"Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha
lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca
para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo.Li.Ta." (Lolita,
pág. 11)
Lolita jamais teria sido mais do que uma menina de 12 anos, com seu metro e quarenta e sete de altura e sua meia soquete, se não houvesse existido antes em minha vida Lílian. Minha doce, sonhadora e inesquecível ninfeta.
Lílian, ou simples e puramente Lilly.
Ela não era puro-sangue, a primeira bruxa numa família completamente trouxa. Aliás, permitam-me ressaltar, Lilly quebrou a barreira interna do meu subconsciente que dividia os puro dos não puro-sangue.
Eu, que sempre fui calado e fechado nos meus pensamentos filosóficos, sempre olhei de longe antes de me aproximar. Com meus 12 anos, alguma coisa a mais me chamava atenção naquela menininha ruiva, na qual a puberdade já começava a se mostrar. Mal ou bem, enquanto meus amigos preferiam deixar os olhos caírem sobre as garotas mais velhas, geralmente em seu último ano, a minha visão sempre recaiu sobre Lilly. A espevitada, sonhadora, atrapalhada e explosiva. Dona de lindos lábios rosados, olhos cor de esmeralda, cabelos cor de fogo e lindas e pequenas sardinhas no nariz. Essa era a minha Lilly.
Eu ia sempre à biblioteca depois das aulas, ou sempre que conseguia algum tempo vago. Além de ser aluno aplicado, de ótimas notas, devo ressaltar, Remus Lupin era um lobisomem. Ninguém é perfeito. Por isso, eu ficava sempre cercado de livros que me pudessem ajudar a amenizar o terrível mal estar em épocas de lua cheia.
Lilly, ao contrário de mim, não tinha notas altas e era muito atrapalhada e irresponsável quanto aos estudos. No final dos anos, a menina sempre tinha que recorrer à ajuda da biblioteca para conseguir passar para o ano seguinte.
Dias antes das últimas provas do ano letivo, todas as mesas se encontravam lotadas na biblioteca. Eu lia quieto num canto um pouco afastado um livro de Poções. Como não era de se admirar, Lupin estava sozinho numa mesa para quatro. Meus amigos, relaxados, disseram que já haviam estudado e saíram correndo de lá para jogar Snap Explosivo no salão comunal. Então, sobressaltando-se sobre o silêncio da biblioteca, algumas cabeças se levantaram para ver de quem eram os sapatos que faziam tanto barulho ao entrar, inclusive Lupin. Lembro-me de ter visto um emaranhado de cabelos ruivos por trás de uma pilha de livros que delicados braços tentavam segurar. Lilly. Baixei os olhos novamente para o livro, enquanto vários pontos de meu corpo latejavam. Os passos desajeitados pararam. Depois de breves segundos recomeçaram. Estavam vindo na minha direção.
Paf
Pelo menos cinco livros materializaram-se na minha frente. Levantei os olhos calmamente, embora eles quisessem correr para vê-la. Seu ventre coberto pelas vestes de escola impecáveis. Seus seios novos e bem feitos por trás do emblema da Grifinória. Seu pescoço pálido, com o contraste de alguns fios vermelhos que escorriam por ele. Sua boca rosada num sorriso infantil. Seus olhos verdes inocentes olhando para mim.
"Oi, me desculpe, mas eu posso sentar aqui? É que não tem mais nenhum lugar vago..."
Ela disse, apontando para o restante das mesas, todas ocupadas.
"Claro."
Respondi sem demonstrar muita emoção, voltando meus olhos para o livro. Claro que ela poderia sentar-se ali, poderia ficar ali quanto tempo quisesse!
"Obrigada. Sou Lílian Evans. Acho que somos do mesmo ano, mas não sei seu nome..."
Eu sei quem você é, Lilly. Cada traço, cada detalhe, eu sei.
"Lupin. Remus Lupin."
Respondi, desta vez levantei o olhar, mas ainda sem muita emoção. Ela estendeu a mão e abriu um largo sorriso de menina.
"Muito prazer, Remus Lupin"
Sorri fraco e apertei sua mão. Delicada e suave. Breves momentos em que meu corpo latejou mais forte. Ela se sentou, pegando um dos livros e abrindo numa página marcada.
Eu já não estava lendo nada. Apenas pousava o olho em uma palavra, mas meus pensamentos e ouvidos estavam nela. Atrevi-me a olhar para o livro que segurava. Suas mãos, muito bem cuidadas, pintadas com um esmalte claro, seguravam forte o livro, como se ele pudesse escapar a qualquer momento. Subi mais um pouco. A testa enrugada e as finas sobrancelhas ruivas juntas em sinal de concentração.
Voltei meus olhos imediatamente para o livro, agora sem nenhuma utilidade, quando ela se mexeu.
"Lupin, você está bem? Está lendo essa página há meia hora."
Ela disse, baixando seu livro. Saí de meu transe, pisquei e percebi que ainda estava na página 98, que começara a ler quando ela sentou-se à mesa.
"Ahn, estou, estou bem sim."
Respondi. Claro que se fosse agora, eu teria dito que era um capítulo difícil e que não estava entendo aquilo, por isso, havia lido montes de vezes a mesma coisa. Mas eu não pensei nisso e era muito novo para separar o que eu sentia da minha inteligência. Fiquei tão encabulado pela minha distração que comecei a juntar minhas coisas na mochila.
"Ahn, tchau, Evans."
Disse. Enquanto arrumava as coisas, pensava mentalmente que tinha que chamá- la de Evans, senão poderia cometer o deslize de chamá-la de Lilly.
"Tchau, Lupin."
Saí da biblioteca, ao contrário dela, sem fazer nenhum mínimo barulho com meus sapatos. Passei por meus amigos no salão comunal, dando apenas um "boa noite" e subi para o dormitório, jogando meu corpo latejante na cama. Logo adormeci, ao som da voz de minha Lilly: "Sou Lílian Evans..."
Um dia feliz.
Remus Lupin: criatura de sorte. E por quê? Porque a partir daquele dia, Lilly sempre me cumprimentava ao passar por mim pelo corredor. Eu comecei a ir mais vezes durante o dia à biblioteca, para ver se tinha a sorte de encontrá-la ou de ela o fazer. Tive essa sorte uma vez. E foi uma tremenda sorte!
Lilly começou a falar comigo sobre as matérias e coisas impessoais. Conversamos de verdade. Coisas totalmente sem importância que me fizeram rir. Ela causou esse efeito em mim quando começou a imitar um narrador numa copa mundial de Quadribol. Disse que queria ajudar as pessoas.
"Eu quero poder ajudar as pessoas. Poderia trabalhar em algum hospital. Mas, pensando bem, do jeito que eu sou ruim em Poções e Feitiços, acho que não poderia... E você? O que quer fazer?"
"Ainda não pensei sobre o assunto."
Era verdade. Ainda não havia pensado nisso. E arrependi-me de tentar pensar... Nunca contratariam um lobisomem em lugar algum.
"Pois pense e depois me diga."
Ela disse e sorriu.
Sem que percebêssemos, ficamos na biblioteca até que Filch nos expulsou. Fomos juntos até o salão comunal rindo e rindo da cara de abestalhado que tinha o zelador. Não havia mais ninguém lá.
"Boa noite, Lupin."
Ela disse.
"Me chama de Remus, Evans..."
"Então me chame de Lílian, Remus. Boa noite."
"Boa noite."
Meus amigos me deram uma prensa para saber porquê eu havia chegado tão tarde na noite anterior. Eu disse que estava estudando na biblioteca e havia dormido em cima do livro, só acordei quando Filch me mandou sair. Desculpa plausível. Eles acreditaram e ainda tiraram onda com minha cara. Mas eu nunca diria que estava com Lilly. Nunca. Apesar de eles não darem nenhuma atenção às meninas de nossa idade, estando mais preocupados com as mais velhas, que nunca lhes dariam atenção, Lilly era como um tesouro que eu tinha que ter só para mim. Não suportaria dividi-la com eles, que com certeza, iriam querer conhecê-la.
Nossas conversas aumentaram em intensidade e freqüência. Certas vezes descíamos no meio da noite para o salão comunal e ficávamos lá falando e falando, enquanto o fogo da lareira se apagava aos poucos.
"Sobre nós se abateu uma paixão louca, desajeitada, impudica e agoniante; e também desesperada, caberia acrescentar, porque só teríamos podido saciar aquele furor de posse mútua se cada um de nós assimilasse a última partícula da alma e do corpo do outro." (Lolita, pág. 14)
Nosso primeiro beijo foi numa dessas noites. Uma daquelas noites quentes em que não havia fogo na lareira e a única luz era a das velas espalhadas pelo salão. Quase não nos víamos direito. As partes mais nítidas de seu corpo eram seus lábios e seus cabelos. Ríamos de uma piada que ela contou, que agora já não me lembro, e ela parou pousando os olhos sobre mim. Senti um peso leve por cima de meu peito e no segundo seguinte seus lábios estavam grudados aos meus. Mãos desajeitadas de menina que grudaram em meu peito. Lábios macios e extremamente suaves. Passada a surpresa do primeiro momento, não me importei mais com nada, nem com o respeito que estava tendo com a menina até aquele instante, e segurei-a fortemente pela cintura.
Eu não era nenhum expert nesse assunto, mas sabia bem o que fazer. Apesar de sua inexperiência, Lilly foi o beijo mais doce e mais apaixonado que eu já experimentei, só sendo comparado ao de minha Lolita (Ah, Lolita!). Acho que também não fui muito ruim. Lilly sorriu após desgrudarmos os lábios, ambos um pouco inchados. Então ela saltou de um pulo para o chão, ficando de pé.
"Boa noite"
Disse, sorridente. Eu acenei e sorri.
O primeiro beijo. Este que geraria um obstáculo permanente a qualquer outro romance durante os frios anos de minha juventude.
Mas deixemos essa história para o próximo capítulo...
Lolita jamais teria sido mais do que uma menina de 12 anos, com seu metro e quarenta e sete de altura e sua meia soquete, se não houvesse existido antes em minha vida Lílian. Minha doce, sonhadora e inesquecível ninfeta.
Lílian, ou simples e puramente Lilly.
Ela não era puro-sangue, a primeira bruxa numa família completamente trouxa. Aliás, permitam-me ressaltar, Lilly quebrou a barreira interna do meu subconsciente que dividia os puro dos não puro-sangue.
Eu, que sempre fui calado e fechado nos meus pensamentos filosóficos, sempre olhei de longe antes de me aproximar. Com meus 12 anos, alguma coisa a mais me chamava atenção naquela menininha ruiva, na qual a puberdade já começava a se mostrar. Mal ou bem, enquanto meus amigos preferiam deixar os olhos caírem sobre as garotas mais velhas, geralmente em seu último ano, a minha visão sempre recaiu sobre Lilly. A espevitada, sonhadora, atrapalhada e explosiva. Dona de lindos lábios rosados, olhos cor de esmeralda, cabelos cor de fogo e lindas e pequenas sardinhas no nariz. Essa era a minha Lilly.
Eu ia sempre à biblioteca depois das aulas, ou sempre que conseguia algum tempo vago. Além de ser aluno aplicado, de ótimas notas, devo ressaltar, Remus Lupin era um lobisomem. Ninguém é perfeito. Por isso, eu ficava sempre cercado de livros que me pudessem ajudar a amenizar o terrível mal estar em épocas de lua cheia.
Lilly, ao contrário de mim, não tinha notas altas e era muito atrapalhada e irresponsável quanto aos estudos. No final dos anos, a menina sempre tinha que recorrer à ajuda da biblioteca para conseguir passar para o ano seguinte.
Dias antes das últimas provas do ano letivo, todas as mesas se encontravam lotadas na biblioteca. Eu lia quieto num canto um pouco afastado um livro de Poções. Como não era de se admirar, Lupin estava sozinho numa mesa para quatro. Meus amigos, relaxados, disseram que já haviam estudado e saíram correndo de lá para jogar Snap Explosivo no salão comunal. Então, sobressaltando-se sobre o silêncio da biblioteca, algumas cabeças se levantaram para ver de quem eram os sapatos que faziam tanto barulho ao entrar, inclusive Lupin. Lembro-me de ter visto um emaranhado de cabelos ruivos por trás de uma pilha de livros que delicados braços tentavam segurar. Lilly. Baixei os olhos novamente para o livro, enquanto vários pontos de meu corpo latejavam. Os passos desajeitados pararam. Depois de breves segundos recomeçaram. Estavam vindo na minha direção.
Paf
Pelo menos cinco livros materializaram-se na minha frente. Levantei os olhos calmamente, embora eles quisessem correr para vê-la. Seu ventre coberto pelas vestes de escola impecáveis. Seus seios novos e bem feitos por trás do emblema da Grifinória. Seu pescoço pálido, com o contraste de alguns fios vermelhos que escorriam por ele. Sua boca rosada num sorriso infantil. Seus olhos verdes inocentes olhando para mim.
"Oi, me desculpe, mas eu posso sentar aqui? É que não tem mais nenhum lugar vago..."
Ela disse, apontando para o restante das mesas, todas ocupadas.
"Claro."
Respondi sem demonstrar muita emoção, voltando meus olhos para o livro. Claro que ela poderia sentar-se ali, poderia ficar ali quanto tempo quisesse!
"Obrigada. Sou Lílian Evans. Acho que somos do mesmo ano, mas não sei seu nome..."
Eu sei quem você é, Lilly. Cada traço, cada detalhe, eu sei.
"Lupin. Remus Lupin."
Respondi, desta vez levantei o olhar, mas ainda sem muita emoção. Ela estendeu a mão e abriu um largo sorriso de menina.
"Muito prazer, Remus Lupin"
Sorri fraco e apertei sua mão. Delicada e suave. Breves momentos em que meu corpo latejou mais forte. Ela se sentou, pegando um dos livros e abrindo numa página marcada.
Eu já não estava lendo nada. Apenas pousava o olho em uma palavra, mas meus pensamentos e ouvidos estavam nela. Atrevi-me a olhar para o livro que segurava. Suas mãos, muito bem cuidadas, pintadas com um esmalte claro, seguravam forte o livro, como se ele pudesse escapar a qualquer momento. Subi mais um pouco. A testa enrugada e as finas sobrancelhas ruivas juntas em sinal de concentração.
Voltei meus olhos imediatamente para o livro, agora sem nenhuma utilidade, quando ela se mexeu.
"Lupin, você está bem? Está lendo essa página há meia hora."
Ela disse, baixando seu livro. Saí de meu transe, pisquei e percebi que ainda estava na página 98, que começara a ler quando ela sentou-se à mesa.
"Ahn, estou, estou bem sim."
Respondi. Claro que se fosse agora, eu teria dito que era um capítulo difícil e que não estava entendo aquilo, por isso, havia lido montes de vezes a mesma coisa. Mas eu não pensei nisso e era muito novo para separar o que eu sentia da minha inteligência. Fiquei tão encabulado pela minha distração que comecei a juntar minhas coisas na mochila.
"Ahn, tchau, Evans."
Disse. Enquanto arrumava as coisas, pensava mentalmente que tinha que chamá- la de Evans, senão poderia cometer o deslize de chamá-la de Lilly.
"Tchau, Lupin."
Saí da biblioteca, ao contrário dela, sem fazer nenhum mínimo barulho com meus sapatos. Passei por meus amigos no salão comunal, dando apenas um "boa noite" e subi para o dormitório, jogando meu corpo latejante na cama. Logo adormeci, ao som da voz de minha Lilly: "Sou Lílian Evans..."
Um dia feliz.
Remus Lupin: criatura de sorte. E por quê? Porque a partir daquele dia, Lilly sempre me cumprimentava ao passar por mim pelo corredor. Eu comecei a ir mais vezes durante o dia à biblioteca, para ver se tinha a sorte de encontrá-la ou de ela o fazer. Tive essa sorte uma vez. E foi uma tremenda sorte!
Lilly começou a falar comigo sobre as matérias e coisas impessoais. Conversamos de verdade. Coisas totalmente sem importância que me fizeram rir. Ela causou esse efeito em mim quando começou a imitar um narrador numa copa mundial de Quadribol. Disse que queria ajudar as pessoas.
"Eu quero poder ajudar as pessoas. Poderia trabalhar em algum hospital. Mas, pensando bem, do jeito que eu sou ruim em Poções e Feitiços, acho que não poderia... E você? O que quer fazer?"
"Ainda não pensei sobre o assunto."
Era verdade. Ainda não havia pensado nisso. E arrependi-me de tentar pensar... Nunca contratariam um lobisomem em lugar algum.
"Pois pense e depois me diga."
Ela disse e sorriu.
Sem que percebêssemos, ficamos na biblioteca até que Filch nos expulsou. Fomos juntos até o salão comunal rindo e rindo da cara de abestalhado que tinha o zelador. Não havia mais ninguém lá.
"Boa noite, Lupin."
Ela disse.
"Me chama de Remus, Evans..."
"Então me chame de Lílian, Remus. Boa noite."
"Boa noite."
Meus amigos me deram uma prensa para saber porquê eu havia chegado tão tarde na noite anterior. Eu disse que estava estudando na biblioteca e havia dormido em cima do livro, só acordei quando Filch me mandou sair. Desculpa plausível. Eles acreditaram e ainda tiraram onda com minha cara. Mas eu nunca diria que estava com Lilly. Nunca. Apesar de eles não darem nenhuma atenção às meninas de nossa idade, estando mais preocupados com as mais velhas, que nunca lhes dariam atenção, Lilly era como um tesouro que eu tinha que ter só para mim. Não suportaria dividi-la com eles, que com certeza, iriam querer conhecê-la.
Nossas conversas aumentaram em intensidade e freqüência. Certas vezes descíamos no meio da noite para o salão comunal e ficávamos lá falando e falando, enquanto o fogo da lareira se apagava aos poucos.
"Sobre nós se abateu uma paixão louca, desajeitada, impudica e agoniante; e também desesperada, caberia acrescentar, porque só teríamos podido saciar aquele furor de posse mútua se cada um de nós assimilasse a última partícula da alma e do corpo do outro." (Lolita, pág. 14)
Nosso primeiro beijo foi numa dessas noites. Uma daquelas noites quentes em que não havia fogo na lareira e a única luz era a das velas espalhadas pelo salão. Quase não nos víamos direito. As partes mais nítidas de seu corpo eram seus lábios e seus cabelos. Ríamos de uma piada que ela contou, que agora já não me lembro, e ela parou pousando os olhos sobre mim. Senti um peso leve por cima de meu peito e no segundo seguinte seus lábios estavam grudados aos meus. Mãos desajeitadas de menina que grudaram em meu peito. Lábios macios e extremamente suaves. Passada a surpresa do primeiro momento, não me importei mais com nada, nem com o respeito que estava tendo com a menina até aquele instante, e segurei-a fortemente pela cintura.
Eu não era nenhum expert nesse assunto, mas sabia bem o que fazer. Apesar de sua inexperiência, Lilly foi o beijo mais doce e mais apaixonado que eu já experimentei, só sendo comparado ao de minha Lolita (Ah, Lolita!). Acho que também não fui muito ruim. Lilly sorriu após desgrudarmos os lábios, ambos um pouco inchados. Então ela saltou de um pulo para o chão, ficando de pé.
"Boa noite"
Disse, sorridente. Eu acenei e sorri.
O primeiro beijo. Este que geraria um obstáculo permanente a qualquer outro romance durante os frios anos de minha juventude.
Mas deixemos essa história para o próximo capítulo...
