Traços de Tristeza
by KittyBlue
Capítulo 4
- Então o que está a tentar dizer é que vão arquivar o caso do assassino vingativo? Irão deixar o homem matar sei lá quantas pessoas sem pensar novamente que ele é um assassino e que deve ser parado?
- Sr. Fujimiya, não é nada disso. Foi decidido que a partir de hoje o caso ficaria apenas nas mãos de um dos nossos agentes, isso não quer dizer que.. pode por favor desligar o gravador?
- Vai dizer-me alguma coisa top secret, comissário?
- ....
- Desculpe mas eu tenho seguido de perto este caso e sei que a policia não está nada perto de descobrir o assassino. Apenas acho que devo poder através do meu artigo advertir a população do perigo que se encontra nas ruas.
O comissário agarrou no gravador, desligando-o e mandando-o de novo para cima da mesa de café entre eles. Ran deu um pequeno sorriso, ao que o comissário apenas respondendo mandando alguns papeis para cima da mesa.
- Hum.. perfile do assassino?... não me diga comissário que isto é a única coisa que tem do seu assassino? Que ele ou ela, tem entre 15 a 25 anos, parece ter uma ânsia qualquer com sangue e até agora apesar de usar varias coisas nas suas vitimas, a morte é sempre causada por objectos cortantes como facas?.. acho que o senhor precisa de mais do que isto para me convencer que está no caminho certo.
- Você é um repórter famoso, o que escrever será lido e sem dúvida acreditado. A policia não pede que não dê a sua opinião neste assunto, apenas pedimos que não revele nada de confidencial.
- Hum.. o que considera confidencial, comissário?
Alguém se aproximou e agarrando Ran pelo braço puxou-o para fora da sala. A porta da sala foi fechada e Yohji deu ao jornalista um dos seus olhares mais mortíferos.
- QUE RAIOS PENSAS QUE ESTÁS A FAZER?
- Eu estou a tentar apurar a verdade! Eu não acredito que o caso vá ser arquivado quando anda um assassino à solta pelas ruas de Tokyo!
- Tu não tens nada haver com isto! São assuntos de policia! Mete-te no teu jornalzeco e vai fazer entrevistas às celebridades, Não Tens Nada Mais A Fazer Aqui! – o loiro voltou-se para entrar novamente na sala, mas Ran agarrou-o pelo casaco empurrando-o contra a parede.
- Enganaste, Kudoh! Eu já fui muito longe para descobrir esse raio de assassino e não vou desistir facilmente! Sei que pensas em culpar a minha amiga, mas ela é inocente e eu farei tudo para o provar! – Yohji riu-se, o seu olhar tornando-se ameaçador.
- Só espero que ao o fazeres não te mates a ti, a ela e a mais alguém!
Ele afastou-se entrando na sala e batendo a porta com força.
Ran deu um murro na parede. Naquele momento queria descontar a sua fúria em alguém mas sabia que deveria controlar-se ou senão podia sempre matar o detective!
- A parede não tem culpa de ele ser um parvalhão.
Ran olhou para o seu lado direito e viu um moreno aproximar-se. O rapaz sorriu e aproximou-se um pouco mais. O moreno apontou para a mão e tocando- a levemente limpou o sangue com um pano. Ran olhou o moreno de cima a baixo tentando lembrar-se de onde o conhecia.
- És o assistente do doutor Konaka.. – disse Ran repentinamente.
- Exactamente. Ken Hidaka, mais concretamente. – o moreno sorriu. – O Yohji anda um pouco chateado com esta história, ele não sabe o que fazer mais.. acho que ele descontou a frustração em ti.
- Conheço maneiras mais saudáveis de descontar frustração.. - disse Ran sem pensar.
Ken corou ligeiramente. Ran sorriu e agradeceu pelo moreno estar a limpar- lhe a ferida. A porta abriu-se novamente. Yohji saiu e fechou a porta silenciosamente. Ele levou uma mão ao rosto.
- Estás bem, Yohji?
O loiro olhou para Ken e sorriu, e em seguida olhou para Ran e disse qualquer coisa baixinho que pareceu "Que raios fiz eu para merecer isto?". Ken riu-se e olhou para Ran novamente.
- Não ligues. – sussurrou ele para o repórter.
- Então? O caso vai ser mesmo arquivado? – questionou Ran indiferente a Ken.
Yohji não respondeu seguindo o seu caminho pelo corredor. Ran ficou algum tempo parado a olhar para as costas do detective até começar a correr atrás dele. Ken por sua vez decidiu-se a por uma vez meter-se na sua vida.
- Que foi? – perguntou Yohji a Ran.
- Só te largo quando me disseres o que vai acontecer?
- O Comissário Takatori disse para te informar que o caso vai ser arquivado e que podes dizer tudo o que quiseres no teu artigo.
- Ok..
/Baixa-te Ran!/
- O quê? – perguntou Ran em voz alta.
- Eu não disse nada!! – respondeu Yohji parando para olhar para Ran.
Um tiro foi disparado, mas a pessoa tinha má pontaria e por isso Ran teve tempo de puxar Yohji. Os dois olharam um para o outro.
/Sai dai o mais depressa que puderes, E NÃO TE PREOCUPES COM O POLICIA! Escapa enquanto podes!/
- Schu.. – sussurrou Ran. Yohji olhou para o ruivo. – Kudoh, sai daqui, anda alguém atrás de mim, eu preciso.. – Ran pausou para olhar para o loiro. Sem pensar Ran inclinou-se e beijou Yohji nos lábios. O beijo foi rápido. Mal que acabou Ran levantou-se e correu até ao seu carro. Yohji permaneceu no mesmo sitio durante alguns instantes até ouvir o carro do repórter arrancar e afastar-se.
Hum.. Ainda bem que tenho um localizador no teu carro, ruivinho..
--
O porsche branco parou em frente a um edifício. Os dois ocupantes não tinham trocado nem uma palavra mas naquele momento o mais importante era saberem que estavam em segurança. O condutor olhou de relance para o homem de cabelos verdes ao seu lado, mas desviou imediatamente os olhos.
- Estás bem? – perguntou Ran curioso e verdadeiramente preocupado.
- Bem, eu levei um tiro por tua causa... mas acho que aguento. – o homem deu-lhe um sorriso que rapidamente se tornou numa expressão de dor.
- Anda. – Ran saiu do carro dando a volta para ajudar Schuldich a sair do carro.
Ambos entraram finalmente no edifício dirigindo-se imediatamente para o elevador. Ran não disse mais nada apenas ajudando o outro homem a apoiar- se. As portas do elevador abriram-se e ambos entraram. Schuldich encostou- se a uma das paredes e finalmente retirando uma das mãos do seu torço viu o sangue que escorria da sua roupa.
- Vou sobreviver não te preocupes.. – respondeu Schuldich aos pensamentos de Ran, que naquele momento estavam confusos e quase histéricos.
- Espero bem que sim, Schu.. que pensavas que estavas a fazer??
- A proteger-te! Se não fosse por mim, estarias agora morto!
Ran baixou a cabeça mas uma mão na sua face fez com que ele ergue-se de novo a cabeça. Os seus olhos ametistas fixaram-se nos verdes claros do outro homem. Schuldich aproximou os seus lábios aos do ruivo dando-lhe um beijo simples mas cheio de carinho.
- Se não tivesses preocupado com o detective.. – Schuldich começou mas parou.
- Eu.. desculpa.
- Tu realmente preferias morrer a deixa-lo, Ran? Porque??
- Não é nada disso! Apenas.... estou acostumado a me safar sempre.. – Ran deu um pequeno sorriso.
Schuldich afastou-se na direcção da entrada do elevador.
- Acho que estás a apaixonar-te, Orchidee..
- Magoa-te, Schu?
- Que te apaixones ou este buraco na minha barriga? – Schuldich riu-se.
- Eu-
- Não digas nada. apenas espero que entendas que desta vez não ias conseguir safar-te! O tiro foi para o coração, se eu não tivesse me colocado à tua frente, estarias morto! Tens de ter mais cuidado!
- Quem era ele?
- Ninguém de especial, apenas alguém que te queria ver fora da concorrência.
- Outro jornalista??!
- Perto, alguém a mando de um jornalista.. mas eu tenho uma excelente pontaria e disparei a tempo, aquele não te volta a chatear.
- Como descobriste?
- Fui chamado à clinica para prestar declarações, e por acaso captei a mente do assassino que foi contratado para te matar.
- Chegaste a fazer o que tinhas a fazer lá?
- Orchidee.. nem agora, comigo assim, és capaz de te esquecer da porra do Caso?!
O silêncio entre ambos foi interrompido pelo som do elevador. Schuldich saiu do elevador, sempre seguido por perto por Ran caso o outro tivesse algum problema e caísse. Schuldich parou em frente a um apartamento dando as chaves a Ran para este abrir a porta.
Schuldich entrou primeiro dirigindo-se para a casa de banho onde tinha tudo o que era necessário para tratar da ferida. Ran foi quem tirou a bala do corpo de Schuldich e em seguida o envolveu em ligaduras. O ruivo levou em seguida Schuldich para o quarto, deitando-o na cama.
- Ficas comigo, Orchidee?
- Claro.. – Ran deitou-se ao lado de Schuldich, acariciando ternamente os cabelos compridos do homem adormecido durante algum tempo. – Desculpa, Schu.. – sussurrou Ran algum tempo depois, antes dele mesmo ser envolvido num sono pesado.
--
Omi sorriu ao ver Kirika. A rapariga olhou para ele durante algum tempo e depois desviou os seus olhos para o outro rapaz.
Ambos estavam parados a olhar para ela. Enquanto o loiro lhe dava um sorriso brilhante e contente, o outro olhava-a de cima a baixo tentando perceber o que ela fazia ali. Ela fixou os olhos de Nagi e por segundos sentiu algum tipo de simpatia para com o rapaz.
- É teu, Kirika-chan?
Ela olhou para Omi ao ouvir o sufixo no seu nome. Nagi olhou também para o loirinho e quando Omi percebeu o que tinha dito corou imediatamente. Ela deixou escapar um pequeno e discreto sorriso.
- Ele fez algum estrago? – perguntou ela num tom indiferente meio frio.
- Não.. ele é um lindo gatinho.. como se chama?
- Prince Myshkin.
- Prince.. Myshkin..? – Omi olhou seriamente para o gato. Não sabia exactamente porque o nome lhe era tão familiar, sabia que devia associar a alguma coisa mas não se lembrava ao que.
- Da peça de Dostoevsky, "O Idiota"? – perguntou Nagi de repente.
Ela apenas acenou com a cabeça.
- Chamas idiota ao teu gato? – perguntou Omi meio divertido e incrédulo.
Nagi riu-se e até ela deu um pequeno sorriso. Ele riu-se.
- Suponho que não seja nada do tipo, não é? Parvo Omi! - reclamou Omi com um sorriso nos lábios por ter feito a rapariga sorrir.
- Nessa peça o Prince Myshkin é o símbolo de pureza e ingenuidade.
- Oh! Eu sabia que tinha algo haver, eu tive há pouco tempo a... bem! Muito sensato! E ele é todo branco e aqueles olhos azuis enormes!!
- Parecidos com os teus. – disse Kirika atenta.
- Parecidos com.. pois.. – ele corou e sorriu. Ele tentou meter conversa com ela. - Então..? O gato é muito bonito mesmo.. pareces gostar muito dele.
- Ele é uma das poucas coisas que me faz gostar de viver. – respondeu ela sinceramente. O loirinho olhou para o gato e sorriu em seguida para ela.
- Ele é sem dúvida então sempre bem-vindo à Koneko no Sumu Ie! Para não se sentir sozinho sempre pode vir fazer companhia aos nekos daqui. – ele apontou para si mesmo. Ela riu-se de repente e ele sorriu-se ao ver que a tinha feito feliz. – Devias rir mais.. – sussurrou ele, apesar de Kirika ter ouvido ela preferiu fingir que não tinha percebido o que ele tinha dito.
- Tenho de ir, a Mireille deve já ter vindo.
- Está bem.. Espera! Espera! – ele correu para outro canto da loja e quando voltou entregou-lhe uma flor. Uma camélia branca.
Ela ficou a olhar para flor durante algum tempo até voltar a sua atenção para Omi. O loirinho estava vermelho e a olhar para o chão.
- Obrigado.
Omi levantou o rosto e sorriu. Ela respondeu ao sorriso e saiu da loja.
- Beleza perfeita? – perguntou Nagi divertido.
- Ela tem um encanto especial Nagi-kun, não sei porque mas que tem, tem..
--
A primeira coisa que Ran viu quando saiu do edifico na manhã seguinte foi Yohji encostado ao seu carro. Curioso o ruivo aproximou-se até parar em frente ao loiro. Os dois ficaram parados a olhar um para o outro. Finalmente Yohji decidiu-se a agir e dando alguns passos puxou Ran e beijou- o, um beijo sensual e ao mesmo agressivo, havia nele desejo, confusão e estranhamente um misto de saudade.
Yohji foi também quem quebrou o beijo. Os dois afastaram-se mas sem perder o contacto visual um com o outro. Ametista estava vidrado em esmeralda. Yohji aproximou-se do ouvido de Ran, dando algumas lambidas e mordendo suavemente, fazendo Ran derreter ainda mais nos seus braços.
- Não vou perguntar o que estavas a fazer ali, o que tiveste a fazer toda a noite com quem quer que fosse aquele homem.. – Yohji pausou descendo para o pescoço de Ran, dando uma mordida e sugando um pouco de forma a deixar uma marca vermelha. - .. apenas quero que saibas que neste momento.. és meu.
Yohji voltou aos lábios de Ran. O ruivo sentiu Yohji a agarrar as chaves do seu carro e quando se sentiu pressionado contra o veiculo fez um som de desconforto. O loiro apenas riu e continuou a beija-lo.
- Oh, Ran, não sabes o que te espera.. – murmurou Yohji entre beijos.
/Vais dar-te a ele, Ran?/
Schu.. eu não sei o que quero.. mas.. ele...
Yohji deitou Ran no banco de trás do carro cobrindo o seu corpo imediatamente com o seu. O loiro começou a desapertar alguns botões da camisa, descendo aos poucos os lábios para beijar e marcar ainda mais o ruivo.
/Vais deixar que ele te marque, Orchidee?/
Eu acho que... Schu, eu não sei o que sinto por ele, ele confunde-me de uma maneira que nunca ninguém confundiu.. Eu sei que não é só uma atracção, é mais do que isso!
/Vais deixar que ele te possua agora neste momento? No banco de trás do teu carro? Vais enfrentar isto como depois? Quando ele te deixar e te disser que para ele não és mais do que um corpo? Mais uma conquista na sua lista de corações partidos?/
Yohji desapertou as calças de Ran. Quando o ruivo sentiu o loiro tocar no seu membro todos os seus pensamentos voaram, naquele momento só existia Yohji e ele.
- Tens alguma coisa, Ran? – perguntou Yohji de repente.
Ran abriu os olhos e olhou para os olhos verdes que estavam fixos nele. Foi apenas um momento, ambos a olharem um para o outro. De repente tudo pareceu errado. Ran afastou o loiro bruscamente, levantando-se para se vestir imediatamente.
- Ran? Que raio! Que foi?
- Não Yohji! Tu não me vais fazer isto! Tu.... Não!
Ran fechou a porta de trás do carro e abriu a da frente mas antes que ele conseguisse entrar Yohji pressionou-o de novo contra o carro. A expressão de Yohji era de raiva mas também ainda de desejo. O loiro beijou Ran e o ruivo deu por si a responder ao beijo sem pensar.
Yohji afastou-se mas sem largar Ran. - Nem penses, Ran! Uma coisa com que não lido bem é ser provocado e depois recusado! Aviso desde já que isso não fazes comigo, Fujimiya!
- Eu não quero isto! Não percebes isto!! – Yohji afastou-se de repente.
- O que?
- Eu não quero ter nada haver contigo!
- Tens a certeza? Ainda há pouco parecias bem entregue ao que eu te estava a fazer.
Ran afastou-se. Uma lágrima percorreu o rosto de Ran, e Yohji observou atentamente mais seguirem o seu curso. Ele aproximou-se tocando de leve a cara do outro, limpando as lágrimas que caiam sem parar.
- Tu nunca vais entender-me, Yohji. Eu nunca posso dar-te aquilo que queres, seria o mesmo que me vender sem pensar nas consequências, por muito que eu o queira nenhum de nós está pronto para isso. – Ran riu-se. - Yohji..
- Vem comigo. – interrompeu o loiro oferecendo a sua mão a Ran.
- O que?
- Não te vou obrigar a nada, apenas te peço que venhas comigo.
Schu.. que faço?
/Sabes que te amo e sempre amarei, e... apesar de não o mostrar, o que quero a cima de tudo é a tua felicidade.. Agora a pergunta é.. Achas-te pronto para tomar esse passo?/
Ran fixou os olhos esmeralda de Yohji que lhe transmitiam tantos sentimentos mas acima de tudo ele sentia-se seguro e feliz, algo que o ruivo não sentia muitas vezes. O seu olhar desviou-se para a mão de Yohji, sorrindo Ran aceitou aquilo que o detective lhe estava a oferecer.
--
Tenho duas coisas a referir!
Primeiro em relação ao gato, sei que na serie o Prince Myshkin fica na Rússia e ela nunca mais volta a ver o gato, mas como eu adoro gatos e adorei especialmente a maneira como ela interagiu com ele, decidi coloca-lo aqui no meu fic. Para me fazer companhia também!
E já agora acho que devo também dizer que o assassino será a partir deste capítulo chamado...... Assassino Vingativo!! haha.. já chega de tanto rir!!! Ele tinha de ter um nome até eu começar a pensar em dar mais pistas sobre quem é..
Uma coisa, eu mudei algumas coisas no capítulo 2, mas para não terem de voltar atrás.. é uma pequena coisa na verdade.. É que eu tinha escrito algo que fazia o Yohji conhecer o Farfarello e o Schuldich, mas depois ao reler eu percebi que isso era errado, porque eu não quero que o Yohji reconheça o Schuldich como um assassino neste fic! Ele pode ser mau e meio vilão mas não é um assassino! Se me decidir a colocar a Schwarz neste fic deve só ter 3 elementos ou eu arranjo um outro qualquer! Sorry!! Só queria avisar!
Agora adeus! Leiam o resto, claro! (acho que isso já nem preciso de dizer )
by KittyBlue
Capítulo 4
- Então o que está a tentar dizer é que vão arquivar o caso do assassino vingativo? Irão deixar o homem matar sei lá quantas pessoas sem pensar novamente que ele é um assassino e que deve ser parado?
- Sr. Fujimiya, não é nada disso. Foi decidido que a partir de hoje o caso ficaria apenas nas mãos de um dos nossos agentes, isso não quer dizer que.. pode por favor desligar o gravador?
- Vai dizer-me alguma coisa top secret, comissário?
- ....
- Desculpe mas eu tenho seguido de perto este caso e sei que a policia não está nada perto de descobrir o assassino. Apenas acho que devo poder através do meu artigo advertir a população do perigo que se encontra nas ruas.
O comissário agarrou no gravador, desligando-o e mandando-o de novo para cima da mesa de café entre eles. Ran deu um pequeno sorriso, ao que o comissário apenas respondendo mandando alguns papeis para cima da mesa.
- Hum.. perfile do assassino?... não me diga comissário que isto é a única coisa que tem do seu assassino? Que ele ou ela, tem entre 15 a 25 anos, parece ter uma ânsia qualquer com sangue e até agora apesar de usar varias coisas nas suas vitimas, a morte é sempre causada por objectos cortantes como facas?.. acho que o senhor precisa de mais do que isto para me convencer que está no caminho certo.
- Você é um repórter famoso, o que escrever será lido e sem dúvida acreditado. A policia não pede que não dê a sua opinião neste assunto, apenas pedimos que não revele nada de confidencial.
- Hum.. o que considera confidencial, comissário?
Alguém se aproximou e agarrando Ran pelo braço puxou-o para fora da sala. A porta da sala foi fechada e Yohji deu ao jornalista um dos seus olhares mais mortíferos.
- QUE RAIOS PENSAS QUE ESTÁS A FAZER?
- Eu estou a tentar apurar a verdade! Eu não acredito que o caso vá ser arquivado quando anda um assassino à solta pelas ruas de Tokyo!
- Tu não tens nada haver com isto! São assuntos de policia! Mete-te no teu jornalzeco e vai fazer entrevistas às celebridades, Não Tens Nada Mais A Fazer Aqui! – o loiro voltou-se para entrar novamente na sala, mas Ran agarrou-o pelo casaco empurrando-o contra a parede.
- Enganaste, Kudoh! Eu já fui muito longe para descobrir esse raio de assassino e não vou desistir facilmente! Sei que pensas em culpar a minha amiga, mas ela é inocente e eu farei tudo para o provar! – Yohji riu-se, o seu olhar tornando-se ameaçador.
- Só espero que ao o fazeres não te mates a ti, a ela e a mais alguém!
Ele afastou-se entrando na sala e batendo a porta com força.
Ran deu um murro na parede. Naquele momento queria descontar a sua fúria em alguém mas sabia que deveria controlar-se ou senão podia sempre matar o detective!
- A parede não tem culpa de ele ser um parvalhão.
Ran olhou para o seu lado direito e viu um moreno aproximar-se. O rapaz sorriu e aproximou-se um pouco mais. O moreno apontou para a mão e tocando- a levemente limpou o sangue com um pano. Ran olhou o moreno de cima a baixo tentando lembrar-se de onde o conhecia.
- És o assistente do doutor Konaka.. – disse Ran repentinamente.
- Exactamente. Ken Hidaka, mais concretamente. – o moreno sorriu. – O Yohji anda um pouco chateado com esta história, ele não sabe o que fazer mais.. acho que ele descontou a frustração em ti.
- Conheço maneiras mais saudáveis de descontar frustração.. - disse Ran sem pensar.
Ken corou ligeiramente. Ran sorriu e agradeceu pelo moreno estar a limpar- lhe a ferida. A porta abriu-se novamente. Yohji saiu e fechou a porta silenciosamente. Ele levou uma mão ao rosto.
- Estás bem, Yohji?
O loiro olhou para Ken e sorriu, e em seguida olhou para Ran e disse qualquer coisa baixinho que pareceu "Que raios fiz eu para merecer isto?". Ken riu-se e olhou para Ran novamente.
- Não ligues. – sussurrou ele para o repórter.
- Então? O caso vai ser mesmo arquivado? – questionou Ran indiferente a Ken.
Yohji não respondeu seguindo o seu caminho pelo corredor. Ran ficou algum tempo parado a olhar para as costas do detective até começar a correr atrás dele. Ken por sua vez decidiu-se a por uma vez meter-se na sua vida.
- Que foi? – perguntou Yohji a Ran.
- Só te largo quando me disseres o que vai acontecer?
- O Comissário Takatori disse para te informar que o caso vai ser arquivado e que podes dizer tudo o que quiseres no teu artigo.
- Ok..
/Baixa-te Ran!/
- O quê? – perguntou Ran em voz alta.
- Eu não disse nada!! – respondeu Yohji parando para olhar para Ran.
Um tiro foi disparado, mas a pessoa tinha má pontaria e por isso Ran teve tempo de puxar Yohji. Os dois olharam um para o outro.
/Sai dai o mais depressa que puderes, E NÃO TE PREOCUPES COM O POLICIA! Escapa enquanto podes!/
- Schu.. – sussurrou Ran. Yohji olhou para o ruivo. – Kudoh, sai daqui, anda alguém atrás de mim, eu preciso.. – Ran pausou para olhar para o loiro. Sem pensar Ran inclinou-se e beijou Yohji nos lábios. O beijo foi rápido. Mal que acabou Ran levantou-se e correu até ao seu carro. Yohji permaneceu no mesmo sitio durante alguns instantes até ouvir o carro do repórter arrancar e afastar-se.
Hum.. Ainda bem que tenho um localizador no teu carro, ruivinho..
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O porsche branco parou em frente a um edifício. Os dois ocupantes não tinham trocado nem uma palavra mas naquele momento o mais importante era saberem que estavam em segurança. O condutor olhou de relance para o homem de cabelos verdes ao seu lado, mas desviou imediatamente os olhos.
- Estás bem? – perguntou Ran curioso e verdadeiramente preocupado.
- Bem, eu levei um tiro por tua causa... mas acho que aguento. – o homem deu-lhe um sorriso que rapidamente se tornou numa expressão de dor.
- Anda. – Ran saiu do carro dando a volta para ajudar Schuldich a sair do carro.
Ambos entraram finalmente no edifício dirigindo-se imediatamente para o elevador. Ran não disse mais nada apenas ajudando o outro homem a apoiar- se. As portas do elevador abriram-se e ambos entraram. Schuldich encostou- se a uma das paredes e finalmente retirando uma das mãos do seu torço viu o sangue que escorria da sua roupa.
- Vou sobreviver não te preocupes.. – respondeu Schuldich aos pensamentos de Ran, que naquele momento estavam confusos e quase histéricos.
- Espero bem que sim, Schu.. que pensavas que estavas a fazer??
- A proteger-te! Se não fosse por mim, estarias agora morto!
Ran baixou a cabeça mas uma mão na sua face fez com que ele ergue-se de novo a cabeça. Os seus olhos ametistas fixaram-se nos verdes claros do outro homem. Schuldich aproximou os seus lábios aos do ruivo dando-lhe um beijo simples mas cheio de carinho.
- Se não tivesses preocupado com o detective.. – Schuldich começou mas parou.
- Eu.. desculpa.
- Tu realmente preferias morrer a deixa-lo, Ran? Porque??
- Não é nada disso! Apenas.... estou acostumado a me safar sempre.. – Ran deu um pequeno sorriso.
Schuldich afastou-se na direcção da entrada do elevador.
- Acho que estás a apaixonar-te, Orchidee..
- Magoa-te, Schu?
- Que te apaixones ou este buraco na minha barriga? – Schuldich riu-se.
- Eu-
- Não digas nada. apenas espero que entendas que desta vez não ias conseguir safar-te! O tiro foi para o coração, se eu não tivesse me colocado à tua frente, estarias morto! Tens de ter mais cuidado!
- Quem era ele?
- Ninguém de especial, apenas alguém que te queria ver fora da concorrência.
- Outro jornalista??!
- Perto, alguém a mando de um jornalista.. mas eu tenho uma excelente pontaria e disparei a tempo, aquele não te volta a chatear.
- Como descobriste?
- Fui chamado à clinica para prestar declarações, e por acaso captei a mente do assassino que foi contratado para te matar.
- Chegaste a fazer o que tinhas a fazer lá?
- Orchidee.. nem agora, comigo assim, és capaz de te esquecer da porra do Caso?!
O silêncio entre ambos foi interrompido pelo som do elevador. Schuldich saiu do elevador, sempre seguido por perto por Ran caso o outro tivesse algum problema e caísse. Schuldich parou em frente a um apartamento dando as chaves a Ran para este abrir a porta.
Schuldich entrou primeiro dirigindo-se para a casa de banho onde tinha tudo o que era necessário para tratar da ferida. Ran foi quem tirou a bala do corpo de Schuldich e em seguida o envolveu em ligaduras. O ruivo levou em seguida Schuldich para o quarto, deitando-o na cama.
- Ficas comigo, Orchidee?
- Claro.. – Ran deitou-se ao lado de Schuldich, acariciando ternamente os cabelos compridos do homem adormecido durante algum tempo. – Desculpa, Schu.. – sussurrou Ran algum tempo depois, antes dele mesmo ser envolvido num sono pesado.
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Omi sorriu ao ver Kirika. A rapariga olhou para ele durante algum tempo e depois desviou os seus olhos para o outro rapaz.
Ambos estavam parados a olhar para ela. Enquanto o loiro lhe dava um sorriso brilhante e contente, o outro olhava-a de cima a baixo tentando perceber o que ela fazia ali. Ela fixou os olhos de Nagi e por segundos sentiu algum tipo de simpatia para com o rapaz.
- É teu, Kirika-chan?
Ela olhou para Omi ao ouvir o sufixo no seu nome. Nagi olhou também para o loirinho e quando Omi percebeu o que tinha dito corou imediatamente. Ela deixou escapar um pequeno e discreto sorriso.
- Ele fez algum estrago? – perguntou ela num tom indiferente meio frio.
- Não.. ele é um lindo gatinho.. como se chama?
- Prince Myshkin.
- Prince.. Myshkin..? – Omi olhou seriamente para o gato. Não sabia exactamente porque o nome lhe era tão familiar, sabia que devia associar a alguma coisa mas não se lembrava ao que.
- Da peça de Dostoevsky, "O Idiota"? – perguntou Nagi de repente.
Ela apenas acenou com a cabeça.
- Chamas idiota ao teu gato? – perguntou Omi meio divertido e incrédulo.
Nagi riu-se e até ela deu um pequeno sorriso. Ele riu-se.
- Suponho que não seja nada do tipo, não é? Parvo Omi! - reclamou Omi com um sorriso nos lábios por ter feito a rapariga sorrir.
- Nessa peça o Prince Myshkin é o símbolo de pureza e ingenuidade.
- Oh! Eu sabia que tinha algo haver, eu tive há pouco tempo a... bem! Muito sensato! E ele é todo branco e aqueles olhos azuis enormes!!
- Parecidos com os teus. – disse Kirika atenta.
- Parecidos com.. pois.. – ele corou e sorriu. Ele tentou meter conversa com ela. - Então..? O gato é muito bonito mesmo.. pareces gostar muito dele.
- Ele é uma das poucas coisas que me faz gostar de viver. – respondeu ela sinceramente. O loirinho olhou para o gato e sorriu em seguida para ela.
- Ele é sem dúvida então sempre bem-vindo à Koneko no Sumu Ie! Para não se sentir sozinho sempre pode vir fazer companhia aos nekos daqui. – ele apontou para si mesmo. Ela riu-se de repente e ele sorriu-se ao ver que a tinha feito feliz. – Devias rir mais.. – sussurrou ele, apesar de Kirika ter ouvido ela preferiu fingir que não tinha percebido o que ele tinha dito.
- Tenho de ir, a Mireille deve já ter vindo.
- Está bem.. Espera! Espera! – ele correu para outro canto da loja e quando voltou entregou-lhe uma flor. Uma camélia branca.
Ela ficou a olhar para flor durante algum tempo até voltar a sua atenção para Omi. O loirinho estava vermelho e a olhar para o chão.
- Obrigado.
Omi levantou o rosto e sorriu. Ela respondeu ao sorriso e saiu da loja.
- Beleza perfeita? – perguntou Nagi divertido.
- Ela tem um encanto especial Nagi-kun, não sei porque mas que tem, tem..
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A primeira coisa que Ran viu quando saiu do edifico na manhã seguinte foi Yohji encostado ao seu carro. Curioso o ruivo aproximou-se até parar em frente ao loiro. Os dois ficaram parados a olhar um para o outro. Finalmente Yohji decidiu-se a agir e dando alguns passos puxou Ran e beijou- o, um beijo sensual e ao mesmo agressivo, havia nele desejo, confusão e estranhamente um misto de saudade.
Yohji foi também quem quebrou o beijo. Os dois afastaram-se mas sem perder o contacto visual um com o outro. Ametista estava vidrado em esmeralda. Yohji aproximou-se do ouvido de Ran, dando algumas lambidas e mordendo suavemente, fazendo Ran derreter ainda mais nos seus braços.
- Não vou perguntar o que estavas a fazer ali, o que tiveste a fazer toda a noite com quem quer que fosse aquele homem.. – Yohji pausou descendo para o pescoço de Ran, dando uma mordida e sugando um pouco de forma a deixar uma marca vermelha. - .. apenas quero que saibas que neste momento.. és meu.
Yohji voltou aos lábios de Ran. O ruivo sentiu Yohji a agarrar as chaves do seu carro e quando se sentiu pressionado contra o veiculo fez um som de desconforto. O loiro apenas riu e continuou a beija-lo.
- Oh, Ran, não sabes o que te espera.. – murmurou Yohji entre beijos.
/Vais dar-te a ele, Ran?/
Schu.. eu não sei o que quero.. mas.. ele...
Yohji deitou Ran no banco de trás do carro cobrindo o seu corpo imediatamente com o seu. O loiro começou a desapertar alguns botões da camisa, descendo aos poucos os lábios para beijar e marcar ainda mais o ruivo.
/Vais deixar que ele te marque, Orchidee?/
Eu acho que... Schu, eu não sei o que sinto por ele, ele confunde-me de uma maneira que nunca ninguém confundiu.. Eu sei que não é só uma atracção, é mais do que isso!
/Vais deixar que ele te possua agora neste momento? No banco de trás do teu carro? Vais enfrentar isto como depois? Quando ele te deixar e te disser que para ele não és mais do que um corpo? Mais uma conquista na sua lista de corações partidos?/
Yohji desapertou as calças de Ran. Quando o ruivo sentiu o loiro tocar no seu membro todos os seus pensamentos voaram, naquele momento só existia Yohji e ele.
- Tens alguma coisa, Ran? – perguntou Yohji de repente.
Ran abriu os olhos e olhou para os olhos verdes que estavam fixos nele. Foi apenas um momento, ambos a olharem um para o outro. De repente tudo pareceu errado. Ran afastou o loiro bruscamente, levantando-se para se vestir imediatamente.
- Ran? Que raio! Que foi?
- Não Yohji! Tu não me vais fazer isto! Tu.... Não!
Ran fechou a porta de trás do carro e abriu a da frente mas antes que ele conseguisse entrar Yohji pressionou-o de novo contra o carro. A expressão de Yohji era de raiva mas também ainda de desejo. O loiro beijou Ran e o ruivo deu por si a responder ao beijo sem pensar.
Yohji afastou-se mas sem largar Ran. - Nem penses, Ran! Uma coisa com que não lido bem é ser provocado e depois recusado! Aviso desde já que isso não fazes comigo, Fujimiya!
- Eu não quero isto! Não percebes isto!! – Yohji afastou-se de repente.
- O que?
- Eu não quero ter nada haver contigo!
- Tens a certeza? Ainda há pouco parecias bem entregue ao que eu te estava a fazer.
Ran afastou-se. Uma lágrima percorreu o rosto de Ran, e Yohji observou atentamente mais seguirem o seu curso. Ele aproximou-se tocando de leve a cara do outro, limpando as lágrimas que caiam sem parar.
- Tu nunca vais entender-me, Yohji. Eu nunca posso dar-te aquilo que queres, seria o mesmo que me vender sem pensar nas consequências, por muito que eu o queira nenhum de nós está pronto para isso. – Ran riu-se. - Yohji..
- Vem comigo. – interrompeu o loiro oferecendo a sua mão a Ran.
- O que?
- Não te vou obrigar a nada, apenas te peço que venhas comigo.
Schu.. que faço?
/Sabes que te amo e sempre amarei, e... apesar de não o mostrar, o que quero a cima de tudo é a tua felicidade.. Agora a pergunta é.. Achas-te pronto para tomar esse passo?/
Ran fixou os olhos esmeralda de Yohji que lhe transmitiam tantos sentimentos mas acima de tudo ele sentia-se seguro e feliz, algo que o ruivo não sentia muitas vezes. O seu olhar desviou-se para a mão de Yohji, sorrindo Ran aceitou aquilo que o detective lhe estava a oferecer.
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Tenho duas coisas a referir!
Primeiro em relação ao gato, sei que na serie o Prince Myshkin fica na Rússia e ela nunca mais volta a ver o gato, mas como eu adoro gatos e adorei especialmente a maneira como ela interagiu com ele, decidi coloca-lo aqui no meu fic. Para me fazer companhia também!
E já agora acho que devo também dizer que o assassino será a partir deste capítulo chamado...... Assassino Vingativo!! haha.. já chega de tanto rir!!! Ele tinha de ter um nome até eu começar a pensar em dar mais pistas sobre quem é..
Uma coisa, eu mudei algumas coisas no capítulo 2, mas para não terem de voltar atrás.. é uma pequena coisa na verdade.. É que eu tinha escrito algo que fazia o Yohji conhecer o Farfarello e o Schuldich, mas depois ao reler eu percebi que isso era errado, porque eu não quero que o Yohji reconheça o Schuldich como um assassino neste fic! Ele pode ser mau e meio vilão mas não é um assassino! Se me decidir a colocar a Schwarz neste fic deve só ter 3 elementos ou eu arranjo um outro qualquer! Sorry!! Só queria avisar!
Agora adeus! Leiam o resto, claro! (acho que isso já nem preciso de dizer )
