N.A: E eis a prova que Deus existe! Acabei a "Afilhado Perdido"! :) Pensei que nunca mais ia acabar isto e eis que em dois dias acabo isto. Não sei se ficou grande coisa mas pessoalmente gostei! ;)

Disc. A música Cloud 9, pertence à OST do anime Wolf's Rain e é cantada pela Maaya Sakamoto, cortei um verso no final porque não fazia lógica para nada, só no anime, e aqui não ajuda à história e só me complicava a vida! ;) :p

Para a Wolfy que foi quem, mesmo odeado Harry Potter, leu este capítulo em primeiro lugar só para me ajudar! :)
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"A Batalha Final II"
(Nuvem 9)

Tinha sido arrancado violentamente de dentro de água. O choque com o ar frio quase o tinha congelado mas estava vivo, a tremer, mas vivo. Agarrada a si vinha Hermione, estava tão branca que se a neve tivesse sentimentos, teria inveja daquele tom tão puro e suave.

Lupin tentou separar Hermione de Ron. Estava morta, só podia estar morta, e se não estava não ia viver muito mais tempo e o pior, estava a levar Ron com ela. Se Ron a soltasse eles colocá-lo-iam dentro duma banheira de água quente, mudar-lhe-iam a roupa e por fim colocá-lo-iam junto a um lume. Se ele não aquecesse seria um milagre. Aqueceria e sobreviveria, mas Ron não soltava Hermione.

Sirius, já de volta ao normal, tentava separa-los mas era impossível, como se tivessem congelado um no outro. Era impossível separa-los. Enquanto puxava por Ron, Sirius não podia deixar de pensar:

- Hermione se estás aí, se me ouves, se amas o Ron, por favor, POR FAVOR, não o leves contigo...

Ron chorava, não sabia como se quase nem respirar conseguia, mas chorava. Tantos anos à espera, anos repletos de dor e de saudades, anos que tinham culminado naquilo, uma fuga, uma queda e a provável morte de Hermione.

Sentiu-se com sono. Sentiu uma estalada, Lupin estava a tentar mantê-lo acordado, mas aos poucos o sono foi ficando mais forte e mais forte até que tudo ficou negro.

E então ouviu, uma voz, a voz de Hermione que o chamava. Sorriu e correu em direcção à voz. Correu pela casa a fora, abriu a porta e correu em direcção ao céu de onde a voz o chamava. Viu Hermione a sorrir para ele de braços abertos e sentiu-se a correr ainda mais depressa.

Para baixo ficou a casa onde tinha vivido nos últimos tempos, não lhe interessava, de que lhe valia uma mansão se não a podia dividir com Hermione e com os seus filhos? Não lhe valia de nada. Finalmente alcançou-a, abraçou-a fortemente e ergue-a ainda mais alto. Hermione tinha os olhos cheios de lágrimas mas sorria, ria de felicidade ao ver-se junto dele de novo.

Ela abraçou-o e ele pode ouvi-la dizer:

- Amo-te...

- Estaremos sempre juntos...- murmurou ao ouvido dela - Já estivemos separados tempo demais...

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«koe ga kikoeru / Ouço uma voz
nakiyanda sora ni hibiku koe ga / Uma voz, que ressoa através do céu e que parou de chorar
kokoro no mato inuita / E que foi disparada contra o alvo do meu coração»
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Quando Ginny abriu os olhos, foi a escuridão foi o que estes captaram. As sensações seguintes que lhe chegaram foram a de frio e a de humidade. Onde quer que estivesse não estava para ser tratada como uma Rainha.

Sentou-se e à medida que os seus olhos se adaptaram à escuridão conseguiu perceber onde estava. Uma prisão. Então era isso. Finalmente a polícia tinha-a apanhado, mas como? Não se lembrava de nada. Calmamente lembranças começaram a vir. Ela e Herm a jantar e de súbito um barulho, ela tinha ido ver. Teriam os polícias atacado pelas costas?

A imagem de Harry assaltou-lhe a mente, tentou concentrar-se. Seria verdade ou ilusão? A sua cabeça doía demais. Provavelmente tinha batido com ela no chão. Vozes que falavam uma língua diferente do inglês chegaram-lhe aos ouvidos. Conseguiu identifica-la como sendo francês.

Não tinha sonhado. Tinha tudo sido bem real. Harry, o casamento de Hermione. Encolheu-se na escuridão quando ouviu passos em direcção da sua cela. Nunca tinha estado numa prisão, mas a sua mente tinha imaginação suficiente para imaginar o que fariam às mulheres presas e ela não queria experimentar.

Os guardas passaram, não soube se por não a verem, se por não terem nada a fazer naquele local. Mas não foi por isso que as suas preocupações acabaram. Um par de mãos tapou-lhe a boca e agarrou-a, à medida que uma voz disse ao seu ouvido:

- Tudo bem, somos amigos, vamos ajudar-te a sair...

Sentiu-se a piscar os olhos e não se mexeu.

- Prometes não fazer barulho? – perguntou o rapaz.

Assentiu. Sentiu-se solta, voltou-se e viu um rapaz que devia ter a sua idade. Era loiro de olhos azuis brilhantes. O rapaz sorriu e disse:

- Olá, o meu nome é Colin... – apontou para o esgoto de onde saíra e onde estava um rapaz parecido com ele – E este é o meu irmão Dennis.

Dennis acenou, Ginny respondeu ao aceno e Colin começou a descer para o esgoto dizendo:

- Vens ou ficas?

Ginny olhou para fora da cela. Nenhum guarda à vista, voltou-se e começou a descer em direcção ao esgoto. Colin ajudou-a com o último degrau que há muito não existia. Ginny viu-se numa escuridão ainda mais profunda. Dennis acendeu então um pequeno candeeiro de petróleo. Um pouco de luz iluminou o esgoto. Pouco ou nada se teria falado se Colin não o tivesse começado a fazer assim que começou a andar, seguindo o seu irmão.

- Estás com uma sorte, normalmente só cá vimos às sextas-feiras, mas como soubemos que tinham prendido uma rapariga viemos cá...

- E o que fazem exactamente? Porque o fazem?

Colin esfriou a voz e disse:

- Os nossos pais foram presos por não poderem pagar o que deviam a tempo... O nosso pai foi morto e não gosto de mencionar o que fizeram à nossa mãe... – Ginny engoliu a seco – De qualquer modo fomos recolhidos por uma tia, e juramos que nunca mais deixaríamos ninguém ir preso por não poder pagar, ou fosse pelo que fosse, menos assassínio e tal...

- Parece-me bem... – disse Ginny.

- Então... – começou Dennis – Foste presa por?

Ginny sentiu-se corar, ainda bem que era a última e estava meio escuro.

- Não sei...- mentiu Ginny- A última coisa que me lembro é de estar na rua com o meu namorado e de repente ficou tudo escuro...

- Este mundo está cada vez mais perigoso! – disse Colin e Dennis assentiu.

Quando sentiu o luar a banhar-lhe a pele Ginny quase pode jurar que era mentira. Olhou para a cidade de Paris que se erguia à sua frente. Onde estaria Harry? Tinha que o encontrar e bem rápido. Não se podia dar ao luxo de o perder, não quando mal o tinha encontrado.

Colin olhou para ela cheio de admiração. Dennis deu-lhe uma cotovelada rindo baixinho e Colin corou ainda mais. Imagens de Harry, de Hermione e dela a caminho de Paris assaltaram-na. As lições, as reprimendas, os piqueniques. Sentiu frio. Frio causado pela solidão que sentia, lembrou-se de Hermione a cair ao rio e agora Harry estava desaparecido também. As únicas duas pessoas que lhe restava podiam estar perdidas para sempre.

Quis chorar, como sempre quisera desde que a sua família tinha morrido, mas não teve forças para o fazer. Olhou a cidade e , tal como nos filmes, conseguiu visualizar a face de Harry por cima desta e ouviu a sua voz a dizer:

- Amo-te...

Ginny endireitou os ombros e tomou uma decisão, iria encontra-lo, podia dar com uma campa no final, mas encontrá-lo-ia...

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«kimi ga ita natsu / Perseguindo o verão que passei contigo

oikake fuyu no owari o yuku / Passo pelo fim do inverno

michibiite kureru no wa / As palavras que ouvi de ti naquele dia

ano hi kikoeta kimi no kotoba /estão a guiar-me»
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Se aquilo era o Paraíso ou não, ela não sabia. Só sabia que Ron estava com ela e era só isso que precisava de saber. Passou as suas mãos pela face dele. Gostava de sentir a pele dele em contacto com a sua. Recebeu mini choques eléctricos.

Sorriu. Encostou-se a ele. Cheirava a neve, na realidade, cheiravam a neve. O que era normal, visto que tinham morrido congelados. Sentiu os lábios de Ron beijarem-lhe os cabelos e abraçou-o com mais força.

Subitamente uma voz familiar chegou-lhe aos ouvidos...

- Por favor...

Olhou em redor...

- Por favor… se me ouves, se o amas... Não leves o Ron contigo...

Ron piscou os olhos e olhou em redor. Hermione sentiu lágrimas a encherem-lhe a face. Olhou para Ron e este percebeu o que ela ia dizer:

- Nem penses Hermione Jane Granger... Eu não saiu daqui...

- Ele precisa de ti... – disse Hermione.

- Ele mandou-te prender!!! – disse Ron - Estamos aqui por culpa dele!!

Hermione sorriu e beijou-o. Quis empurra-lo para baixo em seguida, mas ele puxou-a. Nenhum deles soube o que cantou, mas um som divinal encheu o ar nesse instante...

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«fubuki no nioi / O cheiro de uma tempestade de neve
baion ni mazatta koushuha / Altas frequências que se misturam em harmonia»
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Ginny continuava a caminhar pela neve. Paris nunca devia ter visto um nevão tão grande, Ginny tinha neve pela cintura. Caminhava o mais rápido que podia, mas um único passo devia estar a custar o mesmo que mil passos sem neve.

Lembrou-se de Harry, da sua família. Teria que aprender a viver sem Harry da mesma maneira que tinha aprendido a viver sem a sua família? Não queria! Estava farta, farta de ter que viver de memórias.

Lembrou-se da Mansão Potter na qual vivia em Londres depois do atentado. Quando era pequena costumava acreditar que uma dia, quando voltasse uma das esquinas os seus pais estariam lá, e os gémeos, e ela correria para eles e tudo não teria passado de um mal entendido. Não tinha sido sobre eles que tinham disparado, tinha sido sobre outra família qualquer! Família da qual não restara ninguém para lamentar a perda. Imaginava que tinham andado todo aquele tempo há sua procura e só naquela altura se tinham lembrado da Mansão.

Não queria viver com Harry na sua memória, queria viver com ele ao seu lado. Queria viver com um Harry que pudesse tocar, abraçar. Por isso não podia voltar para trás, porque atrás dela, estava tudo o que tinha acontecido. Estava o Harry memória e só há sua frente estava o Harry que queria.

Onde o encontraria? Como o encontraria? Não sabia. Só sabia que tinha que o encontrar e para isso não podia vacilar ou olhar para trás. Continuou a seguir em frente. Os olhos postos na grande mansão negra no topo da colina. Ele estava lá, ela sabia-o, como sabia que Voldemort também lá estava.

A noite começava a levantar e um novo dia nascia. Chegaria à casa ainda naquele dia e iria vencer. Olhou para o céu e pediu à sua família para a ajudar. Sentiu um nó na garganta quando se lembrou de Hermione. Parou de andar por instantes, deixou os braços caírem ao longo do corpo e olhando para cima disse:

- Herm, se estiveres aí, se tu e o Ron estiverem aí... Ajudem-me também por favor...

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«omoide wa takusan aru kedo / Há memórias que chegam e bastam
furimukeba sore dake okurete shimai sou dakara / Se voltar para trás, posso perder tanto quanto isso
yamikumo ni sono michi wo susu n' da / Por isso sem parar sigo a estrada
asu wo inori nagara / Rezando pelo amanh

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Sirius olhou derrotado para Ron e Hermione. Estavam ambos perto da lareira, pareciam dormir abraçados como um par de namorados. Mas não dormiam, estavam mortos.

- O que foi que eu fiz? – perguntou-se Sirius.

Lupin também olhava para o casal. Pareciam estar a dormir. Tinham sorrisos nas caras como se a última coisa que ambos tivessem visto tivesse sido a face um do outro.

O problema era que o sono que dormiam era o sono eterno, o sono do qual ninguém acordava, o sono frio e vazio, da morte. Um arrepio percorreu a espinha do médico que ainda não se tinha acostumado à realidade. Nunca tinha perdido um paciente. Nunca. E agora perdera dois de uma vez. Mas o amor era algo contra o qual ele não podia lutar, podia lutar contra a doença mas não contra o amor.

Ron e Hermione tinham caminhado pela mesma estrada de mãos dadas, e tinham sofrido as consequências dessa escolha. Fleur e Krum olhavam para o chão desconsolados. Não tinham visto com muito bons olhos a chegada de Hermione, mas a verdade é que tinham gostado dela. Era simpática e inteligente, nunca os rebaixava, pedia sempre por favor. Não tinha nada a ver com a Hermione que eles tinham imaginado que ela seria.

As suas faces estavam angelicais mesmo. Pareciam dois jovens a sorrir enquanto caminhavam juntos por caminhos que tinham corrido na sua infância. Quase que se podiam ouvir as gargalhadas, quase que se podia sentir o cheiro a campo, os gritinhos que se sobrepunham por momentos à água cantante do riacho fresco.

Pareciam estar a viver num sonho, num sonho eterno, um lindo sonho que se passava num fresco dia de verão e onde as duas crianças corriam brincando. E eles eram as crianças e verão era a estação que os rodeava e flores, milhares de flores nasciam por todos os lados e o riacho cantava e as borboletas voavam e mundo era deles, só deles...

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«kagirinai hateshinai kakegaenai yume ni / O sonho selvagem dentro de nós leva-nos
karitateru no wa nemureru yasei na n' da / ao eterno, interminável e insubstituível sonho.
ATE no nai kazaranai sukui no nai hibi o / Os dias simples, despreocupados, desesperados
Arukitsuzukeru / Continuamos a caminhar através deles
bokura wa tabi no kodomo dakara / Porque somos as crianças da viagem
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- Mais rápido! – disse Lucius empurrando Ginny que quase caiu.

Finalmente tinha chegado à mansão, mas da pior maneira. Lucius e os outros guardas de Voldemort, os mesmo que tinham causado o acidente e mandado prendê-la, tinham-na apanhado. A única coisa boa era que ia ver Harry, eles iam levá-la até Voldemort e onde estaria Harry senão com Voldemort?

Finalmente chegaram a uma grande porta de ébano. Lucius bateu duas vezes com os nós dos dedos e depois com a palma da mão. Wormtail surgiu à porta e resmungou:

- Agora não Lucius, o Mestre está a divertir-se a torturar o Potter...

Lucius sorriu malevolamente e disse:

- Bem sei, bem sei... Por isso trouxe-lhe um pequeno bónus... – empurrou Ginny – A namorada do Potter...

A face de Wormtail abriu-se num sorriso demoníaco:

- Ela não devia estar na prisão?

- Devia – disse Lucius com fingida pena – Mas fugiu! Com grande pena nossa...

Wormtail e Lucius riram diabolicamente durante alguns segundos antes de Wormtail puxar Ginny por um braço para dentro da sala. Assim que a porta se fechou e as luzes se acenderam como que por magia Ginny viu que estavam em antecâmaras, salas que antecediam a grande sala onde Voldemort deveria estar. Ginny deu um pontapé a Wormtail que surpreendido a soltou. Começou a correr pelas antecâmaras até que por fim chegou à grande sala.

Trovejava lá fora e a cena aos olhos de Ginny bem que poderia ser a dum filme de terror. Voldemort estava sentado num trono e Harry estava aos seus pés. A sua pele branca estava vermelha de sangue, os seus cabelos ainda estavam mais embaralhados que o costume. Ginny susteve um grito na garganta há medida que um raio iluminou a sala.

Antes que soubesse o que estava a fazer e dois segundos antes de Wormtail a poder agarrar, Ginny correu até Harry e caiu de joelhos ao lado dele envolvendo-o no seu abraço e queimando-o com as suas lágrimas.

- Gin... – conseguiu ouvi-lo disser.

- Está tudo bem... – murmurou – Estou aqui...

- Não! – ouviu Harry dizer – Vai-te embora...

- Lamento ter que discordar caro Senhor Potter – disse uma voz que Ginny percebeu só poder pertencer a Voldemort, ninguém mais poderia ter uma voz tão fria e inumana. - Mas pense comigo... Se sobreviver casa com esta bela senhora e esta bela senhora passa a ser a Miss Potter, e sabe, eu jurei matar todos os Potter's...

- A Ginny não é uma Potter... – resmungou Harry.

- Sim, mas mesmo assim causou-me muitos sarinhos! – disse Voldemort juntando as pontas dos dedos - Claro que no fundo é a ela que devo a sua captura... Se ela não o tivesse trazido até aqui sabe-se lá como o mataria... Provavelmente não teria piada nenhuma, iria trabalhar para o Reino da Sardinha em Lata e acidentalmente uma máquina qualquer cairia em cima de ti matando-te...

Ginny apertou Harry ainda com mais força.

- O que... – continuou Voldemort – comparado com o divertimento de te ver sofrer, ou melhor de arrancar o teu coração e dá-lo à tua querida Ginny antes de a matar, não vale de nada...

Ginny sentiu-se tremer e Harry sentiu-se ferver. Arrancar o seu coração, dar o seu coração a Ginny... Voldemort bebeu um pouco de vinho dum cálice que Wormtail lhe estendeu.

- Mas também podemos fazer o contrário... – Harry arregalou os olhos – Que dizes Harry? Queres ver a cor do coração da tua Ginny?

Harry levantou-se e caminhou até Voldemort, mas antes de poder chegar até ele uma parede de forças ergueu-se do nada e Harry sentiu milhares de voltes eléctricos a atravessá-lo. Ginny deu um berro e correu até Harry tentando separá-lo da parede, mas a única coisa que conseguiu foi electrocutar-se também.

- O amor é uma coisa linda, não é Wormtail? – perguntou Voldemort.

- Assim o parece Senhor...- respondeu Wormtail.

- Sabes, que se for suficientemente forte pode fazer-nos matar duas pessoas de uma só vez...

- Também um descarrilamento Senhor... – respondeu Wormtail.

- Sim, mas pensa... Não é o mesmo sofrimento... Não os vês nos olhos, gosto de os olhar nos olhos – Voldemort sorriu para Harry que o olhava cheio de ódio – Por exemplo, aqui o Potter olha-me exactamente da mesma maneira que o pai dele me olhou, mas tens os olhos dos da cor da mãe...

- Um pormenor interessante, Senhor...

- Ainda bem que compartilhas essa ideia comigo Wormtail...

Harry e Ginny caíram no chão exaustos. Harry agarrou-se a Ginny e disse:

- Por favor não te envolvas...

- Tarde demais, não te parece?– comentou Ginny.

- Gin...

- Não te deixarei tornares-te numa memória... – murmurou Ginny – Todas as pessoas que amo se transformam em memórias, a minha família, a Herm...Se te transformares numa memória, eu vou contigo...

Harry encostou-se ainda mais a Ginny.

- Vamos sair daqui... – murmurou – Vamos voltar a Londres e eu vou reconstruir aquela casa e vamos viver juntos lá...

Ginny sorriu e perguntou:

- É isso que queres?

- É esse o meu sonho...- murmurou Harry.

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«michibikareteiru no ka / Então és guiada?
nanika kara nigetsuzuketeiru no ka / Continuas a lutar por algo?
(owarinaki sekai) / (O mundo sem fim)
itsuka tadoritsuita toki / Um dia, quando chegares ao teu destino
yume no tsuzuki ga mieru darou / Poderás ver o resto do teu sonho

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Caíam a grande velocidade, mas caíam juntos. O mundo parecia que ia desabar pela segunda vez, mas desta, desta vez estariam juntos até ao fim. Até ao último batimento, até ao último suspiro, até ao último pensamento, ninguém os conseguiria separar outra vez...

.::Flashback::.
Ron passou a mão pela face de Hermione à medida que o comboio dava o último apito.

- Vais ter comigo a Paris? – perguntou Ron.

- Claro que vou! – disse Hermione sorrindo – Só tenho que conseguir o visto para sair...

Hermione queria chorar, Ron via-o nos seus olhos, até porque ele próprio também o queria fazer. Puxou-a para si e abraçou-a mais uma vez. Hermione deixou algumas lágrimas escorregarem-lhe pela face.

- Vamos estar juntos... – murmurou Ron, Hermione assentiu – Posso ficar...

- Mas o teu tio precisa de ti... – disse Hermione afastando-se dele – Vai com ele. Ele perdeu tudo o que tinha aqui, o melhor amigo, o afilhado e agora até a honra e a reputação lhe tiraram e , se ele cá ficar, tal como tu, perde a liberdade...

Hermione empurrou Ron para dentro da carruagem e pediu:

- Por favor... Vai... Fazes isso por mim?

Ron beijou-a ternamente e disse-lhe ao ouvido:

- Só por ti... – Hermione corou – Espero-te em Paris... Vou comprar uma casa para vivermos...

- Com quintal...- pediu Hermione – Quero ver os meus filhos a correrem por causa das aranhas que o pai deles vai por a persegui-los...

Ron riu e comentou:

- Nunca me perdoaste isso...

- Mereceste-o.... – disse Hermione deitando a língua de fora - O meu vestido era novo e eu ia sair... Sabia lá eu que tu tinhas tanto medo de aranhas...

Ron riu de novo e murmurou:

- Mas não contes a ninguém...

- Segredo nosso! – disse Hermione beijando-o.

Nessa altura o comboio começou a andar. A pequena alegria que se tinha instaurado desapareceu e deu lugar ao desespero. Ron apertou a mão de Hermione fortemente na sua e esta começou a correr ao longo da plataforma. À medida que o comboio ganhava velocidade Ron deixou a mão de Hermione deslizar suavemente da sua à medida que a solidão e o frio o invadiam por dentro.

Apoiou-se nos degraus e disse para Hermione que ficara a correr na plataforma:

- Se não vieres venho buscar-te...

- Eu vou! – disse Hermione quase chorando – Eu juro que vou...

- E eu juro que te venho buscar se não fores...

- Foge parvo! – disse Hermione há medida que vários polícias entravam na estação – Foge para a liberdade! Eu vou...

Um polícia chocou contra Hermione fazendo-a desaparecer do campo de vista de Ron. Vários tiros soaram na plataforma, Ron teve que recolher para dentro da carruagem puxado por Sirius. Hermione afastou os polícias para ver se tinham acertado em Ron, mas o comboio ia já muito rápido e ela não conseguiu ver nada...

.::Fim do Flashback::.

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«kawaranai osorenai bokutachi no tsuyosa / Imutável, destemida, a nossa força,
zetsubou kara no hajimari te ni shita kara / Tivemo-la desde da primeira vez que desesperamos.
wasurenai ubaenai tooi hi no kioku / Inesquecíveis, inseparáveis, memórias de dias distantes...»

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Tinha sido muito rápido e ele nem tinha feito grande coisa. Voldemort batera sem querer no barco de Wormtail e um tubo verde tinha caído. Wormtail tinha ficado branco e tinha dito:

- Mrda!

Voldemort tinha entrado em estado de pânico. Harry reconheceu o tubo, reconheceu o verde dos demónios que tinham atacado o comboio. Voldemort olhou para Wormtail que disse:

- Acho que está na altura de ser deposto Senhor...

- Enlouqueceste Wormtail?

- Enlouqueci? – perguntou Wormtail – O Senhor é que enlouqueceu, ficar com o Império dos Potter, tudo bem, matá-los para ficar com ele, aceitável, agora torturar... Além do mais – acrecentou Wormtail – O Senhor está morto, e a não ser que consiga matar o Potterzinho ali vai-se transformar em pó e desaparecer e depois? Depois o seu reino vai precisar de um novo líder e quem melhor do que o fiel e dedicado servidor Wormtail, que conhece de cor as tácticas e planos do Senhor....

Harry tentou agarrar o tubo com a ponta dos dedos mas não conseguiu lá chegar. Ginny estendeu a mão e deu um toque no tubo que deslizou até às mãos de Harry.

- Então estás a dizer-me que me estás a trair? – questionou Voldemort erguendo-se.

- Considere-se apenas deposto Patrão... Visto que a sua maldição não vai funcionar...

- Aquele tubo não é o verdadeiro... – disse Voldemort apontado para o seu bolso – Esse trago-o sempre comigo...

Wormtail fez um sorriso maroto.

- Até pode ser que sim... – disse – Mas quando ocupou o corpo do Sirius não o levou consigo...

- Trocaste-os... – disse Voldemort branco que nem cale.

- Bingo!

- Vou matar-te... – disse Voldemort esticando o braço para Wormtail.

- Correcção! – disse Harry levantando-se – O Senhor é que está morto!

Harry atirou o tubo ao chão e em seguida pisou-o. O tubo fez uma racha e Harry disse:

- Pelos meus pais...

Como se tivesse percebido o tubo rachou ainda mais, Ginny colocou o seu pé em cima do tubo dizendo:

- Pela minha família...

Quatro rachas juntaram-se às primeiras duas. Juntos Harry e Ginny disseram:

- Pela Herm, pelo Ron e pelo Sirius...

Harry passou o seu braço pelas costas de Ginny e disse:

- Por nós...

Uma luz invadiu a sala. Enquanto caía no chão com Harry a segurá-la, Ginny pode jurar ouvir várias vozes. Vozes que disseram:

- Parabéns Harry...

- Foge Harry, FOGE!

- Ginny! Vem para aqui! Filha, GINNY!!!

- FRED! GEORGE! QUIETOS!!!!

- MANA! MANA!!!

- Eu juro que vou…

- Eu juro que te venho buscar...

- És tudo o que tenho...

- Se eu posso aprender... Tu vais aprender...

- Perdão e amor...

As palavras mais sofridas de todas as pessoas que Harry e Ginny tinham mencionado encheram a sala, até que só uma voz fininha ficou, uma voz que disse:

- Acabou...

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«koe ga kikoeru / Ouço uma voz
nakiyanda sora no kanata de / Que vem de lá do céu azul e que parou de chorar
kimi ga matteiru / Estou há tua espera...»
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Fim do capítulo

N.A: Que tal? Bom, mau? Reviwes por favor! :) Eu faço olhinhos brilhantes e uma cara daquelas bem fofinhas! :p ;) O FF.net tá mudado aki dentro, em principio agora já tenho blods e itálicos!! Tou feliz!! :) BjsCacl