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Então agora sem mais enrolação, boa leitura.
"Diálogos"
- Pensamentos -
"Conversa via Rádio"
"Auto conversa."
Nota de Responsabilidade:
Evangelion, seus personagens e cenário são propriedade de Hideaki Anno. Qualquer marca, filmes e séries mencionados nesta Fanfic é propriedade de seus criadores.
Capítulo 38
Mais um dia se passou na vila, as pessoas estavam cumprindo suas rotinas que sempre faziam, realizando suas tarefas para o funcionamento de toda essa engrenagem pesada de sobrevivência, mas para Kaji, hoje era seu dia de poder relaxar, Kensuke estava responsável pela vila e ele teria alguma paz.
Furando o solo e plantando algumas sementes, Kaji sorriu ao poder fazer o que mais amava neste mundo, sentindo o sol queimando suas costas o homem voltou ao seu trabalho.
Lentamente o som de um motor começou a ganhar força no horizonte, a sua experiência lhe disse que o destino desse veiculo era sua casa, se sentando melhor na terra Kaji preparou sua arma, muitas vezes simpatizantes tentavam causar medo na população das vilas, ele tinha que estar preparado para tudo.
Vendo o carro parando a poucos metros de sua casa, Kaji espiou a espera de qualquer ameaça, mas seus olhos caíram numa pessoa que ele nunca iria esperar mais ver, isso pelo menos lhe deu um pouco mais de tranquilidade, com um sorriso ele voltou a trabalhar.
"Um dia vão estar perfeitas." Uma voz masculina chamou sua atenção, fazia tempo em que ele não a escutava ao vivo, sempre por trás de computadores ou recados, virando a cabeça para a fonte, ele voltou a esconder sua arma.
"Quem diria que iria se juntar a plebe, como vão as coisas no olimpo?" Falou Kaji ao se levantar, limpando suas mãos em um pano que estava em seus ombros, seu rosto mantinha o seu sorriso original como sempre.
Com passos lentos e pesados, Albuquerque olhou para o sol forte através de seus pesados óculos de sol, vendo como o gigante no céu castigava o ambiente nestes dias de calor, com um movimento lento e limpo ele o removeu, focando seus olhos nas frutas crescendo no solo fértil.
"Faz realmente muito tempo que não visito as vilas." Falou Albuquerque ao pensar em todos os compromissos que desmarcou, ele mesmo não sabia ao certo o motivo por trás dessa visita, mas ele sentia que tinha que fazer, ele queria alguma paz.
Pegando uma pequena garrafa térmica, Kaji tomou um longo gole de água gelada, deixando o liquido simples hidratar seu corpo cansado, finalmente satisfeito ele a ofereceu para o velho companheiro de guerra.
Pegando a pequena garrafa e tomando um pequeno gole, Albuquerque voltou a olhar para a pequena horta de Kaji.
"Vejo que o terceiro impacto não afetou o seu interesse pela agricultura."
Kaji riu ao olhar para as frutas com orgulho, ele falou ao pensar nisso como uma forma de recomeço, se as plantas e frutas podiam crescer e sobreviver neste mundo, os humanos poderiam também.
"Isso é somente um hobby meu, focar nas plantas e vê-las crescer me ajuda a dar esperança para esse mundo." Kaji falou ao pegar seus equipamentos, ao fundo estava sua casa humilde, mas bem arrumada, ser o líder da vila tinha suas vantagens, mesmo que ele não gostasse de usa-la.
Se sentando na cadeira de madeira velha, Kai ignorou o rugido que a mesma tinha feito, na sua frente uma pequena garrafa de um suco de maracujá. Com um olhar ele esperou seu amigo se sentar ao seu lado, com uma pequena carranca ele removeu a sua pistola e a colocou na mesa.
Albuquerque olhou para a arma, com um sorriso ele se sentou e colocou seus óculos na pequena mesa, Albuquerque se permitiu tomar um gole do suco, um longo silencio tomou conta dos dois homens sentados curtindo a paisagem.
"Acha que eu vou te matar?"
Kaji riu ao pegar um dos copos de suco. "Não, eu confio em você, o problema é que temos sempre que estar preparados para os ataques dos simpatizantes, essa gente causa muitos problemas nas outras colônias."
"Sim..." Albuquerque falou abatido ao se lembrar das batalhas que tinha visto, ele sabia que o IPEA lutava para conseguir manter um pouco da paz no mundo civilizado, mas as coisas estavam ficando mais difíceis a cada dia que passava.
"Os estoques..." Começou a perguntar o homem com alguma preocupação, Kaji prontamente o cortou ao esticar um dos copos.
"Sim, nossas armas estão com níveis aceitáveis e os treinos estão bem também."
"Bom." Albuquerque falou ao começar a tomar o suco, um silêncio tomou conta dos dois na pequena varanda de Kaji.
Kaji observou Albuquerque com seus olhos analíticos, ele sabia que a visita do homem não era mero acaso, terminou seu copo e fixou seus olhos em Albuquerque.
"Você não veio aqui para tomar suco, não é?"
Albuquerque olhou para Kaji com calma, sua mente pensando na pergunta, como ele poderia dizer qual seria seu real proposito, mas isso ele não sabia como fazer.
Soltando um longo suspiro, o homem falou com os olhos ainda focados no horizonte, ele podia ver uma das linhas que demarcavam a barreira contra a contaminação que destruía o mundo.
"Não sei."
Kaji franziu o cenho ao escutar isso, Albuquerque sempre foi uma pessoa que sabia o que falar, o que dizer, as respostas sempre estavam com ele, isso o pegou de surpresa, um pequeno fio de sabedoria passou pela sua cabeça ao pensar em Shinji, ele poderia tentar usar isso para extrair a informação que queria.
"Pensando se fez a coisa certo com o garoto?"
Albuquerque se pegava pensando muito em Shinji, se ele tinha feito a coisa certo em envia-lo para a Wunder, mas os recentes relatórios estavam lhe dando uma forte dúvida com relação a sua decisão.
"As vezes, penso se deveríamos ter mantido as coisas como antes, agora não sei mais o que pensar."
Kaji assentiu, ele mesmo fazia essa mesma pergunta, mas sua mente já sabia que isso era a forma mais adequada de consertar as coisas.
"Você fez a coisa certa."
Albuquerque olhou para Kaji, ele esperava mais da resposta para poder lhe dar mais conforto, mas Kaji somente o olhou sorrindo ao voltar seus olhos para o horizonte.
Soltando uma pequena risada sarcástica, Albuquerque olhou para Kaji. "Coisa certa? Mandei uma pessoa para o matadouro."
"Porque acha isso?" Kaji perguntou ainda mais intrigado, no fundo ele queria poder conversar com ele a respeito disso.
"Ayanami estava bem junto com as tropas, ter mandado ele para a Wunder num lugar onde ele não é bem vindo, não é aceito, não é visto como um igual... isso mais parece uma tortura do que ajuda."
Albuquerque olhou para o seu copo agora vazio, com uma longa respirada ele pensou na sua vida, Kaji o olhou a espera de mais palavras.
"Ele tinha conseguido lidar com seus demônios quando estava sob meu comando, ele conseguia focar em sua luta contra a SEELE, a NERV e qualquer um que estava tentando ajudar a causa terrorista." Albuquerque falou a olhar para Kaji.
"Agora eu tenho um guerreiro deitado na cama, com somente os seus demônios como inimigos... isso não parece nada promissor aos meus olhos."
Kaji novamente tomou outra dose de seu suco, ele tinha pensado nisso a muito tempo, mas seu ponto de vista estava diferente de seu antigo colega.
"Pensando assim faz parecer que é uma coisa ruim... mas tem que ver pelo lado bom." Falou o homem ao focar em sua pequena plantação, ele nem se importou em ver se tinha a atenção de Albuquerque, Kaji somente queria falar o que pensava sobre Shinji, principalmente com as informações que ele tinha conseguido sobre o mesmo.
"Um homem não pode ficar trancado no passado e isso é o que eu quero para Shinji, não importa se isso irá machucar no futuro, ele tem que chegar a um acordo interno sobre o que aconteceu."
Albuquerque finalmente olhou para Kaji, escutando atentamente tudo que ele tinha a falar, vendo isso como um sinal para continuar, Kaji não se conteve em continuar.
"Shinji não pode ficar se culpando por cada coisa que ficou errado no mundo depois do terceiro impacto, ele tem que aprender a seguir em frente e isso é o que estava fazendo neste exato momento, um dia eu espero que ele possa ter um bom relacionamento com as pessoas que se importam com ele..." Parou de falar Kaji ao pensar em outro cenário, um que ele realmente queria que não fosse realidade.
"Mesmo que eles nunca voltassem a ser colegas, mas pelo menos eles tinham que resolver algumas coisas sobre o passado, eles merecem isso."
Albuquerque entendeu o ponto de Kaji, ainda com suas dúvidas em mente, ele assentiu ao se levantar, ele não poderia perder mais tempo antes que seus superiores exigissem explicações sobre sua ausência.
"Espero que esteja certo, pois não foi nada fácil em conseguir que a papelada para a transferência de Ayanami fosse concluída pela ONU, somente espero que não tenha sido uma luta em vão."
"Temos que reagir, os simpatizantes estão avançando com cada vez mais homens, não temos pessoal para proteger tudo que conseguimos conquistar." Disse o homem ao olhar para o logo do IPEA em sua farda.
"Não podemos ficar parados para sempre, temos que acabar com a NERV enquanto ainda temos tempo e alguns recursos."
"A perda da unidade 08 de Shinji não fazia parte dos planos..." Kaji falou ao pegar um cigarro artesanal.
"E agora temos um piloto sem EVA." Resmungou Albuquerque.
"Ainda temos a unidade 01." Kaji falou ao dar um pequena tragada, ele ignorou o olhar que recebeu de Albuquerque, mas isso não era o que mais lhe incomodava.
"Esqueceu que é o motor da Wunder?" Disse o homem com pouco paciência.
"E mesmo que quisermos, a WILLE nunca iria cogitar perder a Wunder, isso está fora dos nossos alcances." Continuou o homem com um forte desejo de pedir um cigarro, sua medalha de São Judas Tadeu pesou nesta hora.
"Quando a situação exigir, não tenho dúvidas que Misato não ira cogitar essa opção." Kaji falou ao sorrir ao pensar nas ideias malucas que a mulher que tanto amou tem.
"Não sei, a única coisa que sabemos agora é que a NERV está mobilizando muitas pessoas para suas áreas de produção, não sabemos o que estão fazendo, mas nada vindo de Gendo e sua corja da SEELE é bom."
"Eles estão armando alguma coisa..." Kaji falou ao dar uma longa tragada em seu cigarro, o que tinha acontecido com Shinji era somente uma pequena amostra do poder que eles tinham conseguido construir.
"Temos que agir o mais rápido possível, temos que ter Ayanami e os outros para batalha, não podemos perder mais tempo." Concluiu Albuquerque ao se levantar novamente, ele olhou para seu relógio ao ver que tinha estourado todo o tempo que tinha conseguido antes.
Kaji olhou para amigo de longa data, ele pensava a mesma coisa, muita coisa estava em jogo nesta sua tentativa de ajudar um amigo, lentamente o observou indo para seu velho carro.
"A luta final está chegando, somente o destino vai saber quem vai sorrir no final, nosso mundo... ou o dele." Albuquerque falou ao abrir a porta de seu carro.
"Mande lembranças a Katsuragi por mim..."
"Espero que ela venha, estou com saudades de sua personalidade única." Kaji respondeu ao estar novamente sozinho em sua varanda, uma pequena ansiedade tomou conta de seu corpo conforme Albuquerque se afastava de sua casa, novamente com os olhos no horizonte, Kaji pensou no seu futuro.
Não soube quanto tempo ficou parado olhando para o horizonte, ele estava curtindo a paz que tinha nestes poucos momentos, pode ter se passado horas ou somente minutos, mas para Kaji isso não importava.
Sua mente pensando nas palavras que Albuquerque tinha falado, ele sabia que a hora de concluir isso tudo estava chegando, ele podia sentir isso, com calma ele pensou nas pessoas que estavam vivendo na vila, em como elas tinham conseguido se ajustar as novas rotinas, isso tudo estava com os dias contados.
"Merda..."
Kaji não se preocupou em esconder suas preocupações, ele queria que tudo isso acabasse o mais rapidamente possível, ele não aguentava mais pensar que a NERV poderia atacar a qualquer momento, sua única fonte de esperança estava agora sem vontade de viver no hospital da vila.
Escutando passos vindos até sua casa o homem olhou para o lado, ao ver quem seria a pessoa que estava indo até lá sorriu ao ver um uniforme vermelho que ele tanto conhecia antes, com um sorriso ele se levantou.
"O que posso fazer por você, minha rainha?" Disse o homem com um tom divertido em sua voz ao reconhecer Misato andando lentamente até sua casa.
Inspirando profundamente devido a longa caminhada, a mulher segurava o seu pesado casaco de comandante da Wunder, ela se arrependeu de não ter pedido uma carona para ir até a casa do chefe da vila, mas pelo menos isso lhe deu um tempo sozinha para pensar.
"Pare com isso..."
Kaji soltou uma risada ao se aproximar ainda mais, ele podia ver a mulher cansada na sua frente, ele pensou que ela facilmente poderia ter alguma carona, ficou um pouco sério neste momento.
"Venha para um pouco de sombra, esse dia está muito quente."
Disse o homem ao levar a mulher para onde o lugar que estava Albuquerque, ele resolveu não mencionar o nome do seu chefe para não estragar o clima, ele podia ver que tinha alguma coisa incomodando a mulher que a tanto tempo amava.
"Aqui, um suco geladinho."
Misato não hesitou em pegar o copo, deixando o liquido gelado satisfazer as necessidades de seu corpo, deixando seu casaco cair no chão sem ao menos se importar em sujar, ela somente queria poder ter um pouco de paz neste mundo perdido.
Um longo silencio tomou conta do momento entre os dois, Kaji somente esperou, no fundo ele podia ter uma ideia do que poderia ser, lentamente ele observou o rosto de Misato antes sério como uma rocha, mas agora estava pálido e assustado, ele podia ver o medo nos olhos dela.
Misato estava com os nervos quase explodindo, ela queria desesperadamente algum conforto, sentindo finalmente as emoções querendo sair de seu corpo, ela lutou com todas as suas forças, mas ela não estava conseguindo mais lidar com isso.
Levando a mão para o rosto pra esconder as emoções, ela sentiu seus lábios começando a tremer, ela não tinha que se preocupar com o que os outros iriam pensar dela, agora ela não era a coronel Misato Katsuragi, a comandante da Wunder, era somente Misato Katsuragi, uma mulher cansada da guerra.
Lentamente o som de seu pequeno choro inundaram a calma do campo, Kaji não perdeu tempo ao se levantar e ir para o outro lado da mesa, ele não falou nada, não pensou em mais nada.
Puxando a mulher abatida para seus braços, Kaji queria mostrar que teria sempre uma pessoa ao seu lado, gentilmente ele acariciava as costas dela.
"Eu... eu estou com medo!" Misato chorou ao enterrar o rosto no peito de Kaji, ela deixou a emoção tomar conta de seu corpo neste momento.
"Eu sei... todos estamos." Kaji falou ao fazer seu melhor ao tentar acalmar Misato.
"Por favor... somente me fala que podemos ganhar essa guerra..." Misato falou fracamente ao pensar em tudo que tinha passado nestes quatorze anos de luta constante, em todos esses anos driblando a morte.
"Claro que podemos...somente temos que ter fé." Kaji falou ao pensar nos pilotos de EVA, eles eram somente três, mas esses três podiam realmente mudar o mundo.
Misato sabia que essas eram somente palavras de conforto, a realidade era um coisa completamente diferente, eles tinham perdido um EVA, quase perdido um piloto, somente duas pessoas poderiam fazer isso?
"Eu somente quero que isso acabe!" Misato falou ao apertar Kaji ainda mais, ela não queria mais essa pressão toda em seu corpo, ela não queria mais se preocupar com as pessoas queridas, ela somente queria uma vida normal, ser uma mulher normal com problemas normais.
"Eu sei, um dia vamos conseguir isso..." Kaji falou ao se afastar um pouco, olhando para o rosto de Misato com lagrimas no olhos e marcado, ele falou ao limpa-las com os dedos.
"Eu sei que tem muita pressão em seus ombros, eu sei que queremos que isso acabe... está chegando ao fim e eu posso sentir isso." Disse o homem ao focar nos olhos da mulher que tanto amava neste mundo, ele pensou nas palavras de Albuquerque, a guerra estava chagando ao fim.
"Vamos acabar com a SEELE e NERV, e poderemos viver aqui pelo resto de nossas vidas... agora vamos focar no que está na nossa frente, vamos comer alguma coisa e relaxar pelo tempo que temos... acho que isso é justo."
"Eu somente quero que isso acabe, eu não quero mais saber de Wunder, WILLE ou qualquer outra merda que tenho que lidar." Misato falou abatida ao pensar na pressão de seu posto.
"Eu não quero mais ter que fazer uma pose para manter o controle, eu somente quero sumir."
Kaji escutou essas palavras, ele nem podia imaginar o que essa mulher passava dentro da Wunder, ele somente a abraçou ainda mais forte.
"Eu sei, mas agora pensa que está na minha casa... aqui você pode ser você, não tem tripulação, não tem nada que posso te prejudicar, aqui você pode ser a boa e velha Misato."
Misato sorriu ao pensar em como esse homem conseguia melhorar seu humor, ela tinha muita coisa para lidar, ela estava formando coragem para falar com Shinji, ela queria poder falar algumas coisas antes que o destino não permitisse mais, mas antes de poder falar mais alguma coisa ela sentiu seu estomago roncando.
"Acha que isso é um sim ao meu convite de almoço." Kaji falou rindo ao se afastar um pouco, ele somente rezava para sua comida ficasse boa.
"É... eu... espero que esteja bom." Misato falou envergonhada ao se sentir adolescente novamente, comer uma comida que não fosse a porcaria que era servida na Wunder era uma benção divina.
"Espero que sim, passei muito tempo preparando e juntando tudo para poder lhe agradar... espero que goste de frango assado a lenha."
"Vai ser legal..." Mari cantarolava alegremente ao caminhar pela vila, ela ignorava os olhares das pessoas que estavam ao seu redor, não era uma visão comum ter pilotos de EVA no seu quintal, mas para essas duas isso não era nada comparado ao assédio que recebiam da Wunder.
"Sei lá. " Asuka falou ao olhar par baixo, sua mente gritando para sair correndo daquele lugar e voltar para sua solidão mais confortável, pelo menos sua mente estaria um pouco em paz.
Mari olhou para o lado ao ver a postura abalada de sua companheira, com um sorriso simpático, mas antes de poder falar qualquer coisa, um pensamento correu na mente de Mari, um exclusivamente que teve com Hikari na noite anterior.
Respirando profundamente para conseguir se recuperar, Mari queria poder arrumar esse momento de sua vida, mas ela tinha que pelo menos falar com Shinji antes, com um sorriso no rosto ao caminhar pela estrada de terra.
Shinji estava deitado de olhos fechados, ele não se sentia cansado ou com dor, mas sim ele somente estava deprimido.
Novamente ele se pegou no mundo do sono, a mesma praça diante de seus olhos, o mesmo vento sem vida e solidão, mas isso não o incomodava mais, mas sim eram suas lembranças.
"Como se sente?" Perguntou Thanato ao se aproximar do garoto, sempre aos seus olhos ele seria uma criança.
"Morto." Shinji respondeu ao apertar as pernas contra o peito, Thanato olhou para ele com pena ao pensar em como poderia ajudar.
"Não me parece morto, eu já ví pessoas mortas..."
"Eu estou arrependido." Shinji falou ao pensar na sua decisão de antes, agora ele queria mais que tudo morrer, de que adianta estar vivo se isso não é o seu desejo.
"Do que?" Perguntou o ser ao já saber a resposta, mas ele queria escutar isso da boca de Shinji.
Shinji respirou profundamente ao pensar na resposta, ele deveria ser honesto com a morte? Mas neste ponto ele nem mais sabia o que pensar da forma mais correta. Inspirando profundamente ele falou com calma e tristeza.
"Eu deveria ter escolhido partir."
Thanato abaixou o olhar ao escutar essas palavras, ele não entendia o motivo de estar abatido, ele era somente mais uma alma neste mundo de seres vivos, mas Lilith tinha lhe mostrado o valor da vida dele, pelo menos desse Lilin em especial.
"Isso não iria ajudar muito... o mundo dos mortos não é um lugar bom para pessoas com culpa ou tristeza, sua dor não iria embora."
Shinji respirou mais fundo ainda, ele nem se importou com a paisagem em sua frente, ele queria que isso tudo acabasse, ele somente queria ter alguma paz neste mundo.
"O que devo fazer?" Perguntou o menino ao sentir o medo e desespero tomando conta de seu corpo, ele não sabia mais como poderia mudar sua vida.
Thanato pensou nisso, ele podia entender o ponto de Shinji, ele tinha suas próprias ideias de como poderia ajudar, mas a real mudança somente vinha do menino ao seu lado, respirando por somente um mero simbolismo de movimento, o deus falou com calma.
"A muito tempo eu estou observando as pessoas, já vi todos os tipos de gente, desde os mais puros até os anticristo em pessoa..." Thanato falou ao focar no horizonte, vendo o bater das águas na praia a sua frente.
Shinji olhou para o lado, ele esperou pela resposta que poderia lhe dar algum conforto, sua mente não conseguia mais pensar em mais nada, então ele esperou.
Thanato finalmente voltou ao mundo real, virando a cabeça para o lado ao começar a falar novamente com Shinji.
"Eu sempre vi todos os tipos de desgraças e dor, pessoas tentando lidar com suas dores da forma como achavam certa, isso somente me mostrou os resultados de todos esse individualismo, uma pessoa sozinha não consegue lidar com tudo isso, ela necessita de ajuda, ajuda principalmente das pessoas que ele mais confia neste mundo."
Shinji olhou para frente ao pensar nisso, mas quem poderia lhe ajudar? Asuka? Misato? Rei? Todas elas tiveram suas vidas destruídas por causa de suas ações, então porque ele iria merecer ajuda?
Thanato pareceu perceber esse fato, falando como se já tivesse previsto a mente de Shinji, usando algumas lembranças do menino como forma de provar seu ponto.
"Tem pessoas neste mundo que ainda se importam com você, o problema é que você está tão cego que não consegue ver isso." Falou o Deus com convicção, Shinji abaixou o olhar ao sentir o golpe, mas ele ainda tinha suas fortes dúvidas.
"Eu não tenho pessoas que gostam de mim... as únicas que poderia me odeiam."
"A única forma de saber é falando com elas." Thanato falou com calma e seriedade.
"Falar com elas..." Shinji repetiu com forte tristeza, como ele poderia encarar os rostos delas novamente? Isso lhe assustava muito, muito mais do que a própria morte.
"Somente o seu destino pode lhe curar de toda essa dor que você carrega em seus ombros, permita que as pessoas lhe ajude." Thanato falou com um rosto neutro, no fundo ele sentia que essa era a hora de Shinji parar de pensar na sua vida e agir.
"Agora é hora de pensar no real, mas lembre-se de uma coisa, não adianta pensar em acabar com sua dor se você não lhe permite vencer essa dor."
Shinji olhou para o lado ao pensar nessas palavras, ele se permitia pensar nestas coisas conforme ele sentia o mundo ao seu redor mudando de forma, ele queria poder ficar neste lugar sozinho onde não tinha rostos para olhar, mas ele sabia que isso era um luxo que ele não poderia ter.
Abrindo os olhos, Shinji pode ver as paredes de metal do hospital da vila, novamente sua mente rapidamente pensou em como ele destruiu o mundo deles, que removeu a esperança do mundo de finalmente crescer, mas alguma coisa no fundo de sua mente lhe dizia para dar uma chance para as pessoas ao seu redor.
Um pensamento passou em sua mente, ele lembrou de seu amigo e do pedido de desculpas de Sakura para ele, como eles poderiam lhe ajudar depois do que fez? Isso lhe deu um longo calafrio percorrendo suas costas, será que era somente uma forma de lhe atingir? Lhe dar esperança para depois quebrar o que sobrou de sua humanidade? Isso era assustador.
"Uma chance." Uma voz falou em sua cabeça, uma voz que ele sempre escutou, mas será que era uma coisa real? Ele nunca iria saber.
"Dar uma chance ..." Falou o homem ao se sentar na cama de metal velha, ele queria que esse sentimento de dor sumisse, mas isso parecia impossível.
"Ayanami-kun..." Uma voz delicada chamou, Shinji olhou para ver quem o tinha chamado, vendo Rei parada na porta com seu rosto sem vida e estoica como sempre, mas ele já tinha aprendido como ler essa pessoa.
Com um sorriso falso no rosto, o homem falou com bom humor.
"Ayanami, é bom ver você."
Rei se aproximou com passos lentos e leves, em suas mãos ela tinha seu chapéu de palha na qual iria na sua tarefa de plantar arroz, mas ela queria ver Shinji antes de ir.
"Fico feliz que esteja melhor, o remédio está funcionando."
Shinji assentiu com isso, era realmente um milagre ele estar vivo.
"Sim, esse remédio é bem útil."
Sentindo um silencio tomando conta de seu corpo, Shinji se virou e olhou para Rei, sabendo que ela era sua única família neste mundo, ela carregava o rosto de sua mãe.
Rei pensou na sua origem, ela sabia que era feita a partir do DNA de Yui, mãe de Shinji, ela queria saber se isso não incomodava o homem na sua frente.
"Ayanami-kun..."
"Me chame de Shinji... você é minha irmã Rei... não tem que ser tão formal comigo." Shinji falou ao pensar em família, seu pai trouxe a raiva novamente a tona, mas ele conseguiu se controlar. Rei assentiu ao escutar isso, então continuou.
"Shinji, você não se sente mal por estar perto de mim?"
Shinji a olhou confuso não entendendo o ponto de Rei.
"Como assim?"
"Eu ser feito com o DNA de sua mãe, isso não lhe incomoda?" Rei falou novamente, Shinji pode sentir o medo na voz da mulher na sua frente, ele não poderia mentir em dizer que isso lhe incomodou um pouco, mas o tempo lhe disse que isso era algo bom.
"Não... é bom saber que tenho alguma família neste mundo."
Rei sentiu o coração ficando mais leve com isso, ela sentia um grande carinho e respeito por Shinji e pensar nele como uma família era bom, rapidamente ela pensou no que sentiria por Mari, mas isso era outra coisa.
Shinji a olhou e soltou um longo suspiro, com um sorriso no rosto ele falou.
"Eu gosto de saber que você é minha irmã, sempre soube que você tinha alguma coisa especial, agora eu sei disso... eu realmente espero que você seja feliz, sorrir para uma pessoa do mesmo modo que sorriu para mim naquela vez."
Rei não pode controlar o sorriso que ficou em seu rosto, ela pensou nas palavras de Shinji para ela, ele realmente era único e muito diferente do que foi Gendo Ikari, ambos eram muito diferentes.
"Fico feliz que esteja sorrindo mais, espero que possa ficar melhor..." Rei falou ao olhar para o relógio no canto da sala.
"Tenho que ir agora para minha função... vejo você depois."
Shinji sorriu ao escutar isso, com um aceno ele se despediu dela, somente o som dos seus passos lentos e delicados inundaram o pequeno hospital, Shinji estava sozinho novamente, mas agora com outros pensamentos em mente.
"Família..."
"Pare de encher quatro olhos!" Asuka rosnou ao remover os braços de Mari de seus ombros, ela podia sentir a ansiedade tomando conta de seu corpo conforme elas se aproximaram do pequeno hospital.
Mari sorriu ao ver o comportamento de Asuka, conhecendo bem como eram os estágios da ansiedade tomando conta de seu corpo, ela mesma pensou nisso, uma conversa com Rei ainda era necessária para concluir algumas coisas a seu respeito, apertando as mãos ao sentir o medo da rejeição tomando conta de seu corpo, Mari sabia que essa era uma missão realmente difícil para conseguir sair vitoriosa, mas ela iria ao menos tentar.
"Vamos... pelo menos diga que está ansiosa para ver o filhote."
Asuka revirou os olhos ao escutar isso, sua postura rígida tentando mostrar que tudo estava sobre controle, mas a situação interna não era nada fácil para ruiva lidar, a cada passo que se dava, era mais um passo mais perto de seus problemas e principalmente a solução deles.
Mari respirou profundamente ao ver algumas mulheres caminhando na direção dos campos de arroz, ela sabia que esse era o local onde Rei mais ficava, um sorriso falso nasceu em seu rosto, ela sabia que isso era somente uma questão de tempo para resolver, mas porque as coisas tinham que ser tão difíceis para a morena? Isso ela não sabia.
"Eu... eu tenho que fazer uma coisa agora." Mari falou ao começar a caminhar para o outro caminho, Asuka a olhou com raiva e traição nos olhos, ela não queria passar por isso sozinha e isso parecia ser mais uma das suas palhaçadas, mas tinha alguma coisa nos olhos de sua amiga que não combinavam com uma travessura infantil, tinha ansiedade e medo neles, uma coisa rara de se ver em Mari.
"Onde você vai?" Perguntou a ruiva com medo da resposta, ela não queria ficar sozinha numa hora como essa.
Mari começou a caminhar pelo caminho de terra que levava para as colheitas, ela se virou e começou a caminhar andando de costas ao seu destino, com um sorriso tenso ela começou a falar.
"Não se preocupe comigo! Eu tenho que resolveu uma coisa agora!"
Asuka arregalou seus olhos azuis intensos, mas somente um estava a vista, abrindo seus braços em sinal de raiva e traição.
"Se tinha outra coisa para fazer porque me forçou a sair!?"
Mari deu de ombros ao sorrir, ela não estava preparada para fazer isso, realmente ela queria ir ver o Shinji, mas ela tinha conseguido alguma coragem para falar com Rei, isso não poderia ser desperdiçado, era agora ou nunca.
"Eu queria muito ir falar com nosso herói favorito, mas realmente eu tenho que fazer uma coisa e essa coisa é muito importante para mim..." Mari falou ao se virar e começar a andar no sentido certo da estrada rustica, com um sinal de paz ela andou, sua mente pensando no que falaria quando se encontrasse com Rei.
"Você vai ficar bem, somente não esqueça de pedir para nosso bom doutor para lhe dar uma dose de anticoncepcional!"
Asuka corou fortemente com essa insinuação de Mari, ela queria poder correr e esmagar o pescoço de sua colega de quarto, mas alguma coisa em sua mente pensou a respeito sobre isso, ela era uma mulher com certos desejos, e Shinji parecia estar sempre como solução para eles.
Corando ainda mais forte com o pensamento, Asuka rapidamente tratou de limpar a mente o melhor que podia, abraçando os braços e tentando se acalmar ela caminhou.
Mari pode ver como a ruiva ficou desconfortável com a provocação que recebeu, ela gritou ao sorrir, uma tentativa inútil de acalmar sua mente agitada.
"NÃO IGNORE SEUS DESEJOS! SEJA GENTIL COM ELE! ESSA PODE SER A PRIMEIRA VEZ DO FILHOTE!"
"CALE A BOCA!" Gritou Asuka com toda a força de seus pulmões ao ver Mari correndo pela estrada de terra, ela agradeceu a Deus por não ter pessoas a sua volta para escutar isso, seu orgulho iria morrer se algum tivesse escutado, mas estar sozinha com somente os sons da natureza começaram a fazer sua mente imaginar coisas, principalmente Shinji nu na sua frente.
"Droga!" Rosnou Asuka ao começar a andar, sua mente com imagem do homem que ela tanto pensou nestes anos, o homem que ela a tanto tempo tentou esconder que ainda ansiava.
"Maldita quatro olhos!" Asuka continuou a resmungar ao caminhar, ela ignorou completamente as pessoas que começaram a surgir ao seu redor, ela ignorava os olhares que recebia pelo seu status de piloto de EVA, algumas pessoas a temia, principalmente pela sua personalidade forte e solitária.
Mas isso tudo não foi forte o suficiente para limpar os seus pensamentos, ela queria ficar bem com Shinji, mesmo ela gritando para o mundo o contrario, seu coração desejava isso, ela desejava isso.
Ficando abatida com a possibilidade de que isso não fosse possível, Asuka respirou profundamente ao pensar que isso não iria acontecer, ela pensou no passado, nos momentos em que passou com Shinji, do carinho que recebeu dele quando as coisas eram mais fáceis, dos simples gestos de receber um carinho na cabeça, um beijo suave em seus lábios para limpar seus medos e inseguranças, mas isso era passado, nem parecia mais real conforme ela ficava mais velha.
Sua vida não tinha sido fácil, os tempos depois do terceiro impacto não foram fáceis, era somente luta e guerra, nada mais do que isso, a morte sempre estava ao seu lado e nunca tinha escolhido sua vez, ela somente queria poder fechar os olhos e ter paz... principalmente ao lado da pessoa amada.
Em muitos momentos ela tentou excluir Shinji de sua vida, na Wunder muitos homens tentaram se aproximar dela, grande parte eram perdedores que somente a queriam como um troféu pessoal, ter em seus status social o homem que transou com a piloto de elite.
Ela não pode mentir que muitas vezes cedeu aos seus desejos momentâneos e usou os homens mais fáceis de manipular para seu prazer pessoal, mas esses momentos nunca lhe deram prazer, nunca se sentiu feliz conforme ela fazia essas coisas, ela sempre se sentiu suja depois de fazer sexo com homens que julgava inferior, ela nunca ficou feliz com esses momentos.
Aquilo sempre foi somente um pouco de prazer físico, nada mais que isso, Asuka continuou a caminhar pela estrada de terra humilde, ela novamente sentiu o sentimento de sujeira tomando conta de seu corpo, sentir essa agressão contra ela mesma, porque ela permitiu isso? Porque ela se rebaixou a esse nível com aqueles homens que somente a viam pelo seu corpo e status? Porque ela os usou?
Pensando nas lembranças que passou com essas pessoas, Asuka fechou os olhos ao tentar controlar as emoções contra o sentimento de nojo que tomou conta de seu corpo, ela somente queria alguém que não ligasse para seu corpo, não ligasse para sua aparência, somente a visse como ela realmente era, uma mulher solitária que somente queria ser amada.
Sentindo as emoções ruins tomando conta de sua mente, Asuka tentou expulsa-las, mas nada funcionava, apertou suas mãos para controlar a raiva que tomou conta de seu corpo, ela rapidamente sentiu um pensamento tomando conta de sua mente, um pensamento recorrente, seu passado com Shinji.
Vendo em sua mente a imagem de Shinji, Asuka deixou a sensação fluir por seu corpo, ela se permitiu deixar os velhos sentimentos passar por seu corpo, ela se permitiu um pouco de felicidade que a muito tempo lhe foi negada.
"Droga."
Mari podia sentir suas mãos tremendo conforme ela se aproximava das colheitas, ela podia ver as enormes áreas destinadas à plantação da semente, mas isso era somente o horizonte, seus olhos estavam a procura de uma pessoa especial.
Fechando os olhos ao pensar em todas as possibilidades, na sua frente estaria um momento único para sua vida, antes ela nunca tinha falado para Yui os seus verdadeiros sentimentos, mas agora era diferente, ela tinha que conseguir falar para Rei como se sentia, ela tinha que mostrar para Yui que tinha superado seus medos, ela tinha que mostrar isso.
Não demorou para ela conseguir localizar as mulheres trabalhando, mas uma em especial chamou sua atenção, podendo ver os cabelos azuis de Rei prontamente vestida com roupas do campo, com um sorriso ela se aproximou, mas seu interior estava tremendo de medo com cada passo que dava.
Rei se levantou ao olhar para o céu, sua mente pensando nas palavras de Hikari sobre escutar seu coração, mas como ela iria fazer isso se nunca tivesse entendido seus sentimentos a respeito disso? Como ela poderia saber se isso era amor ou somente mais algum hormônio agindo em seu corpo?
"O que foi? Está mais quieta que o habitual." Falou uma das senhoras ao esticar as costas, todas as outros mulheres riram ao perceber isso. Rei as encarou friamente, mas seus olhos não mostravam raiva, esse era somente sua forma de olhar.
"Nada, somente pensando." Disse a garota ao voltar ao seu trabalho, mas sua mente ainda pensando em Mari e no beijo que compartilharam, sentindo seu coração acelerando com a lembrança.
Voltando ao trabalho ao saber que não iria conseguir mais informações da mulher quieta da vila, todas voltaram ao trabalho, mas as conversas começaram.
"Sabe quem está namorando?"
Todas as mulheres olharam para cima, somente Rei continuou a trabalhar como sempre, mas ela escutava tudo atentamente.
"Quem?"
"A Sarah, filha do marceneiro... Ela está junta com a Kimi, a peixeira." Respondeu uma das mulheres, Rei rapidamente parou seu trabalho ao escutar isso, seu interesse focando na conversa.
"Lésbicas na vila, isso era somente o que faltava..." Resmungou uma das mulheres ao olhar para baixo, Rei prontamente sentiu medo tomando conta de seu corpo ao pensar nisso, ela tinha pensando nas palavras de Hikari sobre pessoas que não aprovavam esse tipo de relacionamento.
"E o que tem?" Outra mulher falou decepcionada com o que sua colega falou.
"Não precisamos disso, Deus criou o homem e a mulher por um motivo! Esse pecado deveria ter acabado quando o mundo acabou."
Rei sentiu suas mãos tremendo com a conversa, ela queria poder se sentir bem com seu coração, mas porque ela sentiu medo?
"Deixa as pessoas em paz, todos tem direito de ser felizes, a opção sexual das pessoas não é problema de ninguém, nem meu ou seu."
"Concordo." Falou outra mulher concordando com a amiga, ambas voltaram a trabalhar e deixaram a mais irritada para trás.
"Por isso estamos assim..." Resmungou a mulher ao se afastar, deixando Rei com as outras mulheres, não demorou para que um silencio tomasse conta do pequeno trabalho que elas praticavam.
"Não sei o que é tão importante em se importar com quem as pessoas transam... todos tem o direito de sorrir." Disse uma das mulheres ao tomar um pouco de água.
"As pessoas deveriam aprender a cuidar da própria vida." Concordou a outra, ambas começaram a conversar sobre isso, mas para Rei, ela finalmente aprendeu que teriam pessoas que iria lhe dar apoio, mas porque ela ainda tinha medo? Isso ela não sabia.
Se abaixando e colocando outra muda de arroz, a mulher de cabelos azuis tentou se concentrar na sua tarefa em questão, mas rapidamente uma sombra tomou seu caminho, levantou a cabeça ao ver Mari, seu coração acelerou com a visão.
"Oi Azul!" Mari falou feliz como sempre, mas ela estava nervosa com isso.
Todas as mulheres rapidamente reconheceram a mulher de rosa, Mari sempre foi uma pessoa boa, nunca negando um sorriso ou cumprimento para quem passasse pelo seu caminho.
"Senhorita Makinami, o que veio fazer aqui?" Perguntou uma das mulheres ao se ajustar.
Mari gesticulou com a mão na direção de Rei, com um sorriso simpático ela perguntou.
"Posso pegar azul emprestada por uns segundos?"
Ambas as mulheres sorriram com isso, era bom ver Rei fazendo amizades, principalmente as mais velhas que ainda tinham os sentimentos e cuidavam dos outros, a líder do grupo não hesitou nem um momento.
"Claro, Ayanami sempre foi a mais rápida do grupo e ela já cobriu mais da metade de sua meta pessoal."
Rei ainda olhava para Mari ao tentar entender seus sentimentos, mas isso parecia ser uma coisa bela, seu coração se alegrou ao ver aquele sorriso no rosto de Mari, não demorou para ela sentir suas mãos sendo pegas.
Todas do grupo olharam sorrindo para Mari arrastando Rei para longe, ela queriam que a mulher pudesse sorrir mais.
Mari caminhou ao lado de Rei pelas planícies, parando ao poder ver todos os cantos da vila 3, ela podia ver as pessoas andando de um lado para o outro, lutando para conseguir alguma normalidade neste mundo perdido, focando seus olhos nas barreiras que impediam que a contaminação tomasse conta de tudo, ela pensou no seu objetivo.
"Mari... porque me trouxe aqui?" Rei perguntou com sua voz tranquila, mas podia sentir um pouco de medo e ansiedade, ela queria poder perguntar sobre o beijo, sobre esse sentimento que tomava conta de seu corpo quando estava perto de Mari, ela queria entender o que seu coração sentia.
"Eu queria conversar com você... sobre... sobre o beijo que te dei..." Mari falou com a cabeça abaixada ao pensar nisso, ela estava com medo, mas falar sobre isso trouxe um pequeno rubor em seu rosto, o mesmo acontecia com Rei.
Rei olhou para baixo ao sentir seu rosto corando com a lembrança inundando sua mente, ela sabia que isso era somente uma reação natural do corpo, mas porque ela se sentiu envergonhada? Isso ela não sabia.
Mari pode perceber o rubor no rosto da garota, ela mesma estava corando com isso, seu coração pulando para fora de seu peito com cada segundo que passava neste pequeno bosque.
Finalmente percebendo que esperar não iria chegar a nenhum lugar, Mari começou a falar para quebrar o longo silencio que tomou conta do ambiente. Sentia o medo tomando conta de seu corpo neste momento, ela ainda se sentia arrependida por ter feito uma coisa dessas com Rei, pensando que tinha abusado de uma outra pessoa, isso deixou seus nervos a flor da pele.
"Eu quero me desculpar com você."
Rei levantou a cabeça para cima ao escutar isso, não entendendo o ponto de Mari, ela mesma não tinha se sentindo enojada ou qualquer outra coisa, muito pelo contrario, ela se sentiu bem.
"Porque?" Foi tudo que saiu da boca da menina de cabelo azul.
Mari abaixou o olhar ao pensar em como poderia explicar isso para Rei, ela queria poder dizer como se sentia, mas sua orientação sexual era algo delicado neste mundo perdido por Deus, ela queria proteger Rei.
"Eu não sei como você pensa a respeito sobre isso e não quero te forçar a nada... eu sinto que de... que de alguma forma eu me aproveitei de você, me deixei levar pelo momento e... acabei fazendo aquilo, me desculpa."
Rei olhou para baixo ao sentir tristeza tomando conta de seu corpo, ela pode ver os olhos de Mari abatidos e isso de alguma forma tomou conta de seu corpo e alma, ela não gostava disso, ela não gostava de ver pessoas especiais assim, sua mente pensou desesperadamente em como poderia ajudar.
Rapidamente ela pensou na conversa com Hikari, ela sabia que num momento como esse ela deveria deixar seu coração dizer o que era certo fazer, mesmo ela não sabendo como fazer isso, ela somente se deixou guiar.
"Mas... O beijo que você me deu não foi ruim."
Mari arregalou os olhos ao escutar isso, ela olhou para Rei com total surpresa nos olhos, ela nunca esperava uma resposta assim, mesmo vindo de algum como Rei, ela se sentiu paralisada no lugar.
Rei olhou para o horizonte, vendo as nuvens tomando conta do céu azul, deixando seu brilho aquecer o solo e dar vida as formas de coisas vivas ao seu redor, sentindo que seu coração estava pronto para assumir o controle de suas emoções, ela deixou ele falar livremente.
"Eu não sei como agir em momentos como esse ou como devo dizer, mas quando você me beijou no quarto da Wunder, eu me senti bem... meu corpo ficou calmo, minha mente ficou calma." Rei falou com calma e vergonha em sua voz, ela olhou para baixo não querendo olhar para os olhos de Mari.
"Depois daquele dia eu pensei em como deveria me sentir, escutei muitas conversas das pessoas ao meu redor, tentei encontrar livros para me ajudar, mas nada era uma coisa definitiva."
Mari escutava tudo atentamente, ela sentiu como se um peso estivesse sendo removido de seus ombros, ver o pequeno rubor no rosto pálido de Rei aqueceu seu coração que somente Yui tinha conseguido.
Rei continuou escutando seu coração.
"Mas eu nunca encontrei as respostas que desejava, somente ficava com o sentimento que se instalou em meu coração..." Rei finalmente olhou para Mari nos olhos, podendo ver a surpresa dela em escutar suas palavras, sentindo que seu coração queria mais, ela falou com determinação.
"Eu percebei que queria ficar ao seu lado Maki... Mari... Eu quero te ver sorrir, quero que você se sinta bem dentro de seu coração, assim como você fez com o meu."
Mari sentiu uma lagrima escorrendo pelo seu rosto, ela não podia acreditar que estaria escutando uma confissão de Rei, mesmo ela tendo o rosto de Yui, sua personalidade era única.
Rei pensou em sua origem, ela sabia que tinha o rosto dessa mulher que se chamava Yui Ikari, Shinji a considerava uma irmã, parte de sua família, isso era bom, era um amor que era diferente do que sentia por Mari, essas resposta lhe deu um pouco de paz.
"Eu sei que não sou ela... não sou Yui Ikari pela qual se apaixonou a tantos anos atrás, nem mesmo dizer que sei o que estou fazendo ou falando, mas achei que seria apropriado dizer para você, me desculpe se isso te incomodar de alguma forma."
Mari limpou o rosto ao escutar isso, ela prontamente se recuperou para ficar mais calma ao ponto de controlar suas emoções, ela tinha que falar alguma coisa, mesmo Rei tendo o rosto de Yui, ela era uma pessoa diferente, ela era uma nova pessoa na qual tinha conseguido levar seu coração.
"Eu sei que você não é Yui, ela foi o meu primeiro amor, quando eu a perdi, pensei que nunca mais iria me sentir viva perto de outra pessoa novamente, mas ai veio você, Rei Ayanami, a mulher mais linda deste mundo, com seu jeito único de ser provando que eu estava errada."
Rei a olhou com os olhos ligeiramente arregalado, ela encostou na arvore para ter algum equilíbrio, sentia que tinha que fazer alguma coisa, deu um pequeno passo na direção de Mari, ela queria poder se sentir daquele jeito novamente.
Mari percebeu a mulher fechando a distancia entre as duas, sentindo seu corpo ficando paralisado, ela somente esperou. Rei se aproximou de Mari, deixando seu coração comandar seu corpo, ela pensou nas palavras que tinha escutado das pessoas na vila, tinha algumas que não iriam aprovar, mas assim como Hikari tinha falado, ela tinha sua própria escolha e deveria aproveitar isso.
Levantando a mão e tocando o rosto de Mari, Rei deixou sua mão sentir a pele macia dela era uma sensação maravilhosa, sentiu que queria mais, ela aproximou seu rosto.
Sentindo a intensão de Rei, Mari fechou os olhos ao sentir a caricia em seu rosto, não demorou quando ela sentiu os lábios quentes de Rei contra os seus, sentindo todas as suas preocupações indo embora num piscar de olhos, ela somente sentiu o prazer do amor, não demorando em passar os braços pelas costas de Rei e a puxando contra seu corpo, Mari queria segura-la, para nunca mais soltar.
Rei novamente se sentiu bem, os lábios de Mari eram macios e quentes, o seu abraço lhe deu uma proteção que nunca tinha sentindo antes, ela novamente sentiu aquela corrente elétrica passando pelo seu corpo neste pequeno gesto de carinho que estava dando, realmente o coração sabia o que fazia, ela finalmente se sentiu viva.
Asuka finalmente percebeu o hospital, sentia as suas mãos tremendo com a ansiedade de poder falar com Shinji novamente, ela tinha que por um ponto final nisso, ela tinha que ficar em paz com qualquer que fosse o resultado dessa conversa.
Com uma assentida final ela caminhou com arrogância, indo para sua maior batalha, ignorando os olhares que recebia das pessoas ao seu redor, ela agora tinha um objetivo e nada a faria parar.
Entrando no humilde hospital da vila, Asuka desviou o olhar das pessoas que esperavam pelo atendimento, sua atenção não dando a mínima para as pessoas ao seu redor, rapidamente seus olhos ferozes focaram na única pessoa que ela conhecia, com passos pesados e determinados ela se aproximou.
Sakura com um sorriso tímido no rosto falava com uma mulher.
"Eu já atendo você, me de somente um minutinho..." Falou a médica ao olhar para uma mulher gestante, em seus braços ela tinha alguns papeis.
"Suzuhara..." Asuka falou ao se aproximar, ela nem se importou em usar o titulo dado a Sakura pela profissão, ela somente queria saber onde poderia encontrar Shinji.
Sakura a olhou confusa, ela queria saber os motivos que levariam Asuka ao hospital, a olhar pelo seu corpo e postura ela não tinha nada de errado, isso somente poderia indicar que ela estava aqui por outro motivo. Mas antes de poder falar ou fazer qualquer outra coisa, Asuka logo perguntou diretamente.
"Onde está o idiota?"
"O que? Que idiota?" Respondeu Sakura com calma, ela não sabia quem Asuka se referia, Shinji ou seu irmão Toji.
Soltando um longo bufo, Asuka colocou as mãos dentro de seu casaco vermelho e falou com calma, mas podia perceber que sua paciência estava chegando no limite.
"Que idiota? O maldito pirralho!" Rebateu Asuka ao falar olhando para os lados, se certificando que ninguém estaria escutando sua conversa com a médica.
Sakura finalmente entendeu o ponto da ruiva, se virou ao apontar para onde Shinji tinha ido, mas antes de poder responder, seu irmão apareceu, em suas mãos tinha uma prancheta com os nomes das pessoas que deveria atender neste dia na vila, ele nem se deu ao trabalho de olhar Asuka nos olhos.
"Ele foi dar uma volta."
Asuka o olhou indignada, ela ainda não conseguia entender como o macaco da escola conseguiu se tornar médico, e por sinal casar com Hikari, mas isso era uma coisa para outra conversa, ela queria entender como um paciente como Shinji tinha conseguido sair do hospital mesmo estando ferido.
"Que bela responsabilidade você tem! Não vê que ele não poderia fazer tal esforço?"
Toji abaixou a prancheta médica e falou com a voz cansada, ele não concordava com isso, mas Shinji era uma pessoa difícil de entender ou controlar.
"Olha vermelho, ele apresentou uma grande melhora com o remédio experimental que aplicamos, eu acredito que um pouco de ar fresco ajude na sua recuperação."
Asuka o encarou com descrença, sua mente ainda pensando em como Shinji tinha saído do plugue de entrada quando foi finalmente resgatado na ultima batalha, ele estava seriamente ferido, isso ainda lhe dava fortes calafrios.
Balançando a cabeça para os lados para limpar a imagem de sua cabeça, Asuka falou rispidamente.
"Tá! Para onde ele foi?"
Toji a olhou com calma e seriedade, dando de ombros para os motivos reais de Asuka, mas ele sabia que isso era uma coisa que tinha que fazer.
"Acredito que para as velhas ruinas, tem um belo lago onde os pinguins ficam, é um lugar calmo e sem estresse." Falou o médico ao enfatizar a ultima parte, ele sabia do temperamento de Asuka e não queria que nada de ruim acontecesse com o seu paciente.
"Aquele pirralho!" Rosnou Asuka ao saber que ele novamente queria se isolar, ficar em um lugar onde não poderia ver nada além de seu reflexo na água, isso a irritou, mesmo ainda não encontrando o garoto.
"Shikinami! É sério, nada de coisas sérias... ele pode parecer estar melhorando, mas as medicações ainda são experimentais, não quero saber de luta ou qualquer uma dessas coisas!" Toji falou com sua forte autoridade médica.
"Tanto faz."
Resmungou Asuka ao se virar e começar a sair do pequeno hospital, sua mente sangrava por ter recebido uma bronca de Toji, mas no fundo ela sabia que ele tinha alguma razão em se preocupar, seu passado com Shinji não era nada útil em demostrar suas verdadeiras intensões.
Toji observou Asuka saindo do hospital, em seu rosto nasceu em pequeno sorriso, no fundo ele sempre adorou irritar Asuka, ao seu lado sua irmã fez um som de negativo com a boca.
"Seu grosso, o que acha que ela vai fazer com ele?"
Toji se virou e falou com um sorriso malicioso no rosto, deixando bem claro como estava seu humor nesta manhã.
"Não sei, mas quando se trata do demônio vermelho, nada pode ser desconsiderado."
Sakura ainda não entendia a origem desse apelido dado por Toji ou Kensuke, mas a julgar pelas conversas com Mari e as histórias dentro da Wunder, ela poderia ter algumas ideias de como isso poderia ser na vida real. Balançando a cabeça para o mundo real, a médica prontamente começou a chamar seu pacientes, ela nunca se importou em ajudar no hospital da vila, era melhor que na Wunder.
A cada passo que Asuka dava, era mais um passo na direção de Shinji, ela queria poder dar meia volta e desistir de seu plano, mas com certeza Mari nunca iria deixar ela em paz se não fizesse, mas quem ela estava tentando enganar, ela tinha que falar com Shinji e colocar um ponto final nesse assunto.
"Onde ele se enfiou!?" Rosnou a ruiva ao começar a olhar por todos os cantos em busca de Shinji, ela odiava essas velhas ruinas, elas simbolizavam sua antiga vida, ela podia se lembrar de como eram esses velhos lugares antes do mundo ficar um caos completo.
Pronta para usar isso com uma desculpa e ir embora, Asuka pode observar um pequeno riacho com água, ela sabia que isso terminava onde os pinguins geralmente ficavam e ela sentia medo do que encontraria ali, com passos mais lentos ela caminhou para seu destino.
Parado olhando para o seu próprio reflexo, Shinji observava os peixes nadando livremente no lago, ele se lembrou do dia em que Kaji o levou para o centro de tratamento de água do IPEA, todos aqueles animais vivendo em pequenas jaulas fechadas, exatamente como todos no mundo estavam agora, tudo por causa dele.
Soltando um longo suspiro ao virar a cabeça para o lado, Shinji observou uma família de pinguins andando de um lado para o outro, seus olhos focaram no líder, ele logo se lembrou de pen-pen, o velho companheiro de Misato.
O desejo em seu corpo por uma bebida estava lhe matando, sentia suas mãos tremendo com os sintomas da abstinência, ele queria parar com isso, mas seu corpo desejava álcool.
"Porcaria..." Resmungou o homem ao fechar os punhos algumas vezes na esperança de conseguir controlar os sintomas, mas isso se mostrava cada vez mais difícil nestes dias.
Fechou os olhos ao pensar no seu passado, no velho e pequeno apartamento que pode chamar de lar, o homem pensou em tudo que perdeu, isso somente o deixou ainda mais abatido.
Asuka parou na entrada, ela podia ver as costas de Shinji vestindo uma velha blusa azul escura, ela já tinha visto aquela roupa antes, mas sua memoria não se recordava, ela somente queria poder acabar logo com isso, fechando os punhos ela caminhou.
Vendo os tremores em suas mãos, Asuka pensou no que poderia estar causando isso no homem, mas ela rapidamente passou isso para depois, ela tinha muita coisa para focar em sua mente, deu passos confiantes na direção de Shinji.
"Não era para estar no hospital agora?" Asuka perguntou com calma, mas sua voz saiu com rispidez.
Shinji nem se importou com isso, ele somente olhou para o reflexo de Asuka na água, como sempre ela estava linda e imponente, ele se lembrou dos sonhos que teve.
"Prefiro o ar livre..."
Asuka balançou a cabeça ao pensar que essa conversa iria ser mais cansativa do que ela tinha imaginado, mas ela estava agora aqui, respirando profundamente ela cruzou os braços sobre o peito. Ela queria algumas respostas.
"Porque lutou daquela forma? Porque não recuou?"
Shinji deu de ombros ao escutar isso, no fundo ele pensava muito nisso, não se importando se vivia ou morria, ele somente dava tudo de si.
"Não sei... somente faço o que acho certo."
Asuka abriu a boca ao escutar isso, ela queria poder sair correndo e chutar o homem deprimido na sua frente, mas conseguiu se controlar o suficiente para não fazer.
"Certo!? Você quase morreu! Entende o que é isso!?"
Shinji novamente não mostrou interesse, se virou e se levantou lentamente, ele sentiu seus ferimentos gritando com o pequeno esforço, não demorou para ele focar seus olhos tristes em Asuka.
"Se for assim que o destino quiser, assim será."
Asuka não entendeu direito, mas ela queria mais, respirou profundamente ao se acalmar, ela não queria transformar isso numa briga, muito pelo contrario, rapidamente suas mãos começaram a tremer com a ansiedade que tomava seu corpo com tudo que queria perguntar, uma delas era porque ele não a ajudou quando ela mais precisou dele.
"Acha que ir com tudo vai ajudar em alguma coisa? Acha que se matar vai ajudar em alguma coisa?"
"Não sei... somente quero ficar sozinho..." Shinji falou ao começar a caminhar, mas Asuka rapidamente o impediu dando mais um passo na sua direção, ela não iria deixa-lo ir agora.
"Você... você não entende, não é?" Asuka falou com a voz baixa e ameaçadora, Shinji não pode negar que sentiu medo dessa postura.
"O que é tão difícil para você entender que isso não vai te levar a lugar nenhum, que somente vai acabar se matando?"
Shinji a olhou com frieza, no fundo ele podia sentir que estar perto de Asuka era uma coisa boa, mas a dor era muito forte.
Asuka não perdeu tempo em logo começar a falar, ela sabia que quando começasse iria ser mais fácil terminar.
"O que acha que isso iria fazer com as pessoas que estão contando com você? O que acha que morrer iria fazer?"
Shinji escutou isso atentamente, ele pode sentir sua raiva voltando ao controle ao escutar essas palavras, como ela se atrevia falar que alguém iria se importar com sua morte?
"Você fala como se todas as pessoas iriam chorar de tristeza..." Fala Shinji sarcasticamente ao começar a sair, Asuka sentiu seu sangue fervendo com essas palavras, sentindo que tinha que fazer alguma coisa ela não perdeu tempo em se virar e pegar o homem pelos ombros.
TAPA.
Shinji cambaleou um pouco para trás ao sentir seu bochecha ardendo, foi um tapa muito forte, forte o suficiente para ele ver estrelas, encostou na parece e sentiu a queimação natural de um golpe desses.
Asuka se arrependeu de ter feito isso, ela sabia que o homem ainda estava se recuperando da surra que tinha levado na ultima batalha, mas ela perdeu um pouco o controle, mas agora ela não podia mais parar.
"Acha que todos odeiam você!?" Gritou a ruiva com raiva, ela olhava para Shinji com traição nos olhos, eram muitas emoções passando pela sua mente. Shinji ainda se recuperava do golpe que levou.
A ruiva queria falar tudo que poderia, estar sozinha num lugar com Shinji lhe deu mais coragem para falar livremente, agora ela não tinha que se importar com sua imagem, ela somente disse o que seu coração queria.
"Acha que ninguém se preocupa com você!? Acha que não tinha pessoas que choraram quando pensaram que você tinha morrido!?"
Shinji finalmente sentiu que essa foi a gota d'água na sua mente, seu corpo rapidamente revivendo todos os momentos em que ficou preso, de todos os olhares que recebeu das pessoas que seu redor, da sua sentença de morte que tinha recebido, de todas as vezes em que se perguntou quando seria seu ultimo dia de vida.
Virou a cabeça e olhou para Asuka, ele podia ver que ela estava nervosa, seu coração batia forte em seu peito, ele sentiu que tinha que falar alguma coisa para ela, não poderia ficar somente dizendo o que julgava ser mentira, onde elas estavam quando ele foi morto? Onde elas estavam quando ele foi abandonado?
"Você fala como se fosse minha culpa!"
Asuka deu um passo para trás ao escutar isso, ela rapidamente se recuperou, mas ao ver a postura agressiva de Shinji a deixou assustada, o olhar em seus olhos, a raiva em sua voz, ela podia ver mesmo que por poucos segundos a sua dor.
Shinji deu mais um passo para frente ao sentir sua respiração acelerando com cada memoria que passou pela sua mente, ele agora queria poder ter as respostas.
"Você fala que as pessoas se importam... mas onde elas estavam quando eu mais precisei delas!? Onde estavam todos quando eu acordei neste mundo de merda e descobri que era o responsável por tudo!? Onde estavam as pessoas para me explicar tudo?" Shinji falou com intensidade, seu olhar demoníaco ainda em seu rosto, Asuka somente escutou atentamente.
"Onde estavam as pessoas quando eu fui condenado a morte? Eu esperei por cada segundo que se passava dentro daquele inferno, eu lutei contra as pessoas que queriam vingança contra mim, mas eu somente percebi que estava sozinho, então na me venha dizer que tinha pessoas que se importavam!"
"Ninguém sabia que você estava vivo! Acha que Misato teria deixado você.?.." Asuka falou ao tentar rebater os pontos de Shinji, mas ela foi rapidamente cortada.
"MISATO ME QUER MORTO!" Gritou Shinji com força, seu rosto ainda mostrando sua raiva, Asuka se surpreendeu ao escutar aquele grito, ela podia ver o olhar nos olhos de Shinji, não podendo negar que aquilo a tinha assustado, era como ver os olhos de uma outra pessoa, não de Shinji.
"VOCÊ ME QUER MORTO!"
Sentindo a raiva com o controle total de seu corpo, Shinji continuou seu ataque sem piedade, seu peito doía dos ferimentos que agora estavam sarando, ele ignorou tudo isso. A dor em sua mente conseguia superar mais do que qualquer outro sentimento que percorria seu corpo.
Respirando profundamente com a enxurrada de lembranças que tomou conta de seu corpo, Shinji falou com força.
"Você fala como se todas as pessoas ao meu redor não queriam que essas coisas acontecesse comigo! Misato me descartou quando eu mais precisei dela, todos me descartaram quando eu mais precisei de apoio!"
Asuka finalmente conseguiu se recuperar do choque do grito de Shinji, ela gritou de volta para o homem na sua frente, seu corpo gritando de indignação com todas as acusações que estava recebendo, quem era Shinji para acusar os outros? Quem ele pensava que era para achar que somente ele sentia dor?
"Você fala como se somente você sofreu, não é!?"
Shinji calou a boca ao escutar o grito de Asuka, assim como a ruiva, ele rapidamente focou no rosto aborrecido dela, principalmente no único olho disponível, isso lhe causou ainda mais dor, principalmente por saber que isso era exclusivamente sua culpa.
Asuka rapidamente continuou seu ataque, mostrando toda a sua dor, assim como Shinji fez.
"Onde você estava quando o mundo mais precisou de você!? Onde você estava quando todos precisavam de você!? Hein!? ONDE ESTAVA?!"
Shinji olhou para o rosto aborrecido de Asuka, ele queria ter as respostas, mas no fundo ele não sabia, nem ele sabia realmente o que tinha acontecido, somente aconteceu, como num piscar de olhos.
Asuka olhou para Shinji sem respostas, ela assentiu assertivamente.
"Isso, você não tem resposta, somente fugiu como sempre!"
"Acha que eu queria isso?" Shinji perguntou com calma, mas sua voz carregava uma forte seriedade.
"Eu nem sabia que isso poderia acontecer! Quando eu acordei neste mundo eu nem sabia que tinha perdido tudo, todos ao meu redor somente me queriam morto! Eu podia ver os olhos de Misato naquele dia! Eu pude sentir que não era mais querido, eu podia sentir a raiva..."
Asuka olhou para Shinji, sentindo o clima ficando cada vez pior entre os dois, com calma falou.
"Nem todos te odiavam..." Asuka falou com calma, mas sua voz era séria e sem vida.
Shinji percebeu isso, mesmo essa palavras simples foram o suficiente para machucar mais que qualquer outra arma neste mundo, ele calou a boca no mesmo momento.
Asuka finalmente voltou ao pouco normal, sentindo a raiva assumindo o controle de seu corpo, seus olhos focaram em Shinji, seu tapa-olho brilhando um azul forte que poderia ser visto do outro lado da vila.
"Você sumiu e deixou todos a mercê da merda que tinha acontecido depois do terceiro impacto! Achou que não estaríamos surpresos ao ver que estava vivo? Acha que Misato queria aquilo para você? Ninguém sabia como lidar com você e sua volta!"
Shinji a olhou com calma, escutando cada palavra que saia da boca da ruiva, sentia que deveria retrucar de alguma forma, como ela poderia dizer que ninguém queria aquilo.
"Não sabiam como agir!? NÃO SABIAM COMO AGIR!?" Gritou o homem como raiva, sua mente pensando em cada momento em que passou na prisão, em cada momento em que passou no inferno a espera de alguma ajuda, mas isso nunca veio.
"Então me deixaram morrer porque não sabiam como agir!?"
"NINGUÉM SABIA QUE VOCÊ IRIA SER CONDENADO A MORTE!" Gritou Asuka com força, seu peito doendo com o esforço que tinha feito, mas ela tinha que falar, Shinji rapidamente calou a boca ao escutar isso, a pequena explosão da ruiva o machucou.
"Não sabiam? Você viveram neste mundo por muito tempo e não sabiam o que iria acontecer comigo? Acha que eu vou acreditar nesta bobagem?"
Asuka respirou profundamente para tentar se acalmar, mas ela ainda estava irritada, sua voz era calma e seria, mas ainda ameaçadora.
"Acredite no que quiser! Mas ninguém sabia o que estava acontecendo quando você acordou! Somente queríamos entender tudo que estava acontecendo, mas a WILLE forçou que Misato o entregasse para eles! Ela tentou barganhar para eles que seria melhor você ficar na Wunder até tudo ser explicado, todos foram pegos de surpresa com a noticia que você foi condenado a morte, tudo aconteceu muito rápido!"
Shinji a olhou incrédulo, um grande silencio reinou, Asuka olhou para baixo ao se lembrar da sensação que tomou conta de seu corpo, ela se lembrou de cada sensação que destruiu sua mente ao pensar que realmente Shinji tinha morrido desta vez, o mundo não perdoava as pessoas, e isso era um fato.
"Mari tentou provar sua inocência, ela nunca desistiu... quando todos pensávamos que você tinha morrido, Akagi falou para deixarmos isso para trás, pois poderíamos ter o mesmo destino que você, que chorar não iria funcionar!"
"Então não me venha com essa que acha que somente você é uma vitima! Achávamos que você tinha morrido e não tinha mais nada que pudéssemos fazer!"
Shinji olhou para baixo, sua mente falando que tinha alguma razão neste ponto, porque iriam se preocupar com uma pessoa morta?
"Mas não fizeram nada quando descobriram que eu estava vivo." Shinji falou abatido ao se lembrar da ponte da Wunder naquele momento.
"Misato poderia ter feito mais, eu nunca teria permitido isso... teria feito mais para proteger as pessoas que eu amava neste mundo, nunca teria feito isso, nunca!" Shinji falou abatido, mas no fundo ele tentou entender.
"Nunca teria abandonado nenhum de vocês! ... Mas isso era o que eu faria."
Asuka olhou para baixo ao escutar isso, machucou profundamente as palavras de Shinji, ela pensou nisso por muito tempo, ele tinha razão, eles deveriam ter feito mais, mas porque não fizeram? Era egoísmo? Era o que?
"Mas... mas... isso é passado agora." Shinji falou abatido ao pensar no seu sonho, ele mesmo falou para si mesmo que tentaria dar uma outra chance, ele não podia negar que Asuka e Misato fizeram tudo ao seu alcance para se manterem seguras e isso era alguma coisa que de certo modo era certo.
"O que?" Asuka perguntou com surpresa na sua voz, a mudança de postura de Shinji tinha lhe dado a intensão errada.
Shinji sentiu suas mãos tremendo com tudo que acontecia em seu corpo, realmente ele desejava poder tomar uma bebida para se acalmar, mas agora isso seria realmente impossível, mas a julgar pela reação de Asuka, ela não esperava por isso, nem ele a final de contas.
Olhando para frente novamente, Shinji focou no horizonte, o som do vento batendo nas águas do pequeno rio, ele deixou sua mente focar no som que os pinguins faziam, mas essa pequena distração somente lhe deu alguns segundos para ter alguma paz.
Asuka o olhou, isso a deixou incrivelmente confusa, no fundo ela pensou que isso era somente uma pegadinha de Shinji, para pega-la com a guarda desprevenida, mas o olhar dele no lago a sua frente mostrou que isso era a realidade, ele somente tinha as mãos tremendo.
"Eu... eu somente quero que toda essa dor acabe... somente isso, quero poder acabar com a maldição dos Ikares neste mundo." Shinji falou com a voz abatida ao olhar as pequenas ondas.
Asuka o olhou com pena, ela podia ver que isso o incomodava muito, principalmente o fato dele ter tentado mudar seu nome.
"Porque? Porque mudou seu nome?"
Shinji a olhou com abatimento, não sabendo os motivos de estar sendo tão aberto com Asuka, mas isso lhe deixou com uma sensação de conforto, era como olhar para o passado.
"Foi uma forma de me livrar de Shinji Ikari... aquele garoto está morto."
Asuka se assustou com aquele frase, foi tenso e sinistro, aproveitando a brecha que o homem deu, ela pensou que poderia falar mais com seu antigo amante.
"Não me parece morto."
Shinji olhou para Asuka, focou seus olhos naquele belo rosto europeu, sua maior paixão neste mundo perdido.
"Shinji Ikari é tudo que eu mais odeio neste mundo... ele é covarde e fraco... por isso que quando eu fui morto, eu deixei ele morrer... assim nasceu o Shinji Ayanami... Ayanami é o nome de minha mãe, a única pessoa que realmente me amou."
"Ayanami?" Asuka falou confusa, ela não sabia de toda a origem da menina de olhos vermelhos, mas Shinji ter esse sobrenome a deixou confusa, mas pelo menos ele estava falando com ela.
Shinji percebeu que o dia estava terminando, o homem focou no horizonte novamente, ele queria poder falar mais abertamente, pedir desculpas por tudo que tinha feito neste mundo e para todos, mas isso era algo que nem ele sabia se iria conseguir fazer um dia.
"Somente quero acabar com meu pai, parar ele... só isso."
"E acha que se matar vai conseguir isso?" Asuka falou sarcasticamente ao pensar em como Shinji lutava neste mundo.
"Se quer parar tanto seu pai assim, tem que ter alguma responsabilidade."
"Eu somente luto, não me importo com o que vai acontecer comigo, somente quero acabar com o meu inimigo, não importa o custo." Shinji falou ao pensar em uma bebida agora, ele queria seu remédio contra a parte mais racional de seu cérebro.
"Se por acaso eu morrer, então morri."
Asuka franziu o cenho ao escutar isso, como uma pessoa poderia ter total desprezo pela sua vida, isso a irritou.
"Você é um idiota!" Rosnou a ruiva com raiva, Shinji a olhou com calma, mostrando que não tinha nada lhe incomodando, era assim que ele via.
"As pessoas gostando ou não estão contando com você!" Asuka começou a falar ao apontar o dedo para o homem na sua frente, Shinji se sentiu uma criança perto dela.
"Tem que aprender a crescer! O mundo é uma merda e tem que aceitar isso!" Continuou a mulher com raiva.
Um longo silencio tomou conta dos dois, Shinji olhou para os lados ao esperar por mais broncas, mas somente recebeu o silêncio, isso o incomodou de certa forma.
Asuka olhou para Shinji, não sabendo mais o que falar para conseguir provar seu ponto, mas uma coisa estava lutando em sua mente para sair, uma coisa que ela queria perguntar.
"Baka?" Asuka perguntou usando seu antigo apelido, ela queria poder saber se poderia confiar nele novamente, se ela poderia virar as costas para esse homem sem se preocupar.
Shinji escutou isso, ele fechou os olhos ao escutar o som da voz de Asuka lhe chamando como antes, isso aqueceu seu coração, mas ele poderia confiar nela novamente? Poderia lhe dar essa chance? Rapidamente o sonho que teve gritou em sua mente, ele deveria dar outra chance para essas pessoas que o traíram e o abandoaram?
Asuka tomou coragem para falar o que queria, ela olhou nos olhos de Shinji e falou abertamente.
"Posso confiar em você? Posso saber que no campo de batalha você vai me ajudar? Posso contar com sua ajuda?"
Shinji a olhou com cautela, mas tudo que ele via era honestidade, lentamente a mão de Asuka se ergueu na sua direção, um simples gesto de camaradagem, alguma coisa em sua mente dizia para lhe dar essa chance.
Ele deveria dar essa chance? Isso ele não sabia, mas sua mente gritou para ele dar essa chance, ele queria estar perto de Asuka novamente, ele queria isso, seu corpo queria isso, mas como ficaria com Misato? Ele poderia ter uma conversa com ela assim como fez com Asuka?
Assentindo com o pequeno gesto de coragem, Shinji pegou a mão de Asuka, ela continuava macia e delicada, essa era a mesma mão que ele segurou a tantos anos atrás.
"Pode confiar..." Shinji falou com calma e tristeza em sua voz, mas pelo menos ficou um pouco feliz.
"Bom..." Asuka falou com calma e felicidade arrogante, ela tinha conseguido o que queria, no fundo ela se sentiu feliz por ter se aproximado de Shinji novamente, pelo menos ele não estava mais com aquele olhar mortal no rosto.
"Eu... você não precisa ter medo de mim..." Shinji falou abatido ao começar a sair, no fundo ele nunca desejou que Misato e Asuka tivessem medo dele, ele somente queria que elas vissem como as duas tinham machucado, ele somente queria que elas entendessem isso.
"Nem você ou Misato... Mesmo que tudo tenha acontecido entre nós, eu nunca deixei de me importar com vocês."
Asuka sentiu um choque com isso, as palavras de Shinji não eram frias ou cruéis, isso lhe deu uma pequena esperança em seu peito, que ele ainda se importava com ela aqueceu seu coração, uma coisa simples, mas um gesto significativo.
Shinji parou no pilar de uma antiga construção, ele tinha uma coisa em sua mente que lhe incomodou, principalmente depois de saber que Asuka estava morando com seu antigo amigo Kensuke, mas quem era ele por questionar ela? Ele a tinha abandonado, Kensuke tinha dado à Asuka o que ele não tinha.
Mas isso ainda lhe dava uma sensação ruim no peito, Kensuke era uma boa pessoa, mas porque ele se incomoda tanto? Isso continuava sem resposta.
"De um oi para Kensuke por mim, espero que ele possa te fazer sorrir."
"O que?" Asuka falou ao ver Shinji saindo dos restos de construções, ela ficou sozinha com os passos dele sumindo como o vento, mas foi assim, ela ficou com somente as palavras.
Shinji caminhou pela terra, ela ainda se pegou pensando no que tinha falado com Asuka, ele realmente estava dando uma segunda chance para essas pessoas? Ele tinha feito a escolha correta? Isso ele não sabia.
"Ei Shinman!" Gritou Toji ao se aproximar de Shinji, ele podia ver o olhar no rosto do homem, Toji estava com um sorriso ao se aproximar de Shinji, ao seu lado estava Kensuke.
"Dr. Suzuhara..." Shinji falou calmo e abatido, era bom ver essas pessoas novamente, mas agora ele queria ir para sua cama.
Acenando com a mão com um sinal de desdém, Toji falou ao se aproximar.
"Pare com isso cara, Hikari quer que você jante com a gente hoje, ela mandou te chamar e sabe como ela é quando não tem seus desejos atendidos..." Falou o homem sorrindo.
Shinji olhou para baixo ao pensar nisso, ele realmente queria sair dali e se isolar.
"Não tem que se preocupar comigo, vou para o meu quarto." Shinji falou ao passar pelos homens, mas Toji rapidamente colocou a mão em seu ombro.
"Que isso cara, vai ser bom." Toji falou com um sorriso, ele queria que Shinji visse que as pessoas ainda tinham com o que sorrir e isso era uma coisa boa.
"Vamos cara, você tem que conhecer Tsubame... aquela bebê vai adorar você." Kensuke falou divertido, ele estava olhando para Shinji analisando seu comportamento, mas o homem pode ver o olhar animalesco no rosto de Shinji contra ele e isso o assustou.
"Acho que tem que cuidar de Asuka, não acha Kensuke?" Shinji falou com um olhar de falcão em direção ao seu antigo amigo, ele não entendia porque dessa reação ciumenta contra Kensuke, mas infelizmente aconteceu.
"Asuka? O diabo vermelho?" Falou o homem de óculos, nervoso ao saber onde isso estaria indo e julgar pelo olhar de Shinji isso não era uma coisa boa.
"Ela somente mora na minha casa, não sei porque mas Makinami e Shikinami escolheram minha mansão para isso... só isso."
Shinji o olhou com calma e frieza, isso não tinha acabado aos seus olhos, mas ele tinha que aceitar o fato que Asuka poderia estar com outro homem, mas mesmo assim doía em seu coração.
"Tanto faz."
Toji percebeu o olhar e o clima que passou ao seu redor, ele rapidamente bateu as mãos juntas para quebrar o clima, com a voz divertida ele falou, passando o braço pelos ombros de Shinji.
"O nosso amigo está com ciúmes, mas ele já é casado com Ayanami!"
Kensuke falou ao sentir o momento para conseguir fugir do assunto, ele falou divertido ao passar para o outro lado de Shinji.
"Olha o nosso garoto, sempre soube que você tinha uma queda por Ayanami, então você a pegou?"
Shinji o olhou com nojo, mas a origem de Rei nunca foi dita para o publico, para todos ela era somente uma pessoa normal, mais uma garota no meio de outras.
"Ela é minha irmã!"
"Não brinca!" Toji e Kensuke falaram juntos e igualmente chocados, ambos nunca pensaram que isso poderia ser uma realidade, nem na escola essa possibilidade era imaginada, ambos nunca falaram sobre isso ou qualquer sinal de familiaridade.
"Cara... eu nunca iria imaginar." Toji falou ao guiar Shinji para sua casa, ele realmente ficou chocado com essa noticia, mas o mundo era uma coisa estranha, ele mesmo sobreviveu ao evento apocalítico e nada mais o surpreenderia.
"Isso foi uma surpresa..." Kensuke falou com um sorriso. "Porque não falou antes? Tipo na escola, porque o mistério todo?"
Shinji ainda não entendia o motivo por não ter reagido á condução de Toji, mas ele queria de alguma forma mudar sua vida.
"Eu somente descobri a pouco tempo..."Shinji falou com a voz profunda, mas saber que Rei era sua família ajudou a lidar com a perda de toda a felicidade na sua vida, ele sempre teve uma conexão com a garota, mas nunca conseguiu explicar isso, mas agora ele podia.
Toji percebeu que o homem não iria fazer mais nada, o clima ruim tomou conta do momento, Toji e Kensuke trocaram um olhar ao saber que pelo menos ele estava cooperando.
"Espero que goste de frango." Toji falou ao soltar Shinji, mas manteve uma mão em seu ombro, ele somente esperava que Shinji pudesse ver a vida ao seu redor, ele queria que Shinji visse que o mundo continuou de alguma forma depois do terceiro impacto.
O trio passou pelas outras pessoas, Toji e Kensuke tentavam criar um clima de amizade, mas eles não perceberam uma pessoa os espiando ao fundo, essa pessoa o olhou com raiva, mas tinhas suas ordens para cumprir e ele iria cumpri-las.
"Tudo pelo cenário."
Notas do Autor: Olá pessoal Calborghete aqui, temos enfim o capítulo 38, espero que tenha sido de agrado de todos, como sempre não deixem de segui-la e salva-la em seus favoritos para não perderem mais nenhuma atualização futura.
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