no hospital ao lado de Hermione ou, Deus o perdoasse por pensar tal, ao pé da campa de Hermione a chorar a amiga perdida...
Suspirando Harry comentou:
- Eu levo-te...
~ * ~
Hermione sorriu ao ver Ginny.
- Gin!!!!
- Herm!!!- chamou Ginny dando um grande abraço à amiga.
Hermione deixou as lágrimas de dor juntarem-se com as de saudades e apertou Ginny com força. Em seguida disse:
- Pensei que estavas longe...
- OH! Herm!- disse Ginny começando a chorar - Como estás???
- Dói-me tudo...- comentou Hermione e a seguir acrescentou chorosa - Gin... Eles acham que o Andrew vai morrer...
Ginny tronou a abraçar Hermione e disse entre soluços:
- Não vai nada!!! Eles não percebem nada!!!
- Eles são médicos Gin!- disse Hermione fungando.
- Precisamente!- disse Ginny tronando a sentar-se - E tu és a mãe... O que é que achas???
Hermione sorriu para Ginny tristemente e comentou:
- Estou assustada demais para pensar seja o que for Ginny...- piscou os olhos ao olhar melhor para a amiga- Gin... Tu estás....
Ginny fez um gesto a Hermione para esta se calar e Hermione sorriu ternamente até outra dor a vir atormentar.
- Tu e o Harry sempre tiveram um "timing" excelente!!!- comentou Hermione.
Ginny sorriu e assentiu num gesto de cabeça. Hermione riu um pouco e comentou:
- Interessante... Já reparaste... Parece que fizemos tudo juntas... Eu casei, tu arranjaste um namorado... Eu fui viver à grande e à francesa e tu arranjaste uma família... Eu estou aqui assim e tu estás aí... Assim também...
Ginny assentiu. Olhou para Hermione com atenção e de súbito quis gritar. Em cima da barriga de Hermione, seria possível que ninguém ainda tivesse visto, estava um bicho enorme. Negro, medonho, cujas patas se enrolavam à volta da barriga dela e apertavam-na com força. Hermione parecia não notar, a enfermeira que ajeitou os lençóis de Hermione também não...
Mas ela estava a ver aquela coisa e a coisa estava a vê-la a ela porque a sua cabeça voltou-se de súbito para Ginny. Os seus olhos amarelos torrados fintaram-na e Ginny sentiu um arrepio como nunca se lembrava de ter sentindo antes. Então a coisa abriu a boca e lambeu os lábios como se Ginny fosse o seu próximo prato. Estendeu as suas pernas na direcção da barriga de Ginny...
Ginny deu um salto e um berro. Hermione olhou para ela espantada e comentou:
- Não te preocupes Ginny isto não se pega!!!!
Ginny olhava horrorizada para aquele bicho. Não bastava estar a fazer a sua melhor amiga sofrer e ir tirar-lhe o filho, não, agora também a queria a ela, também queria o seu bebé.
Chamou por Harry. Harry entrou no quarto e olhou para Ginny espantado. Ginny puxou Harry para si e perguntou:
- Estás a vê-la??
- A Herm?- perguntou Harry confuso e já arrependido de ter trazido Ginny ao hospital- Claro Gin!!!
- Não!!!!!- disse Ginny rapidamente - Aquela coisa em cima da Herm!!!
Harry piscou os olhos de novo e olhou intrigado para Hermione que olhava espantada para eles. Abanou a cabeça e disse:
- Não!! O que deveria ver...
Ginny puxou Harry mais para si e murmurou:
- Está uma coisa em cima dela Harry! E é horrenda! É um bicho qualquer negro e é ele que está a fazer mal ao Andrew!! Harry ele olhou para mim e... Harry ele queria fazer mal ao nosso filho também...
Harry puxou Ginny para si e comentou:
- Gin! Amor... Calma! Estás a imaginar coisas...
Sirius sorriu... Finalmente tinha achado o ninho dos Potter... Todos os Potter num quarto do hospital...
~ * ~
Lupin entrou no quarto, voltou-se para Hermione e disse:
- As dores não pararam... Vamos ter de lhe fazer uma cesariana Miss!!
Hermione assentiu. Ginny ia para tentar falar com o médico quando viu... O bicho que estava a agarrar Hermione soltou-se dela e desceu lentamente para o chão. Hermione piscou os olhos, pôs as mãos em cima da barriga e disse:
- Parou...
Lupin tirou do seu estetoscópio e auscultando Hermione perguntou:
- A sério???
- Bem, não estou a gemer por algum motivo!- comentou Hermione começando a chorar de felicidade- Está... Está tudo bem???
Ginny viu o bicho a vir na sua direcção.
- Parece-me que sim...- comentou Lupin - Se as dores não voltarem tudo terá voltado ao normal!!!
- Ron! – chamou Hermione- RON!
O bicho estava cada vez mais próximo. Ginny escondeu-se atrás de Harry. Ele vinha atrás dela, vinha roubar-lhe o seu bebé. Harry sentiu Ginny a apertá-lo com força e ouviu a sua voz a dizer baixinho:
- Não! Não! Vai-te embora... Coisa nojenta... Não vais ficar com o meu bebé! Não! Não!! Vai-te...
Ron entrou no quarto admirado. Quando viu Hermione chorar imaginou o pior, mas Hermione abriu um grande sorriso e comentou:
- Está tudo bem!! As dores pararam!!
Ron abriu um sorriso e correu para Hermione. O bicho, ao contrário do que tinha feito com o médico, deu um salto para o lado, como se houvesse algo em Ron que lhe pudesse fazer mal. Olhou para Harry e para Ginny, voltou a lamber os lábios, se é que tinha lábios, mas não se tronou a mover, ficou a três passos de Harry a contemplar Ginny. Sem querer Harry deixou cair a cartola, quando ia para a apanhar o bicho deu um salto afastando-se ainda mais de Harry, como se ele tal como Ron tivesse algo de mortal.
O Dr. Lupin tronou a sair do quarto passando através do Bicho que não se afastou ou se pareceu importar com ele e que continuava a olhar para Ginny como se a quisesse devorar.
Sirius entrou e olhou espantado para o chão. O quê? O trabalho ainda não estava feito!!! Raios o "bicho" já devia ter feito seu trabalho, agarrado a Weasley e a morto assim como há criança que ela trazia no ventre. Agora que estava tão perto dela conseguia sentir...
Sentir o novo Potter que aí vinha, estava tudo a correr bem, o corpo de Ginny tinha-se adaptado bem à gravidez e ela não estava mal alimentada ou com frio. Até Harry tinha feito bem o seu trabalho, o novo Potter que aí vinha parecia em todos os campos perfeito...
~ * ~
Tinha sido rápido demais para Ginny o impedir, ele tinha-a apanhado. Caiu no chão do apartamento... Harry só chegaria dali a algumas horas e para ela seria provável nunca chegar visto que Ginny se sentia a desfalecer...
Ele tinha-a apanhado quando ela tentara abrir a porta da rua para fugir. Não a conseguira abrir suficientemente rápido para fugir... O bicho tinha-a apanhado, não sentia apenas dor como Hermione sentira... Conseguia realmente sentir os seus tentáculos em redor da sua barriga a apertá-la com força. Já tinha tentado soltá-lo dela mas era impossível, as suas mãos passavam através dele como através da água...
- Harry...- chamou - Alguém!!!!!
O bicho deixou de a apertar durante um instante antes de prosseguir, mas Ginny estava, tal como Hermione estivera, demasiado preocupada com a dor que sentia para pensar ou reparar fosse no que fosse. A única imagem que lhe ocorria à cabeça era a de Harry a entrar no apartamento e achá-la no chão morta assim como ao seu filho.
Não conseguia deixar de ver a cena na sua cabeça, até que a determinada maneira já não se via morta no chão, apenas via Harry a abrir a porta vezes sem conta. Harry abria a porta e depois como, uma cassete riscada voltava a abrir mais uma vez, e uma e outra, e uma e outra....
- AH!- gritou de dor antes de a seguir gritar - HARRY!
Desta vez sentiu, sentiu o bicho parar de fazer força sobre o seu ventre. Piscou os olhos e tronou a chamar por Harry:
- HARRY!
Tal como no hospital o bicho tinha fugido de Harry também agora o seu nome o parecia magoar.
- Harry! Harry! Harry! Harry! Harry! Harry... - começou a chamar sem parar.
O bicho começou a soltar-se lentamente dela e Ginny ajudou-o a soltar-se, visto que por alguma razão ele parecia ter-se tronado sólido, e afastou-se, arrastando-se de costas pelo chão, do sítio onde ele estava.
Sirius abriu a porta nessa altura e olhou espantado para a cena:
- Consegues vê-lo...- comentou.
Sem saber onde tinha arranjado forças Ginny sentiu-se a levantar e a correr pela porta afora para longe. Ouviu também a voz de Sirius dizer:
- Atrás dela! Mata-a! Mata a criança...
Ginny abriu a porta do prédio e correu para a rua. O seu segundo maior pesadelo tinha-se realizado, tinha de fugir e não sabia para onde? De que lado seria a Casa de Herm? Para que lado seria o rio? Para que lado??? Ouviu o som do bicho a descer as escadas e parou de pensar, correu para a direita...
~ * ~
Harry observava Ginny. Queria poder ajudá-la, mas não podia! Ela teria de se desenvencilhar sozinha....
- Quanto tempo mais demorarão a encontrar-me?- pensou para si, há medida que Ginny corria para o porto.
Sorriu para si e disse para Ginny:
- Corre amor! Foge! Não deixes que eles te apanhem...- murmurou - Como me apanharam...
Tinha sido rápido demais para reagir, estava a escrever algo, já não se lembrava bem o quê, e tinham-lhe dado um tiro. Por sorte ou por azar, não tinha sido certeiro ao coração, mas tinha sido rápido o suficiente para o matar e lento o suficiente para ele ter tempo de escrever algumas frases...
Testamento
Tudo o que me pertence passará para Virgínia Weasley e para o nosso filho, que nascerá dentro de seis meses. Ele herdará o nome do meu pai, se for rapaz, e o nome da mãe de Virgínia se for rapariga, será um Potter e deverá ser tratado como tal.
Assinado,
Harry James Evans Potter,
o Afilhado Perdido que se encontrou...
P.s. Ginny, meu filho, amo-vos...
Não tinha sido um discurso de despedida muito alegre, mas fora a primeira coisa a ocorrer-lhe. Sentia uma repulsa enorme por Sirius, não queria que ele ficasse com nada que os seus pais tão arduamente tinham juntado e queria ter a certeza que Ginny seria bem tratada.
Claro que agora sabia que Sirius era apenas mais um peão naquele grande jogo entre os Potter e Voldemort, e nem era um peão de livre vontade, Harry tinha jogado e tinha perdido, mas o que lhe valera era o ele não ser mais o rei do jogo, o cargo era agora do seu filho, ele era o rei e tudo estaria perdido, isto é, a maldição de Voldemort cumprir-se-ia se ele fosse morto.
Ouviu Ginny a chamar por ele e viu que ela chorava. Ela sabia... Eles amavam-se e ela sabia que por esta altura Harry já estaria ao pé dela se pudesse, se não estava era porque não podia e se não podia apenas havia uma razão...
Ginny correu mais rápido apertando uma mão junto ao peito. Outro dos seus pesadelos tinha acabado de se realizar, o seu filho cresceria sem pai, isto é, se ela corresse suficientemente rápido e conseguisse fugir.
Conseguia ouvir o bicho a aproximar-se. Ninguém o via, ninguém o conseguia parar, mas ela conseguia vê-lo e apenas podia fugir dele... Nem o nome de Harry lhe podia valer agora, já o chamara algumas vezes mas o bicho não parra confirmando o pensamento de que Harry estava morto...
Ginny tinha deduzido e brincado para si que estava protegida pelo amor de Harry, tal como Hermione estava pelo de Ron, quando o bicho as atacara nenhum dos dois estava presente ou pelo menos a tocar-lhes, mas assim que eles se aproximavam o bicho fugia, fugia do amor que não percebia e poderia por acabar por o matar...
Ginny dirigiu-se para um enorme edifício branco sem saber o que ele era, abriu a porta e entrou. Ouviu algumas exclamações como "HEI!" e "Onde é que pensa que vai??" quando passou a correr no que lhe pareceu ser uma recepção mas não parou para explicar, não podia parar.
Harry acompanhava Ginny murmurava palavras de encorajamento, mas de súbito sentiu algo... Sentiu-se puxado para longe de Ginny...
~ * ~
Ginny abriu duas portas azuis e observou a cena espantada. Estava num bloco operatório, e Harry estava lá, ele estava a olhar para ela, os seus olhos verdes fixos nos castanhos dela, como se ele realmente estivesse vivo e a estivesse a ver. Sentiu a sua visão ficar turva, mas de súbito ouviu o impensável:
- Ginny...
Era a voz de Harry, olhou e viu Harry a estender-lhe o braço. O Dr. Lupin observou a cena abismado com os reanimadores eléctricos ainda na mão. Ron estava a passar perto do quarto na altura exacta em que um atirador furtivo tinha disparado para Harry dentro do quarto. Tinha mandado chamar uma ambulância rapidamente e Harry tinha sido levado de urgência para a Sala de Operações. Assim que lhe tinham tirado a bala que fizera muitos menos estragos do que há primeira vista era sugerido tinham tentando reanimá-lo, visto que o seu coração apenas tinha parado uns segundos após terem tirado a bala.
Ginny correu para ao pé dele, abraçando-o com todas as suas forças. Harry apertou Ginny com o único braço que tinha livre.
- Pensei...- soluçou Ginny - pensei...
- E aconteceu...- disse Harry - Por segundos... Mas aconteceu...
Subitamente Harry afastou Ginny e estendeu a mão mesmo a tempo de impedir o bicho de lhe tocar. O bicho bateu com a face na mão de Harry e após um breve grito de dor desapareceu. Sirius apareceu logo atrás do bicho e tentando compor-se sorriu para Harry.
- Harry... Estás bem!!!
Mas era tarde demais para teatros, Harry sabia a verdade, e não a tinha descoberto da melhor maneira. Sirius aproximou-se dele e quando o fez Harry agarrou-lhe o pulso murmurando:
- Voldemort!
Sirius começou a gritar de dor numa voz que não era a dele. O Dr. Lupin não sabia o que dizer e Harry disse:
- Mataste os meus pais, quase que fizeste o mesmo comigo e querias matar a minha família... Quiseste quebrar um ciclo de amor... Falhaste!
O amor marcado na pele de Harry, pelo sacrifício dos pais, do Padrinho que o tinha tentado salvar, pelas lágrimas de Ginny que pensara o ter perdido, pelo toque do seu filho que aí vinham e que Harry tantas vezes tinha acariciado tocando na barriga de Ginny começaram a corroer Voldemort de dentro de Sirius numa rapidez surpreendente...
Quanto tudo acabou Sirius caiu no chão com o pulso vermelho. Abanou a cabeça e murmurou:
- Oh Harry... Desculpa... Eu mandei matar-te! E há Ginny! E as dores da Hermione!!! OH Deus!!!
Ginny abaixou-se ao pé de Sirius e sorrindo comentou:
- Está tudo bem Sirius... Acabou tudo...
Mas estranhamente Ginny sentiu que para uma parte de si aquilo ainda não tinha acabado... Uma parte que estava muito distante e muito perto...
Fim do capítulo
N.A: Gostaram? Odiaram? No fundo eu ando aqui a "engonhar" para trás e para a frente mas é que eu tenho tantas ideias para isto e tenho esta ideia tão boa para as por a todas!!! ^.^ De qualquer maneira em princípio esta será a última vez que o faço!!! Mas não prometo!!! Comentários são bem vindos!!! Gostaria também de dizer para todos os que estão a acompanhar "Christopher Bleue e a Outra Pedra Filosofal", que foi criado um grupo no MSN para essa fic, visto que muita gente me pedia um forúm e eu não sabia como o fazerem! Assim o forúm está lá incluido assim como algumas bios!
O endereço : http://groups.msn.com/ChristopherBleue
Façam bom proveito!!! Bjs CACL
Bjs
Cat
"Um universo paralelo é contar a mesma história duma maneira diferente..."
Capítulo Dezasseis
E se...
»» Dimensão Paralela 224D
Harry puxou Ginny mais para si. Os seios nus desta roçaram levemente contra o peito de Harry e este beijou-lhe os cabelos. Ginny era tudo o que ele queria, tudo o que ele precisava, tudo o que ele desejava...
No dia seguinte quando desceu para o almoço Harry encontrou Ron, Hermione e Ginny a conversarem alegremente. Estavam bastante felizes e Ron estava um pouco corado. Harry sorriu ao vê-lo passar a mão pela cintura de Hermione. Casados há quatro meses Ron e Hermione eram sem dúvida o casal sensação, Sirius tinha adoptado Hermione! Para ele ela era agora a sua Nora e não havia nada a fazer! Qualquer ofensa dirigida a Hermione era como se fosse dirigida a ele, e ninguém de Paris, pelo menos ninguém são, queria ofender o grande, poderoso e rico Sirius Black. Principalmente agora que ele tinha reencontrado o seu Afilhado, que só por acaso, diziam os rumores, iria casar em breve...
Claro que os rumores também acrescentavam que a donzela seria escolhida num baile, como a Cinderela e Harry sabia que isso era mentira. Ele já tinha encontrado a sua Cinderela e na realidade ele é que tinha sido a Cinderela, Ron tinha sido o seu Fado Padrinho e tinha-o vestido, Hermione a sua Fada Madrinha que o tinha educado e Ginny tinha sido quem revelará tudo de bom que existia nele, tinha sido a princesa que dançara com ele.
Ginny correu para ele assim que o viu, deu-lhe um beijo terno e disse:
- Grandes notícias!! A Herm está grávida!!!!
Harry piscou os olhos e olhou para Hermione. Realmente ela estava um pouco mais gorda, mas Harry pensara que isso se tinha devido a uma melhoria considerável na alimentação e nas condições de vida.
- Não é espectacular??- perguntou Ginny com um enorme sorriso.
Harry sorriu colocou uma madeixa de cabelo de Ginny atrás da sua orelha e comentou:
- Completamente!!
Ginny sorriu, beijou-o de novo e correu de novo para ao pé de Hermione que estava a discutir com Ron a melhor maneira de contarem tudo a Sirius de modo a conseguirem evitar uma enorme festa. Harry sorriu, pois nunca lhe passaria pela cabeça o que se estava nesse momento a desenrolar dentro de Ginny ou que estava a ser observado por um par de olhos sedentos de sangue, sangue Potter.
~ * ~
Ginny piscou os olhos, isto não lhe estava a acontecer, não lhe podia estar a acontecer!!!! Sirius, possuído por Voldemort, voltou a repetir o que tinha dito:
- A festa para anunciar a gravidez da Hermione é hoje à noite... Até lá Srta.
Weasley aconselho-lhe que desapareça da vida do meu Afilhado e do Mapa para SEMPRE! Senão terei de a mandar prender...
- Mas eu...- começou Ginny com lágrimas nos olhos.
- Srt.a Weasley faça um favor a si própria e cala-se! Tudo o que disser poderá e será usado contra si... E se não saí desta sala em menos de cinco minutos eu tirar-lhe-ei tudo o que puder está a ouvir-me? TUDO!!!
Ginny piscou os olhos e juntando as mãos como que a rezar murmurou:
- Tudo??
- OH sim!- disse Sirius- Tudo! Tudo o que não for só seu primeiro!! Tudo o que tiver em sociedade com o meu Afilhado, com a Hermione e outros!! E depois tudo o que for só seu... A Justiça é boa Srta. Weasley, mas também é cega e o seu olfacto ultimamente só fareja o dinheiro... E como creio que sabe... Dinheiro não é algo que falte nesta casa!
Ginny começou a tremer. Ela conhecia bem os Direitos da Mulher, eram poucos e raramente usados. Se aquele monstro desconfia-se de algo, ele poderia até tirar-lhe, ele poderia tirar-lhe...
Ginny mordeu o lábio e pediu:
- Dê-me uma hora para arrumar tudo...
- Meia hora Sr.ta Weasley...- disse Sirius ajeitando uns papeis em cima da mesa- E já estou a ser bastante generoso...
Ginny assentiu e saiu do escritório calmamente. No entanto assim que estava cá fora desatou a correr varrida em lágrimas até ao primeiro andar, até ao seu quarto onde iria fazer a sua mala.
~ * ~
Harry olhou-se ao espelho e pensou para si mesmo que aquele smoking verde escuro assentava-lhe quem nem uma luva. Perfeito. Desceu da frente dos quatro espelhos disposto à sua volta e olhou para as ruas de Paris. Aí viu algo que lhe cortou o ar. Ginny com uma mala de mão a chamar um táxi. Isso não seria nada de especial se ela não tivessem vestidas roupas de viagem, um ar moribundo e chorasse.
- Ela vai-se embora...- pensou Harry.
O som de alguém a bater à porta ouviu e Harry disse mecanicamente:
- Entre!
- AH! Harry!- disse Sirius entrando - Tudo bem??
Harry tentou desviar-se de Sirius para chegar à porta murmurando:
- Sim... Com sua licença!
Sirius agarrou-o e puxando-o para si disse:
- Então Harry... Deixa-me ver-te...- afastou-o um pouco de si, mas segurando-o sempre – Hummm... Isso fica-te bem! Pareces-te bastante com o teu pai!
Harry assentiu. Gostava bastante do seu Padrinho, mas nesta altura desejava que ele se evaporasse. Tinha que chegar à porta... Tinha de impedir Ginny de se ir embora, tinha que saber porque se ia ela embora. Que se estava a passar? Porque é que Sirius não saia do caminho, não se aperceberia de que ele tinha mais que fazer do que ouvir o quanto aquele fato lhe ficava bem.
- Pareces nervoso Harry. Passa-se algo??- perguntou Sirius.
Já fora de si Harry soltou-se do seu Padrinho e desceu as escadas, apoiado no corrimão quase deitando Ron e Hermione, que passavam em direcção da sala de jantar, ao chão. Murmurou um rápido "Desculpem" e continuou a correr.
Quando chegou à porta o táxi de Ginny já se perdia ao fundo da rua. Chamou um táxi que passava lá perto com um assobio e usou a frase que dentro de alguns anos se iria tronar famosa nos filmes de acção:
- Siga aquele carro!
~ * ~
Ginny desceu do táxi, pagou ao taxista e pegando nas suas malas preparou-se para comprar um bilhete de comboio. Estava preste a pagar ao senhor da bilheteira quando alguém a puxou. Ginny voltou-se para ver Harry a olhar para ela com um ar magoado.
- Porquê?- perguntou Harry - Porquê??
Ginny mordeu o lábio, não queria dar parte de fraca. Mas a pressão era muita e as variações de humor que se faziam quando se tinha o que ela tinha estavam a começar a fazer efeito e antes que Ginny ou Harry se percebessem do que se passava, Ginny tinha lançado os seus braços em redor do pescoço de Harry e chorava o seu nome:
- Harry...
Harry abraçou Ginny de volta e apertou-a com força sussurrando ao seu ouvido:
- Estou aqui Ginny...
Ginny assentiu.
~ * ~
Harry não queria acreditar, mas também não tinha lógica Ginny estar a mentir. Observou-a. Tinha arranjado através de Karl um pequeno apartamento para ela do outro da cidade. Se fosse verdade, se Sirius realmente não a queria ver, ele tinha de fazer o Padrinho acreditar que ela estava a milhas. Ginny dormia descansadamente numa cama de casal. As suas lágrimas tinham secado, mas ela continuava, na opinião de Harry, bastante branca.
Aproximou-se dela e tocou-lhe ao de leve nos cabelos, ela sorriu no sono, lentamente, resmungou algo que não passou dum suspiro incompreensível e continuou a dormir descansadamente. Harry beijou-lhe os cabelos e colocou a mão sobre a barriga de Ginny. Eles iam ser pais. Ele ia ter um filho... Ou uma filha...
Ginny tinha fugido por causa disso. Sirius tinha ameaçado tirar tudo, também havia de lhe tirar o bebé. Entre os seus soluços Ginny tinha explicado que escreveria a Harry a dizer-lhe que ele era pai, quando tivesse a certeza que Sirius não lhe poderia tirar o bebé. Nessa altura Ginny tinha sorrido e comentando que seria uma espécie de souvenir de Harry, visto que o amor dela por ele jamais acabaria.
Harry pegou no seu casaco e acordou Ginny o tempo suficiente para lhe dizer que ia para casa. Não queria que Sirius desconfiasse do seu pequeno plano, se ele descobrisse tudo estaria perdido...
~ * ~
Quando Harry chegou a casa Hermione chorava desconsoladamente. Teatralmente, tal como Hermione e Ginny lhe tinham ensinado, Harry entrou cabisbaixo e sem dizer uma palavra subiu para o andar de cima. Ao ver isto, todos tiraram a conclusão que Harry queria que tirassem...
Ginny tinha desaparecido para nunca mais voltar.
Hermione tornou a chorar desalmadamente e Ron pediu a Fleur para lhe fazer um chá calmante. Na situação de Hermione nervos era tudo o que ela não precisava, as mudanças súbitas de humor estavam a dar com Ron em louco, pior que isso só mesmo as vontades súbitas por Maçãs Caramelizadas que Hermione tinha. A meio da noite lá tinha que ele ir a uma feira popular ou a um circo comprar as benditas maçãs, ou quando Hermione se queria mexer, acordar as empregadas para estas fazerem as benditas maçãs...
Nas palavras de Fleur, "O pior ainda estava para vir...", noites sem dormir ao som dos choros do pequeno que aí vinha. As empregadas andavam desesperadas e rezavam para que a sua senhora fosse uma boa mãe e não deixasse o pequeno aos seus cuidados...
Harry fechou-se no quarto com um sorriso no rosto. Tinha conseguido...
~ * ~
Mesmo dentro de Sirius, Voldemort sentiu. Algo se mexia, forças misteriosas juntavam-se para tornar a sua maldição cada vez mais difícil de realizar. O que seria?? Concentrou-se... Algo novo vinha a caminho, sangue Potter, mais sangue Potter...
Na cama Sirius sentou-se de repente... Não podia ser... Mas era... Um novo Potter vinha a caminho!! Tinha estado tão concentrado em fazer a Weasley desaparecer que não sentira que ela tinha o seu pior inimigo com ela... Um novo Potter... Pior... Um Weasley Potter!!!!
Levantou-se. Tinha de a encontrar e eliminar...
~ * ~
Aconteceu dois dias depois... Paris acordou rodeada de cartazes com a fotografia de Ginny e com a frase "PROCURA-SE... RECOMPENSA DE 1 000 000£". A caminho do apartamento de Ginny, Harry arrancou um dos cartazes e estudou-o com atenção. A fotografia de Ginny estava mesmo má, ela era muito mais nova e bonita do que a foto mostrava.
Subiu as escadas do prédio sendo cumprimentado pela Porteira, que julgava que tinha arrendado um escritório a um pobre médico, e pelo vizinho do 2ºEsq que achava que Harry se chamava Henry e que era um pobre estudante.
Batendo duas vezes seguidas e a seguir uma vez, Harry meteu a chave na porta e entrou. Ginny atirou-se para os seus braços e cumprimentou-o, contando-lhe como ficara assustada quando vira todos aqueles cartazes espalhados pelas ruas. Eram tantos que ela do 3º andar conseguia vê-los.
Harry acalmou-a dizendo que todos lá em casa acreditavam que ela estava bem longe e que por isso Ginny estava segura. Ainda um pouco nervosa Ginny assentiu comentando que parecia ter voltado a Londres, cidade da qual agora admitia sentir falta, pois lá pelo menos conhecia todos os becos e saídas, enquanto aqui se fosse apanhada não saberia por onde fugir...
- Ginny, se não saires daqui ninguém sabe de ti...- comentou Harry- E se ninguém souber de ti ninguém te entrega!!!
- Mas e se a Porteira vem cá?? Ontem parou aí à porta mexendo nas chaves!!!
Harry piscou os olhos.
- Porquê?
Ginny corou e disse:
- Eu... bem... Tropecei e acho que ela deve ter ouvido...
Harry levantou-se rapidamente e começou a observar Ginny:
- Estás bem??
- Harry...- começou Ginny a dizer.
- Magoaste-te? Porque é que não me contaste!!!
- Harry...- disse Ginny seriamente- Estou bem! Apenas tropecei!!!
Harry assentiu e passando a mão pelo queixo disse:
- Se a Porteira cá vier e te vir... Bem, não te escondas nem te mostres de rompante...
- Isso eu sei!- disse Ginny alegremente - Finjo de conta que ela me apanhou de surpresa a meio de algo!!!
Harry assentiu e Ginny perguntou:
- E se ela me perguntar quem eu sou??- corou um pouco - Posso dizer que sou a tua esposa???
Harry sorriu e passando a mão pela face de Ginny comentou:
- Deves!
~ * ~
Estava difícil, mas ele ia encontrá-la. Na verdade tinha o plano perfeito mesmo debaixo do tecto onde agora habitava. A Weasley e a Granger eram amigas. E se... E se alguma coisa acontecesse à Granger?? Complicações no parto? Uma queda? Algo!!! Quanto tempo conseguiria a Weasley continuar escondida...
Sabia que ela estava perto. Conseguia senti-la... Não conseguia saber era onde. O amor do Potter por ela era grande, estava a protegê-la, a baralhar os seus sentidos... Sentia-a em Paris... Mas em Paris onde??
Havia tantas casas, tantos becos, tantas pontes onde ela se poderia ter enfiado como o rato escorregadio que era... Tantos sítios... Tão pouco tempo... Tinha de agir rápido, estava a demorar demasiado tempo com o Potter, na realidade estava a adorar brincar com ele, mas ele começava a desconfiar, via isso no olhar dele...
Afinal ele estava a esconder a Weasley... Fingia estar de luto permanente, saia de casa sem avisar para não ser seguido e voltava horas depois...
E a Weasley não era parva... Nas condições em que estava estar escondida era o melhor que ela tinha a fazer...
Mas... E se... E se algo acontecesse à Granger...
~ * ~
Tinha sido como se um punhal que tivesse sido espetado nas costas mesmo na bacia. Hermione não conseguiu conter um berro de dor e levou as mãos rapidamente à barriga. Ron deixou cair a colher da sopa e levantando-se ajoelhou-se ao pé de Hermione preocupado:
- Mione que se passa??
- Dói-me...- murmurou Hermione entre berros controlados - Parece-me que vou morrer!!!
Ron deu ordens para chamarem imediatamente o médico. Pegou em Hermione ao colo e disse às criadas para irem tratar do quarto deles rapidamente. Abrirem a cama, as janelas, tirarem um dos pijamas de Hermione... Prepararem tudo...
Hermione chorava encostada ao ombro de Ron. Entre soluços e enquanto Ron a levava para o quarto perguntou:
- E se o Andrew morrer???
Ron sorriu, Hermione estava tão convencida de que era um rapaz, puxou-a mais para si e disse:
- Nem tu, nem o Andrew vão morrer!! Vais ver que isto acaba por ser normal...
Mas Ron sabia que não era e também sabia que Hermione sabia. Mas sabia também que se ele acreditasse nisso e passasse a sua confiança a Hermione esta acalmaria e com sorte a dor poderia acabar por passar ou pelo menos por se tronar mais leve...
Quando o Dr. Lupin chegou Hermione estava mais branca que os lençóis brancos e Ron estava mais desesperado que um homem perdido no deserto cheio de sede a correr atrás de miragens de cascatas de água que se evaporavam ao mínimo toque.
Lupin sorriu para Hermione e disse:
- Bom... Tudo bem... Mas vamos levar-te para o hospital para eu ver isso melhor, ok?
Hermione tentou dissimular uma dor aguda que lhe veio naquela altura e sorriu dizendo que sim com a cabeça. Ron beijou Hermione dizendo que já voltava e seguiu com Lupin para fora do quarto. Assim que chegaram lá fora Lupin olhou seriamente para Ron e comentou:
- Não te vou mentir Ron... A coisa está muito feia!!!
Ron assentiu e cerrou os punhos com força. Já desconfiava disso.
- Que se passa ao certo Dr. Lupin???
Lupin abanou a cabeça e disse:
- Não sei ao certo... Mas sei que as dores da tua esposa não são normais e pior, parecem estar a afectar o bebé, ele pode nascer prematuro... Ou pior ficar preso dentro da barriga dela e acabar por matar ambos...
Ron cerrou os punhos ainda com mais força e foi numa voz trémula que perguntou:
- O que sugere então??
- Vou levar a tua esposa para o hospital e lá com mais dados poderei decidir mais razoavelmente... Mas temo que o teu filho esteja perdido Ron... A não ser que as dores passem rápido vou ter de fazer uma cesariana de emergência para tentar salvar a tua esposa... Se tudo correr bem, ela ficará boa num instante, embora tema que possa não voltar a ter filhos... Se tudo correr muito, muito bem, o teu filho é posto numa incubadora e sobrevive assim como a tua esposa... Mas se algo correr mal... Podes despedir-te dos dois...
Ron sentiu uma lágrima a descer-lhe pelo rosto. Hermione perdida... O seu filho perdido... Tinha acordado num pesadelo...
Lupin olhou tristemente para Ron e comentou à medida que descia as escadas:
- Está nas tuas mãos contar-lhe ou não... Mando o Krum chamar-vos quando chegar a ambulância...
~ * ~
Ginny olhava para Harry horrorizada.
- Diz-me que estás a mentir!!!
Harry olhou para Ginny seriamente e comentou:
- Mas achas que eu ia brincar com isto Ginny????
Ginny correu a abraçar em Harry, em seguida soltou-se rapidamente e disse:
- Eu tenho de ir ter com a Herm!!!!
- Tu és louca????- perguntou Harry - Eles apanhavam-te num instante!!!!
- A Herm pode morrer Harry!!!- tronou Ginny- Ela é a minha melhor amiga, é a minha ÚNICA amiga!!!!! Por favor...
Harry olhou para Ginny que o confrontava com o olhar. Gostava de poder dizer que não, que ela não ia a lado nenhum, que ia ficar ali fechada como tinha ficado até aí em segurança. Mas era impossível, Ginny não deixaria. E além do mais ela tinha razão... Hermione podia morrer... Ginny podia nunca mais ver a rapariga que um dia, no sonho de ir ter com o noivo que tanto amava, tinha arriscado a sua vida e com uma data de leis inventadas a tinha tirado do que seria a morte certa....
Além do mais, era de Ginny que estavam a falar. Se ela não fosse a bem iria a mal... Mas Harry sabia que mais cedo ou mais tarde a encontraria no hospital ao lado de Hermione ou, Deus o perdoasse por pensar tal, ao pé da campa de Hermione a chorar a amiga perdida...
Suspirando Harry comentou:
- Eu levo-te...
~ * ~
Hermione sorriu ao ver Ginny.
- Gin!!!!
- Herm!!!- chamou Ginny dando um grande abraço à amiga.
Hermione deixou as lágrimas de dor juntarem-se com as de saudades e apertou Ginny com força. Em seguida disse:
- Pensei que estavas longe...
- OH! Herm!- disse Ginny começando a chorar - Como estás???
- Dói-me tudo...- comentou Hermione e a seguir acrescentou chorosa - Gin... Eles acham que o Andrew vai morrer...
Ginny tronou a abraçar Hermione e disse entre soluços:
- Não vai nada!!! Eles não percebem nada!!!
- Eles são médicos Gin!- disse Hermione fungando.
- Precisamente!- disse Ginny tronando a sentar-se - E tu és a mãe... O que é que achas???
Hermione sorriu para Ginny tristemente e comentou:
- Estou assustada demais para pensar seja o que for Ginny...- piscou os olhos ao olhar melhor para a amiga- Gin... Tu estás....
Ginny fez um gesto a Hermione para esta se calar e Hermione sorriu ternamente até outra dor a vir atormentar.
- Tu e o Harry sempre tiveram um "timing" excelente!!!- comentou Hermione.
Ginny sorriu e assentiu num gesto de cabeça. Hermione riu um pouco e comentou:
- Interessante... Já reparaste... Parece que fizemos tudo juntas... Eu casei, tu arranjaste um namorado... Eu fui viver à grande e à francesa e tu arranjaste uma família... Eu estou aqui assim e tu estás aí... Assim também...
Ginny assentiu. Olhou para Hermione com atenção e de súbito quis gritar. Em cima da barriga de Hermione, seria possível que ninguém ainda tivesse visto, estava um bicho enorme. Negro, medonho, cujas patas se enrolavam à volta da barriga dela e apertavam-na com força. Hermione parecia não notar, a enfermeira que ajeitou os lençóis de Hermione também não...
Mas ela estava a ver aquela coisa e a coisa estava a vê-la a ela porque a sua cabeça voltou-se de súbito para Ginny. Os seus olhos amarelos torrados fintaram-na e Ginny sentiu um arrepio como nunca se lembrava de ter sentindo antes. Então a coisa abriu a boca e lambeu os lábios como se Ginny fosse o seu próximo prato. Estendeu as suas pernas na direcção da barriga de Ginny...
Ginny deu um salto e um berro. Hermione olhou para ela espantada e comentou:
- Não te preocupes Ginny isto não se pega!!!!
Ginny olhava horrorizada para aquele bicho. Não bastava estar a fazer a sua melhor amiga sofrer e ir tirar-lhe o filho, não, agora também a queria a ela, também queria o seu bebé.
Chamou por Harry. Harry entrou no quarto e olhou para Ginny espantado. Ginny puxou Harry para si e perguntou:
- Estás a vê-la??
- A Herm?- perguntou Harry confuso e já arrependido de ter trazido Ginny ao hospital- Claro Gin!!!
- Não!!!!!- disse Ginny rapidamente - Aquela coisa em cima da Herm!!!
Harry piscou os olhos de novo e olhou intrigado para Hermione que olhava espantada para eles. Abanou a cabeça e disse:
- Não!! O que deveria ver...
Ginny puxou Harry mais para si e murmurou:
- Está uma coisa em cima dela Harry! E é horrenda! É um bicho qualquer negro e é ele que está a fazer mal ao Andrew!! Harry ele olhou para mim e... Harry ele queria fazer mal ao nosso filho também...
Harry puxou Ginny para si e comentou:
- Gin! Amor... Calma! Estás a imaginar coisas...
Sirius sorriu... Finalmente tinha achado o ninho dos Potter... Todos os Potter num quarto do hospital...
~ * ~
Lupin entrou no quarto, voltou-se para Hermione e disse:
- As dores não pararam... Vamos ter de lhe fazer uma cesariana Miss!!
Hermione assentiu. Ginny ia para tentar falar com o médico quando viu... O bicho que estava a agarrar Hermione soltou-se dela e desceu lentamente para o chão. Hermione piscou os olhos, pôs as mãos em cima da barriga e disse:
- Parou...
Lupin tirou do seu estetoscópio e auscultando Hermione perguntou:
- A sério???
- Bem, não estou a gemer por algum motivo!- comentou Hermione começando a chorar de felicidade- Está... Está tudo bem???
Ginny viu o bicho a vir na sua direcção.
- Parece-me que sim...- comentou Lupin - Se as dores não voltarem tudo terá voltado ao normal!!!
- Ron! – chamou Hermione- RON!
O bicho estava cada vez mais próximo. Ginny escondeu-se atrás de Harry. Ele vinha atrás dela, vinha roubar-lhe o seu bebé. Harry sentiu Ginny a apertá-lo com força e ouviu a sua voz a dizer baixinho:
- Não! Não! Vai-te embora... Coisa nojenta... Não vais ficar com o meu bebé! Não! Não!! Vai-te...
Ron entrou no quarto admirado. Quando viu Hermione chorar imaginou o pior, mas Hermione abriu um grande sorriso e comentou:
- Está tudo bem!! As dores pararam!!
Ron abriu um sorriso e correu para Hermione. O bicho, ao contrário do que tinha feito com o médico, deu um salto para o lado, como se houvesse algo em Ron que lhe pudesse fazer mal. Olhou para Harry e para Ginny, voltou a lamber os lábios, se é que tinha lábios, mas não se tronou a mover, ficou a três passos de Harry a contemplar Ginny. Sem querer Harry deixou cair a cartola, quando ia para a apanhar o bicho deu um salto afastando-se ainda mais de Harry, como se ele tal como Ron tivesse algo de mortal.
O Dr. Lupin tronou a sair do quarto passando através do Bicho que não se afastou ou se pareceu importar com ele e que continuava a olhar para Ginny como se a quisesse devorar.
Sirius entrou e olhou espantado para o chão. O quê? O trabalho ainda não estava feito!!! Raios o "bicho" já devia ter feito seu trabalho, agarrado a Weasley e a morto assim como há criança que ela trazia no ventre. Agora que estava tão perto dela conseguia sentir...
Sentir o novo Potter que aí vinha, estava tudo a correr bem, o corpo de Ginny tinha-se adaptado bem à gravidez e ela não estava mal alimentada ou com frio. Até Harry tinha feito bem o seu trabalho, o novo Potter que aí vinha parecia em todos os campos perfeito...
~ * ~
Tinha sido rápido demais para Ginny o impedir, ele tinha-a apanhado. Caiu no chão do apartamento... Harry só chegaria dali a algumas horas e para ela seria provável nunca chegar visto que Ginny se sentia a desfalecer...
Ele tinha-a apanhado quando ela tentara abrir a porta da rua para fugir. Não a conseguira abrir suficientemente rápido para fugir... O bicho tinha-a apanhado, não sentia apenas dor como Hermione sentira... Conseguia realmente sentir os seus tentáculos em redor da sua barriga a apertá-la com força. Já tinha tentado soltá-lo dela mas era impossível, as suas mãos passavam através dele como através da água...
- Harry...- chamou - Alguém!!!!!
O bicho deixou de a apertar durante um instante antes de prosseguir, mas Ginny estava, tal como Hermione estivera, demasiado preocupada com a dor que sentia para pensar ou reparar fosse no que fosse. A única imagem que lhe ocorria à cabeça era a de Harry a entrar no apartamento e achá-la no chão morta assim como ao seu filho.
Não conseguia deixar de ver a cena na sua cabeça, até que a determinada maneira já não se via morta no chão, apenas via Harry a abrir a porta vezes sem conta. Harry abria a porta e depois como, uma cassete riscada voltava a abrir mais uma vez, e uma e outra, e uma e outra....
- AH!- gritou de dor antes de a seguir gritar - HARRY!
Desta vez sentiu, sentiu o bicho parar de fazer força sobre o seu ventre. Piscou os olhos e tronou a chamar por Harry:
- HARRY!
Tal como no hospital o bicho tinha fugido de Harry também agora o seu nome o parecia magoar.
- Harry! Harry! Harry! Harry! Harry! Harry... - começou a chamar sem parar.
O bicho começou a soltar-se lentamente dela e Ginny ajudou-o a soltar-se, visto que por alguma razão ele parecia ter-se tronado sólido, e afastou-se, arrastando-se de costas pelo chão, do sítio onde ele estava.
Sirius abriu a porta nessa altura e olhou espantado para a cena:
- Consegues vê-lo...- comentou.
Sem saber onde tinha arranjado forças Ginny sentiu-se a levantar e a correr pela porta afora para longe. Ouviu também a voz de Sirius dizer:
- Atrás dela! Mata-a! Mata a criança...
Ginny abriu a porta do prédio e correu para a rua. O seu segundo maior pesadelo tinha-se realizado, tinha de fugir e não sabia para onde? De que lado seria a Casa de Herm? Para que lado seria o rio? Para que lado??? Ouviu o som do bicho a descer as escadas e parou de pensar, correu para a direita...
~ * ~
Harry observava Ginny. Queria poder ajudá-la, mas não podia! Ela teria de se desenvencilhar sozinha....
- Quanto tempo mais demorarão a encontrar-me?- pensou para si, há medida que Ginny corria para o porto.
Sorriu para si e disse para Ginny:
- Corre amor! Foge! Não deixes que eles te apanhem...- murmurou - Como me apanharam...
Tinha sido rápido demais para reagir, estava a escrever algo, já não se lembrava bem o quê, e tinham-lhe dado um tiro. Por sorte ou por azar, não tinha sido certeiro ao coração, mas tinha sido rápido o suficiente para o matar e lento o suficiente para ele ter tempo de escrever algumas frases...
Testamento
Tudo o que me pertence passará para Virgínia Weasley e para o nosso filho, que nascerá dentro de seis meses. Ele herdará o nome do meu pai, se for rapaz, e o nome da mãe de Virgínia se for rapariga, será um Potter e deverá ser tratado como tal.
Assinado,
Harry James Evans Potter,
o Afilhado Perdido que se encontrou...
P.s. Ginny, meu filho, amo-vos...
Não tinha sido um discurso de despedida muito alegre, mas fora a primeira coisa a ocorrer-lhe. Sentia uma repulsa enorme por Sirius, não queria que ele ficasse com nada que os seus pais tão arduamente tinham juntado e queria ter a certeza que Ginny seria bem tratada.
Claro que agora sabia que Sirius era apenas mais um peão naquele grande jogo entre os Potter e Voldemort, e nem era um peão de livre vontade, Harry tinha jogado e tinha perdido, mas o que lhe valera era o ele não ser mais o rei do jogo, o cargo era agora do seu filho, ele era o rei e tudo estaria perdido, isto é, a maldição de Voldemort cumprir-se-ia se ele fosse morto.
Ouviu Ginny a chamar por ele e viu que ela chorava. Ela sabia... Eles amavam-se e ela sabia que por esta altura Harry já estaria ao pé dela se pudesse, se não estava era porque não podia e se não podia apenas havia uma razão...
Ginny correu mais rápido apertando uma mão junto ao peito. Outro dos seus pesadelos tinha acabado de se realizar, o seu filho cresceria sem pai, isto é, se ela corresse suficientemente rápido e conseguisse fugir.
Conseguia ouvir o bicho a aproximar-se. Ninguém o via, ninguém o conseguia parar, mas ela conseguia vê-lo e apenas podia fugir dele... Nem o nome de Harry lhe podia valer agora, já o chamara algumas vezes mas o bicho não parra confirmando o pensamento de que Harry estava morto...
Ginny tinha deduzido e brincado para si que estava protegida pelo amor de Harry, tal como Hermione estava pelo de Ron, quando o bicho as atacara nenhum dos dois estava presente ou pelo menos a tocar-lhes, mas assim que eles se aproximavam o bicho fugia, fugia do amor que não percebia e poderia por acabar por o matar...
Ginny dirigiu-se para um enorme edifício branco sem saber o que ele era, abriu a porta e entrou. Ouviu algumas exclamações como "HEI!" e "Onde é que pensa que vai??" quando passou a correr no que lhe pareceu ser uma recepção mas não parou para explicar, não podia parar.
Harry acompanhava Ginny murmurava palavras de encorajamento, mas de súbito sentiu algo... Sentiu-se puxado para longe de Ginny...
~ * ~
Ginny abriu duas portas azuis e observou a cena espantada. Estava num bloco operatório, e Harry estava lá, ele estava a olhar para ela, os seus olhos verdes fixos nos castanhos dela, como se ele realmente estivesse vivo e a estivesse a ver. Sentiu a sua visão ficar turva, mas de súbito ouviu o impensável:
- Ginny...
Era a voz de Harry, olhou e viu Harry a estender-lhe o braço. O Dr. Lupin observou a cena abismado com os reanimadores eléctricos ainda na mão. Ron estava a passar perto do quarto na altura exacta em que um atirador furtivo tinha disparado para Harry dentro do quarto. Tinha mandado chamar uma ambulância rapidamente e Harry tinha sido levado de urgência para a Sala de Operações. Assim que lhe tinham tirado a bala que fizera muitos menos estragos do que há primeira vista era sugerido tinham tentando reanimá-lo, visto que o seu coração apenas tinha parado uns segundos após terem tirado a bala.
Ginny correu para ao pé dele, abraçando-o com todas as suas forças. Harry apertou Ginny com o único braço que tinha livre.
- Pensei...- soluçou Ginny - pensei...
- E aconteceu...- disse Harry - Por segundos... Mas aconteceu...
Subitamente Harry afastou Ginny e estendeu a mão mesmo a tempo de impedir o bicho de lhe tocar. O bicho bateu com a face na mão de Harry e após um breve grito de dor desapareceu. Sirius apareceu logo atrás do bicho e tentando compor-se sorriu para Harry.
- Harry... Estás bem!!!
Mas era tarde demais para teatros, Harry sabia a verdade, e não a tinha descoberto da melhor maneira. Sirius aproximou-se dele e quando o fez Harry agarrou-lhe o pulso murmurando:
- Voldemort!
Sirius começou a gritar de dor numa voz que não era a dele. O Dr. Lupin não sabia o que dizer e Harry disse:
- Mataste os meus pais, quase que fizeste o mesmo comigo e querias matar a minha família... Quiseste quebrar um ciclo de amor... Falhaste!
O amor marcado na pele de Harry, pelo sacrifício dos pais, do Padrinho que o tinha tentado salvar, pelas lágrimas de Ginny que pensara o ter perdido, pelo toque do seu filho que aí vinham e que Harry tantas vezes tinha acariciado tocando na barriga de Ginny começaram a corroer Voldemort de dentro de Sirius numa rapidez surpreendente...
Quanto tudo acabou Sirius caiu no chão com o pulso vermelho. Abanou a cabeça e murmurou:
- Oh Harry... Desculpa... Eu mandei matar-te! E há Ginny! E as dores da Hermione!!! OH Deus!!!
Ginny abaixou-se ao pé de Sirius e sorrindo comentou:
- Está tudo bem Sirius... Acabou tudo...
Mas estranhamente Ginny sentiu que para uma parte de si aquilo ainda não tinha acabado... Uma parte que estava muito distante e muito perto...
Fim do capítulo
N.A: Gostaram? Odiaram? No fundo eu ando aqui a "engonhar" para trás e para a frente mas é que eu tenho tantas ideias para isto e tenho esta ideia tão boa para as por a todas!!! ^.^ De qualquer maneira em princípio esta será a última vez que o faço!!! Mas não prometo!!! Comentários são bem vindos!!! Gostaria também de dizer para todos os que estão a acompanhar "Christopher Bleue e a Outra Pedra Filosofal", que foi criado um grupo no MSN para essa fic, visto que muita gente me pedia um forúm e eu não sabia como o fazerem! Assim o forúm está lá incluido assim como algumas bios!
O endereço : http://groups.msn.com/ChristopherBleue
Façam bom proveito!!! Bjs CACL
