N/A: Gostaria de agradecer a quem está lendo a fic pelos e-mails, resenhas
e reviews. Continuem deixando reviews que eu adoro. Ah! Não posso deixar de
mencionar a enorme ajuda e participação direta do amor da minha vida nesse
capítulo (obrigado pela ajuda, amor). Meu Álan fez toda a pesquisa das
manobras de quadribol e me ajudou na cena do jogo, já que ele tem muito
talento para escrever ação. Bjims da Lú.
Brilhante Conclusão
Após quase um mês de treinos árduos de quadribol e "treinos" amenos de beijos ou vice-versa, finalmente havia chegado o dia do primeiro jogo da temporada.
O jogo chegava a ser mais esperado do que a própria festa de Haloween, que aconteceria no final da semana seguinte. Principalmente pelos Grifinórios, que precisavam diminuir a enorme desvantagem que detinham na copa das casas.
Na manhã do jogo Harry, Rony e Gina estavam bastante nervosos, bem como todos os Grifinórios. Mas, por mais incrível que pudesse parecer, a pior de todos eles era Hermione, que já havia descido para tomar o café junto com o namorado.
A menina não parava de recapitular todas as táticas de jogo que já tinham sido executadas em partidas anteriores, na escola e fora dela. Rony estava mais enjoado de ouvir sobre o assunto do que pela ansiedade propriamente dita.
- Ron, não se esqueça do que eu te falei sobre o jogo dos Meteoritos Queixada de Alce do Canadá contra os Rasa Árvores de Tarapoto do Peru... – ela pigarreou antes de continuar em um tom severo. - Um bom goleiro deve ter sempre em mente Defesa de Oito Duplo se realmente quiser ter um bom desempenho contra os pênaltis do adversário... - o menino suspirou em total desânimo, enquanto tentava engolir o cereal.
- Está bem, Mione... Eu não vou me esquecer... - disse monotonamente virando o pescoço na direção da porta, e, para sua alegria vendo que Harry e Gina acabavam de passar por esta.
Os dois se sentaram ao lado de Rony, que ficou momentaneamente agradecido, porém Hermione prosseguiu, virando o rosto do namorado para si.
- E a formação de ataque Cabeça-de-Falcão é a mais importante que um artilheiro pode fazer. Foi assim que Troy da Irlanda conseguiu decidir a Copa de Quadribol que nós assistimos. Por isso não se esqueça do que eu te ensinei... - Rony rolou os olhos disfarçadamente, enquanto ocupava-se em concordar acenando com a cabeça.
- O que deu nela? - Harry perguntou baixinho no ouvido de Gina. - Ela nunca foi uma aficionada por quadribol, na verdade tenho dúvidas até se ela realmente gosta... - fez uma expressão de estranhamento ainda maior quando Hermione tomou a colher da mão de Rony e começou a usá-la como se fosse uma pequena vassoura enquanto explicava uma manobra complicada. - Como é que agora virou uma fã tão empolgada assim? - Gina riu.
- Rony me disse que ela andou lendo sobre o assunto. Sabe? Informando-se... E no que diz respeito a Hermione isso significa que ela virou uma expert no assunto. – Harry franziu a testa. – Ela queria ajudar... – o garoto ficou ainda mais espantado.
- Ajudar?
- É... – Gina abaixou mais o tom de voz. – Ela suspeita de que possa haver alguma trapaça da Sonserina, como sempre. E, além disso, achava que o Rony merecia algumas aulas teóricas... – Harry arregalou os olhos.
- Aulas? – Gina acenou confirmando. – Você só pode estar brincando... – a menina sacudiu a cabeça negativamente.
- Quisera eu estar... – parou para tomar um gole de suco de abóbora. – Ela tem feito o coitado do meu irmão estudar com ela todas as noites. Inclusive passa deveres para ele... – Harry teve que segurar uma risada.
- Deveres? – Gina confirmou novamente.
- Não duvide do que Hermione é capaz para fazer com que vençamos no jogo. Ela deve se sentir impotente porque não está no time... – Harry sorriu.
- Só faltava essa também... – Gina riu.
- Rony sugeriu que ela fizesse testes para a reserva. Foi por isso que ela teve a grande idéia de dar as aulas... – Gina deu de ombros. – Assim, de certa forma, ele cavou a própria cova...
- Pobre Ron...
- É, mas o pior não é isso...
- Não? – ele parou de tomar o seu copo de leite.
- Não mesmo... – Gina deu um sorriso sádico.
- Tem mais? – Harry perguntou surpreso.
- Ô se tem... – Gina continuou. - Hermione queria dar aulas teóricas para nós dois também, de lambuja... – Harry quase engasgou com a torrada que agora mordia, enquanto Rony continuava a ser torturado com instruções dadas pela namorada.
- Para nós? – Gina sorriu marotamente.
- Exatamente, mas nós, digo, eu livrei a gente dessa... – o rapaz se espantou.
- E como você fez isso exatamente, Gina? – ela fez uma expressão curiosa e Gina piscou o olho para ele.
- Eu disse que você e eu já estávamos praticando o suficiente, juntos desde setembro... – Harry riu.
- Mas isso é uma mentira deslavada... – ela riu.
- Mentira? – perguntou se fazendo de ofendida. – De forma alguma. Eu não disse a ela o QUÊ estávamos praticando exatamente, disse? – Harry sacudiu a cabeça, impressionado.
- Você é inacreditável, Gina. Conseguir enrolar a Mione é uma proeza e tanto... – ela desviou os olhos para o prato, fingindo modéstia.
- Bem, nem tanto, já que ela impôs uma condição para que a gente se livrasse dessa... – Harry parou de comer.
- Eu sabia que tinha mais coisa. O que ela disse? – Gina continuou encarando o prato, brincando com os flocos de milho empapados de leite.
- Bem, eu sei que você já tem grande responsabilidade tendo que apanhar o Pomo... – Harry deu mais um gole no leite. A menina prosseguiu em tom baixo. - Mas é melhor que o pegue mesmo hoje, ou Hermione fará com que você saiba exatamente os malabarismos que cada apanhador do mundo já fez para pegar um Pomo... – Harry cuspiu o leite quase no rosto de Neville. Mas o menino não reparou. Parecia entretido com Parvati em algum cochicho secreto.
- Tome... – Gina passou um guardanapo para o amigo se limpar.
- Droga... Agora eu realmente estou nervoso. Obrigado, Gina... – a menina piscou marotamente.
- De nada, Harry. Pelo menos te dei mais um motivo para pegar o Pomo... – ele deu um sorriso irônico.
- Muito engraçada. Como se os outros motivos já não me bastassem... – ele levou a mão ao estômago. – Droga para quê eu fui comer?
Eles terminaram o café com Hermione citando "Hogwarts uma História" em alto e bom tom, narrando um dos episódios do capítulo "As Piores Partidas de Quadribol". Ela não poderia ter realmente feito pior escolha.
Quando o jogo finalmente começou, as torcidas não poderiam estar mais agitadas. Gritavam e sacudiam bandeirinhas nas cores dos times, além de incentivarem os jogadores com rimas cantadas em altos brados.
Algo que chamava a atenção era que a quantidade de torcedores dos dois times era a mesma praticamente. Alguns alunos das outras duas casas, mesmo sendo antipáticos a Sonserina, tinham optado por torcer contra a Grifinória, com receio de que caso o time dourado e vermelho ganhasse, abrindo vantagem, e as suas casas ficassem para trás na competição.
Harry estava mais nervoso do que o de costume. Ele havia conferido uma enorme responsabilidade, tão grande quanto a sua às três artilheiras do time. Cada uma deveria fazer 150 pontos antes que ele chegasse ao pomo de ouro.
Os batedores deveriam se preocupar apenas em escoltar as meninas, permitindo que elas desempenhassem o melhor de si, enquanto ele próprio se incumbiria de passar a perna em Draco Malfoy, despistando-o do pomo. Isto seria fácil, já que o sonserino, ao contrário dos outros apanhadores, tinha por hábito seguir Harry pelo campo, imitando-o na esperança de chegar antes ao pomo.
Eles precisavam de uma vantagem de 450 pontos ao final do jogo. A artilharia era fundamental, além de Harry, mas Rony é quem decidiria o tempo do jogo, já que não poderia deixar passar nada pelos aros, ou o time de sua casa precisaria fazer cada vez mais pontos.
Quando o jogo começou Harry assumiu a posição mais alta que pôde. Dessa forma tentaria evitar os batedores do time oposto, além de conseguir um melhor desempenho de sua Firebolt caso precisasse despistar Draco Malfoy.
Enquanto isso as artilheiras se empenhavam em marcar o máximo de pontos, enquanto os batedores mandavam balaços contra os sonserinos, protegendo-as dos batedores adversários.
Gina saiu na liderança, apanhando a goles assim que madame Hooch lançou-a no ar. A ruiva trocou passes com Katie e Mary, a outra nova artilheira, até chegarem aos aros, marcando os primeiros dez pontos para a Grifinória.
Pouco depois o goleiro da Sonserina jogou a bola nas mãos de Frank, um artilheiro brutamontes que mais parecia um armário duplex montado em uma vassoura, e que Hermione havia apelidado carinhosamente de Frankstein, algo que causou muitas gargalhadas aos colegas de turma, após ela e Harry mostrarem uma gravura do monstro do famoso livro de terror.
Frank segurou a goles debaixo do braço direito e avançou com tudo na direção de Rony. Os batedores da Grifinória partiram no encalço do grandalhão, enquanto Gina preparava uma jogada ensaiada com as outras duas garotas. A ruiva começou a voar exatamente em cima do artilheiro, enquanto os dois batedores a escoltavam. As duas outras artilheiras emparelharam com o garoto, que por ser pesado demais voava mais devagar do que elas.
Katie bateu na goles, fazendo com que esta pulasse, sendo agarrada por Gina, porém Mary fingiu ter a posse da mesma, curvando o corpo para a frente e assim atraindo a atenção de Frank. Gina assim teve o caminho livre para marcar mais dez pontos para a Grifinória.
Após diversos ataques impressionantes o time dourado e vermelho detinha quase quatrocentos pontos na frente do outro. Rony estava defendendo os aros como uma muralha, e Grifinória ainda permanecia invicta.
Harry por sua vez estava tendo facilidade em enganar Malfoy quanto ao pomo, que ele não havia avistado ainda nenhuma vez. Draco, que estava seguindo Harry de perto enquanto este dava voltas no campo também não parecia ter visto a pequena bolinha dourada nenhuma só vez.
Depois de mais uma defesa espetacular de Rony, este arremessou a bola para a irmã. Gina segurou a goles com firmeza, mas os sonserinos haviam decidido começar a trapacear com medo da enorme vantagem do outro time agora.
Frank, Michael e Kenny, os três artilheiros decidiram encurralar a ruiva, para que um dos batedores a tirasse do jogo. Harry, que varria o campo com os olhos, percebeu a movimentação estranha. Os dois batedores da Grifinória estavam ocupados escoltando Katie e Mary, que tinham marcado uma bela cota de quatrocentos e quarenta pontos junto com Gina.
Gina percebeu os três garotos em volta dela, impedindo que ela fugisse, mas não notou que o Pacey, um dos batedores da sonserina estava preparando-se para alvejá-la com um dos balaços. Harry só teve tempo de gritar.
- Gina. Balaço... – a garota olhou para o lado, e prendendo-se à vassoura com as pernas girou no eixo de sua Cleansweap, fazendo com que o balaço passasse direto por ela, chocando-se contra o nariz de Frank. Harry respirou aliviado.
Gina sorriu e se desvencilhou dos artilheiros, já que os dois não atingidos tinham ficado para trás para acudir o "Frankstein" que agora sangrava abundantemente pelo nariz. A ruiva marcou mais dez pontos, totalizando os quatrocentos e cinqüenta que as artilheiras precisavam marcar no jogo. Ela comemorou com as outras meninas, e então passou voando pertinho de Harry.
- Obrigada por me salvar do balaço... Eu te recompensarei, pode apostar nisso... – sussurrou perto do ouvido do garoto, parando próxima a ele, causando arrepios no rapaz. – Agora seja um bom menino e pegue aquele pomo para nós... – disse olhando com o rabo do olho para o final do campo, onde um pequeno brilho dourado havia acabado de aparecer. Harry sorriu, forçando a Firebolt na direção do pomo de ouro, enquanto Malfoy tentava seguí-lo em vão.
A vitória foi fácil para o time. Difícil foi Harry e Gina conseguirem ficar sozinhos após o jogo. Algo que só aconteceu às duas da manhã, quando finalmente Colin resolveu parar de comentar as jogadas de Gina e a espetacular "apanhada" de Harry e ir dormir.
- Achei que esse "malinha" nunca fosse sair daqui... – Harry resmungou rolando os olhos. Gina riu.
- Colin é seu maior fã Harry. Ele é apenas um pouco...
- Chato, "mala", insuportável, pentelho? – Gina riu ainda mais.
- Eu ia dizer entusiasmado, mas acho que você deu melhores definições... – Harry deu um meio sorriso e olhou para fora da janela de forma enigmática. Gina franziu a testa.
- No que você está pensando?
- Em como você foi fantástica hoje no jogo, em como foi divertido recuperar os nossos pontos perdidos, em como Rony e Hermione estão demorando um bocado na sala do A.D. hoje e... – ela esperou que ele concluísse.
- E? – gesticulou para que ele prosseguisse.
- E no que você quis dizer hoje no jogo quando disse que me recompensaria... – Gina ficou com as bochechas levemente coradas, mas com apenas a luz da lareira acesa Harry não percebeu o pequeno rubor formado no rosto da menina, que suspirou. - Bem, eu quis dizer que estaria disposta a treinar um pouco hoje. Mesmo estando os dois cansados... – Harry pareceu desapontado.
- Ahn! Entendo... – ele disse monotonamente.
- Se você não quer tudo bem... – disse se levantando do sofá, como quem não estivesse interessada. Mas Harry foi mais rápido e a segurou pelo braço, puxando-a para baixo.
Gina caiu sentada em seu colo, e poderia ter dado um gritinho de susto, não fosse o fato de os lábios de Harry Potter estarem pressionados contra os seus, impedindo qualquer ruído desta.
A menina entreabriu os lábios, e sentiu a língua do rapaz invadir sua boca e deslizar suavemente por sobre a dela, algo que ela retribuiu com prazer, abraçando o rapaz com força, passando os dedos por entre os cabelos negros bagunçados do amigo. Harry colocou a mão por baixo de suas vestes e ela sentiu as unhas do garoto deslizarem de leve por suas costas. Sentiu um gemido abafado escapar-lhe dos lábios. Foi quando Harry parou o beijo.
- O que houve? – ela perguntou tentando não deixar transparecer o desapontamento na voz. Ele respirou fundo.
- Acho... Acho que já treinamos demais... – disse encarando o chão. – Acho que está na hora de eu contar o que eu sinto para quem eu gosto... – Gina engoliu em seco. De repente sentiu que precisava pensar em algo para impedi- lo de fazer aquilo. Não sabia por quê, mas achava uma péssima idéia que Harry se declarasse para outra garota.
- Eu não acho que você esteja pronto ainda... – ela disse sem saber o que usaria como justificativa para a sua opinião. Harry apenas voltou os olhos verdes para ela. Foi a vez de Gina encarar o chão.
- E por que você acha isso? – ela não conseguia pensar em nenhuma resposta lógica, a não ser um incômodo que sentia no fundo do estômago. Uma sensação de perda, de raiva.
– Eu acho que você ainda está um pouco tímido para isso Harry... – foi o melhor que ela conseguiu inventar.
- Tímido como? – ele pareceu um pouco exaltado e surpreso.
- Bem, eu acho que você ainda pode melhorar os seus beijos – "Merlin me perdoe por dizer isso de um beijo tão gostoso", pensou enquanto mentia. – Harry pareceu verdadeiramente desapontado.
- Você está me dizendo o quê? Que eu continuo beijando mal? Que eu sou patético beijando? – Gina se sentiu culpada, mas agora era tarde para consertar.
- Não é isso Harry. É que você precisa se soltar mais... – "Que ele não pense mal de mim! Que ele não pense mal de mim!" – o garoto torceu os lábios.
- Mas você parecia estar gostando agora há pouco. Você estava... Gemendo... – disse a última palavra em tom baixo. Gina se concentrou nas manchas do tapete para não corar.
- Eu sinto cócegas... Foi por isso – "Espero que ele não desista de tentar deslizar as mãos pelas minhas costas por causa disso" – Harry pareceu ainda mais desapontado.
- Então vamos continuar com os treinos... – ele sentenciou em tom de pesar. Gina sentiu pena do amigo, mas estava satisfeita por tê-lo convencido.
- É claro Harry. Como quiser. Eu sou sua amiga e vou te ajudar... – ela disse como se a idéia de continuar tivesse partido dele.
- Então até amanhã Gina. Eu preciso dormir – disse triste.
Toda a alegria de terem vencido o jogo parecia ter escoado repentinamente do coração do garoto. Gina sentiu o estômago afundar de tanto remorso, mas também se dirigiu para o dormitório.
Deitou na cama e rolou de um lado para o outro, sem conseguir dormir. Algo a estava incomodando. Alguma coisa escondidinha no fundo da barriga, causando-lhe frio no estômago. Não conseguia esquecer as palavras de Harry: "Acho que está na hora de eu contar o que eu sinto para quem eu gosto...".
Aquilo estava deixando ela doida. Novamente a sensação de raiva descontrolada, de perda, de inveja. "Inveja?", pensou. Ela estava com inveja da garota. "Mas por que raios ela estaria com inveja?", franziu a testa.
Então Gina parou de repente, sentando-se abruptamente na cama. "Ah! Não!", passou a mão de leve sobre os lábios, lembrando-se do beijo, então sentiu o coração disparar. "Por favor, não!", sentiu as pernas bambearem quando memorizou os dedos de Harry roçando-lhe a pele sensível das costas."Por Merlin", pensou. "Por Merlin", estava reconhecendo um velho sentimento. "Estou com ciúmes do Harry. Mas que bosta! Estou ferrada", foi a brilhante conclusão que teve.
Brilhante Conclusão
Após quase um mês de treinos árduos de quadribol e "treinos" amenos de beijos ou vice-versa, finalmente havia chegado o dia do primeiro jogo da temporada.
O jogo chegava a ser mais esperado do que a própria festa de Haloween, que aconteceria no final da semana seguinte. Principalmente pelos Grifinórios, que precisavam diminuir a enorme desvantagem que detinham na copa das casas.
Na manhã do jogo Harry, Rony e Gina estavam bastante nervosos, bem como todos os Grifinórios. Mas, por mais incrível que pudesse parecer, a pior de todos eles era Hermione, que já havia descido para tomar o café junto com o namorado.
A menina não parava de recapitular todas as táticas de jogo que já tinham sido executadas em partidas anteriores, na escola e fora dela. Rony estava mais enjoado de ouvir sobre o assunto do que pela ansiedade propriamente dita.
- Ron, não se esqueça do que eu te falei sobre o jogo dos Meteoritos Queixada de Alce do Canadá contra os Rasa Árvores de Tarapoto do Peru... – ela pigarreou antes de continuar em um tom severo. - Um bom goleiro deve ter sempre em mente Defesa de Oito Duplo se realmente quiser ter um bom desempenho contra os pênaltis do adversário... - o menino suspirou em total desânimo, enquanto tentava engolir o cereal.
- Está bem, Mione... Eu não vou me esquecer... - disse monotonamente virando o pescoço na direção da porta, e, para sua alegria vendo que Harry e Gina acabavam de passar por esta.
Os dois se sentaram ao lado de Rony, que ficou momentaneamente agradecido, porém Hermione prosseguiu, virando o rosto do namorado para si.
- E a formação de ataque Cabeça-de-Falcão é a mais importante que um artilheiro pode fazer. Foi assim que Troy da Irlanda conseguiu decidir a Copa de Quadribol que nós assistimos. Por isso não se esqueça do que eu te ensinei... - Rony rolou os olhos disfarçadamente, enquanto ocupava-se em concordar acenando com a cabeça.
- O que deu nela? - Harry perguntou baixinho no ouvido de Gina. - Ela nunca foi uma aficionada por quadribol, na verdade tenho dúvidas até se ela realmente gosta... - fez uma expressão de estranhamento ainda maior quando Hermione tomou a colher da mão de Rony e começou a usá-la como se fosse uma pequena vassoura enquanto explicava uma manobra complicada. - Como é que agora virou uma fã tão empolgada assim? - Gina riu.
- Rony me disse que ela andou lendo sobre o assunto. Sabe? Informando-se... E no que diz respeito a Hermione isso significa que ela virou uma expert no assunto. – Harry franziu a testa. – Ela queria ajudar... – o garoto ficou ainda mais espantado.
- Ajudar?
- É... – Gina abaixou mais o tom de voz. – Ela suspeita de que possa haver alguma trapaça da Sonserina, como sempre. E, além disso, achava que o Rony merecia algumas aulas teóricas... – Harry arregalou os olhos.
- Aulas? – Gina acenou confirmando. – Você só pode estar brincando... – a menina sacudiu a cabeça negativamente.
- Quisera eu estar... – parou para tomar um gole de suco de abóbora. – Ela tem feito o coitado do meu irmão estudar com ela todas as noites. Inclusive passa deveres para ele... – Harry teve que segurar uma risada.
- Deveres? – Gina confirmou novamente.
- Não duvide do que Hermione é capaz para fazer com que vençamos no jogo. Ela deve se sentir impotente porque não está no time... – Harry sorriu.
- Só faltava essa também... – Gina riu.
- Rony sugeriu que ela fizesse testes para a reserva. Foi por isso que ela teve a grande idéia de dar as aulas... – Gina deu de ombros. – Assim, de certa forma, ele cavou a própria cova...
- Pobre Ron...
- É, mas o pior não é isso...
- Não? – ele parou de tomar o seu copo de leite.
- Não mesmo... – Gina deu um sorriso sádico.
- Tem mais? – Harry perguntou surpreso.
- Ô se tem... – Gina continuou. - Hermione queria dar aulas teóricas para nós dois também, de lambuja... – Harry quase engasgou com a torrada que agora mordia, enquanto Rony continuava a ser torturado com instruções dadas pela namorada.
- Para nós? – Gina sorriu marotamente.
- Exatamente, mas nós, digo, eu livrei a gente dessa... – o rapaz se espantou.
- E como você fez isso exatamente, Gina? – ela fez uma expressão curiosa e Gina piscou o olho para ele.
- Eu disse que você e eu já estávamos praticando o suficiente, juntos desde setembro... – Harry riu.
- Mas isso é uma mentira deslavada... – ela riu.
- Mentira? – perguntou se fazendo de ofendida. – De forma alguma. Eu não disse a ela o QUÊ estávamos praticando exatamente, disse? – Harry sacudiu a cabeça, impressionado.
- Você é inacreditável, Gina. Conseguir enrolar a Mione é uma proeza e tanto... – ela desviou os olhos para o prato, fingindo modéstia.
- Bem, nem tanto, já que ela impôs uma condição para que a gente se livrasse dessa... – Harry parou de comer.
- Eu sabia que tinha mais coisa. O que ela disse? – Gina continuou encarando o prato, brincando com os flocos de milho empapados de leite.
- Bem, eu sei que você já tem grande responsabilidade tendo que apanhar o Pomo... – Harry deu mais um gole no leite. A menina prosseguiu em tom baixo. - Mas é melhor que o pegue mesmo hoje, ou Hermione fará com que você saiba exatamente os malabarismos que cada apanhador do mundo já fez para pegar um Pomo... – Harry cuspiu o leite quase no rosto de Neville. Mas o menino não reparou. Parecia entretido com Parvati em algum cochicho secreto.
- Tome... – Gina passou um guardanapo para o amigo se limpar.
- Droga... Agora eu realmente estou nervoso. Obrigado, Gina... – a menina piscou marotamente.
- De nada, Harry. Pelo menos te dei mais um motivo para pegar o Pomo... – ele deu um sorriso irônico.
- Muito engraçada. Como se os outros motivos já não me bastassem... – ele levou a mão ao estômago. – Droga para quê eu fui comer?
Eles terminaram o café com Hermione citando "Hogwarts uma História" em alto e bom tom, narrando um dos episódios do capítulo "As Piores Partidas de Quadribol". Ela não poderia ter realmente feito pior escolha.
Quando o jogo finalmente começou, as torcidas não poderiam estar mais agitadas. Gritavam e sacudiam bandeirinhas nas cores dos times, além de incentivarem os jogadores com rimas cantadas em altos brados.
Algo que chamava a atenção era que a quantidade de torcedores dos dois times era a mesma praticamente. Alguns alunos das outras duas casas, mesmo sendo antipáticos a Sonserina, tinham optado por torcer contra a Grifinória, com receio de que caso o time dourado e vermelho ganhasse, abrindo vantagem, e as suas casas ficassem para trás na competição.
Harry estava mais nervoso do que o de costume. Ele havia conferido uma enorme responsabilidade, tão grande quanto a sua às três artilheiras do time. Cada uma deveria fazer 150 pontos antes que ele chegasse ao pomo de ouro.
Os batedores deveriam se preocupar apenas em escoltar as meninas, permitindo que elas desempenhassem o melhor de si, enquanto ele próprio se incumbiria de passar a perna em Draco Malfoy, despistando-o do pomo. Isto seria fácil, já que o sonserino, ao contrário dos outros apanhadores, tinha por hábito seguir Harry pelo campo, imitando-o na esperança de chegar antes ao pomo.
Eles precisavam de uma vantagem de 450 pontos ao final do jogo. A artilharia era fundamental, além de Harry, mas Rony é quem decidiria o tempo do jogo, já que não poderia deixar passar nada pelos aros, ou o time de sua casa precisaria fazer cada vez mais pontos.
Quando o jogo começou Harry assumiu a posição mais alta que pôde. Dessa forma tentaria evitar os batedores do time oposto, além de conseguir um melhor desempenho de sua Firebolt caso precisasse despistar Draco Malfoy.
Enquanto isso as artilheiras se empenhavam em marcar o máximo de pontos, enquanto os batedores mandavam balaços contra os sonserinos, protegendo-as dos batedores adversários.
Gina saiu na liderança, apanhando a goles assim que madame Hooch lançou-a no ar. A ruiva trocou passes com Katie e Mary, a outra nova artilheira, até chegarem aos aros, marcando os primeiros dez pontos para a Grifinória.
Pouco depois o goleiro da Sonserina jogou a bola nas mãos de Frank, um artilheiro brutamontes que mais parecia um armário duplex montado em uma vassoura, e que Hermione havia apelidado carinhosamente de Frankstein, algo que causou muitas gargalhadas aos colegas de turma, após ela e Harry mostrarem uma gravura do monstro do famoso livro de terror.
Frank segurou a goles debaixo do braço direito e avançou com tudo na direção de Rony. Os batedores da Grifinória partiram no encalço do grandalhão, enquanto Gina preparava uma jogada ensaiada com as outras duas garotas. A ruiva começou a voar exatamente em cima do artilheiro, enquanto os dois batedores a escoltavam. As duas outras artilheiras emparelharam com o garoto, que por ser pesado demais voava mais devagar do que elas.
Katie bateu na goles, fazendo com que esta pulasse, sendo agarrada por Gina, porém Mary fingiu ter a posse da mesma, curvando o corpo para a frente e assim atraindo a atenção de Frank. Gina assim teve o caminho livre para marcar mais dez pontos para a Grifinória.
Após diversos ataques impressionantes o time dourado e vermelho detinha quase quatrocentos pontos na frente do outro. Rony estava defendendo os aros como uma muralha, e Grifinória ainda permanecia invicta.
Harry por sua vez estava tendo facilidade em enganar Malfoy quanto ao pomo, que ele não havia avistado ainda nenhuma vez. Draco, que estava seguindo Harry de perto enquanto este dava voltas no campo também não parecia ter visto a pequena bolinha dourada nenhuma só vez.
Depois de mais uma defesa espetacular de Rony, este arremessou a bola para a irmã. Gina segurou a goles com firmeza, mas os sonserinos haviam decidido começar a trapacear com medo da enorme vantagem do outro time agora.
Frank, Michael e Kenny, os três artilheiros decidiram encurralar a ruiva, para que um dos batedores a tirasse do jogo. Harry, que varria o campo com os olhos, percebeu a movimentação estranha. Os dois batedores da Grifinória estavam ocupados escoltando Katie e Mary, que tinham marcado uma bela cota de quatrocentos e quarenta pontos junto com Gina.
Gina percebeu os três garotos em volta dela, impedindo que ela fugisse, mas não notou que o Pacey, um dos batedores da sonserina estava preparando-se para alvejá-la com um dos balaços. Harry só teve tempo de gritar.
- Gina. Balaço... – a garota olhou para o lado, e prendendo-se à vassoura com as pernas girou no eixo de sua Cleansweap, fazendo com que o balaço passasse direto por ela, chocando-se contra o nariz de Frank. Harry respirou aliviado.
Gina sorriu e se desvencilhou dos artilheiros, já que os dois não atingidos tinham ficado para trás para acudir o "Frankstein" que agora sangrava abundantemente pelo nariz. A ruiva marcou mais dez pontos, totalizando os quatrocentos e cinqüenta que as artilheiras precisavam marcar no jogo. Ela comemorou com as outras meninas, e então passou voando pertinho de Harry.
- Obrigada por me salvar do balaço... Eu te recompensarei, pode apostar nisso... – sussurrou perto do ouvido do garoto, parando próxima a ele, causando arrepios no rapaz. – Agora seja um bom menino e pegue aquele pomo para nós... – disse olhando com o rabo do olho para o final do campo, onde um pequeno brilho dourado havia acabado de aparecer. Harry sorriu, forçando a Firebolt na direção do pomo de ouro, enquanto Malfoy tentava seguí-lo em vão.
A vitória foi fácil para o time. Difícil foi Harry e Gina conseguirem ficar sozinhos após o jogo. Algo que só aconteceu às duas da manhã, quando finalmente Colin resolveu parar de comentar as jogadas de Gina e a espetacular "apanhada" de Harry e ir dormir.
- Achei que esse "malinha" nunca fosse sair daqui... – Harry resmungou rolando os olhos. Gina riu.
- Colin é seu maior fã Harry. Ele é apenas um pouco...
- Chato, "mala", insuportável, pentelho? – Gina riu ainda mais.
- Eu ia dizer entusiasmado, mas acho que você deu melhores definições... – Harry deu um meio sorriso e olhou para fora da janela de forma enigmática. Gina franziu a testa.
- No que você está pensando?
- Em como você foi fantástica hoje no jogo, em como foi divertido recuperar os nossos pontos perdidos, em como Rony e Hermione estão demorando um bocado na sala do A.D. hoje e... – ela esperou que ele concluísse.
- E? – gesticulou para que ele prosseguisse.
- E no que você quis dizer hoje no jogo quando disse que me recompensaria... – Gina ficou com as bochechas levemente coradas, mas com apenas a luz da lareira acesa Harry não percebeu o pequeno rubor formado no rosto da menina, que suspirou. - Bem, eu quis dizer que estaria disposta a treinar um pouco hoje. Mesmo estando os dois cansados... – Harry pareceu desapontado.
- Ahn! Entendo... – ele disse monotonamente.
- Se você não quer tudo bem... – disse se levantando do sofá, como quem não estivesse interessada. Mas Harry foi mais rápido e a segurou pelo braço, puxando-a para baixo.
Gina caiu sentada em seu colo, e poderia ter dado um gritinho de susto, não fosse o fato de os lábios de Harry Potter estarem pressionados contra os seus, impedindo qualquer ruído desta.
A menina entreabriu os lábios, e sentiu a língua do rapaz invadir sua boca e deslizar suavemente por sobre a dela, algo que ela retribuiu com prazer, abraçando o rapaz com força, passando os dedos por entre os cabelos negros bagunçados do amigo. Harry colocou a mão por baixo de suas vestes e ela sentiu as unhas do garoto deslizarem de leve por suas costas. Sentiu um gemido abafado escapar-lhe dos lábios. Foi quando Harry parou o beijo.
- O que houve? – ela perguntou tentando não deixar transparecer o desapontamento na voz. Ele respirou fundo.
- Acho... Acho que já treinamos demais... – disse encarando o chão. – Acho que está na hora de eu contar o que eu sinto para quem eu gosto... – Gina engoliu em seco. De repente sentiu que precisava pensar em algo para impedi- lo de fazer aquilo. Não sabia por quê, mas achava uma péssima idéia que Harry se declarasse para outra garota.
- Eu não acho que você esteja pronto ainda... – ela disse sem saber o que usaria como justificativa para a sua opinião. Harry apenas voltou os olhos verdes para ela. Foi a vez de Gina encarar o chão.
- E por que você acha isso? – ela não conseguia pensar em nenhuma resposta lógica, a não ser um incômodo que sentia no fundo do estômago. Uma sensação de perda, de raiva.
– Eu acho que você ainda está um pouco tímido para isso Harry... – foi o melhor que ela conseguiu inventar.
- Tímido como? – ele pareceu um pouco exaltado e surpreso.
- Bem, eu acho que você ainda pode melhorar os seus beijos – "Merlin me perdoe por dizer isso de um beijo tão gostoso", pensou enquanto mentia. – Harry pareceu verdadeiramente desapontado.
- Você está me dizendo o quê? Que eu continuo beijando mal? Que eu sou patético beijando? – Gina se sentiu culpada, mas agora era tarde para consertar.
- Não é isso Harry. É que você precisa se soltar mais... – "Que ele não pense mal de mim! Que ele não pense mal de mim!" – o garoto torceu os lábios.
- Mas você parecia estar gostando agora há pouco. Você estava... Gemendo... – disse a última palavra em tom baixo. Gina se concentrou nas manchas do tapete para não corar.
- Eu sinto cócegas... Foi por isso – "Espero que ele não desista de tentar deslizar as mãos pelas minhas costas por causa disso" – Harry pareceu ainda mais desapontado.
- Então vamos continuar com os treinos... – ele sentenciou em tom de pesar. Gina sentiu pena do amigo, mas estava satisfeita por tê-lo convencido.
- É claro Harry. Como quiser. Eu sou sua amiga e vou te ajudar... – ela disse como se a idéia de continuar tivesse partido dele.
- Então até amanhã Gina. Eu preciso dormir – disse triste.
Toda a alegria de terem vencido o jogo parecia ter escoado repentinamente do coração do garoto. Gina sentiu o estômago afundar de tanto remorso, mas também se dirigiu para o dormitório.
Deitou na cama e rolou de um lado para o outro, sem conseguir dormir. Algo a estava incomodando. Alguma coisa escondidinha no fundo da barriga, causando-lhe frio no estômago. Não conseguia esquecer as palavras de Harry: "Acho que está na hora de eu contar o que eu sinto para quem eu gosto...".
Aquilo estava deixando ela doida. Novamente a sensação de raiva descontrolada, de perda, de inveja. "Inveja?", pensou. Ela estava com inveja da garota. "Mas por que raios ela estaria com inveja?", franziu a testa.
Então Gina parou de repente, sentando-se abruptamente na cama. "Ah! Não!", passou a mão de leve sobre os lábios, lembrando-se do beijo, então sentiu o coração disparar. "Por favor, não!", sentiu as pernas bambearem quando memorizou os dedos de Harry roçando-lhe a pele sensível das costas."Por Merlin", pensou. "Por Merlin", estava reconhecendo um velho sentimento. "Estou com ciúmes do Harry. Mas que bosta! Estou ferrada", foi a brilhante conclusão que teve.
